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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Preparacao para a carreira diplomatica: uma tarefa de longo prazo - Paulo Roberto de Almeida

Mais um texto das "antigas", que talvez ainda apresente algum interesse para os candidatos à carreira diplomática.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 27/05/2016


A formação e a carreira do diplomata:
uma preparação de longo curso e uma vida nômade

Paulo Roberto de Almeida
(www.pralmeida.org)

            A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em decorrência da maior inserção internacional do Brasil e dos avanços da globalização e da regionalização. Os candidatos têm em geral procurado os cursos de graduação em relações internacionais. Cabe indagar se esses cursos fornecem a preparação adequada para o concurso do Itamaraty e, alternativamente, considerando que apenas um número restrito será admitido na carreira, se eles fornecem os instrumentos necessários para lograr uma boa colocação no setor privado, que é ainda o grande “absorvedor” da oferta universitária.
Não é tampouco certo que um curso de graduação em relações internacionais seja a melhor via de acesso à carreira diplomática, uma vez que os requerimentos de entrada são mais amplos, ou mais específicos, do que a grade curricular desses cursos, ainda desiguais e com ênfases distintas nos vários estados: alguns são teóricos, voltados para a pesquisa em política mundial, outros colocam ênfase no comércio internacional e no chamado global business (o que pode ser uma orientação correta, se pensarmos que as relações econômicas internacionais compõem o essencial da agenda contemporânea). Os cursos tradicionais — direito, economia ou administração, com um complemento em línguas — podem ser mais útil ao aspirante à carreira, já que ele poderá se exercer também nas profissões pertinentes. Ele pode, depois, buscar uma especialização em relações internacionais, familiarizando-se com os debates teóricos e com a agenda da política mundial.
            Em todo caso, o candidato à carreira pode não receber num curso de graduação, ou num preparatório de seis ou doze meses, o conhecimento de que necessita para atender aos requisitos do concurso do Instituto Rio Branco. Ele precisa ter sólida formação, feita geralmente de anos de acumulação de cultura humanista e de incontáveis leituras. Mais do que qualquer curso ex-catedra, o importante é o esforço individual do candidato, que será idealmente um auto-didata. Um curso de preparação à carreira pode ajudar, ao transmitir um “conhecimento mastigado” e alguma “segurança psicológica”. Mesmo vindo de família modesta e carente de aperfeiçoamentos no exterior ou em cursos de línguas, o candidato motivado pode suprir lacunas pessoais ou de ambiente social ao construir o seu próprio curso, mediante um sério programa de estudos sistemáticos, feito da bibliografia sugerida pelo IRBr, da leitura diária de um jornal econômico e do acesso constante à Internet (como The Economist, Financial Times, Foreign Affairs e outros).
            Nos últimos anos, o Instituto Rio Branco tem selecionado um em cada oitenta ou cem candidatos: a seleção é portanto rigorosa e a grande maioria deverá buscar uma outra profissão dentro da área, na espera de poder um dia ingressar na carreira. O mercado é basicamente constituído pelo setor privado, e cabe ao jovem ter consciência disso desde o início. Algumas faculdades mantêm cursos com perfil excessivamente acadêmico, feito de matérias teóricas ou de disciplinas voltadas para os grandes equilíbrios geopolíticos do cenário internacional, como se todos os seus egressos fossem passar a vida discutindo as teorias realista ou racionalista de relações internacionais ou resolvendo algum problema no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Essa não é a realidade da agenda mundial, que, mesmo em sua vertente negocial, é feita mais de questões de comércio internacional do que de problemas relativos ao poder mundial.
            Algumas especializações podem responder melhor ao perfil específico para uma inserção nos mercados regionais de trabalho. Uma cidade como Brasilia, governamental e diplomática por excelência, chama naturalmente uma formação centrada nas disciplinas diretamente ligadas à diplomacia (direito, história, línguas, economia internacional), para um trabalho no governo, nas organizações internacionais ou no meio acadêmico. Métropoles como São Paulo e Rio de Janeiro, onde se localizam a maior parte das empresas internacionais brasileiras e o grosso das multinacionais (em atividades diversas dos serviços e da indústria), requerem formações voltadas para o chamado global business, com matérias de comércio exterior, finanças internacionais etc. No sul do país, mais voltado para atividades do agribusiness e em contato direto com os parceiros do Mercosul, as especializações podem estar no comércio internacional (inclusive normas relativas ao Mercosul), em questões fitossanitárias e no domínio da língua espanhola.
Alguém dotado de conhecimento acadêmico, de uma boa disposição para o auto-aprendizado e de senso prático em algumas das áreas mencionadas tem chances de subir em qualquer profissão, à medida em que sua experiência de vida o colocar em contato com pessoas dotadas de densidade nessas áreas. Nunca se deve chegar num primeiro emprego como se não se necessitasse de treinamento ou de aperfeiçoamento técnico e profissional. Atitudes do tipo “eu sei fazer”, “eu sei tudo”, “deixa comigo”, geralmente conduzem a desastres, ou pelo menos a situações de constrangimento funcional.
A carreira diplomática é única nos seus requisitos de entrada, não apenas em termos da bagagem intelectual acumulada ao longo de anos de estudo, mas também no sentido em que o diplomata deve exibir algumas qualidades de convivência e de interação social que serão importantes no desempenho ulterior. Por isso os exames de ingresso na carreira envolvem disciplinas tradicionais, mas também entrevistas com banca examinadora que julga as aptidões do candidato para aquele tipo de profissão: a maturidade entra em linha de conta nesse contexto, o comportamento social, assim como a própria aparência pessoal.
Meu trabalho como servidor público federal, na carreira de diplomata, teve início em dezembro de 1977, por meio de um concurso direto, o que, aliado ao fato de já possuir mestrado, dispensou-me de frequentar o curso de preparação mantido pelo Instituto Rio Branco. Desde essa época (um quarto de século já), servi no exterior em diversas missões diplomáticas e no Brasil (Ministério das Relações Exteriores, em Brasília), geralmente na área econômica. Em postos, estive nas embaixadas em Berna, Belgrado e Paris, ademais das delegações do Brsil em Genebra e Montevidéu (Aladi). Mais recentemente fui chefe da Divisão de Política Financeira e de Desenvolvimento do Itamaraty, de 1996 a 1999, e desde outubro daquele ano até outubro de 2003 fui Ministro Conselheiro na Embaixada em Washington, o mais importante dos postos externos do Ministério das Relações Exteriores. Paralelamente ao exercício regular das atividades profissionais, pude manter, ainda que de maneira alternada, minha carreira acadêmica, o que me habilitou não apenas a ministrar cursos em universidades do Brasil e do exterior, como também a fazer pesquisas e manter uma produção de livros e artigos que hoje compõe a bibliografia especializada no campo das relações internacionais. Uma amostra dessa produção pode ser vista em minha página pessoal: www.pralmeida.org.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15 de janeiro de 2004

Alguns conselhos a candidatos a carreira diplomatica (de 2002, mas ainda validos) - Paulo Roberto de Almeida

Transcrevo, de uma entrevista que concedi em 11 de janeiro de 2002, parte das respostas que elaborei (em 9 p.) a questões colocadas pelo Centro Acadêmico Paulo Roberto de Almeida (sim, ousaram dar o meu nome, mas não sei se ainda subsiste), do Curso de Relações Internacionais da Unisul, para o Boletim Internews. A entrevista completa foi publicada no site da Unisul (http://www.unisul.br/), mas provavelmente já não existe mais. 
Limito-me à última questão sobre a preparação para a carreira diplomática, pois as demais questões tocavam em questões de conjuntura, embora algumas ainda possam apresentar alguma validade ainda hoje. Como nunca foi preservada, permito-me transcrever minhas considerações como abaixo.
Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 27 de maio de 2016


INTERNEWS - Qual conselho o Sr. daria para os estudantes de RI que sonham em seguir a carreira diplomática?
 
PRA: Longa, lenta e séria preparação e sobretudo não conte apenas com os cursos de relações internacionais ou qualquer outro curso tradicionalmente acadêmico. Seja basicamente um auto-didata, e comece cedo a ler, anotar, estudar, se preparar, em todos os terrenos importantes para os exames de ingresso. Sobretudo tenha certeza de que é isso mesmo que pretende, e que não está alimentando nenhum sonho romântico de entrar numa carreira que supostamente apresenta “glamour” ou “viagens fáceis”. 
Trata-se simplesmente de uma das mais exigentes profissões da burocracia governamental e certamente a mais intelectualizada das carreiras de Estado, requerendo portanto uma educação sofisticada e diversificada. Comece cedo, portanto, não perca tempo com digressões inúteis, mas vá direto aos temas que apresentam “vantagens comparativas” para uma boa prova de ingresso: português, outras línguas (mas sobretudo o inglês), história e ciências humanas e sociais de maneira geral, literatura, economia, relações internacionais enfim. 
Na faculdade, não compactue com o pacto de mediocridade e de preguiça entre professores e alunos, mas exija aulas, leituras, seja sério e competente na preparação de seus deveres e trabalhos e sobretudo cobre responsabilidade de quem está ganhando dinheiro para ensiná-lo (e eventualmente não o faz). 
Na vida diária, acostume-se a passar os fins de semana lendo e navegando pela Internet, faça cadernos de notas (com fichas de livros, por exemplo), mantenha seus arquivos de computador organizados e atualizados (acostume-se a guardar documentos disponíveis de reuniões internacionais, discursos e posições de países), faça assinatura de algum jornal econômico de boa qualidade (os jornais tradicionais trazem muita fofoca política e colunismo impressionista, que fazem você perder tempo com besteirol) e de alguma revista internacional de qualidade (recomendaria a The Economist, que tem tudo o que você precisa saber para aspirar a um bom exame de ingresso e depois a uma carreira bem sucedida). 
Sobretudo, não pense que a carreira diplomática seja o nec plus ultra da vida profissional ou acadêmica. Você primeiro precisa ser um profissional competente em sua própria área, para depois aspirar a ser um diplomata competente. 
Em outros termos, não dependa da carreira, como o único horizonte disponível em sua vida profissional, mas seja capacitado em qualquer outra profissão, para poder abandonar a carreira diplomática quando bem lhe aprouver, ou para poder dedicar-se a um hobby ou atividade de apoio (artística ou acadêmica, por exemplo) que seja diferente e atraente em seus méritos próprios, não em função de uma dependência indesejada a uma única atividade. 
Por fim, não sonhe, mas sim faça uma previsão realista de suas capacidades e possibilidades. A carreira diplomática seleciona um entre muitas dezenas de candidatos, o que significa que a maioria dos que tentarem ficarão de fora durante um certo tempo ou mesmo indefinidamente. Que isso não seja motivo de frustração pessoal ou profissional. 
Tenha os pés no chão, não idealize a carreira, seja esforçado, em todas as etapas, pois você vai precisar de muita seriedade e dedicação para enfrentar todos os desafios de uma carreira enriquecedora e exigente. 

