O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador 200 anos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 200 anos. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

200 Anos da primeira Assembleia Constituinte - seminário na CD, 7-9 novembro 2023

 

 

 

 

 

Seminário comemorativo dos 200 anos da Assembleia Constituinte de 1823


Antecedentes e Consequências 


Câmara dos Deputados e Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro 

Brasília, 7 a 9 de novembro de 2023

 

 

MINUTA DA PROGRAMAÇÃO

1º dia – de novembro (terça-feira)

11

Sessão Solene – Plenário Ulysses Guimarães

• Obliteração do selo comemorativo
• Lançamento da medalha
• Lançamento dos livros 

Abertura e visita à exposição no Corredor Tereza de Benguela  

18h30

Palestra de abertura do seminário – Salão Negro

• Arno Wehling – Professor, acadêmico, advogado e historiador brasileiro
• Malcom Forest  Músico, ator, compositor, cantor, diretor de cinema e tradutor

19h30

Apresentação da Orquestra Sinfônica da Aeronáutica

21h

Coquetel de Congraçamento 

 

2º dia – de novembro (quarta-feira) - Auditório Nereu Ramos

9h às 11h30

Mesa 1 – O Movimento Constitucional em Portugal e no Brasil 

 

Rafael Nogueira – Jornalista, autor de diversos livros de divulgação sobre temas históricos e presidente da Fundação Catarinense de Cultura (FCC)

Jorge Caldeira - Historiador, editor, autor de livros de grande sucesso sobre a História do Brasil

Rui de Figueiredo Marcos – Professor da Universidade de Coimbra

José Theodoro Mascarenhas Menck – Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados

Presidência da mesa: Dep. Lafayette de Andrada 

12h às 14h

ALMOÇO 

14h às 16h30

Mesa 2 – Os desafios da Assembleia Constituinte de 1823

 

Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves – Professora universitária e historiadora brasileira

Alexandre Mansur Barata Professor titular do Departamento de História da Universidade Federal de Juiz de Fora e colaborador do Programa de Pós-Graduação em História

Cecília de Salles Oliveira - Pesquisadora e historiadora do Departamento de História da Universidade de São Paulo

José Oliveira Anunciação - Taquígrafo, supervisor de pronunciamentos aposentado da Câmara dos Deputados e ex-Diretor do Departamento de Taquigrafia, Revisão e Redação de 2001 a 2011.

Presidência da mesaDep. Patrus Ananias 

16h30 às 17h

INTERVALO PARA CAFÉ 

17h às 19

Mesa 3 – O legado da Constituinte de 1823

 

Fábio Siebeneichler de Andrade – Professor do programa de pós-graduação da PUC/RS.

Marcelo Casseb Continentino – Professor Adjunto da Faculdade de Direito da Universidade de Pernambuco (FCAP-UPE). Professor do Programa de Pós-Graduação em Direito (Mestrado), da Universidade Federal Rural do Semiárido UFERSA

Pablo Antônio Iglesias Magalhães - Professor associado à Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). 

Presidente da mesa: Dep. Soraya Santos 

 

3º dia  9 de novembro (quinta-feira) - Auditório Nereu Ramos

9h às 11h30

Mesa 4 –O ideário Jurídico da Constituinte de 1823

 

Joaquim Levi – Procurador da Fazenda 

José Bonifácio de Andrada – Subprocurador-Geral do Ministério Público Federal (MPF) e Vice-Presidente do Conselho do MPF. 

Paulo Roberto de Almeida – Diplomata e escritor

Gilmar Mendes – Ministro do Supremo Tribunal Federal 

Presidente da mesa: Dep. Arlindo Chinaglia

12h às 14h

ALMOÇO

14h às 16h30

Mesa 5 – Os atores e os personagens da Assembleia Constituinte de 1823

 

Cecília Cordeiro – Possui Bacharelado e Licenciatura em História pela Universidade de Brasília, Mestrado e Doutorado em História

André Heráclio do Rêgo – Diplomata e historiador, autor de livros sobre família e coronelismo, representEntãoação dos sertões e sobre o historiador Manuel de Oliveira Lima. 

Miriam Dolnikoff - professora de história da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora do Cebrap. Especialista no período imperial brasileiro.

Bernardo Felipe Estellita Lins Consultor legislativo da Câmara dos Deputados.

