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terça-feira, 23 de abril de 2013

Venezuela: reflexos de duas eleicoes, 2013, 2010...

Parece que a recontagem de votos na Venezuela, endossada pela Unasul, é de mentirinha: só falaram que iriam fazer, mas não pretendem fazer de verdade.
Democracia chavista é isso aí....
Paulo Roberto de Almeida


Venezuela

CNE suspende auditoria após exigências da oposição

Início de recontagem de votos da eleição foi atrasada até a próxima semana

Nicolás Maduro toma posse como presedente da Venezuela
Nicolás Maduro toma posse como presedente da Venezuela - Carlos Garcia Rawlins/Reuters
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) suspendeu a auditoria dos votos da eleição presidencial da Venezuela devido a controvérsias internas entre chefes do conselho e a falta de informação sobre o alcance de 46% das caixas de votação, informou nesta terça-feira o jornal El Universal. Mais cedo, o coordenador do opositor Comando Simón Bolívar, Ramón José Medina, exigiu ao órgão uma resposta formal aos pedidos técnicos que haviam feito.
“Não vamos permitir uma auditoria fajuta. Deve ser de acordo com todos os protocolos técnicos. Os resultados não são irreversíveis, a auditoria serve justamente para isso”, afirmou. Para a opositora Liliana Hernández, a presidente do CNE, Tibisay Lucena, só aceitou realizar a auditoria porque os presidentes da Unasul estavam reunidos e era preciso aplacar os ânimos. “Agora que acabou o show eles mudam o discurso”, denunciou.
Medina disse que a oposição tem 15 dias úteis para impugnar a eleição diante do Tribunal Supremo de Justiça e que eles tentarão todos os recursos a que têm direito. Contudo, a chefe do Tribunal Superior de Justiça da Venezuela, Luisa Estella Morales, já rebateu os pedidos da oposição na semana passada e afirmou que uma recontagem manual dos votos não é possível no país.
Exigências - A oposição enviou um documento formal ao CNE com os protocolos técnicos exigidos. O texto dá ênfase ao artigo 437 do Regulamento da Lei Orgânica de Processos Eleitorais, que estabelece "a verificação cidadã das caixas de votação para confrontar o conteúdo dos comprovantes aos dados refletidos na ata de escrutínio". A oposição pede uma revisão total dos cadernos de votação, atas de escrutínio, relatórios de duplicidade de votos e atas de irregularidades.
A chefe do CNE, Socorro Hernández, disse que o organismo está trabalhando em um cronograma para as auditorias e que divulgará a data de início no máximo na próxima segunda-feira. Na semana passada, a vice-presidente do CNE, Sandra Oblitas, disse que a vitória de Nicolás Maduro é irreversível e que os resultados da auditoria não influenciarão o oficial.


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E agora, sobre as eleições legislativas de 2010, quando a oposição teve maior número de votos, mas não conseguiu, em função de um sistema eleitoral deformado, fazer o maior número de representantes:

27/09/2010
 às 15:33

Celso Amorim: como distorcer a realidade e influenciar (algumas, cada vez menos) pessoas…

Por Reinaldo Azevedo
Leiam o que vai na Folha Online. Volto em seguida:
Por Cristina Fibe:
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou, no início da tarde desta segunda-feira que o resultado das eleições legislativas na Venezuela é “bom para a democracia na nossa região”. “Foi uma eleição democrática, livre, e o presidente Chávez, que aparentemente usa muito o Twitter, já disse que vai respeitar o resultado. Eu acho que isso é bom para a democracia na nossa região, é um avanço”, disse Amorim à imprensa em Nova York, onde participa da 65ª Assembléia Geral da ONU.
O chanceler disse ainda achar “muito bom que a oposição tenha decidido participar desta vez, porque isso leva a um diálogo. Quando houve essa atitude anterior, do boicote – é claro que não temos que dar palpite no que eles decidem -, mas não é positivo para a democracia”. Para o ministro, a América do Sul está “caminhando na direção certa. Os países todos têm presidentes eleitos e parlamentos funcionando”. De acordo com os últimos dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, os eleitores de Caracas deram mais votos às legendas da oposição, representadas pela coligação Mesa da Unidade Democrática (MUD), do que aos partidários de Hugo Chávez.
Segundo o jornal ‘El Universal’ a diferença é apertada, com apenas 741 votos a mais para os opositores, mas, mesmo assim, envia um sinal a Hugo Chávez de que a ‘solidez’ do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) já enfrenta mais obstáculos do que antes. O último balanço das urnas publicado pelo CNE dá 95 assentos ao PSUV, 61 aos opositores e 2 a outros partidos. Apesar de ter conquistado mais cadeiras no Parlamento do que a oposição, os chavistas perderam a maioria qualificada, o que deve dificultar a aprovação de leis e reformas propostas pela revolução bolivariana.
No Estado de Zulia, onde a oposição venceu 12 dos 15 assentos disponíveis, o governador Pablo Perez atribuiu a vitória à decisão da MUD de apresentar somente um candidato à cada uma das 165 vagas disputadas no Parlamento. ‘Nós mostramos à Venezuela que podemos vencer se estivermos unidos’, disse.
(…)
ComentoA eleição não foi nem “democrática” nem “livre”, uma vez que a oposição teve de enfrentar severas restrições impostas por Hugo Chávez, que detém hoje, na prática, o monopólio da televisão, onde fala imodestas quatro horas por dia. Quando Amorim afirma que Chávez “vai respeitar o resultado”, deixa claro que, se quisesse, poderia não respeitar. Esse gênio da raça deve acreditar que isso depõe a favor do espírito democrático do tiranete… TEnha paciência!
Amorim diz ainda que a América Latina está no caminho certo, uma vez que “os países todos têm presidentes eleitos e parlamentos funcionando”. Uma ova! Não são condições suficientes para atestar apreço pela democracia. A imprensa, por exemplo, enfrenta formas variadas de censura na Venezuela, Equador, Bolívia, Argentina e Nicarágua — para não falar, obviamente, da tirania Cubana, onde o presidente não é eleito por ninguém.
O resultado da eleição parlamentar na Venezuela é, sim, auspicioso. Representa um ganho importante para os democratas daquele país, opositores de Chávez e, dados os alinhamentos da América Latina, adversários de… Celso Amorim!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