domingo, 16 de agosto de 2015

Carreira diplomatica: repetindo uma postagem de dicas (2006)

Parece que esta é a estação do ano na qual os candidatos à carreira diplomática mais sofrem, em meio aos exames de seleção costurados pelo Cespe-UnB, supervisionados (ao que parece) pelos diplomatas.
Não pretendo acrescentar ao sofrimento de ninguém, mas como muitos passam as noites imaginando o que é a carreira, pensando em como ela deveria ser, e o que eles própriios pretenderiam fazer se admitidos, resolvi colocar novamente uma postagem antiga, e sequer reli para saber se a informação ainda é válida, ou se os links estão funcionando.
Fica por conta e risco dos clientes deste blog.
Paulo Roberto de Almeida 
Htford, 16 de agosto de 2015

Carreira Diplomática
Dicas e argumentos sobre uma profissão desafiadora

Paulo Roberto de Almeida
(www.pralmeida.org)

Apresentação de minha seção sobre a carreira diplomática no site pessoal:
Link: http://www.pralmeida.org/04Temas/04AcademiaDiplom/02DiplomaciaGeral.html

Diplomacia
Instrumentos, preparação à carreira, subsídios para estudos


(Texto elaborado em 2005)

A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em decorrência da maior inserção internacional do Brasil e dos avanços da globalização e da regionalização. Os candidatos têm em geral procurado os cursos de graduação em relações internacionais. Muitos já ostentam inclusive mestrado ou doutoramento. Em todo caso, o concurso à carreira diplomática possui especificidades que fazem dele um processo altamente seletivo e bastante rigoroso, ainda que aberto unicamente aos talentos e méritos individuais.
Os candidatos devem, em primeiro lugar, verificar na página do Instituto Rio Branco, no site do Ministério das Relações Exteriores, as últimas informações sobre o concurso, programa de estudos, bibliografia, etc.A Funag anunciou, em março de 2006, estar colocando à disposição do público em geral toda a sua coleção de livros que se referem aos trabalhos do Instituto Rio Branco já publicados, bem como todos os volumes resultantes dos seminários do IPRI, nos últimos anos. Veja a relação completa e o endereço do site neste link do meu blog, onde apresento o material: http://diplomaticas.blogspot.com/2006/03/272-livros-sobre-diplomacia.html#links.
Consoante o papel didático exercido por esta página, pretendo colocar a partir deste espaço uma série de textos que poderão guiar, ajudar, esclarecer, consolar ou, quem sabe até, divertir os candidatos à carreira diplomática. Começo por oferecer uma bibliografia resumida, que nada mais é senão o conjunto das leituras recomendadas no programa oficial do Instituto Rio Branco, mas reduzidas ao que eu considero, pessoalmente, como sendo o essencial, isto é, uma lista de primeiras leituras, para que cada candidato dê início a seu próprio programa de estudos. Veja aqui a bibliografia: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1481BiblioResumIRBr2005.doc.
Procurarei estabelecer uma forma de organização racional e uma estrutura clara para os vários textos aqui disponíveis, mas nem sempre isso será possível. A página também será alimentada gradualmente, à medida em que faça a seleção dos textos pertinentes e sua transposição para esta base. Sou colaborador regular da revista Espaço Acadêmico; veer meus meus artigos no link: http://www.espacoacademico.com.br/arquivo/almeida.htm.
Como atendo a muitas demandas colocadas sobre a carreira diplomática e a própria preparação para o concurso que habilita a ingressar na carreira – seja sob a forma de cursos de graduação de relações internacionais, seja sob o formato de cursinhos preparatórios – tenho uma série de outros textos que procuram responder a essas questões repetidamente a mim feitas. Algumas reflexões que tenho feito, seja individualmente, seja a convite de responsáveis por esses cursos de relações internacionais, ou pelos próprios alunos, foi inserida nesta seção deste site: Internacionalistas: uma carreira, uma profissão? (em curso de atualização).
Um exemplo pode ser visto neste meu texto: “O que faz um diplomata, exatamente?”, que responde a indagações efetuadas sobre a natureza do trabalho diplomático, contendo uma remissão a meu trabalho sobre as “dez regras modernas de diplomacia”; está em meu blog nr. 153, link: http://paulomre.blogspot.com/2006/01/153-o-que-faz-um-diplomata-exatamente.html.
Por outro lado, você também deve ter pensado em tudo o que você sempre quis saber sobre a carreira diplomática...
...e nunca teve a quem perguntar... Pois, agora já tem! Ao meu colega Renato Godinho, que preparou um excelente "FAQ", ou questões mais perguntadas, sobre a carreira, o concurso do Instituto Rio Branco e outros aspectos curiosos (como salário, por exemplo, que falta completar, para traduzir toda a nossa miséria salarial no Brasil). Eu coloquei um link para o seu excelente "questions and answers" como post 266 de meu Blog "Cousas Diplomáticas", mas você pode ir direto à fonte, neste link: http://web.mac.com/rgodinho/iWeb/Renato/FAQItamaraty.html#C.
Esta página ainda está em construção e se algum texto não estiver disponível, atenderei as solicitações individualmente, sempre com a menção ao número sequencial de cada trabalho. Aos poucos, a seção vai ser ampliada.


Compilação de textos do autor sobre o tema:
(em ordem cronológica inversa)

(Compilação efetuada em dezembro de 2006)

1701. “Um autodidata na carreira diplomática”, Brasília, 26 dezembro 2006, 4 p. Respostas a questões colocadas por jovem candidato à carreira diplomática. Colocada no blog Diplomatizzando; Link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2006/12/667-um-autodidata-na-carreira.html#links.

1668. “Dez obras fundamentais para um diplomata”, Brasília , 29 setembro 2006, 2 p. Lista elaborada a pedido de aluno interessado na carreira diplomática: obras de Heródoto, Maquiavel, Tocqueville, Pierre Renouvin, Henry Kissinger, Manuel de Oliveria lima, Pandiá Calógeras, Delgado de Carvalho, Marcelo de Paiva Abreu e Paulo Roberto de Almeida, para uma boa cultura clássica e instrumental, no plano do conhecimento geral e especializado. Colocada no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2006/09/625-dez-obras-fundamentais-para-um.html). Revisto e ampliado, com explicações e links para cada uma das obras, em 14 de outubro de 2006 (6 p.) e publicado em Via Política em 15/10/2006 (link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=13).

1607. “O Internacionalista e as Oportunidades de Trabalho: desafios”, Brasília, 22 maio 2006, 4 p. Transcrição de apresentação em PowerPoint para o Forum de Relações internacionais do curso de RI da USP (FEA, 29 maio 2006, 17h30). Disponível no site (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1607semanariusp.ppt).

1604. “O estudo de relações internacionais no Brasil: respostas a um questionário”, Brasília, 19 maio 2006, 2 p. Respostas a questões colocadas por Barbara Teresa Coutinho de Almeida Sá (aluna de RI da UNIFAI-SP). Postado no blog sob nº 431 (link: http://diplomatizando.blogspot.com/2006/05/431-cursos-de-ri-no-brasil-algumas.html#links).

1591. “O Ser Diplomata: Reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional”, Brasília, 2 maio 2006, 3 p. Reflexões sobre a profissionalizção em relações internacionais, na vertente diplomacia. Palestra organizada pela Pacta Consultoria em Relações internacionais, em cooperação com o Instituto Camões, realizada na Embaixada de Portugal, em 4/05/2006. Disponível no site pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1591serdiplomata.doc).

1563. “As relações internacionais como oportunidade profissional”, Brasília, 23 março 2006, 9 p. Respostas a algumas das questões mais colocadas pelos jovens que se voltam para as carreiras de relações internacionais. Contribuição a matéria da FSP, suplemento Folhateen, matéria “Os internacionalistas”, por Leandro Fortino (Folha de São Paulo, 27 março 2006, p. 6-8; divulgado no blog Diplomaticas, link: http://diplomaticas.blogspot.com/2006/03/303-os-novos-internacionalistas.html#links); divulgado em sua integralidade no boletim de relações internacionais Relnet e, em cinco partes, no blog Cousas Diplomáticas, do post 282 ao 286 (link inicial: http://diplomaticas.blogspot.com/2006/03/282-as-relaes-internacionais-como.html#links). Publicado no boletim Meridiano 47 - Boletim de Análise da Conjuntura em Relações Internacionais (Brasília: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, ISSN 1518-1219, nº 67, fevereiro 2006, p. 5-10); site (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1563respostasjovens.doc).

