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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ciencia: nivelando por baixo

Perguntar não ofende: por que devemos fazer cooperação com quem está abaixo da gente? Por que o Brasil investe recursos apenas para ficar no mesmo nível? Por que não fazemos um esforço para chegar a patamares mais elevados de estudo e pesquisa sobre Física? Por que essa latino-americanidade toda num terreno que prescinde de características sociais, culturais, geográficas ou linguísticas? Enfim: por que não cooperamos com quem é melhor do que a gente?
Paulo Roberto de Almeida

Programa Latino-Americano de Física busca cooperação científica no continente
Assessoria de Imprensa da SBF
Jornal da Ciência, 1.12.2010

Primeira ação será o Workshop sobre Tópicos Avançados de Física, que acontece de 5 a 8 de dezembro, em Foz do Iguaçu (PR)
Diminuir as assimetrias entre os países da América Latina no que diz respeito ao ensino e à pesquisa em Física.  Esse é o objetivo do Programa Latino-Americano de Física (Plaf) que, ao longo de 2011, irá promover e incrementar a cooperação entre os profissionais da área que atuam no continente.

A primeira atividade da iniciativa será o Workshop sobre Tópicos Avançados de Física, que ocorrerá de 5 a 8 de dezembro, na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu.

Coordenado pela Sociedade Brasileira de Física e pelas suas congêneres dos demais países do continente, o Plaf reunirá, em workshops e outros eventos de divulgação científica realizados em diversas instituições de ensino e pesquisa, alunos, docentes, cientistas e outras personalidades da Física.

"Para diminuir essas assimetrias na América Latina, precisamos começar pelos países que hoje apresentam uma situação mais delicada no que diz respeito às atividades de ensino e pesquisa, entre eles Paraguai, Bolívia e Equador", disse Carlos Alberto dos Santos, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Unila e coordenador do workshop.

Segundo ele, além de outro grande encontro que será realizado em meados de 2011, também em Foz do Iguaçu, e que deverá contar, provavelmente, com a presença de um cientista estrangeiro que já tenha ganhado um Prêmio Nobel em Física, o Plaf pretende reunir a comunidade de físicos em assuntos que estão na fronteira do conhecimento científico.

"Cosmologia", "Computação quântica", "Materiais orgânicos para dispositivos eletrônicos", "Spintrônica e grafeno: alternativas para a tecnologia do silício" e "Modelagem matemática de sistemas biológicos" serão alguns temas de palestras que serão apresentadas no primeiro workshop, destinado a alunos de graduação e professores do Ensino Médio.

"Escolhemos justamente tópicos mais avançados e que normalmente não são contemplados nos cursos de graduação, de modo a incentivar o interesse dos alunos por assuntos de ponta e de caráter internacional", afirma Santos. "Por isso estamos investindo, desde já, no trabalho de mobilização do maior número possível de cientistas do continente", aponta.

O Programa Latino Americano de Física, que tem apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), incluirá ainda a divulgação de cursos de pós-graduação e o apoio à criação de novos programas de especialização na área.

Para Adalberto Fazzio, ex-presidente da SBF e professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), as ações do PLAF no Brasil deverão ser mais intensas nos estados do Norte do país, como Acre, Roraima, Tocantins, Amapá e Amazônia. "Os alunos e professores dessas regiões precisam trocar mais experiências com a comunidade de físicos do país e do continente", conta.

Os encontros do programa não ocorrerão apenas no Brasil. "Deveremos ter também atividades em La Paz, na Bolívia, e Assunção, no Paraguai, por exemplo, de modo a incentivar a visita dos físicos brasileiros a essas cidades para aumentar o nível de interação local. O objetivo é evitar discussões de caráter político e aumentar a interação acadêmica por meio de ações de interesse de todas as universidades e institutos de pesquisa envolvidos", explica Fazzio.