Brincando de profeta: escrevendo a mim mesmo 20 anos à frente
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 3898, 23 abril 2021
Quase dez anos atrás, em 27 de agosto de 2012, eu escrevia uma carta dirigida a mim mesmo, mas para ser lida apenas 20 anos à frente, ou seja, em agosto de 2032, se por acaso eu estivesse vivo até lá. Esqueci completamente, mas revisando agora um trabalho dessa mesma época, perigosamente perto dessa peça fatídica de profetismo indevido – sempre fui dado a exercícios prospectivos, mas raramente desse gênero, a despeito de minhas “previsões imprevidentes”, mantidas por mais de dez anos, mas agora descontinuadas –, fui levado, por um desses impulsos de momento, a reler novamente esta carta esquecida (ela ainda estava em pleno mar, numa garrafa, esperando chegar em algum porto na data prometida) e a novamente postá-la, para ver no que acertei e no que errei, nesse meu exercício temerário de profetizar sobre o futuro do Brasil e do mundo.
Pois, ao reler agora essa carta enviada a enviada a mim mesmo, dez anos atrás e destinada a ser lida 20 anos à frente, isto é, em 2032, constato que meu relato do "passado", sobre o que fiz e como se “comportaram” o mundo e o Brasil nesse longo intervalo de duas décadas, não ficou muito longe da realidade, pelo menos nos últimos dez anos, mas não ouso mais profetizar sobre como será nos dez anos restantes. Pois é, ainda temos de verificar como será naquela data, se por acaso for muito pior – em vista do inacreditável que ocorreu a partir de 2018 –, ou se por acaso vamos conseguir nos recuperar a partir de 2023, já entrados no terceiro centenário desde a nossa independência.
O fato é que, assim que postei essa minha “carta ao futuro”, em agosto de 2012, um simpático leitor anônimo postou o seguinte, o que muito me envaideceu (mas também foi o único comentário que recebi):
Anônimo disse...
Conheço este recurso literário de algum lugar... Lindo texto, verdadeiro e absolutamente corajoso. Talvez, alguém em algum lugar, um dia queira escrever sobre o senhor, professor. Talvez, alguém já escreva...Quem sabe ?
Portanto, este texto será registrado para a posteridade, obviamente, respeitando os direitos autorais.
Vou postar novamente essa minha carta, exatamente como foi postada neste meu blog Diplomatizzando em 27/08/2012, com uma única mudança: a indicação de meu livro A Grande Mudança, agora inteiramente disponível para todos os interessados (ler neste link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2012/08/carta-mim-mesmo-20-anos-frente-paulo.html).
Carta a mim mesmo, 20 anos à frente
Paulo Roberto de Almeida
(Anywhere), 27 de Agosto de 2032
Bom dia Paulê, [Nota 2021: “Paulê” era como eu me chamava na adolescência]
Estou lhe escrevendo vinte anos à frente do seu tempo, no que é, obviamente, apenas um recurso literário para falar de várias coisas destas últimas duas décadas, como uma espécie de balanço, e de especulação sobre o futuro, o que todos temos o direito de fazer. Como você vai receber, vai ler, ou reler, esta carta daqui a exatas duas décadas (vou ajustar minha agenda eletrônica para isso, como uma garrafa atirada ao mar, e programada para chegar ao seu porto, à sua praia, na data exata que vai acima), posso esquecer as questões do presente e me concentrar no que será o seu mundo em 2032. Feita esta introdução técnica, vamos ao que interessa.
Bom dia, portanto!