1529. “O que faz um diplomata, exatamente?”, Brasília, 11 janeiro 2006, 4 p. Resposta a indagações efetuadas sobre a natureza do trabalho diplomático, como remissão a meu trabalho sobre as “dez regras modernas de diplomacia”; Blog nr. 153, link: http://paulomre.blogspot.com/2006/01/153-o-que-faz-um-diplomata-exatamente.html

1558. “Ser um bom internacionalista, nas condições atuais do Brasil, significa, antes de mais nada, ser um bom intérprete dos problemas do nosso próprio País”, Brasília, 8 março 2006, 6 p. Alocução de paraninfo na turma de formandos do 2º Semestre de 2005 do curso de Relações internacionais do Uniceub, Brasília (16 de março de 2006, 20hs, Memorial Juscelino Kubitschehk). Colocado à disposição no site pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1558uniceub16mar2006.doc).

1507. “Por que leio tanto? e Meus ‘métodos’ de leitura...”, Brasília, 18 dezembro 2005, 3 p. Dois textos seqüenciais sobre leituras e métodos, para postagem no meu blog (http://paulomre.blogspot.com). Apresentação ao novo Blog “Textos PRA” (1 p.).

1492. “Postura diplomática”, Brasília, 8 e 12 novembro 2005, 2 p. Comentários a questão colocada pelo médico cardiologista de BH Eduardo Martins, a propósito de situações difíceis enfrentadas no trabalho diplomático.

1491. “O profissional de relações internacionais: visão de um diplomata”, Brasília, 10 novembro 2005, 10 slides. Apresentação em PowerPoint para apoiar palestra feita na Semana Acadêmica da UFRGS-2005 dos programas de graduação e de mestrado em Relações Internacionais da UFRGS (Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas, Porto Alegre, 11/11/2005, 20h30; disponível neste link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1491UFRGS11Nov05.ppt; vídeo disponível neste link: http://www6.ufrgs.br/intrel/Videos/Paulo Roberto/pr_video_2.htm).

1481. “Recomendações Bibliográficas para o concurso do Itamaraty”, Brasília, 13 outubro 2005, 6 p. Indicações resumidas a partir do Guia de Estudos do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática, versão 2005, para atender às demandas de candidatos à carreira diplomática. Circulada em listas de estudos internacionais.

1421. “Profissão Internacionalista”, Brasília, 19 abril 2005, 4 p. Entrevista concedida à jornalista Claudia Izique, da Facamp (Unicamp) para publicação especializada em orientação profissional. Postada de forma resumida no site da Facamp (www.facamp.br).

1416. “As relações internacionais do Brasil no atual contexto internacional e a formação dos novos internacionalistas”, Brasília, 5 abril 2005, 1 p. Roteiro de palestra no curso de Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina – Tubarão, SC., dia 7 de Abril de 2005, 20hs, quinta-feira.

1403. “Conselhos de um contrarianista a jovens internacionalistas”, Brasília, 5 março 2005, 6 p. Alocução de patrono na XI turma (2º semestre de 2004) de Relações internacionais da Universidade Católica de Brasília (10 de março de 2005, 20hs, Auditório S. João Batista de La Salle). Mensagem de formatura incluída no site (http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1403Contrarianista.html).

1377. “História Mundial Contemporânea”, Brasília, 23 janeiro 2005, 6 p. Nota de revisão e comentários ao programa de preparação ao consurso à carreira diplomática, encaminhada ao Diretor do IRBr, Emb. Fernando Guimarães Reis.

1374. “Concurso de Admissão à Carreira Diplomática: Comentários ao Guia de Estudos”, Brasília, 20 janeiro 2005, 8 p. Comentários ao programa do concurso do IRBr, para atender solicitação do Diretor do IRBr, Emb. Fernando Guimarães Reis.

1230. “A evolução das espécies diplomáticas: exercício de quantificação (da série Macro e microeconomia da diplomacia)”, Brasília, 21 março 2004, 6 pp. Continuidade do exercício anterior (trabalhos nºs 1061 e 839, sobre questões gerais e de produtividade diplomática), enfocando o problema dos gêneros do diplomata. Para o livro Cousas Diplomáticas.

1180. “A formação e a carreira do diplomata: uma preparação de longo curso e uma vida nômade”, Brasília, 14 janeiro 2004, 3 pp. Reelaboração ampliada do trabalho 1151 para o jornal acadêmico da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, por solicitação do aluno Marcio Vitorelli.

1155. “A formação do diplomata: uma preparação de longo curso”, Brasília, 13 dezembro 2003, 3 pp. Texto preparado para o Guia para a Formação de Profissionais do Comércio Exterior, das Edições Aduaneiras. Encaminhada igualmente para jornal do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, aos cuidados de Marcio Vitorelli. Publicado no site Feranet 21, item “Diplomacia”, Link: http://www.feranet21.com.br/profissoes/onde_tem_curso/perfil/perfil_diplomacia.htm.

1079. “Relações Internacionais: profissionalização e atividades”, Washington, 15 julho 2003, 6 pp. Respostas a questões colocadas por: Guilherme Freitas Araújo (Timóteo, MG) e Fernanda da Silva Gomes, para subsidiar Mostra Profissional sobre relações internacionais.

1061. “Macro e microeconomia aplicadas à diplomacia: a questão da produtividade diplomática”, Washington, 15 junho 2003, 3 pp. Continuidade do exercício anterior (trabalho nº 839), de fazer uma economia política da carreira diplomática, em tom semi-jocoso, enfocando questões de desempenho funcional e de comportamento pessoal do diplomata. Para o livro Cousas Diplomáticas.

1051. “Primeiro Emprego: depoimento pessoal e reflexões”, Washington: 22 maio 2003, 4 pp. Respostas a perguntas sobre formação e profissionalização, colocadas pela Editora Abril, para elaboração do Guia do Primeiro Emprego, enviadas à jornalista Maria Cláudia Zucare.

1016. “Um bem-vindo crescimento na oferta de relações internacionais”, Washington, 16 março 2003, 3 pp. Apresentação ao livro Política Internacional, Política Externa e Relações Internacionais (Curitiba: Editora Juruá, 2003; ISBN: 85-362-0486-9; pp. 9-11), Organizador: Leonardo Arquimimo de Carvalho. Relação de publicados n° 398.

915. “Profissionalização em relações internacionais: exigências e possibilidades”, Washington, 26 junho 2002, 6 p. Trecho retirado das “Leituras complementares”, do capítulo 11: “A diplomacia econômica brasileira no século XX: grandes linhas evolutivas” do livro Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (pp. 244-248). Para divulgação no website do Centro de Serviços de Carreiras do Curso de Relações internacionais da PUC-Minas; link: http://www.sociologia.pucminas.br/relint/servicos/carreiras.php.

885. “As relações internacionais do Brasil e a profissionalização da carreira”, Washington, 29 março 2002, 17 pp. Palestra proferida no UniCeub, em 2 de abril de 2002, e na Universidade Católica de Brasília, em 3 de abril, elaborada com base em partes do meu livro: Os primeiros anos do século XXI.

839. “Macro e microeconomia da diplomacia”, Washington 14 dezembro 2001, 3 pp.; série “Cousas Diplomáticas, nº 4. Artigo introdutório, semi-cômico, de “interpretação econômica” da política externa, cobrindo questões diversas da carreira e das atividades diplomáticas, vistas sob a ótica da economia política (continuidade no trabalho nº 1061). Publicado em Espaço Acadêmico (Maringá: UEM, Ano I, nº 8, janeiro de 2002; http://www.espacoacademico.com.br/008/08almeida.htm). Relação de de Publicados nº 299.

802. “Novas Regras da Moderna Diplomacia: memorandum dialecticus per usum moderatus”, Washington, 25 agosto 2001, 1 p. Projeto de livro constante de inéditos, textos existentes adaptados e novos escritos especialmente preparados.

800. “Dez Regras Modernas de Diplomacia”, Chicago, 22 julho; São Paulo-Miami-Washington 12 agosto 2001, 6 p; série “Cousas Diplomáticas” (nº 1). Ensaio breve sobre novas regras da diplomacia, com inspiração dada a partir do livro de Frederico Francisco de la Figanière: Quatro regras de diplomacia (Lisboa: Livraria Ferreira, 1881, 239 p.). Para desenvolvimento posterior em formato de longo ensaio. Publicado na revista eletrônica Espaço Acadêmico (Maringá: UEM, Ano I, nº 4, Setembro de 2001 - ISSN: 1519.6186, http://www.espacoacademico.com.br/04almeida.htm; Seção “Cousas Diplomáticas”).

704. “Nosso homem no Itamaraty”, Brasília, 18 agosto 1999, 2 pp. Elementos de informação sobre os “intelectuais” do Itamaraty, como subsídio a matéria de Paulo Moreira Leite, então na revista Veja. Não aproveitado no momento, em virtude da transferência de PML para Washington, para trabalhar no jornal Gazeta Mercantil.

702. “Profissionalização em relações internacionais: exigências e possibilidades”, Brasília, 16 agosto 1999, 5 pp. Reelaboração do trabalho 691, em forma de palestra, para inauguração dos cursos de relações internacionais da PUC-MG (em 25.08.99) e do CEUB-DF (em 26.08.99). Feito lançamento de livros na ocasião.

