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sexta-feira, 21 de setembro de 2012
A classe media do governo: 291 reais por mes...
Da coluna do jornalista Carlos Brickmann, 21/09/2012
Se o caro leitor não puder almoçar seu arroz com feijão, salada, bife e sobremesa, resolva o problema com uma folha de alface, duas ervilhas e um grão de milho. Pode não ser satisfatório, mas o caro leitor não deixou de almoçar. Se o caro leitor ganha muito pouco e está abaixo da linha da pobreza, resolva o problema com as estatísticas do Governo Federal: de acordo com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da presidente Dilma Rousseff, quem ganha mais de R$ 291 mensais integra a classe média. Assim foi possível fazer com que 35 milhões de brasileiros se alçassem à classe média nos dez anos de Governo petista.
É simples assim: uma pessoa não precisa ganhar mais de dez reais por dia para entrar na classe média. Um casal que ganhe, em conjunto, R$ 582 mensais será também de classe média.
Pronto: no Brasil, só é pobre quem quer.
Mas há limites para ser de classe média. Quem ganhar a partir de R$ 1.019,10 por mês será de classe alta. A história de achar que classe alta é coisa para Eike Batista está errada: neste país em que se plantando tudo dá (especialmente notícias), até professor, mesmo ganhando o que ganha, pertence à classe alta. O pessoal que tem recursos para comprar deputado mensaleiro, dar carona de jatinho a quem toma decisões sobre concorrências, fotografar a esposa usando sapatos de sola vermelha, esse nem chega a ter classificação. Político corrupto, dos que trocam apoios por Ministérios, está tão alto que a verdade se restabelece sozinha: este não tem classe, nem categoria.
A classe média (de verdade) paga a conta
3 comentários:
Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
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Ótima resenha, posso transcrever em outro site citando a fonte.
ResponderExcluir"Crescimento da classe média não é igual à redução na pobreza
ResponderExcluirMuitas vezes se associa o crescimento da classe média à redução na pobreza. Embora exista uma relação
próxima entre esses dois eventos, eles não são necessariamente um o reflexo do outro. Existem essencialmente
duas razões para isso. Em primeiro lugar, existe uma classe intermediária entre os pobres e a classe
média. Trata-se do grupo que denominamos vulneráveis. São aqueles que vivem em famílias com renda acima
da linha oficial de pobreza (R$162 per capita4), porém abaixo do limite inferior para ingressar na classe média
(R$291 per capita). Dessa forma, reduções na pobreza que se limitem a expandir o grupo de vulneráveis não
terão impacto algum sobre o tamanho da classe média. Em segundo lugar, deve-se lembrar que o tamanho
da classe média também é influenciado pela desejável ascensão de parte de seus membros à classe alta.
Assim, deve-se reconhecer que a evolução do tamanho da classe média é o resultado líquido da diferença
entre o número de pessoas que ascenderam da classe baixa (pobres e vulneráveis) para a média e o número
de pessoas que ascenderam da classe média para a alta."
*in:"VOZES DA CLASSE MÉDIA"; Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República.
Documento disponível no link:http://www.sae.gov.br/site/wp-content/uploads/Vozes-Classe-Media_20SETFinal.pdf
Caro Dr. P.R.A.,
ResponderExcluirPedimos desculpas a vossência por não ter "assinado" o post anterior! Trago à luz o documento que os "destrategistas" da SAE/PR produziram! É claro que trata-se de um "nonsense celerado"!
Sds
Vale!