Surrupio na íntegra o post do jornalista Ricardo Setti, que chama atenção para o importante colégio eleitoral de São Paulo. Com a grande maioria que, certamente, obterá em Minas Gerais, e um amplo apoio dos paulistas, o candidato do PSDB estará a um passo do Palácio do Planalto. Enfim, o Brasil terá alternância de poder, depois de 12 anos de péssima gestão petista, coberta de escândalos:
Vocês certamente viram, na segunda-feira passada, dia 4, no Jornal Nacional, campeão de audiência da Rede Globo: com a emissora começando uma cobertura da eleição presidencial e atribuindo o mesmo tempo de exposição para cada um dos três candidatos à Presidência, todos os três — a presidente Dilma (PT), o senador tucano Aécio Neves e o aspirante do PSB, Eduardo Campos — apareceram realizando atividades em São Paulo, a maior cidade do Brasil.
Não por acaso, foi em São Paulo — e não em Belo Horizonte — que o PSDB realizou sua convenção nacional que escolheu o mineiro Aécio para disputar o Planalto.
Nem foi sem caso pensado que a escolha de Aécio do candidato a vice-presidente para compor sua chapa tenha recaído num político do Estado, Aloysio Nunes Ferreira, que em 2010 obteve o galardão de senador mais votado do Brasil, com mais de 11 milhões de votos.
Não é por acaso, também, que as eleições deste ano tenham levado, pela primeira vez na história da República, um candidato que não nasceu nem reside no Estado a instalar em São Paulo o quartel-general de sua campanha, como é o caso do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.
Na campanha de 1989, a primeira após o longo jejum da ditadura, Fernando Collor, então governador de Alagoas, manteve uma importante operação em São Paulo, a cargo de seu irmão, Leopoldo, mas a sede central ficou sendo em Brasília.
O ex-governador de Pernambuco, porém, não apenas tem seu QG na maior cidade do Brasil como passou a morar em São Paulo. E está certíssimo. Sem familiarizar-se com um Estado que tem 645 municípios, 8 deles entre os 30 mais populosos do país, sem um bom desempenho em São Paulo, suas chances são muito pequenas, por mais que eventualmente obtenha excelentes números em seu Nordeste de origem e em outras regiões.
Capital econômica e cultural do país, origem e sede dos dois partidos políticos que se revezam na disputa pelo poder na República — PSDB e PT –, sede das grandes centrais sindicais, dono de um Produto Interno Bruto de 630 bilhões de dólares (dados de 2013), que representa um terço da economia brasileira e é superior ao de países inteiros, como a Argentina e a Colômbia, São Paulo precisa ser “conquistado”, e muito bem, por qualquer dos três principais candidatos à Presidência.
Mas papel crucial que o Estado de São Paulo jogará na eleição presidencial de outubro próximo reside, é claro, nas dimensões enormes de seu eleitorado — que dos 22% do total de eleitores do país que representou no pleito anterior, em 2010, subiu quase meio ponto, passando para 22,4%, ou 32 milhões de eleitores.
É em São Paulo que está boa parte das fichas que o presidenciável tucano Aécio Neves jogará para tentar derrotar a presidente Dilma.
Em 2010, tendo São Paulo como terra natal e base política, o tucano José Serra venceu a presidente Dilma, com uma vantagem de 1,8 milhão de votos. Foi pouco — poderia e deveria ser mais. O governador Geraldo Alckmin, em 2006, disparou no primeiro turno 4 milhões de votos à frente do adversário petista — e ele era ninguém menos do que o próprio Lula, o “Deus” da ministra Marta Suplicy.
Se, neste outubro, Aécio Neves conseguir o mesmo que Alckmin em 2006, somada à quase certa grande vantagem que obterá em sua Minas Gerais natal, a vida da presidente Dilma estará complicada — sobretudo porque o confiável Instituto Datafolha aponta que, no Estado, sua rejeição é altíssima: 47% dos eleitores dizem que não votarão nela em nenhuma hipótese, cifra que atinge espantosos 49% na capital, que, sozinha, tem 8,8 milhões de eleitores — 1 milhão mais do que todo o Estado do Paraná.
A importância de um desempenho esmagador junto ao eleitorado paulista fica mais clara quando se constata que o candidato tucano tem condições muito melhores do que José Serra alcançou em 2010 para equilibrar as coisas em Estados cruciais como a Bahia, com seus 10 milhões de eleitores — e onde Dilma derrotou Serra por 2,8 milhões de votos de vantagem, uma margem muito maior do que a que o tucano obteve em seu próprio Estado.
Agora, o candidato ao governo baiano que apóia Aécio, o ex-governador Paulo Souto (DEM), está disparado à frente nas pesquisas de intenção de voto. É claro que seu desempenho no Rio de Janeiro ainda é incerto — a chapa que o apoia, tendo à frente o governador Pezão (PMDB), está embolada com outros três candidatos.
Mas se repetir ou superar o feito de Alckmin em 2006 em São Paulo, melhorar a situação em Estados em que agora o PSDB tem boa estrutura de apoios, como o Ceará, Amazonas e Maranhão, constatar uma derrocada de Dilma diante de Eduardo Campos em Pernambuco (onde ela venceu Serra por incríveis 2,3 milhões de votos) e repetir as vitórias tucanas anteriores em Estados importantes como Rio Grande do Sul (a candidata que lidera as pesquisas, a senadora do PP Ana Amélia, está em seu palanque), Santa Catarina, Paraná, os dois Mato Grosso, Goiás, Espírito Santo, Acre e Roraima, Aécio estará perto do Palácio do Planalto.
É esperar para ver. E não falta muito, não: são apenas 56 dias até o Dia D, 5 de outubro.
