Se o objetivo das centrais era pegar carona na revolta da rua, elas podem considerar-se derrotadas. O contraste entre as duas manifestações foi tão gritante que apenas escancarou o abismo entre o que quer a população e o que lhes oferece quem está no poder (seja nos governos, nos partidos ou nos sindicatos), entre uma forma nova de expressar-se e outra completamente ultrapassada, entre o autêntico e o artificial. Embora se apresentem como representantes do povo, povo era o que menos se via entre as pouco mais de cinco mil pessoas que ocuparam duas quadras da avenida mais emblemática de São Paulo.
Grevistas interrompem tráfego na Rodovia Raposo Tavares, que liga São Paulo ao oeste do Estado e ao norte do Paraná: fator previdenciário foi incluído para fingir que os protestos populares não têm se voltado contra o governo (Foto: Leo Pinheiro / Futura Press)
“Temendo que o “Dia Nacional de Lutas”, que pretende paralisar São Paulo nesta quinta-feira, 11, centrais sindicais acertaram ontem que a
presidente Dilma Rousseff deverá ser poupada de críticas ácidas em palanque unificado na Avenida Paulista”.
É claro que Dilma NÃO será poupada em inúmeras das manifestações que já se espalham por todo o país hoje. E também é certo que o dirigente da central sindical hoje opositora do governo — mas que, até há pouco tempo, adorava governos em geral –, deputado Paulinho da Força (PDT-SP), anunciou cartazes de “Fora, Dilma” dizendo que “o trabalho” da Força Sindical é ”empurrá-la para o buraco”.
Mas o fato é que essa greve de hoje, o “Dia Nacional de Luta”, está sendo espertamente convocada por centrais sindicais, como a CUT, e outras forças vassalas do lulopetismo para, de forma oportunista e descarada, FINGIR que há outras questões na mesa que não as que caem, obrigatoriamente, no colo do governo que apoiam.
Uma delas seria o fim do fator previdenciário, aquela providência que procura esticar o tempo de permanência dos trabalhadores na ativa de forma a aliviar as contas da Previdência, compensando-o, porém, com uma aposentadoria melhor na hora de parar. O Congresso pode mudar isso, se quiser. Ou seja, não é algo que possa ser atribuído ao governo Dilma.
Enfiaram também no movimento protestos contra a Rede Globo e outros itens, tudo para disfarçar que protagonizam, a CUT e outras forças pró-lulopetismo, como os malandros e picaretas da UNE biônica e sem-voto, uma estranhíssima greve a favor!
Estão fazendo greve para não ficar atrás dos movimentos populares de protesto que, inevitavelmente, caminharam para uma gritaria geral contra a corrupção (começando pela exigência de cadeia para os condenados pelo mensalão lulopetista), contra os desmandos, contra a inflação, contra os péssimos serviços médicos prestados à população, contra a má qualidade do ensino público — tudo coisa do governo!
Claro que há clamores generalizados contra os políticos, de todos os partidos, mas o grosso da conta está sendo espetada, nas manifestações que mobilizaram milhões, na conta de quem efetivamente: a turma que se encastelou no poder há dez anos e meio, deixou a corrupção grassar, realizou alianças espúrias no Congresso, largou mão da inflação, fez o país perder uma gigantesca oportunidade de dar um salto na economia – que exibe índices chinfrins de crescimento –, descuidou-se vergonhosamente da infraestrutura, fez explodir os custos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014, não sabe negociar eficazmente no comércio exterior e isola o Brasil dos grandes acordos de livre comércio em curso no mundo e realiza uma política externa dissociada dos nossos verdadeiros interesses e verdadeiros e tradicionais aliados.
2 comentários:
Muito bom artigo! Os sindicatos são verdeiras máfias..eles entram para os sindicatos e ficam até 30 anos se locupletando e ganhando para ser a tropa de choque dos esquerdopatas.Nossa direita burra ainda não viu que precisa retomar seu espaço a partir dos sindicatos!
Muito bom artigo! Os sindicatos são verdeiras máfias..eles entram para os sindicatos e ficam até 30 anos se locupletando e ganhando para ser a tropa de choque dos esquerdopatas.Nossa direita burra ainda não viu que precisa retomar seu espaço a partir dos sindicatos!
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