691. “Profissionalização em relações internacionais: uma discussão inicial”, Brasília, 12 junho 1999, 5 pp. Texto sobre formação e perspectivas profissionais do formando em relações internacionais. Publicado no periódico do curso de relações internacionais da PUC-SP, Observatório de Relações internacionais (São Paulo: PUC-SP, nº 1, outubro/dezembro 1999, pp. 10-13). Revisto e integrado como “leitura complementar” ao livro Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (SP: Paz e Terra, 2001).

Brasília, 27 dezembro 2006

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Candidatos a carreira diplomatica, num mundo quase bolivariano; estarei errado?

Recebi, no formulário de consulta do meu site, a seguinte mensagem de um jovem candidato à carreira diplomática: 


On Nov 5, 2014, at 14:51, Rxxxxx Lxxxx Axxxx <rxxxxxxxxx@hotmail.com> wrote:
Mensagem enviada pelo formulário de Contato do SITE.

Nome:
Cidade:
Estado: São Paulo
Email: xxxxxxxx@hotmail.com
Assunto: Sugestao
Mensagem: Caro diplomata,

Assim como o senhor, tenho imensurável interesse em empreender a profissão diplomática. Portanto, já com meus 18 anos, quero iniciar com antecedência meu preparo intelectual para a rigorosa prova do Instituto Rio Branco. E, para tanto, seria-me muito útil ser aconselhado por um tão bem sucedido, cognitiva e eticamente, diplomata sobre a bibliografia básica de estudo.

Além disso, gostaria de perguntar sobre a criteria de correção: as respostas deverão estar associadas a algum tipo de ideologia ou linha de pensamento? Acompanho fervorosamente seus artigos sobre a globalização e o \"neoliberalismo\" e compactuo com alguns postulados, digamos, de \"direita\". Deveria eu abandonar minhas posições enquanto faço a prova?

Em conclusão, desde já agradeço profundamente a nobre atenção do Senhor.

Atenciosamente,
Xxxxxxx
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Respondi o que segue:  

Xxxxxx, meu caro
       Saudo seu desejo de se tornar diplomata e de comecar a preparar-se desde ja, mas permita-me corrigir algumas coisas.
       Eu nunca tive a intenção de tornar-me diplomata, até os 27 anos, depois de um longo exilio na Europa durante a ditadura militar, e entrei mais para testar a minha ficha do SNI -- veja o que foi isso na Wikipedia -- do que propriamente para entrar no Estado burguês. Sim, nessa época eu ainda era marxista, e pretendia fazer o Brasil caminhar para o socialismo, ainda que numa versao light e reformista, e não mais no formato bolchevique ou castrista dos anos pré-universitários.
       Não me considero liberal, e muito menos de direita, mas não dou muita importancia para rotulos e slogans. Sou apenas um ser racional, certamente bem mais liberal em economia do que fui no passado, mas que busca solucoes de bom senso para os problemas brasileiros, e não mais em função de qualquer ideologia ou de projetos de engenharia social que possam existir no supermercado de ideias.
       Mas, isso não responde a sua pergunta, que é sobre leituras do concurso.
       A prevalecerem os companheiros no poder, as respostas a determinadas questoes devem ser conforme a verdade do momento, nao exatamente a verdade verdadeira. Eles moldaram tudo, inclusive os exames de ingresso na diplomacia, mas isto vc vai aprender ao estudar. Meus textos justamente nao servem para essa versao deformada da historia, e portanto deixe isso de lado e se concentre na bibliografia classica que está disponivel em alguns cursinhos preparatorios e em listas e grupos de estudos de preparaçao ao exame da carreira diplomatica. Tem muitos.
       Sim, leia todos os discursos da diplomacia brasileira atual, impregne-se do espírito companheiro (se eles continuarem no poder quando vc fizer concurso), e responda na linha do comitê central: os argentinos são otimos hermanos, os bolivarianos são bons companheiros, e por aí vai. Por enquanto é isso.
       O abraço do
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Paulo Roberto de Almeida

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Carreira Diplomatica: uma postagem de sucesso, com 160 comentários; UAU!

Parece que vivemos perdidos num oceano de blogs concorrentes e, de vez em quando, somos relembrados das coisas simples da vida: o que fazer da vida, justamente, estudar ou não, para entrar na carreira diplomática, mesmo quando a vida já avançou um pouco (pois é, junto com os impostos, os anos são impiedosos...).
Isso a propósito de mais uma consulta que me chegou hoje numa das postagens possivelmente de maior "sucesso" deste blog, esta aqui:

quinta-feira, 21 de maio de 2009

1112) Carreira Diplomatica: respondendo a um questionario

- See more at: http://diplomatizzando.blogspot.com/2009/05/1112-carreira-diplomatica-respondendo.html#sthash.oAJZ82Ls.dpuf
http://diplomatizzando.blogspot.com/2009/05/1112-carreira-diplomatica-respondendo.html

Fui tentar responder, e tive de deslizar o marcador da direita durante vários minutos para chegar ao final, até descobrir que o post recebeu 160 comentários (um pouco menos da metade, os meus, em resposta às perguntas curiosas, bizarras, repetidas, impertinentes, inteligentes, engraçadas, apoiadoras, simplesmente ingênuas, dos muitos comentaristas que se apresentaram).
Bem, quem tiver paciência e curiosidade pode descer até o final.
Sempre se pode aprender alguma coisa com as experiências dos outros, mesmo as minhas, não exatamente típicas ou exemplares...

Gostaria apenas de relembrar aos curiosos que eu NÃO me dedico a cursos preparatórios, não tenho a pretensão de deter alguma competência nessa área, e que poucos dos meus livros são voltados para isso, pois estão concentrados numa discussão de questões relevantes da política internacional, das relações econômicas internacionais em especial, e um pouco à política externa do Brasil. Simplesmente não pretendo refletir a política externa oficial, sequer a oficiosa, como existe de vez em quando...
Mas, eles podem servir para uma discussão (inteligente, suponho) de todas essas questões.
Meu site tem uma seção de dicas (não atualizadas) sobre a carreira diplomático e o concurso do Itamaraty, mas confesso que não sou a melhor fonte de informação nesse terreno.
Este meu blog é apenas um divertimento pessoal, com motivação para o registro de informações e análises, nada mais do que isso...
Em todo caso, boa sorte nos estudos, a todos.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 2 de Fevereiro de 2014.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A politica externa brasileira na decada dos companheiros - Tatiana Berringer

O legado dos 10 anos de Política Externa do PT para os estudos de relações internacionais no Brasil, por Tatiana Berringer

 
 
 
 
 
 
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Entre os dias 15 e 18 de junho ocorreu a Conferência Nacional de Política Externa “2003-2010 A Nova Política Externa” na Universidade Federal do ABC em São Bernardo. A Conferência contou com 700 participantes e mais de 12 mil ouvintes on line. A conferência foi realizada pelo do Grupo para Reflexão em Relações Internacionais (GERI).
 Estiveram presentes o Ministro Antonio Patriota, o ex Ministro Celso Amorim, o embaixador e ex-secretário Samuel Pinheiro Guimarães, o assessor da presidência Marco Aurélio Garcia e o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Além de importantes pesquisadores como Maria Regina de Souza Lima, Sebastião Velasco e Cruz, Gilberto Maringoni, Igor Fuser  e outros. 
O evento e as mesas foram pensados em um formato que privilegiou um diálogo entre acadêmica, governo e movimentos sociais. Não só o formato como toda a discussão dos palestrantes e participantes mostra o amadurecimento dos estudos de relações internacionais no Brasil. Este é com certeza um dos principais legados da política externa do PT, ao lado, da própria projeção e atuação internacional do Estado durante estes 10 anos.
Ao colocar movimentos sociais e acadêmicos ao lado dos principais formuladores e atores da política externa coloca-se em cheque a premissa de que esta é uma política de Estado e assume-se o caráter partidário e governamental da mesma. Foi praticamente unânime a assertiva de que a política externa deve estar a serviço do desenvolvimento nacional.  Ora, com isso, se assume, contrariamente ao que afirmam as vertentes tradicionais de relações internacionais que a política externa e política doméstica estão imbricadas.
Nesse sentido, quase como uma via de mão dupla, os organizadores entregaram uma carta ao Ministro Patriota pedindo que fosse criado um canal direto de comunicação entre Itamaraty, presidência e a sociedade civil organizada. O Ministro por sua vez se saiu à frente e disse que esta proposta já estava em andamento. A pergunta que ainda não foi respondida é se a participação na decisão passará de fato por este fórum ou se ele será apenas um espaço de comunicação. Em minha opinião é ilusão pensarmos que interesses são atendidos através da comunicação e não da correlação de forças na sociedade. É importante dizer que o empresariado além de contar com consultas secretas e permanentes, desfruta também de canais institucionais desde 1996.
A reunião dos principais formuladores e atores da política externa dos governos PT com pesquisadores e ativistas de relações internacionais foi marcada por um balanço por vezes eufórico em relação às gestões petistas na presidência da República do Brasil durante a última década. Pouco se falou dos pontos polêmicos e contraditórios desta política externa.  Pedro Bocca, da secretaria de relações internacionais do MST, chamou a atenção para a presença das tropas brasileiras no Haiti e para política dúbia do Estado brasileiro no Oriente Médio, em especial, a cooperação e o reconhecimento do Estado palestino e o Acordo Mercosul-Israel.
Os principais pontos destacados pelos palestrantes foram: 1) a sul-americanização da política externa; 2) a diversificação de parceiros denominada “a nova geografia comercial”; 3) o reconhecimento das assimetrias regionais e internacionais e o investimento em cooperação internacional; 4) a luta pela redemocratização das organizações internacionais, em especial, o Conselho de Segurança da ONU.
Havia entre os palestrantes certo conformismo dos limites da correlação de forças deste governo. A política externa por mais que tenha sido uma das áreas mais progressista do governo e tenha enfrentado duras críticas da mídia e da oposição conservadora, é reflexo também das alianças partidárias e da opção pela governabilidade feita pelo PT.
Valter Pomar, secretário executivo do Foro São Paulo, afirmou que há uma diferença entre a gestão do ministro Patriota e do Ministro Amorim. Diferença que não é apenas de personalidades, mas que se insere na própria conjuntura política de crise econômica e impasses na integração regional. No que tange a atuação internacional do Estado brasileiro percebe-se uma diferença entre o enfoque sul-americano de Amorim e uma virada pró BRICS do Patriota, assim como uma simpatia a mais pelos Estados Unidos e a burocratização de uma área que é tão politizada.
Os principais desafios para o próximo período, segundo os debatedores, estão nos impasses para o avanço e aprofundamento da integração regional. Em especial, nas dificuldades de aprofundamento das iniciativas já existentes como o Mercosul e a Unasul e nos desafios apresentados recentemente pelo lançamento da Aliança do Pacífico, pelo golpe no Paraguai, pelas dificuldades econômicas na Argentina e pela avalanche das importações chinesas na região.
Para Marcos Antonio Cintra, técnico em planejamento e pesquisa do IPEA, o Mercosul deveria investir em integração das cadeias produtivas, aproveitando o potencial e a capacidade produtiva da região que poderia ser mais competitiva.
Se o Estado brasileiro deve liderar este processo de aprofundamento da integração regional como tem feito nestes últimos dez anos, penso que o profissional de relações internacionais deve ser o primeiro a ser bem informado e orientado para contribuir em tal processo. Infelizmente, os avanços não são lineares, na semana seguinte a Conferência de Política Externa foi divulgada a “Minuta de diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação em Relações Internacionais”. A minuta foi elaborada pela Associação Brasileira de Relações Internacionais. Nela não há sequer uma disciplina de América Latina ou de Integração Regional no núcleo estruturante de disciplinas. Será que esta não é a preocupação dos coordenadores de Curso de RI?
Tatiana Berringer de Assumpção é doutoranda em Ciência Política na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp e professora da Fundação Armando Alvares Penteado – FAAP (berringer.tatiana@gmail.com).

