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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

200 Anos da primeira Assembleia Constituinte - seminário na CD, 7-9 novembro 2023

 

 

 

 

 

Seminário comemorativo dos 200 anos da Assembleia Constituinte de 1823


Antecedentes e Consequências 


Câmara dos Deputados e Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro 

Brasília, 7 a 9 de novembro de 2023

 

 

MINUTA DA PROGRAMAÇÃO

1º dia – de novembro (terça-feira)

11

Sessão Solene – Plenário Ulysses Guimarães

• Obliteração do selo comemorativo
• Lançamento da medalha
• Lançamento dos livros 

Abertura e visita à exposição no Corredor Tereza de Benguela  

18h30

Palestra de abertura do seminário – Salão Negro

• Arno Wehling – Professor, acadêmico, advogado e historiador brasileiro
• Malcom Forest  Músico, ator, compositor, cantor, diretor de cinema e tradutor

19h30

Apresentação da Orquestra Sinfônica da Aeronáutica

21h

Coquetel de Congraçamento 

 

2º dia – de novembro (quarta-feira) - Auditório Nereu Ramos

9h às 11h30

Mesa 1 – O Movimento Constitucional em Portugal e no Brasil 

 

Rafael Nogueira – Jornalista, autor de diversos livros de divulgação sobre temas históricos e presidente da Fundação Catarinense de Cultura (FCC)

Jorge Caldeira - Historiador, editor, autor de livros de grande sucesso sobre a História do Brasil

Rui de Figueiredo Marcos – Professor da Universidade de Coimbra

José Theodoro Mascarenhas Menck – Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados

Presidência da mesa: Dep. Lafayette de Andrada 

12h às 14h

ALMOÇO 

14h às 16h30

Mesa 2 – Os desafios da Assembleia Constituinte de 1823

 

Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves – Professora universitária e historiadora brasileira

Alexandre Mansur Barata Professor titular do Departamento de História da Universidade Federal de Juiz de Fora e colaborador do Programa de Pós-Graduação em História

Cecília de Salles Oliveira - Pesquisadora e historiadora do Departamento de História da Universidade de São Paulo

José Oliveira Anunciação - Taquígrafo, supervisor de pronunciamentos aposentado da Câmara dos Deputados e ex-Diretor do Departamento de Taquigrafia, Revisão e Redação de 2001 a 2011.

Presidência da mesaDep. Patrus Ananias 

16h30 às 17h

INTERVALO PARA CAFÉ 

17h às 19

Mesa 3 – O legado da Constituinte de 1823

 

Fábio Siebeneichler de Andrade – Professor do programa de pós-graduação da PUC/RS.

Marcelo Casseb Continentino – Professor Adjunto da Faculdade de Direito da Universidade de Pernambuco (FCAP-UPE). Professor do Programa de Pós-Graduação em Direito (Mestrado), da Universidade Federal Rural do Semiárido UFERSA

Pablo Antônio Iglesias Magalhães - Professor associado à Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). 

Presidente da mesa: Dep. Soraya Santos 

 

3º dia  9 de novembro (quinta-feira) - Auditório Nereu Ramos

9h às 11h30

Mesa 4 –O ideário Jurídico da Constituinte de 1823

 

Joaquim Levi – Procurador da Fazenda 

José Bonifácio de Andrada – Subprocurador-Geral do Ministério Público Federal (MPF) e Vice-Presidente do Conselho do MPF. 

Paulo Roberto de Almeida – Diplomata e escritor

Gilmar Mendes – Ministro do Supremo Tribunal Federal 

Presidente da mesa: Dep. Arlindo Chinaglia

12h às 14h

ALMOÇO

14h às 16h30

Mesa 5 – Os atores e os personagens da Assembleia Constituinte de 1823

 

Cecília Cordeiro – Possui Bacharelado e Licenciatura em História pela Universidade de Brasília, Mestrado e Doutorado em História

André Heráclio do Rêgo – Diplomata e historiador, autor de livros sobre família e coronelismo, representEntãoação dos sertões e sobre o historiador Manuel de Oliveira Lima. 

Miriam Dolnikoff - professora de história da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora do Cebrap. Especialista no período imperial brasileiro.

Bernardo Felipe Estellita Lins Consultor legislativo da Câmara dos Deputados.

