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domingo, 27 de novembro de 2011

Brasil aprende pequenas licoes de imperialismo economico...

Ser imperialista é justamente isso: deter a tecnologia e explorar os outros.
Os chineses já chegaram lá.
Vamos ver quando os brasileiros aprenderão a fazer o mesmo...
Paulo Roberto de Almeida 



China investe somente metade do que diz
Dos projetos do país asiático no Brasil, 25% não saíram do papel e 29% são financiados por grupos de outra nacionalidade
Montadora da JAC Motors na Bahia terá investimento de R$ 900 milhões, 80% bancados pelo sócio brasileiro
PATRÍCIA CAMPOS MELLO
GUSTAVO HENNEMANN
FOLHA DE SÃO PAULO, Domingo, 27 de Novembro de 2011

A China investe no Brasil só metade do que anuncia. Segundo levantamento da Folha, dos principais projetos de investimento chineses no país, anunciados em 2009 e 2010, 25% não saíram do papel e 29% são, na realidade, investimentos brasileiros ou de empresários de outras nacionalidades.
Tal como a taiwanesa Foxconn, que teve investimentos de US$ 12 bilhões anunciados e recentemente indicou que quer contribuir apenas com a tecnologia, muitos projetos tidos como chineses serão financiados por brasileiros.
Um exemplo é a fábrica da montadora chinesa JAC na Bahia. Do investimento anunciado de R$ 900 milhões, 80% virão do sócio local.
A XCMG-Êxito é outro caso: a brasileira Êxito e a chinesa XCMG assinaram acordo de joint venture em 2010 para construir uma fábrica de retroescavadeiras e escavadeiras hidráulicas em Suape (PE). O projeto está no prazo e a produção deve começar no segundo semestre de 2012.
Mas os US$ 25 milhões de investimentos sairão totalmente do bolso dos sócios brasileiros. "Os chineses por enquanto estão apenas repassando tecnologia", diz José Lacy de Freitas, diretor-presidente da Êxito.
"Apesar do grande alarde, o investimento chinês observado no país efetivamente é muito baixo", afirma Luís Afonso Lima, da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização).
"É uma grande promessa que não se concretizou ainda", diz Lima.
Dos investimentos anunciados e mapeados pela Folha, seis não saíram do papel. A East China Mineral Exploration and Development Bureau assinou uma carta de intenções em março de 2010 para comprar a Itaminas Mineração, do empresário Bernardo Paz, por US$ 1,2 bilhão.
Os chineses vieram ao Brasil fazer o processo de checagem, mas depois foram sumindo aos poucos. "O processo chinês de compra é muito moroso, talvez por passar por estatais", diz Sebastião Ricardo Maciel, assessor de comunicação da Itaminas. "Hoje estamos avaliando outras opções de compradores."
No caso da Guangdong Yuandong, a Prefeitura de Santa Maria (RS) diz que a empresa assinou um protocolo de intenções em 2009 para construção de fábrica de equipamentos de envase e embalagens, um investimento de US$ 10 milhões.
BANHO-MARIA
"Nada foi concretizado, está tudo em banho-maria", diz o secretário de Desenvolvimento Econômico de Santa Maria, Cezar Augusto Gehm.
Outro negócio anunciado que não saiu do papel foi a compra da Passagem Mineração pela Wisco, negócio de US$ 5 bilhões anunciado em maio de 2010. Dessa vez, não foram os chineses que deram para trás -a família dona da mineradora não chegou a um acordo sobre a venda.
Segundo Alexandre Comin, diretor do departamento de competitividade industrial do Ministério do Desenvolvimento, os asiáticos têm um ritmo mais lento que os ocidentais, são bem mais cautelosos que investidores americanos e europeus.
"Nós já vimos esse filme antes. Quando os japoneses vieram investir aqui, nos anos 80, eles também começavam se associando a brasileiros e resistiam a investir. Depois ficaram mais confortáveis."
Folha analisou 24 investimentos chineses anunciados e compilados nos levantamentos do Conselho Empresarial Brasil-China, do Ministério do Desenvolvimento, do Banco Bradesco, da Sobeet e da Heritage Foundation para checar os projetos em andamento. Há ainda outros cinco projetos relatados, mas que não foram localizados pela reportagem.
Está numa situação ambígua o investimento estimado em US$ 3,5 bilhões da chinesa Wisco na EBX, para construir uma siderúrgica no porto de Açu. As duas empresas assinaram um acordo em abril de 2010.
De acordo com a EBX, o acordo é para "a realização de estudos de viabilidade". A empresa não confirma o valor de investimento.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Do Brics ao Bics: por um capitalismo menos mafioso...