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Carreira Diplomatica: dicas, leituras, sugestões... - Paulo Roberto de Almeida

Semana sim, a outra também, sou acometido por ações conspiratórias, que visam subtrair-me de meu natural reservoso, todo ele dedicado a leituras, livros, jornais, revistas, sites, redação e reflexão, para tentar atender curiosidades suspeitas, pelo que faço e em relação ao que outros pretendem fazer.
Muita gente me escreve pedindo conselhos, dicas, sugestões de leituras e várias informações sobre a carreira diplomática, sobre o concurso de entrada e até sobre quanto se ganha nessa vida nômade, como são as férias e os fins de semana, o que fazemos quando não temos nada para fazer e por aí vai. Alguns até pretendem que eu faça o romance de minha vida e renuncie a qualquer copyright sobre ele, ou ela...
Enfim, a curiosidade humana, como outras coisas humanas também, é infinita e insaciável.
Como diria o Einstein.... bem, deixa para lá...
Sinceramente não tenho tempo para toda essa distração, e não preciso me repetir, pois já escrevi muito sobre tudo isso. Mas, as pessoas não buscam, nem no Google, e querem tudo mastigado.
Assim, eu recomendo duas coisas:
1) Ir ao meu site (www.pralmeida.org), nestas seções:
  • Carreira diplomática: algumas dicas

  • Profissionalização em RI e mercados
  • Tem também a possibilidade de busca, por palavras-chave, no retangulozinho que fica embaixo à direita, etc...

    2) Usar o instrumento de busca neste blog e colocar todas as palavras chaves que possam ser imaginadas, testadas, usadas, para satisfazer essa insaciável curiosidade: carreira diplomática, concurso do Itamaraty, ou quaisquer outras.
    Acho que deve dar umas 2 mil páginas de leituras divertidas, como se vê abaixo.
    Divirtam-se...(ou não).
    Paulo Roberto de Almeida

    Busca neste blog, por "carreira diplomática" (tem mais oito páginas)

    21 Mar 2013
    Esta retiro do excelente blog de meu colega de carreira e amigo, ex-embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Seixas da Costa. Acredito que, mutatis mutandis, deveriam se aplicar os mesmos critérios no Brasil.
    21 Mai 2009
    Carreira Diplomática: respondendo a um questionário. Paulo Roberto de Almeida (www.pralmeida.org) Respostas a questões colocadas por graduanda em administração na UFSC. 1. Como você se sente por ter escolhido ...
    11 Mar 2010
    Meu colega Renato Godinho, atualmente residindo em Roma, preparou essas "Perguntas mais frequentes" sobre a carreira diplomatica varios anos atras, mas elas ainda parecem uteis, com alguns ajustes inevitaveis.
    02 Abr 2010
    Dois estudantes de um curso de Relações Internacionais São Paulo, me contataram para um trabalho acadêmico. Abaixo minhas respostas a seu questionário. Carreira Diplomática: um questionário acadêmico
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    sexta-feira, 15 de junho de 2012

    Um diplomata "rapeiro"? Sim, pode existir (estou esperando...)

    Um jovem estudante de 14 anos, me escreve o que segue: 


    On 15/06/2012, at 04:12, Gxxxxxx Fxxxx wrote:

    Ola Dr. Paulo,
    meu nome é Gxxxxxx, tenho 14 anos e estou no primeiro ano do ensino médio. Ja completei um curso de ingles (falo fluentemente) e estou começando à fazer espanhol.
    Sempre me falaram que eu devia ser diplomata, mas eu não estava pensando na minha carreira até um tempo atrás, e eu estava vendo todos os cursos da UFXX, quando me lembrei da carreira de diplomata. Eu li no seu blog os cursos mais "apropriados" para seguir a carreira de diplomata... Eu sempre tive facilidade em me socializar, e também sempre gostei de historia, geografia e filosofia...
    Só que tem um porém, eu não me encaixo em um perfil de um diplomata, pois sou de um estilo meio "largado" (risos). E só por curiosidade também componho letras de RAP.Claro que se eu realmente gostar da carreira isso não sera problema..
    Mas na verdade, eu não sei se é realmente o que eu quero, e queria saber se você poderia me dar algumas dicas de como saber o caminho certo...
    Att.: Gxxxxxx

    =========

    Como eu acho que a mesma situação pode se colocar para outros jovens, animados de vocações as mais diversas, as mais bizarras, e que desejam exercer seus talentos livremente, mesmo sendo diplomatas, resolvi responder o que segue ao nosso jovem:

    Gxxxxxxx,
    Nao sei se existem outros diplomatas compositores de letras de RAP; talvez, mas não creio.
    Você, portanto, seria o primeiro, e acho que muito bem vindo. 
    Pode até compor um RAP diplomático, e acho que viraria um clássico, se for bem feito, com humor, cultura e... diplomacia.
    Quanto ao estilo muito largado, creio que devem existir outros diplomatas assim, também, embora o estilo seja sempre algo pessoal.
    A profissão é um pouco burocrática demais para certos gostos, e muito certinha, para outras visões, mas temos diplomatas de todos os tipos, de todos os tamanhos e cores, com as mais diferentes orientações políticas, culturais, sexuais, etc...
    Deveria ser uma profissão de vocação, embora alguns entrem mais à procura de um emprego estável (ah, o funcionalismo estatal, essa mãe generosa, que garante a vida de muitos...), do que propriamente para servir uma causa. Alguns pretendem que estão ali para ajudar a causa da humanidade, seja ela qual ela for (paz, segurança, direitos humanos, desenvolvimento, democracia, etc.), outros querem mesmo é viver entre Paris e New York (embora possam dar com os costados em algum canto perdido do planeta, no meio de tudo isso).
    Mas, com 14 anos, você ainda tem tempo para perder um pouco de tempo, ou seja, continuar a flâner dans la vie, e continuar lendo, claro, para o dia em que decidir, e achar que é sua vocação, entrar na carreira, o que implica que em primeiro lugar você precisa passar no difícil concurso de ingresso. Portanto, vá lendo tudo o que você precisa ler, componha suas letras de RAP tranquilamente, e siga o que a vida e o coração lhe indicarem. Como diz um romance, e um filme, italiano: Va Dove Ti Porta il Cuore.
    Seja feliz.
    -----------------------------------
    Paulo Roberto de Almeida

    PS.: Se voce compor um RAP diplomático, não esqueça de me mandar, para que eu poste aqui no meu blog.


    PS2: Alguns exemplos de postos interessantes, talvez para fazer rap...