Presidente da mesa: Dep. Luiz Philippe de Orleans e Bragança

16h30 às 17h

INTERVALO PARA CAFÉ 

17h às 18h30

Mesa 6 -  A Dissolução da Constituinte 

 

Júlio Cezar Vellozo – Historiador do Direito, mestre e doutor pela USP. Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e dos cursos de graduação e pós-graduação da FADISP

Christian Lynch – bacharel em direito pela UNIRIO, mestre em direito pela PUC-RJ e doutor em ciência política pelo IESP-UERJ.

João Paulo Pimenta – Professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo desde 2004. 

Antônio José Barbosa - Consultor Legislativo aposentado do Senado Federal e professor do Departamento de História da Universidade de Brasília desde 1987

Presidente da mesaDep. Orlando Silva 

19h 

ENCERRAMENTO

 

 

 

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

200 anos do Parlamento será tema de evento na FAAP - Ponto de Vista, Câmara dos Deputados

 Paerticipei desse programa, especificamente sobre a Constituinte de 1823.


200 anos do Parlamento será tema de evento na FAAP

O programa “Ponto de Vista”, da TV Câmara dá a oportunidade para que o público conheça o que foi proposto e discutido àquela época


A FAAP vai apresentar os melhores momentos do programa “Ponto de Vista”, da TV Câmara, em comemoração a Assembleia Constituinte de 1823 e aos 200 anos do Parlamento. O evento acontece dia 31 de agosto, às 9h30, no B-Hub.

Com a participação de Fábio Portela, do jornalista William França da TV Câmara, do professor do curso de Direito e assessor de gabinete do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, Luiz Fernando Prudente do Amaral e mediação da coordenadora do curso de Jornalismo, Edilamar Galvão, o evento vai discutir “FAAP E TV Câmara: 200 anos do Parlamento no Brasil”.

Há 200 anos, o Brasil vivia sua primeira experiência parlamentar. No dia 3 de maio de 1823 foi instalada a Assembleia Geral, Constituinte e Legislativa do Império do Brasil, no Rio de Janeiro. Dando origem ao Dia do Parlamento.

Embora dissolvida seis meses depois, aquela Constituinte é reconhecida por historiadores como o início do Poder Legislativo no País, pois reuniu deputados, eleitos, para elaborá-la e dar ao Brasil, recém independente de Portugal, um novo ordenamento jurídico.

Ao longo de quatro episódios, o “Ponto de Vista”, convidou oito especialistas que trouxeram diferentes visões daquele período, dando a oportunidade para que o público possa conhecer melhor o que foi proposto e discutido àquela época.

Alguns documentos inéditos e históricos, apresentados no programa, revelam que muitos dos temas sociais, econômicos, políticos e do ordenamento jurídico do Brasil, discutidos em 1823, ainda estão presentes na nossa sociedade.

O acervo destes documentos recebeu o registro “Memória do Mundo”, conferido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), pelo seu valor como patrimônio documental da humanidade. Pela primeira vez na história, esses registros deixaram o cofre-forte do Arquivo de Obras Raras do Centro de Documentação e Informação da Câmara, para serem apresentados ao público pela série documental.

O primeiro episódio fala sobre “O Cenário político e a Constituinte de 1823”, e conta com depoimentos de Isabel Lustosa, historiadora, ensaísta e escritora, e Márcio Nuno Rabat, cientista político e consultor legislativo da Câmara dos Deputados.

Para falar sobre os “Avanços sociais e a questão da escravidão”, no segundo episódio foram ouvidos Ana Flávia Magalhães Pinto, historiadora, jornalista, professora e diretora-geral do Arquivo Nacional e Cristiano Paixão, professor de Direito Constitucional, historiógrafo e subprocurador-geral do Trabalho.

O episódio 3 aborda a “Liberdade de imprensa e participação popular”, com Fábio Portela, jornalista e consultor de Comunicação e Paulo Roberto de Almeida, diplomata, escritor e professor.

“A influência da Constituinte de 1823 nas demais Cartas Magnas” é o tema do episódio 4 que ouviu o poeta, escritor, tradutor, historiador e membro da Academia Brasileira de Letras Marco Lucchesi, e o professor, articulista, pesquisador e cientista político, Christian Lynch.

