O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sábado, 7 de junho de 2014

Maine: terra de lagostas, de farois e de arte - Carmen Licia Palazzo

Maine: terra de lagostas, de faróis e de arte

O Maine é um dos mais interessantes destinos de viagem nos EUA.  Há opções para todos os gostos:  natureza, arte, ótima comida e muito mar. Entre as maiores atrações estão os faróis (lighthouses) lindos, localizados sempre em lugares com paisagens também incríveis. As lagostas são excelentes, enormes, muito saborosas, mas todos os frutos do mar por ali são também deliciosos. Há uma enorme variedade de restaurantes e é impossível errar, são todos muito bons! Até o famoso lobster roll, pãozinho com lagosta desfiada, é muito gostoso.
A melhor época para visitar o Maine é entre o final de maio até início de novembro. Um bom programa é ficar em Portland e a partir dali sair para diversos passeios, entre eles Cape Elizabeth, com seu farol, e uma vista incrível do mar muito azul. Em Portland o antigo porto é muito agradável e ainda hoje recebe diversos barcos de turismo e tem bons restaurantes e bares variados. As boutiques também são simpáticas e há muitos souvenirs de bom gosto, com temas do mar, entre eles pequenos barcos de madeira, réplicas de barcos de pescadores de lagosta.
Outra atração excelente e que vale a visita é o Museu de Arte de Portland, que possui uma impressionante coleção de pintores europeus e também americanos, com destaque para os quadros de Homer, que era da região.

Um bom site para pesquisar informações para uma visita ao Maine é:  www.visitmaine.com

Carmen Lícia Palazzo
 





PS: Carmen Lícia é a melhor guia cultural, gastronômica e a melhor companhia intelectual que eu poderia ter, além de ser meu amor desde sempre.
Esta postagem pode ser vista neste link:


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Novo blog sobre Diplomacia - jornalista Denise Chrispim Marin (Estadao)

Soube apenas hoje, a despeito de sempre consultar o Estadão todos os dias, do lançamento desse blog, por uma chamada na página de acesso ao jornal (o que talvez não tenha ocorrido antes, ou foi distração minha, ocupado nos últimos dias tentando colocar em ordem a inacreditável bagunça de todos os meus escritos e publicações), e aproveito para cumprimentar sua responsável e redatora, jornalista experiente, ex-correspondente do Estadão em Washington.
O primeiro post que li, trata de um assunto importantíssimo, pois tem a ver com o inacreditável desperdício de talentos humanos ocorrido durante os dez primeiros anos do poder companheiro, marcado por um viés político típico dos anos de chumbo -- não da ditadura no Brasil, pois durante o regime militar muitos esquerdistas trabalhavam para o governo desde que fossem competentes -- mas das ditaduras comunistas ao estilo soviético ou castrista, onde só são chamados a trabalhar aqueles que concordam com o regime, e a ele demonstram submissão.
Esperemos que seja a primeira reparação de uma série de discriminações prejudiciais à própria instituição.
Paulo Roberto de Almeida