Presidente da mesa: Dep. Luiz Philippe de Orleans e Bragança

16h30 às 17h

INTERVALO PARA CAFÉ 

17h às 18h30

Mesa 6 -  A Dissolução da Constituinte 

 

Júlio Cezar Vellozo – Historiador do Direito, mestre e doutor pela USP. Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e dos cursos de graduação e pós-graduação da FADISP

Christian Lynch – bacharel em direito pela UNIRIO, mestre em direito pela PUC-RJ e doutor em ciência política pelo IESP-UERJ.

João Paulo Pimenta – Professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo desde 2004. 

Antônio José Barbosa - Consultor Legislativo aposentado do Senado Federal e professor do Departamento de História da Universidade de Brasília desde 1987

Presidente da mesaDep. Orlando Silva 

19h 

ENCERRAMENTO

 

 

 

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Pedro e Bonifácio, às vésperas dos 200 anos - Luiz Henrique de F. Carneiro (Diário do Poder)

Pedro e Bonifácio, às vésperas dos 200 anos

Luiz Henrique de F. Carneiro

Diário do Poder, 15/02/2022 23:09

 

Numa noite dessas, José Bonifácio desceu de seu pedestal de estátua, no Largo de São Francisco de Paula, e foi visitar o imperial e real Pedro I, na Praça Tiradentes.  Este desceu do cavalo, olhou ao redor com muita saudade, e foi logo perguntando ao seu antigo ministro notícias sobre as festas que tanto admiravam. 

– Qual o que, Majestade! Nem o Barão do Rio Branco, o Juca, consegue!  Atualmente só temos notícias da tal pandemia e da confusão instalada no país e tem mais, coisa alguma encontro em que se fale de nós, da Independência ou do Projeto de Nação. 

Pedro I retrucou: 

– Bonifácio, este país nasceu envolto em complicações diplomáticas. A esta nossa terra privilegiada da natureza pode ser aplicado o conto onde a despeito de não haver sido convidada para o batizado de uma criança, uma Fada raivosa propõe-se frustar todos os mimos que lhe fizeram as boas fadas. Terás grandeza, formosura opulência, glória mesmo –  exclamaria ela – mas não terás descanso, porque serás alvo de constantes ambições territoriais e o pasto de contínuos conflitos militares, roubos, fraudes, maracutaias e gigantescas trapalhadas políticas. 

A esta altura, Bonifácio interrompeu Pedro I e falou: 

– Majestade, peço perdão, olha quem vem por ali na Rua 7 de setembro.  É o Lima Barreto e o Machado, vou chamá-los. 

– E aí Lima, quais são as novidades? E você Machado, qual a pressa?, perguntou Pedro I. 

– Pedrinho, o Maneco perdeu o vapor Hermes para Campos e vai nos encontrar para um papo com paraty na Ouvidor, vamos?, falou Lima. 

– Qual o quê Lima, Sua Majestade Imperial e o Ministro Bonifácio têm mais o que fazer! De mais, vou contar a aventura para chegar aqui vindo do Cosme Velho,  poderou Machado. 

– O progresso, Majestade, o progresso, a tecnologia! 

Bem, subi no bonde puxado por dois burros, um à esquerda e outro à direita do condutor.  Notei que os burros conversavam, mas ora o da direita ora o da esquerda levantava o tom de voz.   E eu ali, sentado, cabreiro, aborrecido, mas prestando muita atenção e tentando a todo custo entender o que os burros falavam.  Sim, a primeira coisa foi identificar que a língua comum era o Houyhnhnm. 

Bem, os assuntos eram burrices o tempo todo e nada fazia sentido.  Já na altura da Lapa, consegui me libertar deste suplício burrificante e, ao olhar para a frente, vi um bonde, já bem distante, com tração elétrica, mas este já ia bem mais  acelerado e o perdi de vista.   O condutor do bonde, falando uma língua que nem eu nem os burros entendíamos, balbuciou algo, mas como já estava na Carioca, nem perdi meu tempo e saltei do bonde. 

A esta altura e já faminto, Lima exclamou: 

– Pedrinho e Zé Bonifácio, me deêm licença porque uma bela mesa e prosa nos aguardam; vamos Machado que o Maneco, o Oliveira Lima, a Júlia Lopes e a Maria Laura nos esperam. Até outro dia, Pedrinho e Zé! 