EVENTO FAAP E TV CÂMARA: 200 ANOS DO PARLAMENTO NO BRASIL

Data: 31/08

Horário: 9h30

Local: B-Hub FAAP

Endereço: R. Alagoas, 903, Higienópolis – São Paulo

https://www.abcdoabc.com.br/abc/noticia/200-anos-parlamento-sera-tema-evento-faap-209887 




quinta-feira, 7 de julho de 2022

Hipolito da Costa: o primeiro estadista do Brasil: participação de Paulo Roberto de Almeida no seminário da CD


Uma das minhas mais recentes participações em seminários: 

1460. “Hipólito da Costa, o primeiro estadista do Brasil”, Brasília, 30/06/2022; participação no Seminário “O Movimento da Independência: Ontem e Hoje/ 200 anos de independência do Brasil”, promovido pela Câmara dos Deputados, painel sobre Hipólito da Costa, sob a presidência do Deputado Gustavo Fruet, com a participação da historiadora Isabel Lustosa e do jornalista e músico Malcom Forest, às 14:30hs, via online (link da emissão: https://www.youtube.com/watch?v=tkv3v1HZ7_c). Sem trabalho original.  


Não preparei senão algumas notas para essa exposição, muito breve, mas já como falei sobre Hipólito da Costa como primeiro estadista do Brasil, gostaria de remeter a este outro trabalho meu no qual tratei justamente dessa condição do grande jornalista expatriado, que praticamente formou boa parte da mentalidade dos intelectuais de sua época e posteriormente, as mentes mais esclarecidas que guiaram o Brasil na construção do Estado e na formação da Nação: 

3317. “Hipólito da Costa: o primeiro estadista do Brasil”, Brasília, 8 agosto 2018, 25 p. Artigo sobre o primeiro jornalista independente do Brasil como homem de Estado, para a revista 200, do projeto Bicentenário. Divulgado no blog Diplomatizzando (3/10/2018; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/10/hipolito-jose-da-costa-o-primeiro.html), em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/s/23837e7fa3/hipolito-da-costa-o-primeiro-estadista-do-brasil-2018). Publicado em versão abreviada na revista 200 (Brasília: MRE, ano I, n. 1, outubro-dezembro de 2018, ISSN: 2596-2280; pp. 186-211). Revista completa divulgada na plataforma Academia.edu (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/08/revista-200-n-1-2018-unico-numero-gt-do.html). Relação de Publicados n. 1298. 




segunda-feira, 20 de junho de 2022

Seminário "200 anos de independência do Brasil" - Câmara dos Deputados, 28-30/06/2022

200 anos de independência do Brasil  

No ano de comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil, a Câmara dos Deputados convida você para o Seminário "O Movimento da Independência: Ontem e Hoje". O evento vai promover o debate e a reflexão sobre desafios e perspectivas para os próximos anos. Não perca!

 

28 de junho: Salão Negro

29 e 30 de junho: Auditório Nereu Ramos

 

Faça a sua inscrição e confira a programação aqui.

 

Quer acompanhar tudo a distância? Acesse [cd.leg.br/youtube]cd.leg.br/youtube.

 