Blog da denise chrispim marin: 
20.janeiro.2014 16:47:47

A volta do Graça

      O Itamaraty corrigiu um erro colossal. Depois de quase dez anos de ostracismo, o embaixador  José Alfredo Graça Lima, brilhante negociador comercial brasileiro e diplomata com profunda  vocação de servidor público, retomou uma função no alto escalão do Ministério das Relações  Exteriores. Graça Lima conduz desde a semana passada a Subsecretaria-Geral de Assuntos  Políticos 2, área responsável pelas relações políticas e econômicas do Brasil com a Ásia. O  diálogo brasileiro com China, Japão e Índia estarão em suas mãos competentes.
Graça Lima foi apontado como o exemplo mais gritante da “caça às bruxas” promovida pelo  ex-chanceler Celso Amorim no Itamaraty. O embaixador manteve-se na carreira, apesar dos dissabores, e com humildade acatou sua indicação para postos bastante distantes de sua experiência profissional. Da chefia da missão do Brasil em Bruxelas, cargo ocupado no final do governo de Fernando Henrique Cardoso, ele poderia tranquilamente ter assumido a Missão do Brasil em Genebra ou um posto bilateral de primeira linha.
Mas não foi essa a escolha de Amorim.
Graça Lima foi enviado para os consulados do Brasil em Nova York e em Los Angeles. Seu talento e experiência como negociador comercial não foram totalmente desperdiçados porque a OMC o chamou para compor painéis de solução de controvérsias. No retorno a Brasília, o embaixador foi nomeado pelo então ministro Antônio Patriota para a obscura Inspetoria do Serviço Exterior. Coube ao atual chanceler, Luiz Alberto Figueiredo, seu resgate, em benefício do Itamaraty e de seus quadros, e sua indicação para o comando de uma das áreas mais desafiadoras da política exterior.
Não há indicação de tendência de o Itamaraty, sob a batuta de Figueiredo, tirar do ostracismo ou chamar de volta à Casa de Rio Branco outros embaixadores punidos durante desde 2003. O embaixador Sérgio Amaral, ex-titular do MDIC e ex-porta-voz de FHC, antecipou sua aposentadoria logo no início do governo Lula. Anos mais tarde, essa foi a opção de Pedro Luiz Rodrigues, braço direito de Celso Lafer no MDIC e no Itamaraty e ex-diretor da Sucursal de Brasília de O Estado de S Paulo. O embaixador Marcos Caramuru aceitou o posto de cônsul em Xangai, oferecido por Amorim, depois de ter sido secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, na gestão de Pedro Malan. Mas preferiu licenciar-se da diplomacia, ao terminar seu período no consulado, e fixar-se na China.
Há muitos outros exemplos de vítimas dessa mais recente “caça às bruxas” – a anterior deu-se nos anos duros da ditadura militar, quando diplomatas de esquerda, homossexuais e boêmios foram sumariamente demitidos. Poucos dos que se destacaram na execução da política externa de FHC tiveram examinados suas vocações e compromissos com o serviço público na gestão de Lula antes de serem punidos. Muitos foram limados nos processos de promoção – o ministro Paulo Roberto Almeida, um dos maiores especialistas nas relações bilaterais Brasil-Estados Unidos, jamais ascendeu ao grau de embaixador – e outros foram preteridos de posições no Brasil e no exterior por não se “comprometerem” com a linha ideológica em vigor desde 2003.
O investimento em tempo e dinheiro público na formação desses profissionais foi parcialmente abortado por causa desses julgamentos apressados e de vaidades pessoais. Nem falar sobre os esforços pessoais e os sacrifícios das famílias desses diplomatas. No período, a tradição do Itamaraty de fazer de seus embaixadores seniores os mestres das novas gerações foi minimizada, assim como tantos outros costumes da Casa de Rio Branco.
Graça Lima expressou sua simplicidade e simpatia características ao assumir, no dia 7, seu novo posto. A honra de exercer essas novas funções se mescla a dois sentimentos que se completam e mutuamente se apoiam: a imprescindível humildade, para seguir aprendendo, e a indispensável coragem, para encarar o desafio de contribuir, da melhor forma possível, para o cumprimento da tarefa que Vossa Excelência (o chanceler Figueiredo) se impôs de ´enfrentar as variadas e complexas questões internacionais que cabem a um país do porte do Brasil’.”
Não mencionou nada sobre sua experiência. Não precisava. Os que o conhecem sempre se lembrarão de sua coragem ao criticar publicamente as medidas argentinas que feriam as regras básicas do Mercosul, no final dos anos 90, quando foi Subsecretário-Geral de Assuntos Econômicos do Itamaraty. Nessa mesma época, defendeu o regime automotivo brasileiro diante dos demais membros da OMC, apesar de saber que seu conteúdo contrariava as normas do GATT. Meses mais tarde, contornou a ameaça da União Europeia, da Coreia do Sul e do Japão de iniciar uma controvérsia contra o mesmo regime – da qual sairiam certamente vitoriosos – com a oferta de cotas tarifárias de importação de seus automóveis. Engoliu suas convicções mais de uma vez em favor do interesse nacional.
Ao bom trabalho, senhor embaixador.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Programa nuclear iraniano: o coracao da materia -- Mark Hibbs entrevistado por Max Fisher

A nuclear expert explains, in very basic language, the science at the heart of Iranian nuclear talks


The Washington Post Blog, November 12 at 7:00 am

Iran's ongoing negotiations with world powers over its nuclear program, most recently this weekend in Geneva, have not yet resulted in a deal. This weekend's talks fell through, according to some reports, because French representatives worried about how the agreement would have dealt with Iran's nuclear facility at Arak.

The details of the facility, how it works and why it's so controversial can be confusing. To get a better understanding of it and the other scientific issues at the heart of this very political process, I talked to Mark Hibbs. As a senior associate at the Carnegie Endowment for International Peace's nuclear policy program, Hibbs understands both the science of the Iranian program and the politics around those scientific issues. A lightly edited and compressed transcript of our phone conversation follows.