– Feliz o Lima com sua leveza e coitado do Machado que perde tempo e o bonde da história, do progresso, da tecnologia e da mais importante reforma que é a abertura econômica enquanto tem que aturar burros da esquerda e da direita falando a mesma língua Houyhanhnm e um condutor do bonde ininteligível. Bonifácio, sabe de uma coisa?  Não faço mais “independências”, fui! 

E José Bonifácio e D. Pedro I, às vésperas do aniversário de 200 anos da Independência do Brasil, voltaram para suas estátuas no Largo de São Francisco de Paula e na Praça Tiradentes. 


(Texto ficcional adaptado de obras dos geniais Lima Barreto, Machado de Assis e Manoel de Oliveira Lima)

Luiz Henrique de F. Carneiro, empresário e economista, é formado na FEA/UFRJ,  PUC/RJ e Universidade de Chicago. Seu e-mail:  luiz.henrique@lvcinvestimentos.com

 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Pasteur. La foi dans la science - Revue L'Histoire (janvier 2022)

A França vai comemorar os 200 anos do nascimento de Pasteur reafirmando sua fé na ciência.

No Brasil, não vamos "comemorar" os 200 anos da nossa Independência porque o desgoverno do Bozo é tudo o que não gostaríamos nesse ano símbolo, a destruição das instituições, o desmantelamento da governança, o estupro orçamentário e, sobretudo, a ANTICIÊNCIA, o desprezo pelas mais rudimentares normas sanitárias, cuidados profiláticos e investimentos em vacinas, o que levou o Brasil a ter, proporcionalmente, uma das maiores taxas de mortalidade por Covid do mundo, senão a maior.

E o capitão continua negacionista e sabotando vacinas para crianças, e os necessários cuidados em relação à Ômicron. O Brasil se desfez sob o Bozo, um psicopata incurável.

Paulo Roberto de Almeida



Pasteur. La foi dans la science 

La pandémie de Covid-19 a rebattu les cartes : alors qu’on croyait possible de les éradiquer, les maladies infectieuses se rappellent à nous. Et avec elles l’importance du vaccin. C’est une des nombreuses raisons de commémorer en 2022 le bicentenaire de la naissance de Louis Pasteur à Dole, dans le Jura.

Celui-ci est devenu, de son vivant déjà, une légende, celui qui a vaincu la mort. Rien, il est vrai, ne manque au portrait du saint laïque, fils du peuple, prêt à tout pour faire triompher la vérité au bénéfice du bien-être de l’humanité.

Les travaux des historiens depuis trente ans ont nuancé ce portrait. Pasteur n’est pas un génie isolé ; il s’est appuyé sur de fidèles collaborateurs et sur les travaux de ses prédécesseurs. D’autres acteurs essentiels ont contribué à la « révolution pasteurienne », en premier lieu son grand rival allemand, Robert Koch. Pasteur fut aussi un entrepreneur avisé et sut faire preuve d’un grand sens de la communication.

Reste une œuvre scientifique immense. Et une conception de la science dont nous sommes les héritiers.

► Découvrir ce numéro

 

sábado, 28 de novembro de 2020

Friedrich Engels, o general e o verdadeiro criador da economia marxista - Ruan de Souza Gabriel (O Globo)

Por que Friedrich Engels, que faria 200 anos neste sábado, não era um mero coadjuvante de Karl Marx

Especialistas lembram como a modéstia do pensador alemão, responsável pela divulgação e formulação da teoria marxista, cristalizou essa impressão e ofuscou um teórico de primeira linha

 Ruan de Souza Gabriel

O Globo, 28/11/2020

https://oglobo.globo.com/cultura/por-que-friedrich-engels-que-faria-200-anos-neste-sabado-nao-era-um-mero-coadjuvante-de-karl-marx-24769966

 

Numa carta a um camarada do Partido Social - Democrata alemão, remetida em 1884, um ano após a morte de Karl Marx, Friedrich Engels comentou sua prolífica colaboração com o autor de "O capital" e referiu a si próprio como "o segundo violino". Em outra carta, escreveu: "Marx era um gênio; nós, no máximo, tínhamos talento".

 

A modéstia de Engels contribuiu para cristalizar sua imagem como a de um mero ajudante que pagava as contas enquanto seu amigo se empanturrava de dialética. Tal imagem, contudo, cai por terra sob uma análise mais robusta. Engels, cujo bicentenário de nascimento é comemorado neste sábado (28) — a data está sendo lembrada com lançamentos de obras importantes dele e sobre ele —, era um revolucionário dedicado e um teórico de primeira linha, que ainda anima estudiosos do marxismo, do feminismo e da ecologia

 

Quando publicou o livro "Engels, o segundo violino", em 1995, o historiador Osvaldo Coggiola, professor da Universidade de São Paulo (USP), quase optou por outro título para afastar a ideia de que ele fosse só um coadjuvante: seria "Engels, o General". O interesse de Engels por estratégia militar lhe rendeu esse apelido na casa de Marx. 

 

Autor de uma elogiada biografia de Engels, publicada em dois tomos (1920 e 1934), e cuja edição condensada a Boitempo lança agora no Brasil, o alemão Gustav Mayer especulou que as metáforas militares às quais Marx recorria em seus textos eram influência do "General". No ano que vem, a editora publica os textos da dupla sobre a Guerra Civil Americana (1861-1865).

 

Segundo Coggiola, Engels "tinha ideias próprias e às vezes se adiantava a Marx". Em 1844, ele já escrevia sobre economia política enquanto o outro ainda fazia a crítica da filosofia .

 

— Engels era um teórico com todas as letras. É errado imaginar Marx e Engels como uma dupla caipira, na qual Marx é o Zezé Di Camargo, com a voz afinada, e Engels é o Luciano tocando a viola, ou melhor, violino — compara Coggiola.

 

Nascido numa família de industriais alemães, Engels frequentou a universidade esporadicamente, mas era um autodidata competente. Trabalhou na fábrica da família em Manchester, na Inglaterra, até amealhar fortuna suficiente para sustentar a si próprio e a Marx e ainda contribuir para as lutas operárias. Conhecia de perto o proletariado e, em 1845, três anos antes do "Manifesto comunista", escreveu "A situação da classe trabalhadora na Inglaterra". 

 

Depois da morte de seu camarada, editou o segundo e o terceiro volumes do "Capital". Em dezembro, a Expressão Popular lança "Cartas sobre 'O capital'", reunião da correspondência dos dois amigos entre si e também com outros revolucionários acerca da obra-prima do materialismo dialético.

 

Segundo Ricardo Musse, do departamento de Sociologia da USP, Engels não apenas contribuiu com a elaboração da teoria marxista (na década de 1840, ele e Marx escreveram textos incontornáveis a quatro mãos), mas também para convertê-la na política adotada pelos partidos operários, que, à época, dividiam-se em seguidores da dupla alemã, dos anarquistas e de outras correntes socialistas.

 

— Engels é um formulador da teoria e da prática marxista — diz Musse. — Além de divulgar o marxismo, escreveu textos importantes, como sua "Introdução" a "As lutas de classe na França de 1848 a 1850", de Marx, que influenciou as principais vertentes políticas marxistas do século XX: a teoria da revolução de Lênin, a teoria da hegemonia de Gramsci e a social-democracia.

 

Feminismo e ecologia

Para a socióloga Maria Lygia Quartim de Moraes, Engels não era nenhum "segundo violino", apenas "modesto". E sempre atual.

 

— Engels foi fundamental para nós, feministas dos anos 70. Em "A origem da família, da propriedade privada e do Estado", de 1884, ele liga a opressão da mulher à propriedade privada — explica Maria Lygia. — No século XIX, a moda era o pensamento abstrato, e os textos dele têm um trato com dados da realidade, que a contemporaneidade aprecia. Ele também trata com lucidez da ecologia.

 

Os estudos de Engels sobre as ciências naturais, realizados entre 1873 e 1886, só foram publicados em 1925, como "Dialética da natureza", recém-lançada pela Boitempo. Segundo a pesquisadora Laura Luedy, da Unicamp, Engels ambicionava organizar as descobertas empíricas numa teoria e desbancar a pretensão de "isenção" da ciência .

 

— Engels apontou as consequências nefastas da dominação da natureza com vistas à acumulação continuada de capital, e defendia que o conhecimento das leis da natureza deveria ser aliado a uma revolução do modo de produção e da ordem social — observa Laura. 

 

— Nos anos 80, a centralidade da ecologia no projeto marxista foi reconhecida, sobretudo, pela escola da ruptura metabólica" e a "ecologia-mundo", que recuperam as teses de Engels sobre dialética e ordem natural.