Câmara dos Deputados



Programação
28/06/2022 17:30 às 21:00 - Auditório Nereu Ramos. Seminário "O Movimento da Independência"
18:00 - Mesa Solene de Abertura
19:00 - Recital do pianista Álvaro Siviero
29/06/2022 08:30 às 19:00 - Auditório Nereu Ramos. Seminário "O Movimento da Independência"
09:30 - Mesa 01 - D. João VI e a Unidade Nacional
Palestrantes:
Eduardo Bueno (Jornalista, autor de diversos livros de divulgação sobre temas históricos)
Jurandir Malerba (Professor universitário, acadêmico, autor de estudos sobre a vinda da Corte para o Brasil e sobre o processo de independência)
Arno Wehling (Professor, acadêmico, advogado e historiador brasileiro)
Mediação da mesa: Deputado Enrico Misasi (Presidente da Comissão Especial Curadora das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil).
11:00 - Debate com o público presente
11:30 - Contribuição da Sociedade Civil
Reflexões sobre o Bicentenário e a visão de futuro para o país.
12:00 - Intervalo para almoço
14:30 - Mesa 02 - D. Pedro I e as perspectivas do país
Palestrantes:
Luiz Carlos Villalta (Professor universitário, acadêmico, autor de livros e organizador de coletâneas sobre temas históricos)
Ives Gandra Martins (Jurista, advogado, professor e escritor brasileiro, professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie e membro da Academia Brasileira de Filosofia)
José Sarney (Ex-presidente do Brasil, ex-presidente do Senado Federal, ex-governador do estado do Maranhão)
José Theodoro Menck (Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados)
Mediação da mesa: Deputado Luiz Philippe (membro da Comissão Especial Curadora)
16:00 - Debate com o público presente
16:30 - Intervalo
17:00 - Mesa 03 - José Bonifácio e projetos para o Brasil
Palestrantes:
Jorge Caldeira (Historiador, editor, autor de livros de grande sucesso sobre a História do Brasil)
André Heráclio do Rêgo (Diplomata e historiador, autor de livros sobre família e coronelismo, representação dos sertões, sobre o historiador Manuel de Oliveira Lima)
Rafael Nogueira (Ex-presidente da Biblioteca Nacional)
Mediação da mesa: Deputado Lafayette Andrada (membro da Comissão Especial Curadora)
18:30 - Debate com o público presente
19:00 - Fim da programação do primeiro dia
30/06/2022 08:30 às 19:00 - Auditório Nereu Ramos. Seminário "O Movimento da Independência"
09:30 - Mesa 04 - D. Leopoldina e as mulheres no processo de Independência do Brasil
Palestrantes:
Maria Celi Chaves Vasconcelos (Professora universitária, autora de estudos sobre Dona Leopoldina)
Paulo de Assunção (Doutor em História Ibérica (École des Hautes Etudes en Sciences Sociales - EHESS-Paris); é pós-doutor em Ciência da Religião (Universidade Mackenzie) e História da Educação (Universidade Estadual de Maringá)
Denise G. Porto (Historiadora, acadêmica, autora de estudos e publicações sobre a representação da viajante inglesa Maria Graham na Corte de D. Pedro I e de sua atuação no processo de Independência do Brasil)
Mediação da mesa: Deputada Caroline de Toni (deputada convidada pela Comissão Especial Curadora)
11:00 - Debate com o público presente
11:30 - Contribuição da Sociedade Civil
Reflexões sobre o Bicentenário.
12:00 - Intervalo para almoço
14:30 - Mesa 05 - Hipólito José da Costa e as perspectivas da Imprensa
Palestrantes:
Paulo Roberto de Almeida (Diplomata, professor universitário, autor de diversos estudos sobre História do Brasil)
Isabel Lustosa (Professora universitária, acadêmica, sócia do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro)
Malcolm Forest (Músico, ator, compositor, cantor, diretor de cinema, tradutor, escritor e idealizador do projeto “A Jornada dos Príncipes” com assessoria ao Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Braganca da Casa Imperial do Brasil)
Mediação da mesa: Deputado Gustavo Fruet (membro da Comissão Especial Curadora).
16:00 - Debate com o público presente
16:30 - Intervalo
17:00 - Mesa 06 - Soror Joana Angélica e a participação popular no movimento de Independência
Palestrantes:
Maurício Melo Júnior (Jornalista, escritor, apresentador da TV Senado)
Bruno Antunes de Cerqueira (Historiador, especializado na monarquia brasileira)
Aldo Rebelo (Político brasileiro, 5 vezes deputado federal pelo estado de São Paulo e ex-presidente da Câmara dos Deputados)
Mediação da mesa: Deputada Soraya Santos (membro da Comissão Especial Curadora)
18:30 - Debate com o público presente
19:00 - Fim da programação do seminário



quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

A imprensa no processo de Independência do Brasil: Hipólito da Costa, o Correio Braziliense e as Cortes de Lisboa de 1821 - Livro



José Theodoro Mascarenhas Menck: 

A imprensa no processo de Independência do Brasil: Hipólito da Costa, o Correio Braziliense e as Cortes de Lisboa de 1821 

(Brasília: Câmara dos Deputados, 2022, 228 p.; p. 19-41; ISBNs: Papel: 978-65-87317-75-5; E-book: 978-65-87317-76-2; Prefácio: Helena Chagas; Posfácio: Enrico Misasi).

Lançamento hoje, 16hs. Pode ser acessado digitalmente, livro e lançamento. 

Fiz a Introdução: 

“Hipólito da Costa, a censura e a independência do Brasil”

já disponível no seguinte link: https://www.academia.edu/70952484/Hipólito_da_Costa_a_censura_e_a_independência_do_Brasil_2022_

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Um candidato INACEITÁVEL para a CD, sob todos os pontos de vista - Editorial do Estadão

 O candidato do governo, ou melhor, do presidente JB (pois governo não existe) tem sérios problemas com a Justiça. Parece incrível que, mesmo assim, dirigentes e parlamentares façam de conta de que se trate de um candidato aceitável...

