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Memória do IE-UFRJ - Carlos Lessa por Fabio Sá Earp publicado na Revista de Economia Contemporânea (2020).
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Carlos Francisco Theodoro Machado Ribeiro de Lessa teve uma rica trajetória profissiona1 antes de se tornar professor emérito do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nunca foi um intelectual acadêmico no sentido estrito, tendo tido uma ampla participação política e na gestão pública e privada que transcende os limites da prática de um professor universitário padrão. Em decorrência dessa experiência diversificada, uma característica de Lessa é o fato de que sua contribuição mais importante para o debate político e econômico no Brasil não se deu por meio da obra escrita, mas das aulas e das milhares de conferências que ministrou a partir da década de 1960. É difícil aos olhos de hoje em dia entender a importância da conferência em um mundo que não dispunha de Internet e no qual parte da informação vinha censurada e as reuniões públicas eram pautadas pelo medo da repressão. Orador brilhante, usando uma retórica que levava a plateia do enlevo ao riso e daí à indignação, Lessa é há meio século um dos mais populares palestrantes da história do país. Universidades, sindicatos, associações de classe as mais variadas foram palco para sua oratória sedutora, que transformam uma apresentação sobre o árido terreno da economia em uma experiência próxima de uma atividade de entretenimento, permeada por tiradas inesquecíveis. |
A obra de Lessa só é plenamente compreensível se entendemos sua visão, no sentido schumpeteriano do termo.2 A visão que esse autor tem dos fenômenos que lhe interessa analisar foi forjada ao longo da vida a partir de seu contato com a pobreza. Criado em uma família de elite intelectual próspera da Zona Sul do Rio de Janeiro, Lessa desde pequeno acostumou-se a brincar na rua com as crianças das favelas próximas. Sua família praticava a caridade cristã e a solução dos problemas sociais parecia estar ao alcance das pessoas de boa vontade; aos poucos, foi percebendo a ingenuidade dessa visão, mas acreditava que seu grupo social estava empenhado em mudar essa situação. Cursou economia na então Universidade do Brasil, onde adquiriu uma formação liberal que em nada conflitava com sua experiência de vida. O problema social desde sempre esteve no centro de suas preocupações, mas naquela época acreditou que poderia ser resolvido pela prática de uma ética cristã repartitiva.
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Introducción a la economía: un enfoque estructuralista, libro clásico de Antonio Barros de Castro y Carlos Francisco Lessa. "La primera y principal directiva de este trabajo es partir de la concepión de um SISTEMA económico, esto es, de um conjunto de fenómenos interrelacionados, que debe ser apreciado en su totalidad si se desea entender cualesquieta de sus partes. Em reumen, se …
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A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca recebeu, em 9 de março, o economista e ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES),Carlos Lessa, para a aula magna de abertura dos quatro Programas de Pós-Graduação da ENSP – Saúde Pública, Saúde Pública e Meio Ambiente, Epidemiologia em Saúde Pública e Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva – em 2016, com o tema A cidade e a saúde. Durante sua exposição, o palestrante dissertou sobre a necessidade de se repensar o modelo atual de crescimento das cidades, a importância de se estudar a Constituição de 1988 nas instituições de ensino e destacou: “Nem tucanos nem petistas conseguiram colocar o centro do debate no capítulo dos direitos humanos da Constituição, porque o avanço da globalização foi muito rápido. Por que foi apagada a lucidez do constituinte de 1988? Porque não interessa à lógica do desenvolvimento do capital a existência de projetos humanitários na periferia”. Confira a íntegra de sua exposição em vídeo.
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La Politique Samba - Carlos Lessa por Márcia Moraes. |
Pour la première de cette émission, mon invité est le Professeur Carlos Lessa : économiste, ancien président de la BNDES (Brésil) et professeur émérite de l’Université fédérale de Rio de Janeiro. Il a été l’enseignant de grands noms de la diplomatie brésilienne. Dès les années 60, il consacre sa vie à étudier le développement au Brésil et en Amérique Latine. Son histoire, intellectuellement comme sur le plan académique, se confond avec l’histoire du développement du Brésil.
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Acervo IE: Entrevista com o Professor Emérito Carlos Lessa |
Vídeo comemorativo dos 75 anos do Ensino da Economia no Brasil. |
Entrevista com o Professor Emérito Carlos Lessa na qual ele fala sobre sua trajetória profissional e acadêmica, contando parte da história do Instituto de Economia da UFRJ; relembrando também as peculiaridades do Curso de Economia daquela época. |
Entrevista realizada no dia 14 de junho de 2013.
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Retomada do crescimento por Carlos Lessa em entrevista a Revista Agronegócios da FGV (2003).
