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sábado, 12 de outubro de 2019

Ingresso frustrado do Brasil na OCDE - Luiz Guilherme Medeiros e Paulo Roberto de Almeida

Leio isto, no Facebook do

Luiz Guilherme de Medeiros
O governo Bolsonaro já está na picaretagem de acusar de “fake news” aquilo que não lhe convém.
Os tweets de Trump e Pompeo jurando compromisso com a entrada do Brasil na OCDE são pastel de vento: ar quente e nenhuma substância.
É um teatro que custa nada aos EUA fazer.
‪A dita proximidade entre Eduardo Bolsonaro e Trump fracassou em cumprir a alardeada grande parceria entre nossos países.‬
‪A verdade é que abrimos mão de nosso tratamento especial na OMC e mesmo assim fomos preteridos por Argentina e Romênia na OCDE‬.
O resto é passada de pano.

Meu comentário (PRA): 

Apenas uma retificação: não fomos preteridos por Argentina e Romênia, pois esses países já tinham entrado na lista dos demandantes antes do Brasil. Segundo o SG da OCDE, o Brasil viria numa segunda leva, talvez em 2020, se não houvesse objeções dos países membros.
FOMOS, SIM, PRETERIDOS PELOS EUA, a despeito do alardeado apoio do mentiroso Trump, mas que sabemos só faz aquilo que interessa a ele pessoalmente.
O fato é que os EUA endossaram aquelas duas primeiras candidaturas e não se pronunciaram sobre NENHUMA OUTRA, ou seja, deixando para as calendas a pretensão do Brasil, mas claramente manifestado a intenção de fazer com que a OCDE interrompa sua expansão, pois acham que ela já cresceu demais (serão 38 membros com os dois no pipeline).
Não tem absolutamente nada a ver com as condições que o Brasil apresenta – ou apresentava até 2018 – para ingressar na OCDE, e sim com a preocupação dos EUA e de outros países membros de ter um GRANDE candidato, capaz de alterar certos equilíbrios internos. O Brasil, de esquerda, de centro ou de extrema-direita, como hoje, é um país dotado de capacidade para pesar na agenda e nos trabalhos da organização. Por outro lado, nenhuma das "grandes potências" neste caso, quer um outro grande, capaz de alterar certas coisas, o que já se tinha visto no caso da reforma da Carta da ONU e ampliação do CSNU.
UMA DIFICULDADE A MAIS, sobretudo para os europeus, é o comportamento lunático do presidente atual, um homem que, sem qualquer noção de diplomacia, ou de mero comportamento cortês, briga com todo mundo, conduz políticas nacionais em TOTAL CONTRADIÇÃO com o que desejam os demais membros da OCDE, capaz de destruir todo o patrimônio de credibilidade que tinha sido duramente construído pela diplomacia profissional do Brasil ao longo das últimas décadas.
O homem é um perigo para o próprio Brasil.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 12/10/2019