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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 14 de outubro de 2012

Progressos do Apartheid oficial no Brasil: cotas gerais, extensas, permanentes


Folha de S.Paulo, 14/10/2012 - 06h00

Dilma vai criar cota para negro no serviço público

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

O Palácio do Planalto prepara o anúncio para este ano de um amplo pacote de ações afirmativas que inclui a adoção de cotas para negros no funcionalismo federal.
A medida, defendida pessoalmente pela presidente Dilma Rousseff, atingiria tanto os cargos comissionados quanto os concursados.
O percentual será definido após avaliação das áreas jurídica e econômica da Casa Civil, já em andamento.
O plano deve ser anunciado no final de novembro, quando se comemora o Dia da Consciência Negra (dia 20) e estarão resolvidos dois assuntos que dominam o noticiário: as eleições municipais e o julgamento do mensalão.
O delineamento do plano nacional de ações afirmativas ocorre dois meses depois de o governo ter mobilizado sua base no Congresso para aprovar lei que expandiu as cotas em universidades federais.
Folha teve acesso às propostas. Elas foram compiladas pela Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) e estão distribuídas em três grandes eixos: trabalho, educação e cultura-comunicação.
A cota no funcionalismo público federal está no primeiro capítulo: propõe piso de 30% para negros nas vagas criadas a partir da aprovação da legislação. Hoje, o Executivo tem cerca de 574 mil funcionários civis.
No mesmo eixo está a ideia de criar incentivos fiscais para a iniciativa privada fixar metas de preenchimento de vagas de trabalho por negros.
Ou seja, o empresário não ficaria obrigado a contratar ninguém, mas seria financeiramente recompensado se optasse por seguir a política racial do governo federal.
Outra medida prevê punição para as empresas que comprovadamente discriminem pessoas em razão da sua cor de pele. Essas firmas seriam vetadas em licitações.
EDUCAÇÃO E CULTURA
No campo da cultura, há uma decisão de criar incentivos para produtores culturais negros. Na semana passada, a ministra Marta Suplicy (Cultura) já anunciou que serão lançados editais exclusivos para essa parte da população.
No eixo educação, há ao menos três propostas principais: 1) monitorar a situação de negros cotistas depois de formados; 2) oferecer aos cotistas, durante a graduação, auxílio financeiro; 3) reservar a negros parte das bolsas do Ciências sem Fronteira, programa do governo federal que financia estudos no exterior.
A implantação de ações afirmativas é uma exigência do Estatuto da Igualdade Racial, aprovado pelo Congresso em 2010, o último ano do segundo mandato de Lula.
Segundo o estatuto, é negro aquele que se diz preto ou pardo --juntas, essas duas autodefinições compõem mais da metade dos 191 milhões de brasileiros, de acordo com o Censo de 2010.
ESSENCIAL
O plano é tido no governo como essencial para diminuir a desigualdade gerada por diferenças de cor e ampliar a queda na concentração de renda na última década.
Nesse sentido, o plano, ao usar unicamente critérios raciais, seria mais cirúrgico do que o sistema de cotas aprovado pelos congressistas em agosto, que reserva metade das vagas nas federais para alunos egressos de escolas públicas e, apenas nessa fatia, institui a ocupação prioritária por negros e índios.
Politicamente, será um forte aceno da gestão Dilma aos movimentos sociais, com os quais mantém uma relação distante e, em alguns momentos, conflituosa --como durante a onda de greves de servidores neste semestre.
Editoria de Arte/Folhapress

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Agencia Brasil: um orgao parecido com os fascistas de Hitler...

Andei lendo um pouco de história, nos últimos dias, sobretudo um livro que dava destaque a Alfred Rosenberg, o ideólogo do NSAPD, o partido nazista alemão, e que se vangloriava de ter influenciado Hitler na confecção de Mein Kampf.
Curiosamente, encontrei vários pontos em comum com o trabalho que Rosenberg fazia no Volkisher Beobachter, o jornal oficial do movimento nazista, e o trabalho da Agência Brasil, tal como relatado abaixo.
Rosenberg também publicava notícias distorcidas, por vezes as mais ridículas, como a Agência tristemente chamada de Brasil (e que mereceria ser fechada). Em qualquer desgraça que acontecesse em qualquer canto da Alemanha, Rosenberg procurava algum "dedo" judeu, e se não existisse, ele pelo menos sugeria que poderia haver algum escondido em alguma parte. A Agência que não merece o nome tem militantes sectários, não jornalistas, entre seus comensais...
Tudo a ver, de fato...
Paulo Roberto de Almeida 



A fonte oficial
Carlos Brickmann, 23.05.2012

A luta partidária para demonizar os adversários está tão grande que contaminou o noticiário. Uma reportagem da Agência Brasil - que, sendo do Governo, é reproduzida sem maiores cuidados em pequenos jornais, blogs, portais, é lida em emissoras de rádio, é divulgada em tevês locais - publicou informações incorretas a respeito de Policarpo Junior.

