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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Gilberto Amado: Memorial Lectures - Conférences Commémoratives - 2a edição de livro sobre o grande jurista

Um importante coleção de conferências sobre o direito internacional e sobre o papel da Comissão do Direito Internacional – International Law  Commission – na construção e na codificação do DI, com destaque para a trajetória do jurista brasileiro Gilberto Amado.


disponível neste link: 

https://funag.gov.br/biblioteca-nova/produto/1-113-gilberto_amado_memorial_lectures_conferences_commemoratives_giberto_amado

ou neste outro: 


Gilberto Amado: Memorial Lectures . Conférences Commémoratives

Ficha catalográfica: 

Gilberto Amado: memorial lectures.

Gilberto Amado: memoral lectures = Gilberto Amado: conférences commemoratives / Prefácio à 2. ed. de Gilberto Vergne Saboia. – 2. ed. rev, e ampl., bilíngue – Brasília : FUNAG, 2012.

677 p.; 15,5 x 22,5 cm. Textos em inglês e francês.

Palestras de Eduardo Jiménez de Aréchaga, Constantin Eustathiades, Manfred Lachs, Humphrey Waldock, Taslim o. Elias, Geraldo Eulálio do Nascimento e Silva, Georges Abi-Saab, José Sette Câmara, Cançado Trindade, Carl-August Fleischhauer, Francisco Rezek, Lucius Caflisch, Celso Lafer, Alain Pellet, José Luis Jesus e Leonardo Nemer Caldeira Brant.

ISBN: 978-85-7631-383-0

Destaco esta duas conferências: 

A Hundred Years of Plenitude

Lecture delivered on 16 June 1987 at Geneva by H.E. Mr. José Sette Câmara, Judge at the International Court of Justice and former Ambassador of Brazil , 159

Introduction , 161 

Gilberto Amado – A Hundred Years of Plenitude , 163


The Contribution of Gilberto Amado to the Work of the International Law Commission

Lecture delivered on 16 June 1987 at Geneva by Professor Cançado Trindade, Legal Adviser of the Ministry of Foreign Affairs of Brazil, Professor of International Law at the Rio Branco Institute (Brazil’s Diplomatic Academy) and at the University of Brasilia , 177


Nos links acima, é possível ter acesso ao livro na íntegra.




quinta-feira, 26 de maio de 2022

Gilberto Amado nas páginas de Vicente Licinio Cardoso: permanência do pensamento

Neste livro, publicado originalmente em 1924 — aqui na edição de 1979, da CD e da Editora da UnB — figura um texto de Gilberto Amado, “As instituições políticas e o meio social no Brasil”, que começa com uma frase que deveria interessar nosso maior historiador da escravidão, Laurentino Gomes:

“Atentai, Senhores, aí está esboçada toda a história do Brasil no século XIX: Senhores e escravos.” (p. 45) Eu apenas corrigiria: não é só no século XIX, mas em toda a história do Brasil, da conquista portuguesa aos nossos dias. Gilberto Amado trata, em sua contribuição ao livro de Vicente Licínio Cardoso, não só do tráfico, como da escravidão, de uma forma geral, e também da ausência de escolas no imenso território brasileiro. 

Gilberto Amado se perguntava, ao final, se “diante do estado social do Brasil, é lícito acreditar que qualquer mudança nas instituições possa influir decisivamente para a felicidade do país? É de crer que qualquer modificação nos textos da Constituição [de 1891] tenha efeito sobre um meio nas condições em que se acha o nosso?” (p. 58)

Ele termina por um julgamento que, 98 anos depois, ainda parece válido para os nossos tempos;

“A ação política não pode deixar de exercer-se senão através de homens bem intencionados que possam suprir pela própria energia construtiva, atividade e patriotismo — no sentido do desinteresse pessoal e da capacidade de resistência às agitações improfícuas — as insuficiências de uma população ainda incapaz de exercer os seus direitos políticos e cumprir, como responsável pelos próprios destinos, os deveres cívicos que lhe incumbem.” (p. 59)

Cem anos depois desse diagnóstico desanimador, parece que ele se mantém intacto na perenidade de suas constatações. Triste constatar isso!

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 26/05/2022