Uma candidatura constrangedora
Editorial de O Estado de S. Paulo (6/1/2021)

É um acinte que a Câmara, cuja atual legislatura foi eleita sob o anseio de novo patamar de moralidade na vida pública, tenha sua presidência disputada pelo deputado Arthur Lira
É embaraçosa a normalidade com que tem sido aceita a candidatura do deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) para a presidência da Câmara. Com o histórico do parlamentar, já é um tanto estranho que ele continue sendo líder do partido na Câmara. No entanto, nesses estranhos tempos, nada parece ser capaz de ruborizar seus apoiadores. Como se sabe, o seu mais ilustre apoiador é o presidente Jair Bolsonaro.
A proximidade do deputado Arthur Lira com questões penais vem de longa data. Em 2012, seu assessor parlamentar Jaymerson José Gomes foi detido pela Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas, depois de passar pelo aparelho de raio X, com dinheiro escondido embaixo da roupa. Em relação a tais fatos, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o deputado em 2018 por lavagem de dinheiro e corrupção.
Noutro caso, Arthur Lira foi acusado pelo Ministério Público Federal de chefiar na Assembleia Legislativa de Alagoas um esquema milionário de “rachadinha”, em que parte do salário dos funcionários do gabinete era destinada ao parlamentar. Segundo revelou o Estado, documentos indicam desvios da ordem de R$ 254 milhões, entre 2001 e 2007.
A Arthur Lira, a “rachadinha” teria gerado um rendimento mensal de R$ 500 mil. Recentemente se revelou que a Receita Federal, já em 2009, havia cobrado R$ 1,9 milhão do deputado relativo a impostos não pagos sobre recursos de origem desconhecida, precisamente no período em que o Ministério Público o acusa de operar o esquema de “rachadinha” em Alagoas.
Arthur Lira recorreu da multa do Fisco ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), mas seu recurso foi negado por unanimidade. Em 2017, o deputado aderiu ao Programa Especial de Regularização Tributária (Pert), reconhecendo o imposto cobrado. Atualmente, faz o pagamento parcelado.
A denúncia do Ministério Público Federal também relata a utilização de empresas para simular negócios com a Assembleia Legislativa de Alagoas. Segundo os procuradores, trata-se de manobra para “lavar” dinheiro desviado.
Além disso, Arthur Lira foi condenado em segunda instância na esfera cível por improbidade administrativa. Apesar da Lei da Ficha Limpa, conseguiu tomar posse em 2018 como deputado federal graças a uma liminar do Tribunal de Justiça de Alagoas.
Diante desse histórico, não cabe ao Palácio do Planalto dizer que apoia a candidatura de Arthur Lira para que as reformas sejam aprovadas ou para que sejam ampliados os excludentes de ilicitude para condutas ilegais de policiais. Seja qual for a agenda legislativa que o presidente da República queira promover nos próximos dois anos, é impossível que não haja, entre as mais de cinco centenas de deputados federais, outro parlamentar com uma ficha menos complicada do que a de Arthur Lira.
Mais do que favorecer determinada pauta no Legislativo, o presidente Jair Bolsonaro parece pretender, com o apoio à candidatura do líder do Progressistas, diminuir deliberadamente o patamar moral do Congresso. Caso consiga colocar na presidência da Casa um deputado que sabidamente praticou a “rachadinha” – Arthur Lira pagou até imposto em virtude dos valores recebidos por meio da prática ilegal –, talvez Jair Bolsonaro consiga que haja menos escândalo em torno das acusações contra seu primogênito, Flávio.
Mesmo com todas suas limitações e eventuais erros, a Operação Lava Jato teve um mérito inegável, reconhecido até por seus mais ferozes críticos. Ela instaurou uma nova sensibilidade em relação ao cumprimento da lei. O que antes era aceitável deixou de sê-lo. De alguma forma, com essa candidatura à presidência da Câmara, Arthur Lira e Jair Bolsonaro fazem movimento oposto ao da Lava Jato, transmitindo a mensagem de que, na política, tudo deveria ser tolerado, não importando a lei ou a decência.
É um acinte que a Câmara, cuja atual legislatura foi eleita com recorde histórico de renovação e sob o anseio de um novo e mais alto patamar de moralidade na vida pública, tenha sua presidência disputada pelo deputado Arthur Lira. O eleitor merece um mínimo de respeito.

domingo, 20 de dezembro de 2020

Pela primeira vez na vida, estou apoiando um deputado do PCdoB: Orlando Silva - Paulo Roberto de Almeida

 Não, eu não mudei nada. Continuo achando o PCdoB uma excrescência. Mas são eles que mudaram: deixaram de ser sectários. Estão finalmente se aliando ao centro, aos liberais, até à direita não bolsonarista, aos odiados tucanos, para fazer aquilo que é simplesmente racional, necessário, absolutamente indispensável: barrar o caminho da extrema-direita servil, no seu afã de subordinar a Câmara dos Deputados ao presidente autoritário e aloprado.

