O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador Brasil-Rússia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Brasil-Rússia. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Chanceler afirma que Rússia é parceiro 'estratégico e confiável' - Ele diz isso porque o Brasil não é vizinho da Rússia

 Chanceler afirma que Rússia é parceiro 'estratégico e confiável', ao falar sobre compra de diesel


Em Nova York, Carlos França disse que Brasil comprará 'tanto quanto formos capazes' para abastecer o agronegócio e os motoristas brasileiros

Por Eliane Oliveira — Brasília
O Globo, 12/07/2022 

O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, afirmou nesta terça-feira que a Rússia é um parceiro estratégico e confiável do Brasil, ao explicar os motivos pelos quais o governo brasileiro comprará óleo diesel daquele país. Os russos são alvo de sanções econômicas aplicadas por Estados Unidos e várias nações europeias, por terem invadido a Ucrânia, em fevereiro deste ano.

— A Rússia é um parceiro estratégico do Brasil. Somos parceiros do BRICS (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) — disse França a jornalistas, após participar de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York.

— Temos que ter certeza que teremos diesel suficiente para o agronegócio brasileiro e, claro, para os motoristas brasileiros. É por isso que estamos procurando fornecedores de diesel seguros e muito confiáveis, e a Rússia é um deles — ressaltou o chanceler.

Na última segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro anunciou, em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, que está quase certo um acordo para a compra de diesel mais barato da Rússia.

Os retrocessos no Brasil em 2022
O presidente não deu detalhes sobre a operação, mas ele já havia falado sobre essa possibilidade no fim do mês passado, após uma conversa por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

França enfatizou que o Brasil não depende apenas de diesel, mas também de fertilizantes da Rússia e da Bielorrússia — país que também sofre sanções econômicas, por ter um governo acusado de violar os direitos humanos. O chanceler lembrou que os russos são grandes fornecedores de petróleo e gás.

— Você pode perguntar à Alemanha sobre isso, você pode perguntar à Europa sobre isso. No Brasil, estamos com falta de diesel — disse França.

Indagado se houve alguma reação das potências ocidentais sobre a intenção do Brasil de comprar diesel dos russos, o ministro respondeu que “estamos na mesma página”. Também perguntado sobre quanto e quando ocorrerá a compra, ele respondeu:

—Tanto quanto formos capazes. Os negócios estão sendo fechados.

França foi, ainda, questionado sobre a interpretação de que o Brasil estaria financiando uma guerra, que foi condenada nas Nações Unidas, e se isso não seria uma violação da carta da ONU.

— Talvez você devesse perguntar ao sr. Scholz (Olaf Scholz, primeiro ministro da Alemanha) sobre isso e então eu respondo.

https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2022/07/chanceler-afirma-que-russia-e-parceiro-estrategico-e-confiavel-ao-falar-sobre-compra-de-diesel.ghtml


Bolsonaro vai resistindo às pressões de Biden para romper com Putin

Governo brasileiro busca mais combustível russo, e diplomacia de Moscou vê 'perspectivas muito sérias de cooperação'

12.jul.2022 às 17h38

Em textos no New York Times, a Casa Branca repisa que vive "fadiga da guerra". Mas ainda "o governo Biden está focado em conquistar os indecisos: Brasil, China, Índia e outros que não aderiram à campanha para isolar a Rússia".

Conseguiu de Bolsonaro um telefonema, daqui a uma semana, para Zelenski. Mas o que ecoa da Bloomberg às agências Tass e Reuters é que ele e seu chanceler prometeram mais contratos para compra de combustível russo.

Entrevistado nesta terça (12) pelo canal de notícias Rússia-24, o diplomata Alexei Labitsky afirmou que Rússia e Brasil "hoje interagem em vários campos", com uma "dinâmica positiva", e "têm perspectivas muito sérias de cooperação".

Bolsonaro já teria resistido a uma pressão maior de Biden, semanas atrás, após a reunião de ambos nos EUA. Foi quando saiu a informação, formalmente do serviço de inteligência holandês, de que um agente russo estava detido no Brasil.

Sites como Bellingcat, baseado na Holanda e que o jornalista Glenn Greenwald descreve como "braço da CIA", veicularam com detalhes e arquivos próprios que o suposto espião do serviço russo GRU queria infiltrar um órgão da ONU, se passando por brasileiro.

Porém, "sob o comando do general Augusto Heleno, a inteligência brasileira viu dedo da CIA e tentativa de minar a relação de Bolsonaro com Putin", informa o site Metrópoles. E o palácio ordenou não comprar a versão de espionagem.

VENDEDOR DE ARMAS
No alto do Wall Street Journal, "Biden vai visitar uma Arábia Saudita mais próxima do que nunca da Rússia". E que, "afirmam autoridades sauditas, não planeja ajudá-lo bombeando mais petróleo".

Por outro lado, segundo notícia "exclusiva" da Reuters, "o governo Biden avalia suspender a proibição da venda de armas ofensivas dos EUA para a Arábia Saudita".

INHOTIM INSPIRA MBS
No WSJ, "a Arábia Saudita volta aos holofotes, estimulada pela viagem de Biden", a começar do Vale das Artes (acima), "um impulso multibilionário" de Mohammad bin Salman, o "príncipe" MBS.

Ambiciona "tornar-se local de peregrinação para os amantes da arte, à altura do parque na selva do Brasil, Inhotim". Aliás, "o curador de Inhotim, Allan Schwartzman, está assessorando a comissão saudita".

