Morte ao…
Movimentos terroristas ao redor do mundo, especialmente os islâmicos, costumam ser adeptos do … terrorismo, para ser redundante.
Mas poucos países, talvez nenhum Estado membro da ONU é capaz de proclamar abertamente sua intenção de eliminar um outro Estado da face da Terra como o regime teocrático dos aiatollahs iranianos em relação ao Estado judeu: “Morte a Israel!”
É algo raro, provavelmente inédito nas relações internacionais, esse desejo “estatal” expresso assim como se se tratasse de um programa normal de governo, assim sinceramente (não sei se já foi dito claramente numa AGNU).
Não vão, provavelmente, cumprir esse objetivo, e talvez até aconteça o exato contrário, não o Estado iraniano, mas o regime islâmico xiita.
No tempo do bolchevismo radical, os comunistas também desejavam a “morte do capitalismo”, mas era uma ingênua profecia marxista-leninista.
Os movimentos terroristas possuem objetivos concretos. Não sei se os aiatollahs acreditam realmente no que proclamam, ou se se trata apenas de um slogan oportunista para congregar os true believers do antissionismo.
O fato é que a atual guerra Irã-Israel transcende a simples geopolitica dos conflitos interestatais “normais”, digamos assim. Putin também deseja eliminar, suprimir completamente a soberania do Estado ucraniano, mas arguindo sobre supostas ameaças da OTAN, o que pode ser um “legítimo” argumento geopolítico, mas que não ocorre no caso do atual regime iraniano, cujo programa nuclear é objeto de preocupação do P5+1 e da comunidade internacional.
Um caso único para estudo dos especialistas em Direito Internacional e diplomatas em geral.
O Brasil, se não me engano, condena o terrorismo, inclusive como preceito constitucional. Não sei se esse aspecto é lembrado quando o Itamaraty (ops, o Planalto) emite alguma Nota sobre o atual conflito.
Paulo Roberto Almeida
Brasília, 14/06/2025