E por falar em eleicoes manipuladas... (Venezuela, por supuesto)

Chávez se atraganta con su ley electoral
El País, 28/09/10

Caracas - Hugo Chávez está enfadado, muy enfadado. Los resultados electorales del domingo le han torcido el gesto. No tanto por la resurrección de la oposición -que logró 65 diputados de los 165 en juego-, ni siquiera porque los 98 obtenidos por su partido no son suficientes para legislar a su antojo, sino porque la forma de ganar, mediante una ley electoral diseñada a su medida hace solo un año, ha dejado al descubierto su particular manera de usar la democracia. El enfado de Chávez se desató en la tarde del lunes, ante una pregunta de una periodista venezolana.

Más que una pregunta, era “la” pregunta: “La diferencia entre los votos obtenidos por su partido, el Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), y los que ha logrado la Mesa de la Unidad Democrática (MUD) es de apenas 100.000. Y es difícil de entender que habiendo obtenido casi el mismo número de votos, la oposición haya alcanzado 37 escaños menos que el PSUV [finalmente sería de 33 la diferencia]. Me pregunto si se estaría confirmando la tesis de la oposición que sostiene que la redistribución de los circuitos electorales se hizo con la intención de favorecer al PSUV o que quizá el voto del PSUV vale por dos…”. ¿Qué le respondió Chávez? Nada. No supo que responderle y, fiel a su estilo, arremetió contra ella.

La acusó de no conocer la Constitución, de pertenecer a un medio que difunde mentiras, de no prestar atención y formular “preguntas gelatinosas que no tienen fundamentación lógica”, de vivir en la Luna, de manipular… Entre exabrupto y exabrupto -coreado por parte de los miembros de su gobierno y de los periodistas del régimen que le ríen las gracias-, Hugo Chávez intentaba responder, cambiaba papeles de sitio, se removía en su silla, agarraba un lápiz o invitaba a Andreína Flores, la periodista, a tomarse el café que le acababan de servir…

Pero el comandante presidente no hallaba una respuesta lógica… y al final decidió tirar por lo alto: acusó a quienes formulan esas preguntas de obedecer a oscuros intereses desestabilizadores que “lo que buscan es quitarle el petróleo a Venezuela para entregárselo a los yanquis…”. Pero no respondió. Tal vez porque no había forma de hacerlo: con la ley anterior y estos mismos resultados, el PSUV y la Mesa de la Unidad hubiesen empatado a 80 diputados. Pero él reformó la ley de tal forma que en las zonas más proclives a su gestión un diputado valga menos votos que en las demarcaciones donde nunca ganó. El resultado no puede ser más claro: una victoria de 98 a 65 con el mismo número de votos.

Lo cierto es que el presidente, que estuvo 24 horas en silencio digiriendo en la intimidad el mal resultado, está dispuesto a utilizar los meses que le quedan hasta enero -fecha en que se constituirá la nueva Asamblea Nacional- para aprovechar la mayoría absoluta que todavía tiene. El jefe del comando Bolívar y diputado Aristóbulo Istúriz se lo advirtió así a la oposición: “Vamos a legislar hasta el último día, así que prepárense”. Y Chávez, una vez se iba reponiendo del mal trago, desafiaba a la oposición a que convocara un referéndum para revocar su mandato: “Como son mayoría y ya yo cumplí tres años de este periodo, yo les hago un reto: ¡convoquen ya un revocatorio! ¿Para qué van a esperar dos años para sacarme? Dentro de dos años será más difícil, porque lo que viene es joropo, así que vayan comprando alpargatas”.