Existem protecionismos e protecionismos: o de Trump é o primeiro na história que vai conseguir destruir o seu país
Paulo Roberto de Almeida
O livre comércio sempre teve mais inimigos e opositores, do que o protecionismo, praticado à larga e de forma permanente. Empresários e políticos sempre recorreram ao protecionismo, como forma de criar e de proteger sua renda, mesmo sabendo que a prática, e a política, prejudica os mais pobres, os consumidores em geral.
O Brasil, por exemplo, sempre foi um dos países mais protecionistas do mundo, em toda a sua história independente, e ainda tem economista que se orgulha desse gesto ofensivo ao bem-estar da maioria da população, pretendendo defender a "indústria nacional" e a renda do país. Isso é uma mentira, pois não existe nenhuma "indústria nacional", ou seja, do país, apenas indústrias de empresários privados e indústrias estatais, que são controladas e abusadas por políticos oportunistas e rentistas.
Os Estados Unidos também já foram muito protecionistas, a primeira vez para se vingar da Grã-Bretanha, durante a segunda guerra da independência, depois ocaionalmente ao longo de uma história que também conheceu seus presidentes protecionistas e orgulhosos de sê-lo: McKinley, por exemplo, ou Hoover, este precipitando a maior depressão nas economias capitalistas avançadas de que se tem notícia na história econômica mundial.
Portanto, nada de inusual, exótico ou estranho no protecionismo. O livre cambismo, sim, é uma exceção, ou uma raridade.
Agora, Trump é um caso raro, e vai passar à História como o presidente protecionista que conseguiu fazer regredir a indústria em seu país, e que provavelmente vai destruir setores importantes da economia americana, atrasar o país e fazê-lo retroceder parcialmente para a segunda revolução industrial.
Eu acho incrível que os economistas sensatos e os empresários normais não estejam gritando alto contra o protecionismo de Trump, que só pode prejudicar a todos nos EUA, em especial os mais pobres e os consumidores em geral.
O protecionismo mais destrutivo, o mais burro, o mais estúpido da história dos EUA, totalmente compatível com a mentalidade doentia, profundamente ignorante, autoritária e soberba desse presidente que está acelerando o declínio americano.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 12/08/2025
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