O programa espacial brasileiro, que tem várias vertentes, inclusive este da cooperação bilateral Brasil-China, vem sofrendo contínuas frustrações, o que parece normal em qualquer programa.
Mas existe um motivo maior para que ele tenha, até aqui, produzido muitos gastos e poucos resultados: a preferência por cooperação com a China e outros parceiros ditos estratégicos e a recusa em permitir um acordo de salvaguardas tecnológicas com os EUA, de maneira a habilitar lançamento de satélites com foguetes americanos a partir da própria base de Alcântara, em lugar de fazer com chineses, russos, ucranianos ou quaisquer outros países.
Essa recusa se deve a fatores essencialmente ideológicos, e o partido no poder é responsável por esses atrasos e prejuízos no programa.
Paulo Roberto de Almeida
FALHA NO LANÇAMENTO
Fracassa tentativa de colocar em órbita satélite feito por Brasil e China
Presidente Dilma, que já tinha discurso pronto, foi avisada do fracasso da missão por telefone
Opinião e Notícia, 9 de dezembro, 2013
Falhou a tentativa de colocar em órbita o satélite CBERS-3, construído pelo Brasil em parceria com a China. O CBERS-3 é o quarto satélite de observação da Terra lançado em parceria entre os dois países.
Nesta segunda-feira, 9, informações divulgadas pela China apontam que uma falha no foguete que efetuou o lançamento causou o problema. O foguete foi lançado na base de Taiyuan, norte da China, à 1h26 (horário de Brasília) desta segunda-feira.
A princípio, a equipe chinesa responsável pelo lançamento afirmou que tudo correra bem, mas, cerca de uma hora depois, um comunicado informou que o satélite não conseguiu entrar em órbita e caiu no polo sul.
Errou no script
A presidente Dilma já tinha preparado um comunicado para parabenizar o sucesso da missão, mas foi avisada por telefone do fracasso.
O clima é de desolação na comitiva brasileira que viajou a Taiyuan para acompanhar o lançamento, entre eles o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp.
O custo do lançamento foi de US$ 15 milhões. Segundo o ministro Raupp, a meta agora é antecipar para o ano que vem o lançamento do CBERS-4, inicialmente previsto para ser lançado em 2015. Apesar de ter todos os equipamentos prontos, técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) acham improvável concluir a integração da parte chinesa à brasileira em menos de 14 meses.
O programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite, na sigla em inglês) foi lançado em 1988 com o objetivo de desenvolver um conjunto de satélites de observação da Terra. No Brasil, o Inpe é responsável pelo programa.
Fontes: Folha-Fracassa lançamento de satélite brasileiro em parceria com a China, O Globo-Satélite CBERS-3 feito em parceria entre Brasil e China não consegue contato com a Terra
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Satélite foi para o espaço... e levou R$ 300 milhões
O governo terá dificuldades de mapear o desmatamento no Brasil nos próximos anos. Uma trapalhada sino-brasileira mandou para o espaço, literalmente, R$ 300 milhões investidos pelo Brasil no Satélite Chinês-Brasileiro de Vigilância Remota, lançado na madrugada de ontem, na China. O Cbers-3 teve problemas no foguete, não entrou em órbita e cairá em algum ponto da Terra. Além de gastar para fabricar o quarto aparelho, já contratado, o governo ficará refém de aluguel milionário de satélites de outros países.
Fora de órbita. Em Pequim para comemorar o lançamento, os ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Marco Raupp (Ciência e Tecnologia-MCT) sumiram do mapa.
Mapeamento. Segundo o MCT, o satélite faria ‘zoneamento agrícola e acompanhamento de alterações da cobertura vegetal’ na Amazônia. Ajudaria o Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Mais gastos. O MCT soltou nota discreta. O MMA finge que não é com ele. Mas todos perdem. Com o nacional em órbita, o governo teria economia futura de compra de imagens.
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