Can you explain to me, very simply, what are the main technical issues in these negotiations with Iran? In other words, what are they negotiating over?
The two main parts that are of concern are the uranium enrichment program and the heavy-water reactor [in the city of Arak].
Can you explain the dispute over uranium enrichment first?
The question is, how much enrichment should an agreement with Iran permit Iran to do? What would be the enrichment level? Where would Iran be permitted to do the enrichment, and, finally, what happens to the enriched uranium when it comes out of the enrichment plant?
Iran has been building up an inventory of enriched uranium. Most of it is 3 percent enriched or 5 percent enriched. It's "low enriched" uranium fuel, at the level of enrichment that normally is used for normal nuclear power reactors, like the reactor Iran has at Bushehr. There is a small nuclear inventory that Iran is enriching at [its nuclear facility at] Fordow, at a second enrichment plant, and that's enriched to 20 percent. And the problem is that 20 percent enriched uranium. The amount of work that's necessary, the amount of processing of the uranium to enrich it to 20 percent, that gets you most of the way there to enrich it further to 90 percent, which is what you would want for a nuclear weapon. The concern is that there has been, in recent years, a small but growing amount of 20 percent enriched uranium, which is the focus of a great deal of tension in this negotiation, because that would be the inventory that's closest to bomb grade.
They have slowed down the accumulation of this 20 percent enriched uranium. They've slowed it down to a crawl, and they haven't crossed that line. That is an indication that Iran is aware that this is a sensitive matter. That being said, in a negotiation to try to solve the Iranian crisis, the powers negotiating with Iran want to eliminate this threat. They want all of the 20 percent enriched uranium removed, converted to other nuclear materials that can't be readily accessible. And there hasn't been a discussion on it on how best to do that.
Most of the time, since about 2006, the countries negotiating with Iran have been preoccupied primarily with schemes to get that 20 percent uranium out of the country, and more recently there has been a discussion about an alternative approach which is to take the 20 percent enriched-uranium inventory and convert it into an oxide form, which would be less accessible in the sense that Iran would have to take a number of processing steps to convert that back again into metal.
The French are involved in that; the Americans are involved in that. Politically, ultimately it has to do with what you believe to be Iran's intentions. Technically, it has to do with what your assessment is about Iran's capabilities, the question of would Iran be able to reconvert the uranium, how quickly would Iran be able to do that and would they be able to do it fast enough that they wouldn't be detected.
What about Iran's heavy-water reactor in the city of Arak? Some reporting suggests that the negotiations in Geneva fell apart because the French didn't think the agreement was tough enough on this reactor. What does a heavy-water reactor do, and why is this one so controversial?
Okay, I am going to walk you through some basic science. [Laughs] The uranium fuel in the reactor core is surrounded by what's called a "moderator." The moderator in most reactors is water. For example, in a power reactor that makes electricity, there is enriched light-enriched uranium surrounded by a water moderator, which permits the nuclear reaction to happen. In the case of this Iranian reactor, the moderator is not normal water, it's heavy water. Heavy water is water for which the hydrogen isotope has a proton and a neutron, instead of just a proton, making it denser. You can make it through several chemical processes.
Heavy water moderates the reactor less efficiently than the normal, light water does. What that means for the reaction is that the deuterium, the heavy isotope of hydrogen, absorbs fewer neutrons, which are released spontaneously by the fuel in the system. It means that there's going to be a lot more neutrons in that nuclear system, in the core of that reactor. That means that the natural uranium fuel, which is to a large extent over 70 percent of the uranium in that fuel, is isotope U-238.
The excess neutrons in that system get absorbed by that natural uranium. They absorb the neutrons and it transmutes the uranium into plutonium-239, so you're creating plutonium by doing that. That's what you're doing in your reactor. The heavy water permits the reactor in Iran, or will permit the reactor in Iran, to be very efficient at producing plutonium.
Which is used for making nuclear weapons.
Correct. The design of the reactor is considered a red flag for nonproliferators. They see the heavy water, together with the use of the natural uranium fuel, the U-238 in the fuel, as a red flag. It's a reactor that can be very efficiently used to produce plutonium for nuclear weapons.
This gets to the heart of the problem. The United States has a very firm position about this. It has taken the view that the reactor in Iran is a bomb factory. The Iranian narrative says the reactor is supposed to be used for medical isotope production and for general research.
Who's right?
In a sense the problem that the negotiators have about this project is that both of them are right. The reactor can be used to make bombs, but it's also perfectly suitable for a large number of peaceful-use applications.
What this problem reveals is a disconnect between the nonproliferation community, which sees the heavy water reactor and its neutrons as a threat because they can be used to make bombs, and then you have the nuclear research community, academic people mostly, who use heavy water reactors in many countries to produce neutrons that they need for new nuclear research. So nuclear researchers will tell you that the most valuable reactors in the world are those that create the most neutrons, and in fact these heavy water reactors do that.
But if you take the position as the U.S. government has taken, that there is no justification for this reactor in Iran other than making bombs, then there's no way that you could justify a solution that would permit Iran at the end of the day to have this reactor.
But Iran says it doesn't want a nuclear weapon, so presumably its position is that it should be allowed to keep the reactor.
Iran will make the argument that it should have the reactor, because the International Atomic Energy Agency [IAEA, the United Nations' nuclear watchdog] is inspecting everything in Iran. And Iran has agreed to implement a so-called Additional Protocol, which is an agreement that provides a far greater level of IAEA intrusiveness into the program. So the Iranians will argue, "If we're demonstrating our nonproliferation bona fides to you, to the IAEA, then you should let us have the reactor."
So what was the big disagreement over Arak? Some reports say that the deal at Geneva this weekend fell through because the French diplomats had some concerns about how it would deal with the Arak reactor.
The French were not satisfied that this agreement really addressed the future of this reactor. The French were saying, "What we want to see happen is for the Iranians to agree not to do any more work on this reactor for six months or more. And during this period of time, we will sit down with Iran and we'll discuss how to go forward about the long-term future of this project."
What we have heard is that the preliminary agreement that had been discussed was that Iran had agreed not to start up the reactor for six months. And if that's the case, that wouldn't suffice. That reactor probably cannot be started up anyway during the next six months, because the Iranians are having trouble finishing the project. They're under sanctions and there's things that are missing. So they can't finish it.
In other words, if Iran had agreed not to start up the reactor for six months, that would have been pretty meaningless since they probably weren't going to be able to do that anyway.
That's why I think that in the longer term, when we look at this in a week or so, maybe in a couple of weeks, we'll look back and we'll see the French intervention is something which was constructive and positive. And it's not something that happened because a few people in a negotiating team weren't happy for one reason or another. I think there are issues here that have to be addressed.