Em 2032, você já está aposentado há mais de dez anos e suponho que você ainda esteja vivo, se a medicina e a sua saúde assim o permitirem. Enfim, esta carta só tem sentido se você estiver vivo e com plena capacidade de trabalho ainda, a despeito da idade avançada. Se não fosse assim, eu teria feito esta carta apenas uma década mais à frente, quando o Brasil estiver completando dois séculos de independência, e você tendo se aposentado apenas dois anos atrás [Nota 2021: eu calculava que estaria aposentado em 2020, o que ainda não ocorreu, provavelmente depois do bicentenário, ou pouco antes]. Não importa, vamos manter a ficção de que sua boa disposição para o trabalho e as tecnologias médicas o permitirão chegar a 2032 e que ali começa nossa aventura prospectiva [Nota 2021: imprecisão terminológica, pois deveria ser “retrospectiva”]. O que serão, como serão o mundo, a América Latina e o Brasil, vinte anos mais a frente, e o que eu terei feito, em face e no contexto dessa interação, no intervalo que nos separa do ponto de destino?
Sei que minhas capacidades prospectivas são limitadas, ou até deficientes, a julgar pelo que pude “prever” nos últimos dez anos. Mas vou tentar mesmo assim. Em 2002, por exemplo, eu tinha absoluta certeza de que os companheiros que então chegavam no poder iriam praticar uma política econômica conservadora, ou de corte neoliberal, como eles depreciativamente se referiam às orientações então em curso no governo anterior. Não estou inventando nada agora: está tudo documentado em meu livro A Grande Mudança e não mudaria uma palavra do que escrevi ainda antes da eleição de Lula ([Nota 2021: esse meu livro não teve reedição e a editora desapareceu nos escombros da estagnação brasileira, assim que decidi colocá-lo inteiramente à disposição de todos: https://www.academia.edu/42309421/A_Grande_Mudanca_consequ%C3%AAncias_econ%C3%B4micas_da_transi%C3%A7%C3%A3o_politica_no_Brasil_2003_]. Nisso fui presciente, embora esperasse alguma deterioração maior da posição fiscal, em vista dos previsíveis gastos sociais. Não esperava, está claro, a amplitude dos “investimentos” sociais, embora esperasse todos os benefícios feitos a banqueiros, industriais e outros membros da elite (velhas e novas, oportunistas ou não), e já previa, de certa forma, o aumento da carga fiscal, via tributos diretos ou indiretos. Meu grande erro – mas creio que esse foi de todos – foi acreditar que as alegações sobre a “ética na política” eram verdadeiras, e nisso pratiquei a mesma ingenuidade de muitos observadores: o governo dos companheiros revelou-se o mais corrupto já conhecido na história do Brasil, e isso porque o partido – habituado a velhas práticas bolcheviques da pior espécie – já era inerentemente corrupto em sua formação e em suas práticas políticas.
Independentemente dessas previsões, mais ou menos certas, o fato é que o Brasil conheceu certos progressos sociais, mais à custa de redistribuição de renda e de estímulo ao consumo do que de investimentos produtivos, e uma grande involução política, institucional e educacional, com um aumento inédito da corrupção em todas as esferas, e uma deterioração sensível das instituições públicas, a despeito mesmo da relativa profissionalização das carreiras de Estado (mas convertidas numa classe de mandarins que se apossou do Estado como coisa própria). Os mesmos dez anos que vão de 2002 a 2012 foram minha travessia do deserto, em todo caso muito produtivas em termos de diversos trabalhos acadêmicos, alguns livros e muitos artigos publicados, sem contar as centenas de working files, aguardando uma oportunidade para emergir do pipeline da produção intelectual. Os dez anos seguintes, até 2022, foram os mais felizes no plano pessoal, com uma produção ainda mais intensa, embora o Brasil tenha avançado muito pouco, em termos educacionais e institucionais, para grande tristeza minha.
E o que fiz depois, até chegar neste momento, vinte anos à frente desta carta, dez anos além de meu retiro profissional, e bastante mais maduro e satisfeito comigo mesmo? Fiz aquilo que sempre fiz, em toda minha vida, talvez em maior volume e extensão, sempre quando possível: li, intensamente; escrevi, compulsivamente; publiquei, no ritmo possível, dado pelas editoras ou permitido pelas novas formas de comunicação; ensinei, bastante, o tempo todo, diretamente e à distância, para apenas um punhado de alunos presenciais, a cada vez, mas provavelmente para milhares de outros, desconhecidos, à distância, sem sequer saber quem tomava conhecimento de meus materiais didáticos, dispersos nas correntes sempre multiplicadas da internet; viajei, a cada oportunidade oferecida pelos compromissos acadêmicos e visitei dezenas de novos lugares, por puro interesse cultural e curiosidade propriamente turística; também pratiquei gastronomia, das melhores, sempre acompanhando as viagens e desfrutando de novas cidades, grandes e pequenas, nos mais diversos cantos do planeta, que percorri como poucos que conheço.
