Uma demanda para participar de um concurso com a melhor resposta para definir uma "grande estratégia" para "enfrentar o desafio chinês", o que me faz pensar se esses think tanks americanos são tão bons quanto parecem.
Eu responderia – mas não sei se vou participar – que não existe, em primeiro lugar um "China challenge", a não ser aos olhos paranoicos dos paranoicos americanos (desculpem a redundância).
A China não tem nenhuma grande estratégia para conquistar os Estados Unidos: sua grande estratégia é enriquecer o povo chinês, e, claro, impedir, que ele seja humilhado por qualquer grande potência, como já ocorreu no passado. Apenas não isso.
A China não quer exportar ou impor a ninguém o atual regime autocrático do Partido Comunista Chinês, o guardião imperial das poucas liberdades chinesas, e dos muitos, enormes, gigantescos controles exercidos contra o seu próprio povo, pois os atuais mandarins, ou seja, os comunistas – atualmente sob o comando de um novo imperador – sabem que eles não possuem nenhuma legitimidade para oprimir sua população da forma como o fazem, censurando, proibindo, controlando, e que a única forma de se manter no poder é garantir níveis cada vez mais altos e melhores de prosperidade e bem-estar material, apenas isto. Não tem nada a ver com qualquer pretensão a um novo imperialismo colonizador, como fizeram os ocidentais no passado.
Enfim, quem quiser responder à consulta do Belfer Center, sinta-se à vontade.
Eu ainda vou pensar, mas acho que minhas respostas não vão ser bem recebidas no império...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15 de outubro de 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário