O comportamento do presidente Lula (PT) comprometido com ditadores condenados em todo o mundo e até com o terrorismo do Hamas, acionou o alerta para diplomatas que participam da organização do encontro dos países do G-20, previsto para novembro, no Rio de Janeiro. Chefes de Estado e de Governo, que em geral participam dessas reuniões, dão sinais de que podem designar prepostos para que os representem, sejam vice-presidentes, ministros das relações exteriores ou diplomatas.
Fugindo da foto
O temor é que a presença dos dignitários não se confunda com apoio ao discurso inaceitável de Lula, na contramão do mundo democrático.
Passando pano em Putin
Lula tem enfiado o pé na jaca, em suas declarações, começando por ofender os europeus ao relativizar a invasão russa na guerra da Ucrânia.
Passando pano no Hamas
O petista também envergonhou o Brasil deixando de condenar as atrocidades do Hamas em Israel e até recebendo elogios dos terroristas.
Passando ano em ditadores
Lula provocou onda de protestos indignados ao avalizar amigos ditadores como Nicolás Maduro (Venezuela) e Daniel Ortega (Nicarágua).
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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segunda-feira, 11 de março de 2024
Falas disparatadas de Lula ameaçam esvaziar G20 (Diário do Poder)
terça-feira, 15 de fevereiro de 2022
Pedro e Bonifácio, às vésperas dos 200 anos - Luiz Henrique de F. Carneiro (Diário do Poder)
Pedro e Bonifácio, às vésperas dos 200 anos
Luiz Henrique de F. Carneiro
Diário do Poder, 15/02/2022 23:09
Numa noite dessas, José Bonifácio desceu de seu pedestal de estátua, no Largo de São Francisco de Paula, e foi visitar o imperial e real Pedro I, na Praça Tiradentes. Este desceu do cavalo, olhou ao redor com muita saudade, e foi logo perguntando ao seu antigo ministro notícias sobre as festas que tanto admiravam.
– Qual o que, Majestade! Nem o Barão do Rio Branco, o Juca, consegue! Atualmente só temos notícias da tal pandemia e da confusão instalada no país e tem mais, coisa alguma encontro em que se fale de nós, da Independência ou do Projeto de Nação.
Pedro I retrucou:
– Bonifácio, este país nasceu envolto em complicações diplomáticas. A esta nossa terra privilegiada da natureza pode ser aplicado o conto onde a despeito de não haver sido convidada para o batizado de uma criança, uma Fada raivosa propõe-se frustar todos os mimos que lhe fizeram as boas fadas. Terás grandeza, formosura opulência, glória mesmo – exclamaria ela – mas não terás descanso, porque serás alvo de constantes ambições territoriais e o pasto de contínuos conflitos militares, roubos, fraudes, maracutaias e gigantescas trapalhadas políticas.
A esta altura, Bonifácio interrompeu Pedro I e falou:
– Majestade, peço perdão, olha quem vem por ali na Rua 7 de setembro. É o Lima Barreto e o Machado, vou chamá-los.
– E aí Lima, quais são as novidades? E você Machado, qual a pressa?, perguntou Pedro I.
– Pedrinho, o Maneco perdeu o vapor Hermes para Campos e vai nos encontrar para um papo com paraty na Ouvidor, vamos?, falou Lima.
– Qual o quê Lima, Sua Majestade Imperial e o Ministro Bonifácio têm mais o que fazer! De mais, vou contar a aventura para chegar aqui vindo do Cosme Velho, poderou Machado.
– O progresso, Majestade, o progresso, a tecnologia!
Bem, subi no bonde puxado por dois burros, um à esquerda e outro à direita do condutor. Notei que os burros conversavam, mas ora o da direita ora o da esquerda levantava o tom de voz. E eu ali, sentado, cabreiro, aborrecido, mas prestando muita atenção e tentando a todo custo entender o que os burros falavam. Sim, a primeira coisa foi identificar que a língua comum era o Houyhnhnm.
Bem, os assuntos eram burrices o tempo todo e nada fazia sentido. Já na altura da Lapa, consegui me libertar deste suplício burrificante e, ao olhar para a frente, vi um bonde, já bem distante, com tração elétrica, mas este já ia bem mais acelerado e o perdi de vista. O condutor do bonde, falando uma língua que nem eu nem os burros entendíamos, balbuciou algo, mas como já estava na Carioca, nem perdi meu tempo e saltei do bonde.
A esta altura e já faminto, Lima exclamou:
– Pedrinho e Zé Bonifácio, me deêm licença porque uma bela mesa e prosa nos aguardam; vamos Machado que o Maneco, o Oliveira Lima, a Júlia Lopes e a Maria Laura nos esperam. Até outro dia, Pedrinho e Zé!
– Feliz o Lima com sua leveza e coitado do Machado que perde tempo e o bonde da história, do progresso, da tecnologia e da mais importante reforma que é a abertura econômica enquanto tem que aturar burros da esquerda e da direita falando a mesma língua Houyhanhnm e um condutor do bonde ininteligível. Bonifácio, sabe de uma coisa? Não faço mais “independências”, fui!
E José Bonifácio e D. Pedro I, às vésperas do aniversário de 200 anos da Independência do Brasil, voltaram para suas estátuas no Largo de São Francisco de Paula e na Praça Tiradentes.
(Texto ficcional adaptado de obras dos geniais Lima Barreto, Machado de Assis e Manoel de Oliveira Lima)
Luiz Henrique de F. Carneiro, empresário e economista, é formado na FEA/UFRJ, PUC/RJ e Universidade de Chicago. Seu e-mail: luiz.henrique@lvcinvestimentos.com
quinta-feira, 6 de maio de 2021
Itamaraty, em um mês, já mudou - Pedro Luiz Rodrigues (Diário do Poder)
Itamaraty, em um mês, já mudou
Pedro Luiz RodriguesHá pouco mais de um mês na chefia do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Alberto França exorcizou de nossa diplomacia os discursos e as condutas excêntricas que muitos danos vinham causando ao País no cenário internacional.
Nesse curto espaço de tempo, França conseguiu reconduzir nossa política externa ao curso seguro do pragmatismo, do equilíbrio e do bom-senso. É conquista a ser comemorada, em particular por estar tendo lugar num governo ideologizado, propenso a excessos, inclusive verbais, contra países e dirigentes estrangeiros.
É o Brasil que ganha quando o comando do Itamaraty não é entregue a cabos eleitorais de alas ideologizadas dos extremos de nosso espectro político-partidário, cuja conduta não raramente é lesiva ao verdadeiro interesse nacional.
Nos governos do PT, poder desmesurado foi concedido a Marco Aurélio Garcia – para alguns, o chanceler “de fato” no período – que desmantelou relacionamentos tradicionais e estabeleceu alianças capengas com governos ideologicamente afins, em alguma medida às custas do escancaramento dos cofres públicos.
Nos primeiros dois anos e três meses do Governo Bolsonaro, a condução da política externa foi também dividida com o Palácio do Planalto, no caso com Felipe Martins, o especialista internacional do PSL. O chanceler Ernesto Araújo foi um “yes-man”. Adepto fervoroso do olavismo, mais será lembrado pelos discursos obscuros que proferiu do que por seja lá pelo que tenha feito.
Nesta quinta-feira (6) o novo Chanceler fará exposição na Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal. Deverá reforçar as posições de equilíbrio e sensatez que foram as características de sua recente apresentação na Câmara dos Deputados. A conferir.
Pedro Luiz Rodrigues, diplomata e jornalista. Foi porta-voz do Itamaraty e diretor da sucursal de Brasília do jornal O Estado de S. Paulo.
https://diariodopoder.com.br/opiniao/itamaraty-em-um-mes-ja-mudou
domingo, 24 de janeiro de 2021
Mudança no Itamaraty - Pedro Luiz Rodrigues (Diário do Poder)
Mudança no Itamaraty
Pedro Luiz Rodrigues
Diário do Poder, 21/01/2021 às 20:19
https://diariodopoder.com.br/opiniao/mudanca-no-itamaraty-2
Nos últimos dois anos, numa série de artigos no Diário do Poder, venho abordando a ação estabanada e imprudente do governo do Presidente Jair Bolsonaro na esfera da política externa. Primeiro, manifestei estranheza sobre algumas das prioridades estabelecidas para essa área; depois, fui contra o descalabro na condução de nossa diplomacia, com o Presidente, seus filhos e ministros de Estado, que como uma banda enfurecida passaram a disparar mensagens vazadas em termos absolutamente inaceitáveis contra países tradicionais parceiros do Brasil. Finalmente, perguntei-me para onde tinham ido o pragmatismo e a responsabilidade que sempre foram nossa marca registrada na atuação externa.
Políticas externas às quais faltam pé e cabeça e atuação diplomática capenga agridem a memória do País, cuja sociedade, ao longo de quase dois séculos de vida independente, acostumou-se a ter no Itamaraty um farol-guia nos momentos mais conturbados da vida internacional. Em períodos críticos o Itamaraty usou da imprensa para informar e orientar a opinião pública, tendo mesmo o Barão do Rio Branco atuado como comentarista regular.
Atrelamentos incondicionais a qualquer país não fazem parte da sabedoria e dos bons costumes da diplomacia brasileira, pela razão óbvia de que nos diminui a margem de manobra para a defesa de nossos interesses. Por isso, em fevereiro de 2019 alertava para a necessidade de que o ‘relacionamento carnal’ (tomando de empréstimo a expressão argentina) com os Estados Unidos não prejudicasse nossas boas relações com outras partes do mundo.
Disse, então, que não era razoável se pensar que os interesses do Brasil seriam sempre coincidentes com o dos Estados Unidos, uma potência com interesses estratégicos globais, e que deveríamos, portanto, “fazer o que sempre soubemos fazer com muita competência: atuar com serenidade na arena internacional, buscando identificar e defender nossos interesses, sem estardalhaço, sem vínculo a ideologias disparatadas e sem a excessiva falação de nossas autoridades, o que tem mais atrapalhado do que ajudado” .
No ano passado, em maio, quando já a Covid-19 conquistara o mundo, apontei reações no quadro internacional que dificultavam a indispensável colaboração global para o combate da pandemia. Países como o Brasil, escrevi então, deveriam agir com cautela: “Temos interesses concretos em manter um bom relacionamento com a China, não apenas nosso principal parceiro comercial, mas também o parceiro com o qual obtemos um superávit comercial grande o suficiente para cobrir o déficit da conta de serviços em nossa conta corrente da balança de pagamentos”.
Quando a diplomacia de um país busca definir o que seja o interesse nacional, para estabelecer sua agenda externa, atentará em particular aos aspectos de natureza econômica e comercial. Outros vínculos podem e devem ser considerados – estratégicos, de segurança, culturais, históricos, políticos -, mas raramente serão decisivos, em particular para países emergentes como o Brasil.
Para infelicidade nossa, do Brasil, repetiu-se no governo Bolsonaro uma distorção que começou nos governos do Partido dos Trabalhadores. Deixou-se de lado uma avaliação realista de nossos verdadeiros interesses, aceitando-se que as prioridades de política externa fossem ditadas por alguns poucos ideólogos, cuja reflexão esteve contaminada pelos paradigmas dos extremos do espectro político. Os primeiros, excessivamente encantados com Cuba, os últimos, enfeitiçados pelos Estados Unidos.
Foram, portanto, cerca de 15 anos desperdiçados na esfera internacional, por não terem servido aos verdadeiros interesses do País, cuja população de cerca de 210 milhões de habitantes aspira pelo crescimento economia e por melhores oportunidades e condições de vida. Não foi o que se conseguiu com a cartilha ultrapassada de Marco Aurélio Garcia – o chanceler de fato nos governos Lula e Dilma –, nem com as ideias heterodoxas e obscurantistas, já no governo Bolsonaro, da dupla Olavo de Carvalho e Ernesto Araújo. No interregno, governo tampão de Temer, tivemos uma diplomacia em banho-maria.
Diplomatas, e em particular os Ministros de Estado das Relações Exteriores, existem para orientar os Presidentes da República na definição e condução da política externa. Deles, dos Chanceleres, espera-se que tenham bom-senso, equilíbrio, discernimento e, é bom que se ressalve, uma boa dose de altivez. Um Chanceler, como sabem todos os terceiro-secretários (classe inicial da carreira) não pode aceitar ser mera decoração de vitrina, um pau-mandado. Um Ministério como o Itamaraty simplesmente não pode servir de joguete nas mãos de pessoas que não conheçam e respeitem suas tradições, nem partir para aventuras como a que agora se concluiu com a saída de Donald Trump da Presidência nos EUA.
Como intelectual, Olavo de Carvalho, pode pensar e dizer o que bem quiser. Cabe ao funcionário graduado, que exerce a função de mando na Chancelaria, separar o joio do trigo, buscando sempre auscultar a sociedade para o estabelecimento da rota e eventuais correções de curso, sob o risco de se perseguir uma política externa desconjuntada. Foi isso que aconteceu, embarcou Ernesto na canoa de Olavo. E é por isso que surge o clamor pela destituição de Ernesto Araújo.