Também recrutada, Iwona Blazwick, da Whitechapel Gallery, de Londres, "disse que não acredita que boicotes políticos devam se estender a esforços culturais, então não se concentrou no debate sobre direitos humanos" no país.

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/nelsondesa/2022/07/bolsonaro-vai-resistindo-as-pressoes-de-biden-para-romper-com-putin.shtml

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

QUEM ASSESSORA O PRESIDENTE EM POLÍTICA EXTERNA? Não parece ser o Itamaraty... - DefesaNet

DefesaNet, uma central de informações  independente do Ministério da Defesa, coloca a questão, por um "Fiel Observador", que não se sabe bem quem é?

Paulo Roberto de Almeida

COBERTURA ESPECIAL - Notas Estratégicas BR - Geopolítica

31 de Janeiro, 2022 - 13:00 ( Brasília )

Notas Estratégicas BR - 

Quem está assessorando o Presidente?

A questão Russo-Ucraniana é a mais importante no mundo atual. Quem assessora o presidente Jair Bolsonaro e define os rumos a serem tomados na questão?

Representante permanente do Brasil nas Nações Unidas, o Embaixador Ronaldo Costa Filho, lê a posição brasileira na Reunião do Conselho de Segurança 

Fiel Observador
 

 
A viagem do presidente Jair Messias Bolsonaro à Rússia, marcada para meados de fevereiro é perigosa e pode representar uma decisão que pode ser um grande erro estratégico do Brasil.

A Rússia concentra tropas nas fronteiras e ameaça invadir a Ucrânia. O mundo vive seu momento mais perigoso desde a Crise dos Mísseis de Cuba. A questão ucraniana é o assunto mais discutido e que tem preocupado a comunidade diplomática mundial. Uma visita oficial a Moscou neste momento tão sensível envia uma mensagem equivocada para o resto do mundo.

A Rússia está ameaçando destruir o Sistema Internacional vigente desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Estão em jogo os valores sagrados que regem o concerto das nações: o respeito à soberania, a inviolabilidade territorial, a autodeterminação dos povos e a resolução pacífica dos conflitos.

O mundo quer saber a posição do Brasil nesta grave crise. Seguindo a tradição da política externa brasileira essa reposta seria fácil. Entretanto, a visita de Bolsonaro a Putin neste momento não ajuda, é totalmente descabida, inoportuna e pode envolver o Brasil numa séria crise internacional, destruir a já capenga política externa e minar os esforços do país nos processos de cooperação para construção da paz internacional.

Mais grave, a Rússia pode preparar um “kompromat” (ação de inteligência e comprometimento), uma especialidade russa e , invadir a Ucrânia justamente durante a visita oficial de Bolsonaro e colocar o Brasil como coadjuvante na crise. A imprensa russa vai dizer que os dois mandatários discutiram o assunto antes da invasão. Imagine Jair Bolsonaro em Moscou enquanto os tanques atravessam a fronteira. Foto de capa dos principais jornais do mundo.

O Brasil estaria avalizando a agressão militar russa. A situação colocaria o país no olho do furacão, no centro de uma perigosa e sangrenta crise internacional de final incerto e na contramão do resto do mundo, maculando para sempre nossa imagem de nação pacífica. As consequências disso seriam inimagináveis.

Ao justificar sua viagem à Rússia porque Vladimir Putin é Conservador, Bolsonaro mostrou que a missão não tem interesse econômico, como se pensava, apenas viés ideológico. Bolsonaro quer assumir o lugar de Nicolás Maduro como o fantoche de Putin no continente americano? Isto é muito perigoso. Acreditamos que isso não interessa a ninguém, muito menos ao Brasil.

Quem será o responsável por um desastre geopolítico: Chanceler Carlos França (MRE), Almirante Flávio Rocha (SAE), Ministro Braga Netto (MD), Comandantes das Forças Armadas, General Augusto Heleno (GSI)?



A ligação do secretário de Estado Anthony Blinken ao Chanceler França, em pleno domingo (ver twitter acima), véspera de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU mostra a relevância do asssunto e a tensão internacional.
 
Sabemos a arena onde estamos entrando e as possíveis consequências? Como nossos principais parceiros internacionais vão nos enxergar depois disso? Podemos suportar um provável embargo nos nossos principais projetos militares e também na exportação de  produtos de defesa e até de aviões civis? Como fica nossa relação com Estados Unidos, Europa e até a ssempre enigmática China, nossos principais parceiros comerciais?

São muitas perguntas para respostas difíceis.

 

Nota DefesaNet

IMPORTANTE 


Enquanto a redação de DefesaNet editava a matéria do Fiel Observador recebemos a informação de que o Primeiro-Ministro da Hungria Viktor Orban estava em vôo, na manhã de 31JAN2022, com direção de Moscou, para encontrar-se com Vladimir Putin.

O objetivo oficial annunciado por Orban é de aumentar o fornecimento de gás russo para a Hungria.

A viagem do presidente Bolsonaro tem uma visita a Viktor Orban. 


O editor  



O objetivo de ser um player diplomático internacional é charmoso, porém quem assessora o presidente tem todas as variáveis devidamente identificadas e avaliadas?     

Neste momento, a questão-chave é saber quem está assessorando o Presidente. Dependendo do que vai acontecer, essa resposta vai ser cobrada.

Sessão do Conselho de Segurança 31 Janero 2022, que trata da questão Russo-Ucraniana.