Max Fisher is the Post's foreign affairs blogger. He has a master's degree in security studies from Johns Hopkins University. Sign up for his daily newsletter here. Also, follow him on Twitter or Facebook.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Books, books, books! Mas onde vai parar esse vício incurável?

Que pergunta: ora essa, numa livraria, of course. 
Ou melhor, em várias delas.
Estas são para a próxima ida a New York...
Paulo Roberto de Almeida 

Do blog do Abebooks:

http://www.abebooks.com/blog/index.php/2013/04/26/bookstores-of-new-york/


Bookstores of New York


Last week I was in New York. The purpose of the visit was to attend two antiquarian book fairs, but I always try to make time to visit booksellers in their stores. Nothing can replace the touch and feel of a beautiful book and talking to someone that is passionate about what they do.
Walking into an antiquarian bookshop is a bit like opening a treasure chest; you never know what you are going to find and there are always hidden gems. I love knowing that I can walk into these stores and find something that I know has had a long and interesting life and belonged to people that cared enough to preserve and share them.
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One of the shops I visited was Argosy Books in midtown Manhattan. Argosy Books was founded in 1925 and is now in its third generation of family ownership. There are books on the shelves, books in stacks and piled on tables. All combined with great lighting and small pops of colour from flowers placed throughout the store to make you feel instantly comfortable and welcome.
Argosy specializes in Americana, modern first editions, autographs, art, maps & prints and books about the history of science and medicine. If those aren’t up your alley, you will also find many other books in a wide variety of topics and with a wide variety of prices. If you have the time and you’re in New York, Argosy is definitely a store you should visit.
Another shop I visited was the Complete Traveller Antiquarian Bookstore on Madison Avenue. This store evolved from The Complete Traveller Bookstore which was the first travel bookstore in the US. As the name states, this shop specializes in collectible travel literature and has one of the best collections of authentic Baedeker travel guides. Baedekers are considered to be the first modern travel guides and can be easily identified by their distinct red cover. The books were treasured for their detailed historic accounts and the many fold out maps they contain.
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This is a unique and specialized shop and definitely worth a visit if you love travel, history and culture.
No visit to New York is complete for me until I visit The Strand. Strand never disappoints and I always walk away with at least one, well really several books. This time I came home with something for my children, but I love it too: This is New York by Miroslav Sasek. We love these books in my house and have many others in the This Is…. series.
Most people know that Strand is a great place to go for affordable books, but it also has a fantastic Rare Book Room. Hop in the elevator and go up to the 3rd floor, and you’ll walk into a room filled with lovely old books, many of which can be found on AbeBooks.
Strand also has many affordable and collectible signed first editions. The day of my visit, they were getting ready for a book signing and talk with Pulitzer Prize-winning author Junot Diaz, discussing his newest book This is How You Lose Her.
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Bookstores in New York offer a slice of history and small pieces of beauty that will draw you in and make you love books even more.
Guest post compliments of Maria Hutchison, AbeBooks Account Manager for our rare and collectible segment.
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About Beth Carswell