 

O texto "O papel do trabalho na hominização do macaco", incluído na "Dialética", no qual Engels junta o marxismo e a Teoria da Evolução de Charles Darwin, é um exemplo de que ainda soa bem a música do "segundo violino". "Não fiquemos demasiado lisonjeados com nossas vitórias humanas sobre a natureza", alertava Engels. "Esta se vinga de nós por toda vitória desse tipo".

_______________________________________________

 

Lançamentos:


"Friedrich Engels: uma biografia"

Autor: Gustav Mayer. Tradução: Pedro Davoglio. Editora: Boitempo. Páginas: 336. Preço: R$ 67.


"Dialética da natureza"

Autor: Friedrich Engels. Tradução: Nélio Schneider. Editora: Boitempo. Páginas: 400. Preço: R$ 83.


"Cartas sobre 'O capital'"

Autores: Karl Marx e Friedrich Engels. Tradução: Leila Escorsim. Editora: Expressão Popular. Páginas: 384. Preço: R$ 45.

 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Varnhagen ganha novo tumulo em Sorocaba - Claudio Rostellato


Restos mortais de Varnhagen estão no IHGGS

Por: Claudio Rostellato – crostellato@sorocaba.sp.gov.br 
Agência Sorocabana de Notícias, quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O secretário de Serviços Públicos, Oduvaldo Denadai, acompanhou na manhã desta quarta-feira (20), a solenidade de retirada dos restos mortais de Francisco Adolfo Varnhagem, do monumento onde estava, na Praça Edmundo Valle, na Av. General Osório. A solenidade foi acompanhada, ainda pelo presidente do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba (IHGGS), Adilson Cezar e de Laelso Rodrigues, presidente do Conselho Superior da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA).
O trabalho de abertura do monumento e retirada da caixa com os restos mortais do Visconde de Porto Seguro, foi realizado com ajuda de um caminhão munk e funcionários da Secretaria de Serviços Públicos (Serp). O busto, a caixa contendo os restos mortais do ilustre sorocabano, bem como o monumento completo, foram levados para o IHGGS, onde permanecerão até o dia 17 de fevereiro.
No dia seguinte, todo material será transferido para o Largo de São Bento, em frente à igreja de Sant’Ana, próximo à estátua de Baltazar Fernandes. Conforme destacou o presidente do IHGGS, a mudança é uma reivindicação antiga, não só pelo fato de fazer justiça com um dos mais ilustres sorocabanos da história, mas também por conta do risco que o monumento corria, por situa-se de frente para a Av. Gal Carneiro, com fluxo intenso de veículos que acessam a Av. Senador Vergueiro.
Adilson Cezar explicou que os restos mortais de Varnhagen passarão por análise minuciosa pela arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel. Esse procedimento é para determinar se existe algo de novo, que ainda não foi identificado, um detalhe que ninguém até agora percebeu. A arqueóloga ficou conhecida por ter exumado os restos mortais de Dom Pedro I e de suas duas mulheres, a princesa Leopoldina de Bragança e Bourbon e a princesa Amélia de Leuchtenberg.
O novo monumento onde serão depositados os restos mortais de Varnhagen fica em frente à igreja de Sant´Ana. O ato solene também celebra o bicentenário de nascimento de Varnhagen (17/02/1816). Historiador e ensaísta, nasceu em São João de Ipanema (hoje Iperó). Estudou no Real Colégio da Luz, em Lisboa, foi diplomata, agraciado pelo governo imperial com os títulos de Barão e Visconde de Porto Seguro, em 1874.
É considerado o fundador da História do Brasil e em sua obra, História Geral do Brasil, fez questão de fazer acompanhar seu nome, as credenciais: “Visconde de Porto Seguro e Natural de Sorocaba”. Francisco Adolfo de Varnhagen morreu em Viena (Áustria), em 26 de junho de 1878 e como era casado com a chilena Carmen Ovalle, foi sepultado em Santiago do Chile.
Quando do centenário do falecimento o então prefeito, Theodoro Mendes, conseguiu o traslado dos restos mortais que foram colocados no monumento em homenagem ao ilustre sorocabano, na Av. Gal Osório. O atual presidente do Conselho Superior da FUA, Laelso Rodrigues e o então professor Luiz de Almeida Marins (falecido), foram responsáveis pelo traslado dos restos mortais do Chile para Sorocaba.