Chegamos, pois, a 2032, Paulê, e você faz agora a reconsideração dos anos que se passaram, e passa a explicar, ao seu alter ego de 2012, como o mundo, a região, o Brasil se encontram, no estado que é o deles, o que eles são, neste período que já assiste ao meu ocaso. Vou tentar ser apenas sugestivo, uma vez que trabalho com tendências, não com certezas ou determinações obrigatórias.
O mundo não é muito diferente do que era no tempo em que foi pensada esta carta, embora ele certamente seja mais rico, mais seguro e mais estável, no plano da segurança e da paz internacionais. Os EUA e China, e as potências menores (ou seja Rússia e o que sobrou das grandes do século XX) jamais vieram a se enfrentar numa guerra, que necessariamente seria ou global, ou por atores interpostos (ou seja, local, ou “setorial”). Eles sempre mantiveram muitos pontos de conflito entre eles, e continuaram a gastar enormes somas com sua preparação militar, mas foram gastos inúteis, pelo menos no cenário traçado pelos seus estrategistas. Todo esse equipamento foi usado contra “vilões pés-de-chinelo”, se ouso dizer, ou seja, os ditadores remanescentes do planeta, uma espécie em quase extinção, pelo menos aqueles realmente malvados, não os ditadores de opereta, como os temos na América Latina, ou aqueles ridicularizados por Sacha Cohen no cinema. A própria China já enfrentou crises políticas, nos últimos 20 anos, e se encaminhou muito lentamente para um tipo de “democracia”, muito deficiente, é verdade, mas ainda assim, não mais o monopólio absoluto do PCC (enfim, um pouco parecida com aquela “democracia de fachada” que Max Weber apontava no caso do governo provisório saído da revolução de fevereiro de 1917, na Rússia).
Os países da América Latina terão melhorado um pouco, não muito: políticos corruptos, bandidos, traficantes, continuarão a frequentar o cenário, mas não mais dominarão países inteiros, como ainda ocorre atualmente. Infelizmente, a educação e a equalização de chances terão progredido muito lentamente em certos países, entre eles o Brasil, graças às políticas absolutamente erradas que adotamos durante o reinado dos companheiros (que pode se prolongar bem mais do que o desejável, em virtude da mediocridade da oposição política, ou seja, das forças centristas, para lidar com um partido neobolchevique a vocação totalitária).
Não se iluda, portanto, Paulê, você terá passado os vinte anos que o separam desta data exatamente na posição em que estava em 2012: em minoria absoluta no país e na região, lutando contra a mediocridade intelectual, contra a erosão da moralidade na vida política, contra a indigência intelectual (acho que o segundo termo não se aplica) na academia, contra os mandarins do Estado extorsivo, ou seja, em verdadeiro bunker isolado, em uma espécie de quilombo de resistência contra os novos bárbaros. Não fique triste, Paulê, seu trabalho será reconhecido por alguns poucos, um pequeno bando de libertários que acredita naqueles velhos valores que não mais prevalecem – talvez nunca tenham prevalecido – entre nós, o da honestidade intelectual, o da tolerância política, o da democracia sem adjetivos, o da responsabilidade individual, do mérito e do esforço próprio. Tudo isso vai ser muito difícil de defender, mas eles acabarão prevalecendo, um dia... Talvez não para que você possa contemplar uma sociedade que você gostaria de ver implantada no Brasil, mas vai ocorrer. Seu trabalho é o de não desistir, persistir, lutar, resistir, continuar...