I've been reading, selling, researching, loving and writing about books with AbeBooks since 2000.

sábado, 27 de abril de 2013

Brasil: um pais irreformavel? - Minhas propostas feitas em 2005

Hoje recebi uma visita inesperada num blog antigo, aliás o primeiro que tive (e que, como não sabia operar, bloqueou uma vez, e eu o abandonei, coitado), e que raramente visito, embora ele ainda contenha coisas altamente interessantes, como a confirmar que o mundo gira, a Lusitana roda, e o nosso Brasil continua encalacrado nos mesmos problemas de sempre.
Mas, por que digo isto?
Porque recebi este comentário no post que vai abaixo transcrito:


Wagner Bento deixou um novo comentário sobre a sua postagem "43) Uma proposta modesta: a reforma do Brasil": 
Belo conjunto de propostas para um Brasil moderno e, finalmente, capitalista. Parabéns pelo poder de síntese.


Esse post é do tempo em que eu ainda numerava cada um, para organizá-los, digamos assim, totalmente ausente do fato de um blog se auto-organiza por datas, sem necessidade de qualquer outro arranjo.
Enfim, independentemente do motivo, vamos a minha postagem de oito anos, mas que ainda se encontra inteiramente válida, já que não fizemos nada, absolutamente nada, para tornar o Brasil mais moderno.
Não fizemos, não, pois eu me incluo fora do governo dos companheiros, que aproveitaram esses anos apenas para reforçar o seu poder, sem empreender qualquer uma das reformas que tornariam o Brasil mais ágil. Ainda estamos esperando por isso.
Paulo Roberto de Almeida 


TERÇA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2005


43) Uma proposta modesta: a reforma do Brasil


Monteiro Lobato, num de seus livros da série do Sítio do Pica-Pau Amarelo, atribuiu a Emília a tarefa de fazer uma "reforma da Natureza": coisa de corrigir alguns mal-feitos do Criador, e consertar o que parecia errado aos olhos de retrós de uma boneca de pano. Mas ele também tentou "consertar o Brasil" várias vezes, chegando até a enfrentar prisão devido algumas de suas sugestões.
Não creio que eu corra o mesmo risco agora; provavelmente vou receber apenas sorrisos condescendentes.
Em todo caso, dou primeiro o meu diagnóstico (muito rápido), depois um pequeno receituário, também rápido e rasteiro, já que nenhuma dessas tarefas será empreendida anytime soon...

Uma proposta modesta: a reforma do Brasil
Paulo Roberto de Almeida

Prolegômenos:
Não creio que o Brasil necessite, tão simplesmente, de uma mera reforma econômica. Ele precisa, sobretudo, de várias reformas estruturais, a começar pelo terreno político, onde se encontra a chave para a resolução dos muitos problemas que explicam o nosso baixo desempenho econômico.

Primeira parte - O Diagnóstico

1. Constituição intrusiva demais, codificando aspectos de detalhe que deveriam estar sendo regulados por legislação ordinária.

2. Estado intrusivo, despoupador, perdulário, disforme e pouco funcional para as tarefas do crescimento econômico.

3. Legislação microeconômica (para o ambiente de negócios e para a regulação das relações trabalhistas) excessivamente intrusiva na vida dos cidadãos e das empresas, deixando pouco espaço para as negociações diretas no mercado de bens, serviços e de trabalho.

4. Preservação de monopólios, cartéis e outras reservas de mercado, com pouca competição e inúmeras barreiras à entrada de novos ofertantes.

5. Reduzida abertura externa, seja no comércio, seja nos investimentos, seja ainda nos fluxos de capitais, gerando ineficiências, preços altos, ausência de competição e de inovação.

6. Sistemas legal e jurídico atrasado e disfuncional, permitindo manobras processualísticas que atrasam a solução de controvérsias e criam custos excessivos para as transações entre indivíduos.