    Saint Georges de l’Oyapock, Lagos, Bamako, Bissau, Brazzaville, Díli,  Freetown, Katmandu, Lilongue, Malabo, Porto Príncipe, Pyongyang, Trípoli, Uagadugu

    quarta-feira, 28 de março de 2012

    Carreira Diplomatica: respondendo a questionamentos

    Por puro acaso, recebendo hoje mais um "enésimo" comentário a este post meu: 



    QUINTA-FEIRA, 21 DE MAIO DE 2009


    reparei que foram a ele acrescentados 128 novos pequenos posts, feitos de comentários e perguntas de leitores, e respostas minhas, quando assim era requerido ou me era possível fazê-lo.
    Como continuo recebendo questões e demandas sobre a carreira, por vezes repetitivas, algumas divertidas, a maior parte muito sérias e consistentes, algumas perfeitamente malucas (também temos a nossa cota de malucos na carreira, assim que os que entrarem vão se sentir à vontade).
    Como as pessoas não lêem TUDO o que já escrevi sobre essas questões, neste blog, em outros blogs, ou no site pessoal, várias fazem exatamente as mesmas perguntas ou similares.
    Por isso resolvi colar aqui, de forma totalmente transparente, todas as perguntas e todas as respostas, apenas tendo o cuidado de retirar o nome dos que escreveram de forma identificada.
    Acho que pode ajudar alguns.
    Ou pelo menos divertir outros...
    Paulo Roberto de Almeida 

    128 comentários:

    Xxxx disse...
    Realmente muito instrutivas as dicas... e perigosas, sobretudo a quem deseja que sua vontade seja obedecida somente em função da autoridade de que é ocasionalmente revestida, e não em função do conhecimento objetivo de causa em que se baseia.
    XXxxxx disse...
    achei este blog por acaso,no meio de uma pesquisa se sirvo para o serviço diplomático, sou meio autodidata e me peguei estudando história do Brasil em pleno sábado a tarde quando a maioria das mulheres brasileiras estão no cabelereiro,e como você disse meu maior defeito é - não tenho nenhum respeito pela hierarquia ou pela autoridade - não gosto muito desta estória de chefe,sub-chefe e todos os chefes acima e abaixo, isto pode ser um empecilho real, e como voce não tenho pretensões de carreira visto já estar na casa dos 50 anos, mas estou interessada em prestar concurso para a diplomacia, voce acha meu perfil por demais anarquista ?
    Xxxxx XXXxx disse...
    Muito bom seu blog.
    Acho que minha real vocação é o serviço diplomático, apesar de cursar Medicina.
    Se não for pedir muito. você poderia me informar em que pontos a carreira médica se aproxima da diplomática?!
    Pretendo terminar o curso que estou fazendo diecionar meus estudos mais para área da Saúde Pública.
    Parabéns pela seu percurso profissional. Há muito na sua história daquilo que almejo alançar no futuro.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxxx,
    Medicina e diplomacia possuem poucos pontos em comum. Nos exames de ingresso possivelmente nenhum, a nao ser o conhecimento de Portugues e de Ingles. Na profissao, apenas a analogia de se usar o bisturi para dissecar problemas complicados, que necessitam uma abordagem anatomica, digamos assim, mas não deve ter muito terreno comum.
    Saude pública é importante eestá na agenda internacional, mas nem sempre se pode trabalhar onde se deseja. Diplomata é um generalista, nao um especialista, mas acho importante que tenhamos um perfil diversificado, incorporando engenheiros, médicos, matematicos, etc.
    Xxxxx disse...
    Tenho 18 anos, faço direito e desde sempre sou encantada pela carreira diplomatica. Lendo o post , então, me deu mais vontade ainda. Faltam alguns anos pra eu tomar uma decisão efetiva de carreira, mas a diplomatica ganha pouco a pouco o meu coração. Vou começar a visualiza-la mais como um objetivo a seguir. Já que tenho muito caminho a trilhar.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Acho que fiquei devendo algumas respostas ou comentários aos comentários, aqui postados.
    A Xxxxx eu diria que o problema não está em ser anarquista, pois isto não vai ser objeto de questionamento no ingresso, nem depois. A questão está em que você teria de estudar muito, agora, para poder aspirar algum sucesso nos exames de ingresso, e depois não terá nenhuma possibilidade de carreira, por causa da idade. Se trata de um fato, não de uma opinião.
    Para a Xxxxx, eu diria que se você pretende entrar, o tempo de decisão é agora mesmo, sem esperar mais nada. A preparação é muito exigente, e você tem de comecar agora lendo todos os livros, do contrpário, se for começar a estudar apenas no final do curso de graduação, poucas chances terá, a menos que estude exatamente as matérias exigidas no concurso...
    Xxxxxxx disse...
    Oi. Eu tenho 36 anos e meu sonho é ser diplomata. Pergunto se há alguma possibilidade promissora na carreira, estando eu com essa idade? Eu tenho possibilidade de chegar ao ultimo posto? Muito obrigado.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxx Xxxxxx,
    Acredito que 36 anos seja um pouco tarde para uma carreira satisfatoria, pois voce poderia ter problemas de promocao e acabar tendo se de aposentar como Primeiro Secretario ou Conselheiro. Em todo caso, nao se trata de um impedimento absoluto, voce pode sempre tentar entrar e comecar a carreira, sabendo que poderá sofrer algum constrangimento por ter, provavelmente, chefes mais jovens do que voce.
    Cordialmente,
    Paulo Roberto de Almeida
    Xxxxxxx Xxxxx disse...
    Este comentário foi removido por um administrador do blog.
    Xxxxx Xxxxxx disse...
    Excelente blog.

    Paulo R. de Almeida,

    Junto-me à turma das idades avançadas para a carreira – 29 anos. Tive o privilégio de dedicar somente aos estudos. Graduei-me Matemática e Administração. Obtive o título de mestre em Estatística e Economia. Neste momento, defendo tese de doutorado. A carreira diplomática é um atalho...
    Xxxxxxx disse...
    Dr. Paulo,

    Sou formado em Ciências Sociais e desde o início da faculdade venho sonhando na carreira diplomática não só por causa da prática profissional mas também pelo formação generalista e a proximidade com áreas acadêmicas. Acontece que eu nunca comecei a estudar de fato para o concurso porque me angustia a idéia de não poder dar a mim e aos meus furutos filhos a satisfação de serem criados próximos da família aqui no Rio. Por isso te pergunto sobre algo que descobri há pouco tempo: qual a possibilidade e em quanto tempo mais ou menos, o diplomata, depois do curso de formação, pode ir trabalhar num escritório de representação regional? Existe um limite de tempo para esses locais de trabalho? E qual a diferença de trabalho nesses locais para Brasília?

    Muito obrigado.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxxx,
    Acho melhor voce desistir de ser diplomata. A carreira significa passar praticamente dois terços do periodo no exterior e apenas um terco no Brasil, em Brasilia. Se voce pretende ficar com a familia no Rio, melhor nem começar, pois sua carreira seria prejudicada, para nao dizer impossivel, pois precisamos ter tempo de exterior para ser promovidos.
    Cordialmente,
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Dr, Paulo

    Belo blog e grande pessoa você mostra ser,Parabéns
    Não perguntarei se tenho o perfil ou não para ser um diplomata,pois serei um.Sei que a preparação é muito exigente
    tenho 23 anos.E vou começar a estudar agora, ler todos os livros que é preciso, para ter uma boa preparação. Isso durante quatro anos, que também será o tempo para me formar. Mas queria saber se nesse tempo as matérias mudam ou existe uma tradição nos livros ,ou algo do tipo, tendo risco de estudar matéria já ultapassada devido o tempo que vou me preparar.
    O que esta no guia do estudante seria muito parecido nos próximos anos? ou muda muita coisa. Estudarei todos os dias, mas o que gostaria de saber é como começar , ou melhor com quais livros?
    Depois de me prepara entrarei em uma escola preparatória aqui em São Paulo, para reforçar todo o aprendizado. Eum planejamento que vai levar tempo e muito esforço, Agora só preciso de uma direção rapida. O sr. poderia me aconselhar algo?
    Cordialmente,
    Rxxxxxx Nxxx de Mxxx Oxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Rxxxx,
    Os exames de ingresso seguem um mesmo padrao basico, com mudancas pontuais a cada ano, com enfases diversas, dependendo dos professores e diplomatas que preparam as questoes. Mas se requer sempre o mesmo tratamento amplo das materias fundamentais que estao na base da selecao? Portugues (que precisa ser perfeito), Ingles excelente, e muito bom conhecimento de Historia Mundial e do Brasil, Economia, Geografia, Direito e bastante coisa sobre a diplomacia brasileira e suas posicoes dentro da materia relacoes internacionais.
    Comece lendo os grandes classicos das ciencias sociais no Brasil e a boa literatura.
    Depois faca um cursinho preparatorio, pois parece que eles se tornaram obrigatorios.
    Paulo Roberto de Almeida
    Xxxxxxxx disse...
    O QUE FAÇO COM A MINHA CABEÇA?