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" Investimento versus desenvolvimento - Um banco de desenvolvimento é mais propositivo em relação ao que fazer do que um banco de investimento. Um banco de investimento colhe as decisões assumidas externa corpare, enquanto um banco de desenvolvimento, de alguma maneira, tem que sinalizar e muitas vezes ate viabilizar certos sinais. São instituições de natureza diferente e tem formatos operacionais também diferentes. Eu ate diria que ter lançado o banco na direção de um banco de investimento, da forma que foi lançado, produziu uma situação do ponto de vista bancário extremamente desagradável para o BNDES. Porque um pedaço muita grande da carteira da privatização 6 de recuperação extremamente duvidosa, em alguns casos..."
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O conceito de política econômica: Ciência e/ou Ideologia? por Carlos Lessa em Tese de Doutoramento apresentada ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (1976). |
"Vamos tentar reconstruir o debate contemporâneo, sobre o conceito de política econômica. Não pretendemos realizar uma reconstituição integral e uma sistematização exaustiva. Ao nível do que conhecemos, suspeitamos ser uma tarefa inexequível. Cremos, entretanto, ser possível uma perfilização dos alinhamentos principais cuja disponibilidade para a reflexão tem, pelo menos, o mérito de evidenciar o estado de perplexidade que prevalece sobre o tema. Esse é o nosso propósito..."
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Entrevista com o economista Carlos Lessa conduzida por Nelson Castan, Rubens Soares de Lima e Enéas Costa de Souza, técnicos da FEE, em outubro de 1981. O trabalho de transcrição foi realizado por Ana Córdova Wells e Ana Lúcia da Silva. |
"1. Para começar, vamos te fazer uma pergunta de caráter amplo: gostaríamos que tu falasses um pouco nas diferenças entre, o conhecido '15 Anos de Política Econômica', e o recente 'A Estratégia de Desenvolvimento 1974-1976 - Sonho e Fracasso'. O que aconteceu nessa trajetória? |
R. Veja o seguinte: eu tive um tipo de formação intelectual que é muito típic0 da minha geração e que tem muito pouco a ver com a maioria dos mais jovens. Eu me formei em uma Escola de Economia, na época a Escola de Economia 'vedete' do Brasil, mas que era uma escola onde predominava o pensamento geral conservador. Entretanto era o pensamento conservador de alto nível, ou seja, eu fui aluno do Roberto Oliveira Campos, Santiago Dantas e Roberto Cavalcanti, entre outros..."
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Carlos Lessa assume presidência do BNDES por Informe BNDES (2003). |
"A nova diretoria do BNDES tomou posse no mês de janeiro, sob a presidência do economista Carlos Lessa, ex-reitor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Em seu discurso na cerimônia de transmissão de cargos, Lessa afirmou que a prioridade de sua gestão será colocar o Banco totalmente integrado ao novo projeto nacional, dando ênfase a ações que promovam a inclusão social, reduzam as desigualdades e combatam a vulnerabilidade da economia brasileira. Para atingir esses objetivos, o novo presidente anunciou o comprometimento do BNDES com o programa Fome Zero, definido como a principal iniciativa social do governo federal. “Enganam-se aqueles que vêem na inclusão social apenas uma proposta legítima de justiça social. É isto e muito mais. É uma nova fórmula, central na construção de nosso futuro. É, simultaneamente, o atendimento a necessidades inadiáveis, geração de empregos e de espaços para a mobilidade e a ascensão social. É uma importante frente de oportunidades para os empresários. É um programa do tamanho do Brasil”, afirmou..."
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Risco geopolítica por Carlos Lessa publicado no Valor Econômico (5/2012).
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Poucas coisas, para mim, são mais satisfatórias do que ler um artigo que gostaria de haver escrito. Reinaldo Gonçalves publicou no número 31 da Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política um artigo que alcunha de "nacional-desenvolvimentismo às avessas", a trajetória econômica do Brasil no novo milênio. Sintetiza nacional-desenvolvimentismo como um projeto "de desenvolvimento econômico, assentado na industrialização e na soberania dos países latino-americanos". Desdobra o desempenho brasileiro nas últimas décadas como um desempenho no qual a economia, as estruturas de produção, o comércio exterior e a propriedade do ativo produtivo caminharam no sentindo contrário ao projeto que animou o Brasil de 1930 a 1980. |
Gonçalves, de forma rigorosa, mostra que houve redução na participação da indústria de transformação no Produto Interno Bruto (PIB). O Brasil perdeu participação no panorama industrial mundial. Mostra, de forma inequívoca, que o que cresce no país é o valor adicionado da mineração e da agropecuária. A política econômica foi orientada para a liberalização comercial, e o coeficiente de importações em relação ao consumo aparente cresceu de forma sistemática entre 2002 e 2010.
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