Segunda parte - A Reforma

1. Reforma política, a começar pela Constituição: seria útil uma “limpeza” nas excrescências indevidas da CF, deixando-a apenas com os princípios gerais, remetendo todo o resto para legislação complementar e regulatória. Operar diminuição drástica de todo o corpo legislativo em todos os níveis (federal, estadual e municipal), retirando um custo enorme que é pago pelos cidadãos; Proporcionalidade mista, com voto distrital em nível local e alguma representação por lista no plano nacional, preservando o caráter nacional dos partidos.

2. Reforma administrativa com diminuição radical do número de ministérios, e atribuições de diversas funções a agências reguladoras. Privatização dos grandes monstrengos públicos que ainda existem e são fontes de ineficiências e corrupção, no setor financeiro, energético, e outros; fim da estabilidade no serviço público.

3. Reforma econômica ampla, com diminuição da carga tributária e redução das despesas do Estado; aperto fiscal nos “criadores de despesas” irresponsáveis que são os legislativos e o judiciário; reforma microeconômica para criar um ambiente favorável ao investimento produtivo, ao lucro e para diminuir a sonegação e a evasão fiscal.

4. Reforma trabalhista radical, no sentido da flexibilização da legislação laboral, dando maior espaço às negociações diretas entre as partes; extinção da Justiça do Trabalho, que é uma fonte de criação e sustentação de conflitos; Retirada do imposto sindical, que alimenta sindicalistas profissionais, em geral corruptos.

5. Reforma educacional completa, com retirada do terceiro ciclo da responsabilidade do Estado e concessão de completa autonomia às universidades “públicas” (com transferência de recursos para pesquisa e projetos específicos, e os salários do pessoal remanescente, mas de outro modo fim do regime de dedicação exclusiva, que nada mais é do que um mito); concentração de recursos públicos nos dois primeiros níveis e no ensino técnico-profissional.

6. Abertura econômica e liberalização comercial, acolhimento do investimento estrangeiro e adesão a regimes proprietários mais avançados.

Brasília, 15 de dezembro de 2005.

sábado, 21 de julho de 2012

Sobre a Intolerancia - Paulo Roberto de Almeida (2006)

Um texto antigo, de 2006, publicado originalmente na revista Espaço Acadêmico, acaba de ser republicado no blog dessa revista, com a qual já não colaboro mais desde 2010.
Link: http://espacoacademico.wordpress.com/2012/07/21/sobre-a-intolerancia/
Paulo Roberto de Almeida 
Sobre a Intolerância