    Caro Paulo, já que você fez o blog então vamos conversar.
    Sou XXXXXX, xxxxxxxx, 28 anos, portador de deficiência física, técnico do XXXXX e interessado na diplomacia.
    Não sou bom de português, estudei o básico de inglês e espanhol, tenho facilidade nas demais diciplinas, menos na economia, mas posso estudar.
    Sou esforçado, mesmo tendo estudado na escola pública e tendo lido o primeiro ( de capa a capa) livro as 18 anos.
    Uma dúvida cruél me incomoda, seria velho demais? O fato de ter estudado pouco e na escola pública não me da base para postular uma vaga? Vou perder tempo e dinheiro?
    Tenho medo de fazer uso das cotas para PNE e ser discriminado.
    Tenho medo de investir, medo.... a diplomacia me parece grande, enorme para um filho de pais analfabetos.
    Diga me caro Paulo, fale de suas impressões sobre mim. Diga me o que faço com a minha cabeça quando penso na diplomacia. Ajude-me a aceitar a impossibilidade dessa realização ou investir nela com toda a inteligência que tenho.
    Você é um homem importante, muita gente o ler e o ouve, tem boa formação e logo tem boa carreira, diga se posso ser um aluno seu, um colega seu....
    Aguardo suas decisivas considerações.
    Xxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxxxx,
    Vou ser muito sincero e franco -- o que é uma redundância -- com você. Pelo que você me descreve, você não está preparado para passar no concurso. Não digo para ser diplomata, e sequer pela deficiência física, que pode representar uma dificuldade adicional, mas não representa um impedimento absoluto às vontades muito fortes.
    Se você realmente sente que tem vocação para a diplomacia, se voce quer, pretende, deseja, aspira a ser diplomata, eu diria que você deveria se preparar. Sua idade -- 28, mas supondo que você só consiga entrar em dois ou três anos -- não constitui tampouco um impedimento fundamental.
    Ninguém, nunca, perdeu tempo, ou se prejudicou por estudar e por perseguir os seus sonhos, desde que os procedimentos adotados sejam razoáveis em termos de dedicação aos estudos, em tempo e dinheiro.
    Mas devo também registrar, pela descrição que você me faz do seu estado de despreparo, que suas chances são mínimas num concurso notoriamente muito exigente (mesmo levando-se em conta a cota para deficientes físicos, que se traduz, ao que parece, em facilidades relativas).
    Pessoalmente, eu diria que você deveria estudar e se preparar, ainda que eu reconheça que você tem enormes lacunas de formação, e que pelo background familiar você se atrasou em seus estudos.
    Eu também venho de uma família muito modesta, com avós analfabetos, mas tive a chance de residir ao lado de uma biblioteca infantil, onde passei toda a minha infância e primeira adolescencia lendo e estudando. Eu estava preparado, portanto, o que sinto não é o seu caso.
    Mas, estude, tente uma vez, e talvez outra, para você não dizer que não tentou.
    Meus melhores votos.
    Paulo Roberto de Almeida
    Txxxxx Hxxxx disse...
    Dr Paulo,

    Tudo bem com o sr.?
    Estou acompanhando seu blog e gostaria de parabeniza-lo pela iniciativa.
    Gostaria da opinião do senhor sobre a possibilidade do meu ingresso na diplomacia.
    Tenho 20 anos, estudo Direito e História na Universidade Estadual do Norte do Paraná. Morei alguns meses nos Estados Unidos, e de certa maneira, domino o inglês.
    Estudo firme, e pelo que li no Guia de Estudos do Instituto Rio Branco, já li uma boa parte da bibliografia sugerida para História.
    Entretanto, não tenho leituras profundas em economia (mais especificamente em microeconomia).

    Penso em fazer mestrado na área de Direitos Humanos na USP, e somente após o término deste, ou quiçá de um doutorado, prestar a prova da Diplomacia.

    O sr. considera besteira fazer pós-graduação antes do ingresso na carreira ou uma atitude correta?

    Obrigado desde então,

    Txxxxxx Hxxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Thiago,
    Minha opiniao é a de que voce deve tentar o exame de ingresso no Itamaraty ainda antes de concluir o curso de graduacao, para conhecer, treinar, saber onde estao seus pontos fortes e fracos. Depois, nao espere a pos para tentar novamente. Continue estudando e tentando, e faca o mestrado paralelamente.
    Paulo Roberto de Almeida
    Dxxxxx disse...
    Exmº. Dr.Paulo Roberto de Almeida,
    Primeiramente gostaria de prestar congratulações e respeito por vossa biografia, de fato inspiradora, acredito que para todos nós aspirantes à carreira diplomática.
    Tenho 31 anos, sou odontólogo, professor auxiliar de uma Universidade pública no Rio de Janeiro e dou início, no atual momento, ao doutorado em minha área.
    Entretanto, a carreira diplomática sempre me foi no mínimo instigante e exatamente pela curiosidade e pela compulsão literária, sinto-me impelido a enveredar-me por este caminho de evolução intelectual, profissional e humano. Acerca deste
    último campo, me chamou muito à atenção o lado humanista da profissão, o de servir aos brasileiros, não somente ao Estado.
    Tendo-se em vista as desigualdades sociais de nosso país, como a carreira diplomática pode ajudar a aliviar as claras deficiências de desenvolvimento humano em nosso país? Pelo que devemos primar em nossas carreiras para transformar crescimento do Estado, muitas vezes fomentado pela atividade diplomática, em consequente desenvolvimento humano?

    Cordialmente,
    Dxxxxx Mxxxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Excelentes perguntas, Daniel, que eu mesmo gostaria de responder agora, se tivesse tempo e capacidade (acho que tenho alguma).
    Respondendo rapidamente de forma sintética, eu diria que o papel do diplomata no desenvolvimento brasileiro é claramente acessório, pois nenhum, REPITO NENHUM, dos grandes problemas brasileiros tem a ver com o cenário internacional, ou muito superficialmente.
    Todos os nossos problemas -- falta de educação de qualidade, corrupção, políticas públicas inadequadas, baixo investimento em C&T, instituições governamentais deficientes, déficit previdenciário, baixo investimento, baixa poupança, pequena abertura a comércio internacional e investimentos diretos estrangeiros -- todas essas deficiências são "made in Brazil", nossos próprios pecados, e tem de ser resolvidos aqui mesmo. Mas acredito que isso vai demorar um pouco.
    O diplomata, como cidadão, pode ajudar um pouco, expondo o que fizeram de certo (e de errado) outros países, e porque alguns deram certo e outros deram errado.
    Nós fizemos meio certo em muitas coisas, e muito errado em outras, como em educação, por exemplo.
    Mas, isso não é algo que o diplomata possa resolver, não é mesmo?
    Paulo Roberto de Almeida
    PS.: Vou me dedicar a responder a esse seu questionamento em algum trabalho futuro.
    Obrigado por formular a questão.
    Xxxxx disse...
    Olá Sr. Paulo.
    Tenho 23 anos, sou formado em Administração Hoteleira e pretendo iniciar meus estudos para ingressar na carreira diplomática no início de 2010. Neste princípio, sinto-me um tanto confuso no que diz respeito ao que fazer, por onde começar. Como pretendo dedicar, no mínimo, os próximos dois anos de minha vida apenas aos estudos, estou a procura de um curso preparatório que responda a todas as questões as quais hoje desconheço. O Sr. poderia indicar-me algum?
    Buscando informações encontrei seu blog e gostaria muito de ter a sua opinião. Dois anos, "integrais", são o suficiente? Como já disse, pretendo dedicar-me apenas a isso.
    Acho que o sonho e a força de vontade são o princípio, mas infelizmente não bastam.
    Aguardo suas colocações com ansiedade.

    Grato.

    Atenciosamente.

    Jxxx Dxxxxxxx
    Anônimo disse...
    Boa tarde, Sr. Paulo Almeida

    Bem, tenho 17 anos. Sempre tive muita facilidade com as matérias de humanas como História,Geografia e Português. Aprendo línguas estrangeiras com extrema facilidade, sou fluente em Inglês e Francês.
    Por causa dessa paixão pelo estudo das línguas e culturas, decidi prestar Letras na USP. Porém, a carreira diplomática muito tem me cativado - assim como a muitos outros.
    Gostaria de saber qual curso de graduação seria o mais apropriado para obter êxito nessa carreira. Relações Internacionais, Ciências Sociais, ou até mesmo a combinação de uma dessas com Letras?
    Muito obrigada pela atenção,
    Cxxxxxx Gxxxxxxxx
    Xxxxxxxxx disse...
    Boa tarde, Sr. Paulo Almeida.

    Bem, tenho 17 anos. Sempre tive muita facilidade e gosto pelas matérias de humanas, tais como Português, História e Geografia. Línguas estrangeiras são meu grande hobby, falo francês e inglês fluentemente.
    Exatamente por esse apreço pelas línguas e culturas estrangeiras, optei pelo curso de Letras na Usp no vestibular desse ano. Porém, a carreira diplomática muito tem me atraído - assim como a muitos outros.
    Gostaria de saber qual o curso de graduação é o mais adequado para seguir a carreira diplomática. Seria interessante, além de ter tal graduação, ser letrada?
    Muito obrigada!
    Paulo R. de Almeida disse...
    Cxxxxxxx,
    Nao sei bem o qeu voce quis dizer com letrada. A unica coisa de que voce precisa para se tornar diplomata é um diploma de QUALQUER curso superior reconhecido pelo MEC. O resto é com voce, ou seja, o estudo de todas as materias que constam do edital de concurso, o que já é um imenso esforço de leitura.
    Mas, voce tem tempo. Comece agora a ler e quando voce terminar a Faculdade voce ja estará pronta para ingressar na carreira.
    Agora eu hesito em lhe indicar um curso. Pode ser que o de RI seja o mais adaptado para os exames de entrada, mas nao tenho certeza, pois voce precisa pensar em ter uma profissao normal, antes de se tornar diplomata, pois pode demorar o seu ingresso, tendo em vista que o concurso é muito concorrido.
    Voce pode fazer direito, economia, administracao, letras, enfim, aquilo que lhe der mais prazer e oportunidades no mercado, ao mesmo tempo em que estuda as materias do concurso. Pode ser que na sua cidade exista um bom curso de RI, numa boa Faculdade, mas nao sei.
    Bons estudos.
    PRA
    Xxxxxxx disse...
    Boa Tarde, Sr. Paulo Almeida.
    Bom, Tenho 17 anos. Sempre gostei de matérias como, História, Geografia (Geopolítica) e Português.
    Línguas estrangeiras, conhecimento sobre outras culturas, assuntos políticos e econômicos é de grande atração para mim.
    Eu gostaria de saber o que um profissional formado em Comércio Exterior faria como diplomata?
    Não se tem tempo para cursos (fora os de aperfeiçoamento da carreira),
    Esportes ou Dança?