Não foi por falta de aviso e bom conselho que o Brasil do presidente Bolsonaro chegou, em termos de relações internacionais, à patética situação de isolamento em que hoje se encontra. Com o fim da era Trump – cujas extravagâncias e desatinos desorganizaram o mundo -, perdeu nosso Presidente a muleta única que ainda lhe dava a sensação de alguma relevância no cenário externo.
Ao longo dos últimos dois anos, sem razão que o justificasse, Bolsonaro, seu chanceler e outros de seus próximos, não apenas desprezaram duzentos anos de boa tradição diplomática, mas também os guias mais elementares de boas maneiras. Se ‘tweeteres’ podem produzir efeitos momentâneos na esfera da política interna, seu uso não se coaduna com o decoro e a reflexão exigidas nas relações internacionais.
Não deixa, portanto, de ser irônico que os Estados Unidos – país ao qual o governo Bolsonaro atribuiu quase exclusiva prioridade, e em relação ao qual adotou uma postura de veneração, quase de subserviência – tenha perdido muito de sua importância efetiva para o Brasil, como aconteceu nos últimos dois anos. Ainda que no período os EUA tenham continuado a ser nosso segundo principal parceiro comercial, com só fizemos perder espaço. Os níveis do comércio bilateral têm diminuído acentuadamente e com os Estados Unidos continuamos a ser deficitários balança do comércio e, principalmente, na de serviços.
Sem justificativa, guiados apenas pelos impulsos heterodoxos de Olavo de Carvalho e Ernesto Araújo, o governo e alguns de seus adeptos, descuidaram de tratar com correção parceiros tradicionais do Brasil, que em muitos casos foram esnobados, ignorados ou ofendidos. Não foi, também, ideia razoável a de acompanhar a marcha de Trump na crítica e distanciamento de entidades multilaterais, âmbito no qual os países que não são potência utilizam para defender seus direitos e aspirações.
Pedro Luiz Rodrigues, embaixador aposentado, é jornalista. Foi diretor da Sucursal de Brasília do jornal O Estado de S. Paulo.
sexta-feira, 3 de agosto de 2018
Alberto Dines - José Mário Pereira
Alberto Dines
José Mário Pereira é Editor da Topbooks.
Este texto foi lido no Midrash Centro Cultural em 6 de junho de 2018.
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Corrupcao: aqui um verdadeiro heroi do povo brasileiro
domingo, 5 de outubro de 2014
Em breve: companheiros diplomatas? - Claudio Humberto
Medida cogitada na Casa Civil da Presidência causa grande comoção entre diplomatas: autoriza a nomeação de pessoas de fora da carreira, sem qualificação, para cargos em comissão do Ministério das Relações Exteriores. Argentina e Venezuela fizeram isso, e hoje esses países não têm mais serviço exterior levado a sério mundo afora. O Itamaraty é um dos raros órgãos ainda não inteiramente aparelhados pelo PT.
Provavelmente existe algo no ar, como por exemplo, no caso das diversas tentativas de colocar "adidos" de vários tipos -- agrícolas, tecnológicos, educacionais, etc. -- nas embaixadas; cabe, portanto, aguardar novos desenvolvimentos nessa área.
Paulo Roberto de Almeida
domingo, 11 de maio de 2014
Heranca maldita da era Lula: os refugiados haitianos - Claudio Humberto (Diario do Poder)
- Claudio Humberto
- Diário do Poder, 11 DE MAIO DE 2014
É SÓ GRITAR ‘REFÚGIO!’, E HAITIANOS ENTRAM NO BRASIL
A Polícia Federal está proibida de conter a entrada dos haitianos no Brasil, como tem acontecido, sem qualquer controle, nem documentos. Entre os mais de 4 mil que chegaram este ano, pode haver criminosos comuns, fugitivos da Justiça, terroristas procurados etc, mas instruídos pelos “coiotes”, pagos para trazê-los do Haiti, apenas precisam gritar “refúgio!”, e os agentes são obrigados a permitir o ingresso no Brasil.
- CASA DE MÃE JOANA
Já no Brasil, os haitianos recebem “visto humanitário” de permanência, além de carteiras de trabalho com a identidade que declaram.
- IRRESPONSABILIDADE
O Brasil, irresponsável, nem sequer faz gestões junto aos governos da Bolívia e do Peru, por onde chegam os haitianos, para exigir vistos.
- PF MARGINALIZADA
O Ministério Público Federal e o governo paulista criaram comissão para examinar o problema dos haitianos. E excluíram a Polícia Federal.
- É SÓ O COMEÇO
Com estímulo inconsequente do governo, o problema deve se agravar: estudo recente mostra que 91% dos haitianos querem viver no Brasil