Quem está dizendo não sou eu, mas um capitalista, que talvez gostaria de fazer negócios sem ter de ficar vendo o que passa por baixo da mesa...
Em todo caso, ele também destaca a nova dependência brasileira, uma sino-dependência.
Seria interessante ver o que teriam a dizer sobre isso os companheiros que tanto lutaram para acabar com a "dependência" brasileira do "imperialismo" americano, que tanto quiseram criar a tal de "nova geografia comercial", que tanto fizeram questão de estabelecer uma "parceria estratégica", o que eles comentariam sobre essa dependência pouco estratégica...
Paulo Roberto de Almeida

Rússia poderia ser retirada dos BRICS, diz executivo de banco
DCI, 28/10/2011

O presidente para Ásia do Morgan Stanley, Stephen Roach, disse ontem que a Rússia não merece ter o mesmo status que o Brasil como um dos BRICS (formado por Brasil, Rússia, Índia e China), durante debate sobre emergentes no fórum Buttonwood Gathering, em Nova York. A África do Sul, que foi adicionada ao grupo pelos países integrantes, não chegou a ser citada como parte dos BRICS. - "Tivemos nos últimos 30 anos 11 grandes crises financeiras, sendo as duas últimas a do subprime e agora a da dívida soberana europeia. E o Brasil tem se saído muito bem nessas duas últimas. O Brasil aprendeu por meio de lições muito dolorosas nos últimos 25 anos e temos que dar muito crédito ao Brasil por isso", avaliou Roach.

"Não dou à Rússia esse mesmo crédito. O país segue muito atrelado ao petróleo e merece notas baixas em termos de transparência e governança", disse.

Por outro lado, Roach também acha que a China se destaca desse grupo e não está na mesma posição que o Brasil. "Não colocaria Brasil na mesma liga que a China. O Brasil depende demais da China."

Questionado sobre que países estariam atualmente em sua bolsa de apostas para investimentos fora dos BRICS, Roach respondeu: "Provavelmente não seria a Grécia", brincou. "Mas há muitas oportunidades no mundo. O Japão vem fazendo um excelente trabalho em se recuperar do desastre (terremoto e tsunami de março deste ano) e em reerguer a economia", disse, citando ainda a Coreia do Sul como um país com muitas oportunidades.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

China: parceiro estrategico?; retaliacao estrategica...


DCI
O toma-lá-dá-cá da China
Da Redação, 19/09/2011

O Brasil deve esperar retaliação da China ante as restrições às importações de carros chineses em breve. Basta ver a desenvoltura com que o premiê chinês, Wen Jiabao, fez exigências diretas na semana passada em troca de nova ajuda a Estados Unidos e União Europeia para superar a crise. Ele quer o fim de restrições a investimentos chineses nos Estados Unidos e o reconhecimento da China como economia de mercado pela União Europeia. São essas as maiores, mas não as únicas, exigências da China para ajudar a "salvar" a Europa e os EUA da crise, que teve seu epicentro com a quebra de mais de 400 bancos norte americanos desde 2008. E que agora assola a Europa na corrida pela proteção de seus bancos, já afetados desde a crise de 2008, ante a ameaça de quebra de bancos com as carteiras cheias de títulos da dívida de Grécia, Espanha, Portugal e Itália.

Wen Jiabao não se constrangeu, nem um pouco, em ditar as condições para continuar comprando títulos da dívida dos países europeus, como fez na semana passada coma Itália. Ele, do alto da sua experiência de economia de mercado, disse que as nações ricas devem adotar políticas monetárias e fiscais "responsáveis" e garantir a segurança e a estabilidade dos investimentos, pouco antes de observar que a economia chinesa está em "boa forma".

Pelos termos de seu acesso à Organização Mundial do Comércio (OMC), a China só teria status de economia de mercado em 2016. Esse reconhecimento dificultaria a imposição de medidas antidumping contra a China, já que os preços de exportação teriam de ser comparados aos que são praticados internamente no País. Hoje são usados preços de terceiros mercados, normalmente superiores aos chineses.

A reação de alto e bom tom das importadoras e montadoras de carros chineses no Brasil, especialmente a JAC Motors, na última sexta-feira, ante as restrições do IPI aos carros de baixo teor de conteúdo nacional pode implicar retaliações a produtos brasileiros na China, como, por exemplo, o fim do acordo dos chineses coma Embraer na fábrica de Harbin. E a questão é que o Brasil fez uma escolha entre montadoras multinacionais para aplicar o IPI e na eventual retaliação poderá arriscar empresas de capital nacional, como as cooperativas ao agronegócio.

sábado, 17 de setembro de 2011

Brasil e China na governança global - seminario no CEBRI (março de 2010)

Por vezes "descubro" coisas antigas, que escrevi ou de que participei, e que são postadas em sites de terceiros.
Em março de 2010, o CEBRI organizou um seminário completo sobre:   

Brasil, China e a Arquitetura da Governança Global

Participei de um dos paineis, que estão nos videos 12 e 13, como linkados a seguir:
2) http://www.youtube.com/user/CEBRIonline#p/c/C7674495EDBCEBAB/12/_56MrAD5RgY

Série completa:

Seminário Brasil e China - Rio de Janeiro