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371 Comentários
Não sei se Lula irá aguentar chegar até as eleições. O coração dele é bem capaz de adiantar as coisa. Dá para perceber que ele está tenso e tomando remédio para controle de pressão arterial.
Nas ultimas pesquisas eu já estava vendo uma luz no fim do túnel.
Agora com estes números que você compilou já vejo um farol.
Para o bem do Brasil e de todos os brasileiros honestos, que trabalham e amam a democracia e a liberdade vamos nos livrar dos petralhas.
O estado tem o terceiro maior colegio eleitoral e ha tres eleicoes o PT tem ganhado com folga, muita folga (infelizmente).
DIlma tem um palanque fortissimo no Rio (os quatro principais candidatos) e Aecio e Eduardo nao tem sequer palanque.
Abraço
Fico muito contente em saber que seu texto traz boas notícias e embasado em realidade.
A eleição neste ano será duríssima, mas temos chances de vencer o PT. E são chances reais!!!
A estimulada mostra que o atual governador do Paraná, Beto Richa, tem 48,5% das intenções de voto, com chances de obter a reeleição. Ele é seguido por Gleisi Hoffmann (PT) com 15,5%, Roberto Requião (PMDB) com 11%.
O PSDB ainda leva a melhor em Londrina nas eleições para presidente, mantendo uma rejeição histórica ao PT. Aécio Neves tem 39,5% das intenções de voto, Dilma Rousseff (PT) 10%, Eduardo Campos (PSB) 9%, Eduardo Jorge (PV) 0,8% e Eymael (PSDC) 0,7%.
Abração
É uma tecnologia tão boa que nenhum país sério quer
Um abração!
Muito informativo seu post. Eu não tinha feito essa análise 2014 versus 2010 ,a partir dos palanques estaduais. A seus números – indiscutíveis – eu apenas acrescentaria uma informação que obtive na FSP de ontem, sobre a última pesquisa Datafolha.
O artigo menciona que, no setor do eleitorado denominado de subproletariado – com renda familiar até 2 salários mínimos – a candidatura de Aécio Neves teve um incremento de 6 pontos percentuais.E atenção.Entre os mais pobres Dilma perdeu 7 pontos percentuais.Ou seja ,quase a totalidade dos pontos migraram para o PSDB. Daí a nova orientação do marketing petista e o conteúdo terrorista do último spot do partido.Apostando no medo ,o PT busca o voto retrospectivo.Uma postura perigosa já que numa eleição o que está em jogo é o futuro,que teria ,segundo o jornal,mais a ver com os votos prospectivos.
Portanto, eu considerei muito oportunos os vídeos que surgiram hoje na net ,fazendo justamente essa inversão: colocando o PT no passado e a oposição lá na frente ,como esperança daquilo que “difusamente” as pesquisas juram de pés juntos que os brasileiros desejam: mudança.
Na realidade a única coisa que me preocupa é a massacrante vantagem de tempo de exposição que a PresidentA está tendo na TV,nas rádios e no noticiário ,sem mencionar os 12 minutos que terá na propaganda eleitoral.De resto o mineiro está mandando muito bem.
Vamos em frente.
Abraço
Na realidade a situação e muito melhor do que seus números apresentam, pois para vencer, Aecio necessita recuperar metade mais um dos votos, ou seja, não precisa de 56% mas somente 50,1%.
O mesmo pra você.
Abraços!
Mas como disse Garrincha: E os russos?
Agradeço sua atenção.
Quanto a Lula, DU-VI-DO. Sabe por quê? Ele estará arriscando toda a sua história nisso.
Ele só tem a perder.
Já pensou se ele é derrotado — e pode perfeitamente acontecer?
Por que você acha que ele não vai assistir a nenhum jogo da Copa em estádio? Por causa da “cervejinha em casa?” Não, ele vai ser vaiado!
A popularidade do Lula se aproxima da da presidente. Está em queda!
Será uma enorme desmoralização para ele se a candidata que ele “fez” presidente não se aguentar.
Vai ser um vexame colossal, ele vai ter que passar a campanha inteira se explicando.
Pode escrever aí: ele NÃO SERÁ candidato.
E eu agradeço muito por isso.
Um abração!
Muito obrigado!
Abração
Vou ser bastante sucinto – Direto ao Ponto – para vencer essa eleição, basta que o candidato da oposição, seja verdadeiramente oposicionista, informando de forma clara, até mesmo didática, ao povo brasileiro, as diferenças abissais entre as duas propostas de governar o Brasil, sem “firulas”, sem receio, sem tergiversar , olho firme e direto na lente da telinha, quando dos debates, buscar ser assertivo, cobrando dos adversários as inúmeras imoralidades, dessa forma a missão estará cumprida, a SOCIEDADE está pronta para dar o tiro de misericórdia.
A oposição só perderá esse embate por covardia.
FECHA A CONTA E PASSA A RÉGUA.
Se o Aécio tiver sorte ele perde já no 1º turno, porque se for pro segundo turno em quem os eleitores da Marina e do Campos irão votar?
Você pode acreditar no que quiser, estamos numa democracia.
Aguardemos a eleição.
Quanto ao Espírito Santo, também acredito que Dilma perderá de novo.
Abraço
sugiro corrigir a última linha do parágrafo logo abaixo da foto em que Dilma e Serra se cumprimentam.
Parabéns pela análise ampla e consistente!
Acho pouco provável que Aécio consiga, por exemplo, economistas do porte de um Gustavo Franco ou gestores como o jamais lembrado Clóvis Carvalho. De uma forma ou de outra, só nos cabe torcer pelo melhor, e o melhor, disparado, é Aécio Neves. Voto em Aécio de olhos fechados. Graças a Deus.
Abraço
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