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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Aprender com a Historia: Erasmo de Rotterdam (Stefan Zweig)

Estou lendo, na edição do Livre de Poche, em sua versão francesa, portanto, a obra que o grande escritor austríaco Stefan Zweig escreveu, em 1935, na Inglaterra, sobre o grande humanista do Renascimento:
Érasme: grandeur et décadence d'une idée
A capa reproduz o famoso quadro de Quentin Metsys, e na verdade todos os quadros conhecidos de Erasmo, sobretudo os de Hans Holbein, o jovem, o mostram cercado de livros ou escrevendo livros.
Não quero me comparar, mas eu também vivo cercado de livros, embora não tenha escrito nenhum tão famoso quanto o Elogio da Loucura (embora tenha escrito um "Elogio da Exploração", que não deve ter sido apreciado por certos marxistas obtusos).


A obra de Zweig reflete sua angústia com a chegada ao poder de Hitler, e o crescimento do fanatismo e da intolerância. Erasmo, o primeiro europeu, foi um humanista no sentido mais completo da palavra, amigo dos livros e do conhecimento, detestava todos os fanatismos.
O livro, feito em meio ao clima totalitário que já predominava em boa parte do mundo europeu, conserva toda a sua atualidade, em vista dos vários fanatismos que ainda vemos em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, onde também predomina o segundo mal que Erasmo mais abominava: a ignorância, não a dos inocentes incultos, mas a dos arrogantes estúpidos, idiotas ativos que pretendem mandar e dominar.


Toda a angústia com essa situação levou Zweig a se suicidar, ao ver o seu mundo, que já tinha sido destruído uma primeira vez na Guerra de 1914-1918, descambar uma segunda vez no horror da segunda guerra mundial.
A despeito de apreciar Zweig, não pretendo, obviamente, seguir seu exemplo, ainda que eu também fique preocupado com o aumento da estupidez e da intolerância à minha volta.
Vou continuar lutando contra esses males tão comuns em todas as épocas.
Paulo Roberto de Almeida