O senador Fernando Collor, do PTB de Alagoas, ex-presidente da República, apresentou requerimento solicitando declarações do jornalista à CPI dos Bingos, de 2006. A Agência Brasil publicou a notícia do requerimento transcrevendo-o, sem analisá-la: "O requerimento para resgatar informações prestadas pelo jornalista Policarpo Junior (...) à CPI dos Bingos (...)" Só que Policarpo Junior não prestou depoimento algum à CPI do Fim do Mundo (apelido que foi dado à CPI dos Bingos e que quase se transformou em seu nome oficial).

Diante dos protestos pela evidente falsidade da notícia, a Agência Brasil corrigiu o erro, doze horas depois - cometendo um erro ainda maior: disse que as declarações de Policarpo Junior tinham sido feitas à CPI da Loterj, na Assembléia do Rio, e ao Conselho de Ética da Câmara, e atribuiu as informações à assessoria de Fernando Collor. Um telefonema para o alvo dos ataques? Não, nada disso: bastou uma declaração da assessoria de Fernando Collor. E Fernando Collor, desde o início da atual CPI, deixou claro que seu alvo era Veja.

Talvez ainda esteja irritado com a revista pela entrevista com seu irmão Pedro, que iniciou o processo que culminaria com seu impeachment. A Agência Brasil se comportou como a Velhinha de Taubaté, a imortal criação de Luiz Fernando Veríssimo, a última pessoa do país que acreditava no Governo. Só que, no caso, a Velhinha de Taubaté acreditava em Fernando Collor.

O caso é que Policarpo Junior não esteve na CPI da Loterj nem na Comissão de Ética da Câmara. E, portanto, não falou nada. Dois erros seguidos, iguais, ambos demonizando o adversário do momento. E o consumidor de informação? Ora, quem está preocupado com ele, se o importante é xingar o adversário?

domingo, 11 de março de 2012

Agencia Brasil: suspendida da "suspencao"

Nota a posteriori, em 13/03/2012:

Sob o título totalmente sarcástico de "Agência Brasil tem novo Dissionario da Lingua Brasileira (whatever...)", eu havia postado uma matéria recebida do Google Reader como tendo a dita Agência como origem. Fui leviano, e deveria ter verificado antes a procedência real da matéria, mesmo tendo recebido do Google Reader, que "captura" matérias as mais variadas quase que imediatamente, e eu até diria que praticamente simultaneamente a sua postagem (já aconteceu comigo mesmo, de receber em menos de um minuto matéria que acabava de postar).
Fiz comentários derrisórios e depreciativos, no que toca o Português do jornalista e de seus colegas, o que foi, reconheço, leviano e irresponsável, mas se tratrava, obviamente, de uma brincadeira e de uma gozação.
Eu mesmo sou corrigido continuamente por meus leitores, alguns de boa vontade, pois constatam tratar-se de erro de digitação, ou mesmo de distração, outros de forma muito maldosa, com demonstrações óbvias de desprezo e vigilância militante (por razões claramente políticas, eu até diria fundamentalistas).
Ao me penitenciar pela impropriedade da ação, e ao me desculpar com os atingidos pelo meu gesto leviano, quero, de toda forma, confirmar minha total desconformidade com o "Ministério da Propaganda" e com a "Agência da Verdade" criada por um partido de tendências claramente autoritárias, o que recebe, obviamente meu total repúdio, como leitor de Orwell e defensor da total liberdade em matéria de comunicação, o que exclui radicalmente -- quero frizar radicalmente -- qualquer agência pública de notícias.
Governo tem de governar; quem tem de informar é a imprensa; o governo no máximo fornece os dados para a sociedade, e a imprensa se desejar, e se for do interesse social, publicará.
Todo o resto é conversa para autoritários inconscientes.
Paulo Roberto de Almeida

Eis a notícia com o erro ortográfico cometido por um retransmissor de notícias, que não vem ao caso, agora, denunciar.


AGU avalia suspenção de bloqueio de contas da diplomacia brasileira

Por Gilberto Costa
Brasília - O Ministério das Relações Exteriores e a Advocacia Geral da União (AGU) estão analisando medida judicial contra o bloqueio das contas bancárias usadas pela Embaixada do Brasil e consulados na Itália.

O bloqueio foi pedido por uma firma italiana que elaborou projetos para o trem-bala Rio-São Paulo, mas não recebeu o pagamento devido pela estatal Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, ligada ao Ministério dos Transportes.

A Agência Brasil tentou contato com a Valec, mas não obteve retorno. Segundo o Itamaraty, o caso é apenas ´uma questão jurídica que não afeta a relação Brasil-Itália´. Conforme a decisão de recurso, o governo brasileiro poderá ter que contratar escritório de advocacia italiano para a ação judicial.

Conforme notícia publicada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo, em setembro do ano passado o Tribunal de Arezzo, na Toscana, condenou o Brasil a pagar R$ 36,4 milhões. O país não apresentou recurso à época.
Agência Brasil
Bravo, perfeito, companheiros; vocês provaram que o conteúdo é mais importante que meras notícias.
Paulo Roberto de Almeida