Os vinte anos decorridos desde então terão sido os melhores de sua vida, Paulê, e você estará orgulhará disso, mesmo sem glórias e sem vitórias. A paz com sua consciência, o fato de estar bem consigo mesmo, a certeza de que você estará lutando pelas boas causas são suas maiores recompensas.
Fique tranquilo e trabalhe. Até 2032, quando você abrir esta carta novamente...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 3898, 23 abril 2021
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Voilà, era isso que eu escrevi em agosto de 2012, do que não me lembrava em absoluto, apenas “recordado” por uma visita ocasional à lista de trabalhos (este levava o número 2421, e esta minha retomada o 3898: ou seja, quase 1.500 trabalhos atrás, o que em dez anos dá uma média de quase 150 por ano; desculpem a metrificação, mas é que se eu não numerar, e registrar em listas anuais, eu me perco, e depois fica difícil localizar).
Será que eu teria algo a agregar dez anos depois do texto acima e dez anos antes de sua “entrega” (via garrafa lançada ao mar) ao seu destinatário que sou eu mesmo? Si, tenho algumas coisas e tento resumir nos parágrafos seguintes, para não ficar um manuscrito aborrecido.
Surpreende a óbvia decadência MENTAL do Brasil nestes últimos três anos. Sim, tomo o cuidado de sublinhar mental, pois que nada impede o nosso progresso material, ainda que lento, retardado, delonga, incompleto e insuficiente. Como diria fatalisticamente Mário de Andrade (em 1924), “progredir, progredimos um tiquinho, que o progresso também é uma fatalidade”. Nosso retrocesso é mental porque fomos capazes de eleger um completo imbecil para a presidência da República, ainda que levando em conta a enorme rejeição despertada em grande parte do povo pela Grande Destruição causada pelos companheiros, a maior recessão econômica de toda a história e uma enorme, uma tremenda, uma gigantesca máquina de corrupção, plantada de forma institucional no coração do Estado, e que teria continuado – com eles ou sem eles no poder, isto parece agora claro – se não fosse por esses pequenos acidentes de percurso. Esse “acidente” se chamou Operação Lava Jato, que agora parece estar sendo completamente desmantelada (se já não o foi), o que remete o Brasil ao seu cenário habitual de corrupção “normal”, ou seja, sempre presente, extensiva (por vezes intensiva), inovadora, arrogante e avassaladora.
O Brasil decepcionou mais do que o normal, portanto, e por normal eu não estava prevendo nenhuma grande dinâmica de crescimento ou de modernização. Eu estava prevendo a mediocridade “normal” de crescimento econômico, a persistência de enormes desequilíbrios regionais e de gigantescas desigualdades sociais, mastodôntica concentração de renda e outras iniquidades velhas nossas conhecidas. Muito disso era, é, devido a níveis baixíssimos de ganhos de produtividade, fruto de uma péssima educação de massa, terreno no qual eu via muito poucas chances de melhorias no futuro previsível. A má educação é a nossa MAIOR tragédia nacional, seguida pela corrupção política, e agora pela instabilidade jurídica, inacreditavelmente impulsionada pelas mais altas cortes da magistratura, esses aristocratas de Ancien Régime.
Na região eu também previa a continuidade da mediocridade geral, salvo um ou outro caso de melhoria temporária e talvez insustentável, dadas as propensões do continente para o caudilhismo habitual, para os populismos sempre presentes, para a má gestão e uma incrível propensão a se manter fora do mundo, com todos esses nacionalismos rastaqueras e idiotas. No mundo, a coisa se modificaria ligeiramente, com uma ascensão irresistível da China – o que já estava amplamente visível em 2012 – e as sempre renovadas tentativas americanas de manter uma supremacia que já foi absoluta, mas que dificilmente persistirá assim. Em todo caso, EUA e China serão os dois grandes atores dos cenários geopolíticos e geoeconômicos do século XXI, assim como a Grã-Bretanha e Alemanha (esta só na segunda metade) o foram no século XIX e os EUA e a URSS (esta por apenas quatro décadas) o foram no século XX.