PAULO ROBERTO DE ALMEIDA*
Blog da Revista Espaço Acadêmico, ISSN 1519-6186 – ANO XI, Mensal.
Religiões são construções humanas, profundamente humanas (no sentido social ou “societal”, da palavra). Elas podem ter sido elaboradas por algum “profeta” individual, mas são mais exatamente uma construção envolvendo mais de um ator. Como resultado de seu processo de “fabricação”, elas guardam íntima relação com os valores e as crenças normalmente partilhados por uma dada sociedade num determinado momento histórico. Este é o caso das grandes religiões modernas – cristianismo, islamismo, budismo –, criadas entre os últimos séculos da antiguidade (inclusive o judaísmo moderno) e os primeiros séculos da “era Cristã” (não há como evitar, aqui, o padrão universal de contagem do tempo, criado pelo cristianismo, uma das mais poderosas forças sociais de todo o mundo). Excluo das presentes considerações o hinduísmo, que não se tornou tão “universal” como as duas grandes religiões concorrentes, o cristianismo e o islamismo.
Todas as grandes religiões apresentam “benfeitorias”, do ponto de vista da “ideologia” e da “vida social” de uma certa época, sem o que elas não teriam tido sucesso e se disseminado de modo tão amplo. Nem todas essas benfeitorias representam, contudo, progresso absoluto do ponto de vista dos direitos humanos e dos direitos da mulher, mais especificamente, se é possível aceitar o conceito de “progresso” num sentido lato (não parece haver progresso moral da humanidade, stricto senso, como uma interpretação estritamente darwinista da vida social poderia deixar entender).
O judaísmo, por exemplo, ao ressaltar os valores da vida humana, da igualdade entre os seres, da submissão a um conjunto de regras para a conduta em sociedade – como evidenciado na lei mosaica –, representou um progresso em relação às religiões de cunho vingativo então existentes. O cristianismo, por sua vez, enfatizou a fraternidade dos homens, ao amor ao próximo, o perdão e a caridade como “benfeitorias” que muito fizeram para elevar o padrão moral da humanidade. Da mesma forma, o budismo trouxe o respeito à vida humana, ou melhor, a qualquer forma de vida a um patamar certamente elevado, enfatizando, como o cristianismo, o respeito a todo ser humano como princípio universalmente válido. Essas três religiões me parecem assumir plenamente a tolerância como regra de conduta válida na vida social, mesmo se variantes “fundamentalistas” do cristianismo militante (“evangelizador”, ou de “conversão”) tenham conspurcado a mensagem cristã da aceitação das opiniões de terceiros.
Em momentos diversos de suas trajetórias históricas, as sociedades que abrigaram essas três grandes religiões com vocação “universalista” passaram por processos reais de secularização e de laicização que diminuíram em muito o papel da religião (e da liturgia, isto é a forma organizada e talvez “burocratizada” da religião) na organização da vida social, na socialização das pessoas, na condução da vida diária. A religião passou à esfera do privado e a vida política e social passou a ser organizada em bases legais e racionais. Este “caminho weberiano” não parece ter sido experimentado, ainda, pelo islamismo, que permanece como um “bloco” indivisível e praticamente impermeável a variações interpretativas. Não houve, como na história do cristianismo, por exemplo, nenhuma divisão entre escolas dotadas de liturgias diferentes (como ocorreu, primeiro, com a cisão entre ortodoxia e catolicismo, depois com a divisão deste na reforma protestante).
O islamismo “penetra” e domina a vida individual como nenhuma outra religião de vocação universalista o faz. Ele comanda uma submissão total, ocupando não apenas os espaços da vida familiar e social, mas também, em grande medida, os campos político e econômico. Mesmo sociedades islâmicas contemporâneas que passaram por processos de relativa secularização ressentem uma enorme pressão para a aplicação da sharia, isto é, a lei costumeira dos tempos do profeta, cujos princípios parecem ser mais vingativos do que propriamente retributivos.
Essa submissão não se submete, ela mesma, ao crivo da razão, isto é, ao trabalho exegético, eventualmente contestador, que caracteriza o cristianismo como um todo. A “profissão” de teólogo, ou intérprete dos preceitos “divinos” – típica dos povos da Bíblia – praticamente inexiste no islamismo, que abriga apenas “conhecedores” da palavra do profeta. Não há propriamente um “diálogo” com deus, ou com seus “intérpretes oficiais”, uma vez que o que está escrito no livro sagrado é considerado como a própria palavra de deus, insuscetível, portanto, de interpretações ou de “aperfeiçoamentos”.
A característica mais importante a separar essas religiões, porém, não é apenas a capacidade de interpretar a palavra divina, e sim a faculdade de contestá-la. É possível, dentro da religião cristã, contestar a palavra de Deus, o que pode levar, no máximo, à excomunhão do “incréu”, o que em outros tempos poderia resultar na fogueira. O fato histórico é que essas sociedades evoluíram ao ponto de abolir a condenação da pregação anti-religiosa. É possível ser ateu, iconoclasta, blasfemo militante e até mesmo apóstata, sem incorrer nas iras da lei ou no castigo da instituição religiosa. É possível abandonar ou trocar de religião, sem ter de temer acusação de apostasia ou de crime contra a religião.
Nada disso é possível na religião islâmica: viver à margem ou contra a religião é extremamente perigoso, proclamar publicamente apostasia ou blasfêmia constitui um grave crime contra a religião do profeta, passível da pena de morte. Mas é possível, publicamente, em terras do Islã, repudiar a religião cristã, ou qualquer outra, que não a do profeta. É possível, à esposa não muçulmana de um verdadeiro “crente”, conservar a sua fé, mas ela não poderá educar os seus filhos senão na religião do profeta.
Trata-se de um verdadeiro “imperialismo” da religião, que assume aspectos por vezes trágico na vida individual ou no relacionamento com pessoas de outros credos. O assunto das charges dinamarquesas, no início de fevereiro de 2006, revelou, por outro lado, todo o potencial de conflito embutido numa religião que pode ser utilizada para fins de mobilização popular. O que esta questão revela é, sobretudo, a intolerância total em relação a “contestações” do sentimento religioso dos seguidores do profeta: mesmo os incréus são passíveis da “pena de morte”, na interpretação dos verdadeiros crentes.
Não se trata, aqui, de um “conflito entre civilizações”, como muitos proclamam, mas simplesmente de um conflito entre “religião” e “sociedade”, ou seja, de uma dada configuração da estrutura mental das sociedades islâmicas, que as impede de conciliar, ou mais propriamente de separar, manifestações de pensamento e expressões da crença. Não há fissura entre ambas, daí o totalitarismo da palavra se convertendo em totalitarismo da ação.
Isso se chama intolerância. Ela constitui, no meu modo de ver, uma das mais poderosas barreiras ao necessário processo de “aggiornamento” do islamismo, sem o qual ele será incapaz de juntar às correntes modernas de produção científica e intelectual, ou de oferecer um terreno seguro para o desenvolvimento de formas de organização políticas mais democráticas e abertas à inovação e à criatividade individuais. Essa é uma batalha que vai separar profundamente o islamismo, mas que terá de ser travada algum dia.

