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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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terça-feira, 4 de junho de 2024

Unesp lança livro de memórias de Rubens Ricupero - Euler de França Belém (Jornal Opção)

 Imperdível!

Unesp lança livro de memórias de Rubens Ricupero

O livro do diplomata e ex-ministro da Fazenda discute o Estado Novo, a Segunda Guerra Mundial, o Plano Real e os governos do PT

O livro “Memórias” (Unesp, 712 páginas), de Rubens Ricupero, custa 144 reais e começa a circular nas livrarias em junho.

A rigor, por não ter lido a obra, não posso avalizá-la. Mas, pelo histórico de Rubens Ricupero, direi que se trata de um livro “imperdível” (ao menos para mim, que me interesso pela história do país). Com a vantagem de que escreve muito bem, com o máximo de clareza e percepção aguda do Brasil e do mundo.

“A Diplomacia na Construção do Brasil — 1750-2023” (Versal Editores, 756 páginas), de Rubens Ricupero, é um excelente livro sobre a história do país. Portanto, não apenas de sua diplomacia.

Então, pode-se esperar muito das memórias do diplomata e ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente.

Nas memórias, de acordo com a editora, Rubens Ricupero, que foi ministro da Fazenda do governo de Itamar Franco, revela os bastidores da elaboração e da aplicação do Plano Real.

Rubens Ricupero menciona a Segunda Guerra Mundial, definidora do mundo no qual vivemos, o Estado Novo — a ditadura cruenta de Getúlio Vargas, entre 1937 e 1945 — e o golpe civil-militar de 1964. Discute as questões climáticas e analisa os últimos governos, até o terceiro de Lula da Silva, entre 2023 e 2024.

Dado o conhecimento de Rubens Ricupero, além do fato de as memórias serem alentadas, o preço é quase irrelevante. As ideias e a história do ex-ministro valem ouro. Aos 87 anos, ele tem muito o que contar, e, sobretudo, sabe como contar.


quarta-feira, 9 de junho de 2021

Casa Stefan Zweig lança o “Dicionário dos Refugiados do Nazifascismo no Brasil” - Euler de França Belém

 Euler de França Belém 

Casa Stefan Zweig lança o “Dicionário dos Refugiados do Nazifascismo no Brasil”

Livro cita Ziembinski, Edoardo de Guarnieri, Georges Bernanos, Otto Maria Carpeaux, Frans Krajcberg, Ida Gomes, Berta Loran, Fayga Ostrower, Fritz Oliven, Stefan Zweig

Leitores brasileiros “escalaram” o romance “A Montanha Mágica”, do escritor alemão Thomas Mann (filho de uma brasileira), aprenderam a pensar sobre os tempos modernos com “Massa e Poder”, do filósofo e escritor búlgaro (de expressão alemã) Elias Canetti graças à perícia do tradutor alemão Herbert Moritz Caro e ficaram bem-informados sobre a literatura transnacional devido a competência e ao enciclopedismo do austríaco Otto Maria Carpeaux. O húngaro Paulo Rónai trouxe para o deleite patropi a literatura da Hungria, de outros países e, inclusive, a obra completa do escritor francês Honoré de Balzac. O alemão Anatol Rosenfeld se tornou um crítico notável e um guia cultural seguro, dada sua formação filosófica e literária rigorosa. Stefan Zweig, ao se mudar para o Brasil, notou que se tratava do “país do futuro”. Ante o temer da expansão nazista, se matou no país do fascista Plínio Salgado, em 1942, aos 60 anos. Vários judeus contribuíram para robustecer as artes e a ciência no Brasil.

Stefan Zweig e Lotte, sua mulher: ambos se mataram no Brasil | Foto: Reprodução

Há um livro valioso que conta a história dos que fugiram da serpente nazista para o Brasil, a partir de 1933, quando Adolf Hitler, um austríaco, assumiu o comando da Alemanha, e, surpreendentemente, pela via legal. Trata-se de “Exílio e Literatura — Escritores de Fala Alemã Durante a Época do Nazismo” (Edusp, 291 páginas, tradução de Karola Zimber), de Izabela Maria Furtado Kestler.

Otto Maria Carpeaux: uma ponte da cultura universal que muito beneficiou o leitor brasileiro | Foto: Reprodução

Agora surge um livro que, aparentemente, será igualmente valioso (e mais amplo): “Dicionário dos Refugiados do Nazifascismo no Brasil” (Casa Stefan Zweig, 832 páginas), edição de Israel Beloch, com o apoio de Fábio Koifman, Kristina Michaelis e mais de dez pesquisadores.

Paulo Rónai: judeu, perseguido pelo nazismo, veio para o Brasil | Foto: Reprodução

O livro conta a história de 300 pessoas que, para escapar do nazifascismo, fugiram para o Brasil e aqui se destacaram em vários setores.

Ida Gomes: atriz

A obra lista, entre outros, Fayga Ostrower, Fritz Oliven, Stefan Zweig, Nydia Lícia (atriz), Ida Gomes (Ida Szafran, atriz), Berta Loran (atriz), Edoardo de Guarnieri (músico, pai de Gianfrancesco Guarnieri — este chegou ao Brasil com 2 anos de idade e se tornou ator e diretor), Louis Jouvet, Ziembinski (Zbigniew Marian), Georges Bernanos, Otto Maria Carpeaux, Anatol Rosenfeld, Herbert Caro, Frans Krajcberg, Paulo Rónai.

Herbert Caro: tradutor de Thomas Mann e Elias Canetti | Foto: Reprodução

A obra nasce como referência incontornável. Porque, se havia informação dispersa, agora há informações concentradas sobre os refugiados.

Berta Loran: atriz | Foto: Reprodução

O livro, que já está à venda nas livrarias — por 118 reais —, pode abrir as portas para outras obras sobre o tema. Porque, a rigor, muito mais de 300 judeus — e não judeus — fugiram para o Brasil para escapar do totalitarismo nazista.