Mais de dez anos atrás eu já previa que não haveria retorno a uma “Guerra Fria”, mas que, se por alguma idiotice dos EUA, a nova “Guerra Fria Econômica” já tinha sido vencida pela China, não exatamente por grandes virtudes desta última – menos ainda por causa da liderança do PCC, o espantalho “comunista para certos beócios do anticomunismo primário –, mas por erros dos EUA, ao persistirem em sua arrogância imperial. A China se sairia “vitoriosa”, eu previa, não exatamente por algum “socialismo com características chinesas” – quando o que eles têm é apenas um “capitalismo com características chinesas” –, mas pelo fato de que a China sabiamente estava fazendo exatamente a mesma coisa que tinha sido feito pela Grã-Bretanha no século XIX e pelos EUA no século XX: uma estratégia de abertura econômica, liberalização comercial, promoção do livre comércio, dos investimentos produtivos, da educação do povo, da globalização e da interdependência ativa e inteligente. Simples assim: o normal seria a complementaridade entre as duas grandes economias planetária, a simbiose, ou até osmose, da “Chimérica”, o que parecia funcionar, mas começou a derrapar por causa das reações dos órfãos da globalização – os operários americanos da segunda revolução industrial –, seguidos zelosamente por políticos muito mal preparados (o que se precipitou sob o mandato do mentecapto do Trump).
O que me surpreendeu, verdadeiramente, nos últimos cinco anos, não foi a paranoia dos generais do Pentágono, que é normal, considerando-se que militares são pagos exatamente para serem paranoicos, e com isso gastarem inutilmente o dinheiro dos contribuintes. O que me assustou foi ver que essa paranoia se disseminou entre os “wisest and brightest” dos acadêmicos das melhores universidades, quase todos eles considerando realmente que a China era uma adversária e que os EUA deveriam se preparar para uma fantasmagórica – para eles possível – “armadilha de Tucídides”, uma leitura totalmente equivocada do clássico sobre a guerra do Peloponeso entre Atenas e Esparta. Isso me chocou, e espero que os colegas acadêmicos dos EUA se recuperem da paranoia, para não prejudicar os EUA e o mundo, em especial os países mais pobres, que precisam desesperadamente de duas grandes locomotivas de crescimento e de cooperação internacional. A Rússia? Ora, a Rússia! Vai continuar sendo esse império sempre deficiente, recalcado, mas pretensioso que sempre foi, perturbando a vida dos europeus com seu barbarismo antidemocrático. E a velha Europa? Nada de muito novo: continuará construindo sua integração, entre a “catedral gótica” de Bruxelas e as rebeldias provinciais dos membros menores.
Finalizo por aqui esta já longa carta enviada ao futuro. Tenho agora de enrolar o manuscrito, colocar dentro de uma nova garrafa e jogar novamente ao mar, para ver se consigo recolher em 2032. Se não conseguir, algum dos meus poucos leitores talvez faça o retrospecto do que eu previ, e coloque algum epitáfio em minha tumba, mais ou menos assim:
‘Aqui jaz um sonhador, adepto da Idealpolitik em relações internacionais, do social-liberalismo no plano interno, e que tentou ser um educador, sem necessariamente o conseguir. Mas tentou, sinceramente e com todas as suas forças.”
Talvez fique muito grande, e sirva apenas para alguma aula memorial, pois que não desejo lápide em qualquer cemitério: que minhas cinzas sejam lançadas em algum rio ou lago das proximidades, em alguma breve cerimônia evocativa. Mas, vou tentar estar “presente” na cerimônia, senão em pessoa, pelo menos com meus escritos, neste blog Diplomatizzando – que já virou nome de “editora” – ou em qualquer outro suporte.
Até lá passem bem, cuidem-se, e muito boa sorte. Mas lembrem-se: como dizia Einstein, Deus não joga dados...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 23 de abril de 2011.
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