Não consigo achar nada de estranho no argumento abaixo do deputado Orlando Silva.

Estou até  achando que até o PCdoB ficou melhor do que o PT, que é o mais sectário dentro daquele amálgama que o escroto do presidente chama de "esquerdalha". Melhor ser "esquerdalha" do que apoiar um fascista psicopata.

Paulo Roberto de Almeida 

 

Orlando Silva

@orlandosilva

2:36 PM · Dec 19, 2020·Twitter for Android

 

O que vale mais, a vitória possível ou a derrota certa? Essa é a questão essencial em uma eleição em que não é o voto popular a ser conquistado, mas o voto de parlamentares, com convicções formadas e sujeitos às interferências e conveniências de outros poderes. Segue o fio. 

 

Há quem se recuse a alianças com forças liberais porque acham que macula sua existência pura, tornam-se incoerente com o programa e os princípios que defendem. Nada mais errado politicamente. Por esse raciocínio, não haveria a resistência aliada que venceu o eixo na Guerra. 

 

Mas não só, não haveria avanço nenhum, em tempo algum, em um país que historicamente tem o centro e a centro direita como grandes forças políticas, caso nosso. Marcando posição a cada batalha, não teríamos a Anistia, a derrota da Ditadura e as vitórias do campo progressista. 

 

Há quem diga que Maia apoia as pautas do governo. Será? Por que está o Planalto hipotecando a alma para eleger seu candidato? A pauta de Bolsonaro não é ditada pelas "reformas". A pauta dele é criar condições para uma ditadura. Com a reeleição em 2022, ele sonha fechar o regime.

 

E a Câmara? Ela ditará a pauta, a agenda. Se for anexada ao Planalto, será a que coesiona seu grupo e rende votos a Bolsonaro: restrição de liberdades, armas, morte, negacionismo. Esse ambiente de debate favorece a quem? Obviamente à extrema-direita. 

 

Essa turma se retroalimenta da polarização da sociedade. Não ganham pela afirmação, mas pela negação, pelo terror, pelo ódio. Levar isso para a Mesa da Câmara fará com que os setores mais reacionários vençam - e vençam com força para impor a pauta deletéria que desejam. 

 

Por outro lado, a esquerda unida entorno de uma candidatura que assuma compromissos mínimos, terá melhores condições para os embates e a preparação de 2022. Reduziremos a capacidade de estrago do lado de lá. Não podemos esquecer: antes da eleição, há um país. 

 

São questões fundamentais para nós: a contenção de Bolsonaro nos marcos da democracia; respeito aos espaços proporcionais dos partidos; não supressão de ritos legislativos em pautas não consensuais, (lembremos de Eduardo Cunha), freio à destruição de direitos, entre outras. 

 

Esse tipo de aliança, feita à luz do dia, é da própria essência do parlamento e não significa, de modo algum, submissão às pautas de forças com quem nos aliamos para um objetivo pontual, porém transcendente: derrotar Bolsonaro e defender a democracia. 

 

Fora disso, podemos pegar em lanças, travar o combate que for, na defesa do que nos é caro. É a vitória possível. Pode ser pouco para quem quer jogar para a galera. De fato, não dá muitas curtidas nas redes, mas dá um alento fundamental ao país e ao nosso povo. 

 

A outra opção é a demarcação, para a derrota certa e esperada. Essa dará a vitória a Bolsonaro. Teremos sido aquém do que a História nos pede. Teremos sido "eleitoreiros", enchendo de esperanças vãs os nossos apoiadores, que depois sofrerão, como todos, as consequências. 

 

Opto pelo caminho mais difícil: argumentar, construir e participar de uma união amalgamada pela defesa da democracia. É a frente ampla que pode, efetivamente, derrotar Bolsonaro. Quase toda a esquerda aprendeu com as lições do passado. Ainda tem lugar aqui no trem da História.

Orlando Silva

@orlandosilva