* PAULO ROBERTO DE ALMEIDA é Doutor em Ciências Sociais, diplomata, autor de vários trabalhos sobre relações internacionais e política externa do Brasil. 
Publicado na REA nº 66, novembro de 2006, disponível emhttp://www.espacoacademico.com.br/066/66pra.htm

sexta-feira, 9 de abril de 2010

2059) Blogometria: apenas um exercicio quantitativo

Recebido de um contador manual, que fica escondido atrás deste blog, contando os incautos, curiosos e outros distraídos que por aqui passam. Não pago nada para ele, então ele me apresenta estas estatísticas brutas (stricto et lato sensi) e não posso reclamar de nada.

Diplomatizzando
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Mas, seu eu perguntar algo, ele me diz sempre as mesmas coisas. Os que mais acessam este blog é uma manada de candidatos desesperados querendo entrar para a carreira diplomática, sem saber o que os espera (tudo de bom, certamente).
Mas, ao lado dos temas habituais da carreira, também entra um ou dois posts sobre os conselheiros da Petrobras (regiamente remunerados, por certo, inclusive a ex-ministra e pré-candidata governista Dilma Rousseff, que provavelmente não largou o osso, na verdade um filé suculento) e o protecionismo argentino (que um raio caia na cabeça dos protecionistas de todos os países).

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

1716) Von Blog: Clausewitz e a estrategia blogueira da defesa

Clausewitz, o militar e teórico prussiano do fenômeno militar, que ele analisava pelo seu lado social e político, considerava a boa preparação para a defesa como uma condição necessária para se vencer uma guerra. Ou seja, a dissuasão, baseada numa excelente defesa, já constituia, por si só, boa parte de uma estratégia militar consequente e efetiva.
Ele também valorizava a meritocracia, e se posicionava contra a aristocracia e seu monopólio dos postos superiores no exército prussiano, onde qualquer aristocratazinho incompetente poderia ser nomeado oficial, em detrimento das patentes inferiores, com melhor preparação no terreno, mas que não ascendiam por falta de "sangue azul" (ou pedigree).

Pois bem, aplicada ao fenômeno blogueiro, o que os ensinamentos de Clausewitz querem dizer?

Um blog é como uma linha de defesa, uma trincheira de resistência contra ataques inimigos.
No caso específico deste blog, imagino-o como uma trincheira clausewitziana, isto é, meritocrática, contra a insensatez, a burrice, a desonestidade intelectual, a má fé, a fraude deliberada, a enganação dos incautos e dos mal-informados, enfim, uma barreira contra a submissão indevida e eticamente duvidosa a idéias erradas e atitudes moralmente condenáveis.
Por exemplo: defender ditaduras, me parece uma atitude não apenas suspeita, mas moralmente abjeta. Observar um tratamento seletivo dos direitos humanos também me parece não apenas questionável, como digno de repúdio e de censura moral.

Tenho a impressão de que Clausewitz concordaria com os meus argumentos e estaria de acordo em que eu use este blog de acordo com o seu manual sobre a guerra.
Minha guerra é contra a mediocridade, a estupidez, a mentira, a fraude e a falta de transparência nos assuntos públicos.

Como não tenho tropas, a não ser minha própria capacidade de pensar e escrever, com a ajuda de minhas únicas armas que são dois computadores, fico na minha trincheira fazendo meu trabalho de defesa de certos valores e princípios.
Não tenho sequer capacidade de dissuasão, apenas o poder do convencimento pela aplicação de algumas evidências evidentes (se me permitem a redundância), a lógica elementar, a observação dos fatos, a reflexão ponderada, e a exposição de argumentos que espero condizentes com a realidade do mundo; la verità effetuale delle cose, como diria Maquiavel.

Meu blog é uma trincheira clausewitziana da verdade...