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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

1825: janeiro: fuzilamento de Frei Caneca; agosto: tratado Império do Brasil-Reino de Portugal: novembro: Diário de Pernambuco

1825-2025: 200 anos da história do Brasil no mais antigo jornal da América Latina

 

         O ano em que o mais antigo jornal da América latina, o Diário de Pernambuco foi fundado, 1825, começou com o fuzilamento – à falta de verdugos que se dispusessem a enforcá-lo – do mais importante revolucionário da Confederação do Equador, Frei Caneca, o autor intelectual das posições ilustradas defendidas por um movimento que já vinha da insurreição independentista de 1817 e que se prolongou na mais consistente tentativa, em 1824, de fundar o novo Estado brasileiro em bases institucionais mais amplamente democráticas, federais, do que a monarquia unitária que se instalou sob a mesma dinastia que vinha explorando a maior colônia portuguesa desde a Restauração do Reino, no século XVII e que continuava controlando-a desde a instalação da corte no Rio de Janeiro e sob o Reino Unido. 

        O ano também contemplou, em agosto, o tratado bilateral entre o Império do Brasil e o Reino de Portugal, que consolidou, não exatamente a independência, que já estava assegurada formalmente desde 1822 – na prática desde muito antes, como sugere Barbosa Lima Sobrinho, ao examinar a trajetória do Correio Braziliense, de Hipólito da Costa –, mas o reconhecimento do novo Estado pelas demais monarquias europeias, um processo que já tinha começado nas Américas dois anos antes, e até mesmo por um reino africano, como relatou o embaixador Alberto da Costa e Silva. 

        O ano também assistiu, em novembro, à fundação do Diário de Pernambuco, que passaria a seguir, a partir de então, os assuntos relevantes da província, do Brasil e do mundo no decorrer dos cem anos seguintes, até que seu primeiro centenário fosse devidamente comemorado com a publicação do Livro do Nordeste, coordenado por um jovem sociólogo pernambucano, Gilberto Freyre, recém retornado ao Brasil depois de vários anos de estudos nos Estados Unidos e na Europa. O grande historiador pernambucano Oliveira Lima, então professor na Catholic University of America, em Washington, assinou o capítulo sobre as relações internacionais nos primeiros cem anos cobertos pelo jornal. 

        Acabo de ser convidado para assinar um artigo sobre os cem anos das relações internacionais do Brasil desde 1925 até este ano. Não sou exatamente um êmulo de Oliveira Lima, o mais importante historiador diplomático do Brasil, mas vou me esforçar para espelhar-me em sua contribuição feita ao livro editado por Gilberto Freyre. O novo Livro do Nordeste, a ser editado, pelo Diário de Pernambuco nos seus 200 anos, por meu amigo e colega André Heráclio do Rego, e pelo jornalista Múcio Aguiar, pretende reproduzir um pouco dessa história bicentenária.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 13 de janeiro de 2025

 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Diário de Pernambuco (1825): o jornal mais antigo da AL - Gilberto Freyre

Encontrei este anúncio (abaixo reproduzido) do leilão, em 2023, de uma edição fac-similar do livro do primeiro centenário do Diário de Pernambuco (1925), quase às vésperas do seu segundo centenário, de cuja comemoração se ocupará meu colega diplomata, o historiador André Heráclio do Rego, do IHGB, do IAHG-PE e do IHG-DF, do qual também sou membro. Aguardo instruções para também oferecer minhas homenagens a esse valoroso periódico. 

Em 1925, Gilberto Freyre já estava de volta ao Brasil, depois de ter desfrutado da amizade e dos conhecimentos de seu amigo e conterrâneo, o historiador-diplomata Oliveira Lima, lecionando então na Catholic University of America (Washington, tendo doado sua imensa biblioteca para a CUA), e que colaborou nessa edição do Centenário. Agora cabe retomar o bastão, rumo ao terceiro centenário…

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 13/12/2024

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Livro do Nordeste commemorativo do primeiro centenário do Diário de Pernambuco 1825-1925. Introdução de Mauro Motta, prefácio de Gilberto Freyre. 2ª Edição facssimilar do Arquivo Público Estadual do Recife, 1979. Aborda um grupo de estudos e de opiniões autorizadas, fixando ou comentando aspectos e tendencis da vida brasileira, em geral e da nordestina, em particular, durante o seculo vencido este anno pelo Diario de Pernambuco. Com relação ao Nordeste, constitue pequeno esforço de estimativa em torno de alguns dos valores mais característicos da região; pequeno inquérito às tendencias da vida nordestina - a ida de cinco ou seis estados cujos destinos se confundem nun só e cujas raizes se entrelaçam - durante os últimos cem anos, espécie de balanço das nossas perdas e ganhos nesse periodo. Dentre os diversos caboradores representando várias especialidades, estão Manuel Bandeira e Gilberto Freyre. Grande parte das ilustrações são de M. Bandeira, pintor e ilustrador pernambucano. Sumário completo, com autoria de cada artigo, via foto. Exemplar em grande formato; profusamente ilustrado. Brochura com 192p + LXXIII folhas de propagandas ao final do livro. Exemplar firme, com carimbo "com os cumprimetos do Arquivo Público Estadual" em duas folhas; Lombada com perdas da parte inferior e superior, a mesma área que recebeu auxílio de fita durex.

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