    Obrigada!
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxxx,
    O profissional formado em Comércio Exterior, como qualquer outro profissional formado em qualquer outro curso de graducao reconhecido pelo MEC, faria como diplomata o que qualquer outro diplomata faz: trabalhar no MRE e nos postos no exterior, segundo funções e atribuições típicas da carreira. Ou seja, trata-se de um servidor do Estado, do serviço público federal, como vários outros, um burocrata federal, mas que tem essa particularidade de trabalhar no exterior por periodos determinados, geralmente 3 + 3 anos (em dois postos no exterior) e um periodo variável, de 2 a 3 anos, em Brasília.
    Dentro da carreira existem dois cursos de aperfeiçoamento, para promoção, mas você pode fazer qualquer curso extra, fora da carreira, desde que não atrapalhe as funções profissionais: dança, pintura, linguas, mestrado e doutorado, não fazer nada...
    PRA
     Xxxxxxxxx disse...
    Caro Professor Paulo,

    Escrevo-lhe porque pressinto que, com sua ajuda, eu possa obter resposta a uma pergunta sobre a carreira diplomática que me deixa, já há algum tempo, apreensivo. Vamos lá.

    Para que o senhor possa compreender melhor o motivo de minha preocupação, apresento minha situação. Tenho 25 anos, nível superior completo e um forte desejo - para muitos injustificável - de ingressar no Itamaraty. Minha lucidez me indica, no entanto, que, iniciando minha preparação para o concurso neste momento, serei aprovado dentro de dois ou três anos. E tenho receio de que o ingresso na carreira com cerca de 28 anos me comprometa no que diz respeito ao meu futuro profissional.

    Isto porque percebo que há, de certo modo, um limite de idade implícito para aprovação no concurso de admissão, tendo em conta que o candidato aprovado pretenda ascender de maneira satisfatória e plena na carreira. Suponho, por exemplo, que um sujeito de 35 anos que seja aprovado no concurso dificilmente alcance o ápice da carreira, em termos hierárquicos.

    A questão que me atormenta é, então e por fim, a seguinte: qual idade - ou faixa etária - poderia ser apontada como tal limite?

    Ademais, bajulações à parte, comento que seu espaço na rede muito me impressionou, tanto por conta da qualidade dos textos e das opinões quanto por conta da nobreza da iniciativa de divulgar aos interessados dados sobre a carreira.

    Muito agradeço pela ajuda e pela atenção.

    Até.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxxxx,
    Acredito que se possa entrar no Itamaraty ate 32 ou 33 anos, embora a progressao possa tornar-se mais lenta a partir de agora, com tantos novos entrantes.
    Eu mesmo ingresse cim 28 anos completos e tive uma trajetoria normal ate ministro de segunda classe, e poderia ter sido embaixador 5 ou 6 anos atras, embora por razoes basicamente politicas eu nao tenha sido promovido, pelas mesmas razoes que voce vê em meus escritos.
    Você se comportando bem, conserva intactas as suas chances...
    Vxxxxxxx disse...
    Dr Paulo,
    Tenho 17 anos e estou cursando o ensino médio. Ainda não me decidi completamente pela carreira diplomática, mas já tenho certeza de que quero fazer um curso de Relações Internacionais, por isso, tenho feito o PAS (Programa de Avaliação Seriada) da UnB, para, no futuro, poder cursar essa universidade. Tenho, porém, uma imensa vontade de estudar nos Estados Unidos e já até entrei em contato com agências que possam intermediar e me auxiliar durante o processo, inclusive já até vi uma universidade do meu agrado (University of Washington). Porém, tenho duas dúvidas: a primeira é se, por acaso, eu me decidir pela carreira diplomática, será vantajoso ter estudado fora? A segunda é a mesma dúvida, só que numa situação mais genérica: o Sr. acha que é realmente vantajoso estudar nos EUA em relação às universidades brasileiras (no curso de Relações Internacionais)?
    Desde já agradeço a resposta.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Vxxxxxx,
    Sempre é bom estudar fora do Brasil, sobretudo em ingles, para voce ficar com a lingua totalmente dominada, mas eu nao recomendaria fazer todo o curso superior fora, pois voce vai precisar estudar muito mais coisas do Brasil, se pretende ingressar na carreira diplomatica. Assim, recomendo que voce estude um periodo fora, seis meses ou um ano, mas faça o essencial de seus estudos de graduação aqui no Brasil, para poder se preparar de maneira adequada, inclusive fazendo algum cursinho preparatorio.
    Cordialmente,
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Olá. Eu estudei na Escola Americana de Brasília e tenho o diploma técnico de tradutora intérprete. Sempre foi uma profissão que eu admirei. Sou formada em pedagogia, sou funcionária pública e tenho interesse em ser diplomata. Gostaria de saber como é o horário de trabalho dos diplomatas. Vocês trabalham no horário comercial de 8:00 às 18:00? E o horário é maleável? Vocês podem entrar às 10:00 e sair às 20:00 se quiserem? Os jantares e reuniões informais nos finais de semana para tratar de negócios são computados como horas trabalhadas ou não? Fico feliz que o senhor responda as perguntas de pessoas interessadas na carreira diplomática. Obrigada pela ajuda e consideração. Um abraço da Xxxxxxx.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxxx,
    Suas perguntas s'ao fora do comum, mas vamos lá.
    1) Horario oficial de trabalho na Secretaria de Estado: de 9hs a 13hs, e de 15hs a 19hs, mas dependendo da área de trabalho, pode se sair mais tarde (e entrar mais tarde também): geralmente nos Gabinetes isso ocorre.
    Temos muito trabalho (e viagens) em fins de semana, assim que a carga total de trabalho pode ser bem mais pesada do que o de um funcionário de outros setores (acabo de voltar da China, para onde viajei num sábado, 28.11.2009, demorei para me recompor com a diferença de 11hs; e voltei ontem, cansadíssimo).
    Não existe NENHUMA hora extra computada por jantares, recepções ou viagens em fins de semana: só ganhamos o salário, ponto, todo o resto não é pago.
    Ou seja, trabalhamos muito mais que funcionários "normais" e ganhamos proporcionalmente menos, posto que simplesmente não existe esse conceito de horas extras ou compensações por viagens e tempo gasto em atividades diplomáticas extra-horário de trabalho. Existe certa tolerância, por isso mesmo, quando se chega as 10hs ou 11hs na manha seguinte a uma dada atividade extra na noite anterior.
    Espero ter satisfeito sua curiosidade.
    Paulo Roberto de Almeida
    Xxxxxxxxx disse...
    Dr.Paulo, sua informações me são muito oportunas. Tenho interesse na carreira diplomática e gostaria de saber quais seriam exatamente as atribuições de um 3° secretário (primeiro nível de carreira). Se puder esclarecer, agradeço.
    Anônimo disse...
    Olá. Primeiramente eu gostaria de agradecer por você ter respondido a minha pergunta. Eu tenho mais algumas dúvidas.

    Você havia me dito que os diplomatas têm muito trabalho (e viagens) nos finais da semana. E quantos finais de semana por mês você têm que trabalhar? Quantas vezes por mês você viaja para fora do Brasil?

    As remoções são direcionadas para postos separados entre as categorias A, B e C e D. O diplomata pode escolher o local para onde deseja ir morar? Se o diplomata quiser trabalhar em Sydney, na Australia, ele pode fazer essa escolha?

    Imagino que você esteja na Conferência de Copenhague em inúmeras reuniões com autoridades estrangeiras. Sei que seu tempo é precioso, mas quando tiver um tempinho agradeço se responder minhas perguntas. Admiro a sua carreira diplomática e tenho curiosidade sobre o dia a dia dos diplomatas. Atenciosamente Dxxxxxx.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Dxxxxx,
    Sinto muito. Estou com minha central de respostas temporariamente desativada, por excesso de trabalho, e excesso de perguntas.
    Tente de novo em janeiro. Pode ser que eu tenha conseguido terminar minhas obrigacoes...
    Paulo Roberto de Almeida
    Dxxxxxxxx disse...
    Prazer!!!
    Moro em Santa Cruz do Sul uma cidades de porte médio do interior do Rio Grande do Sul, tenho 15 anos.
    Estou interessado em fazer a graduação em Relações Internacionais em uma universidade federal possilvelmente a UFRGS ou UFSM, contudo, sou proveniente de escola pública e de certo modo noto que grande parte das admissões nesses concursos os alunos são provenintes de escolas particulares como por exemplo o Itamaraty...
    O fato de eu provir de escola pública é algum tipo de impencilho?
    Há também tenho outra dúvida, o serviço militar(não me refiro ao alistamento) é obrigatório para passar no concurso? Quanto tempo?
    E apenas mais uma dúvida que condições físicas de saúde são essas que o Itamaraty exige?
    Certo de vosa compreensão aguardo as respotas...
    Obrigado
    Obs.: Adorei seeu blog
    Xxxxxxx disse...
    Prazer!!!
    Sou de Santa Cruz do Sul uma cidade de médio porte do interior do Rio Grande do Sul, vou fazer 16 anos em abril.
    Tenho interesse na área diplomática e pretendo cursar Relações Internacionais numa universidade federal...
    Tenho algumas dúvidas que se não pedir demais gostaria que o senhor respondesse:
    * O fato de eu provir de escola pública me prejudica de alguma forma?
    * Tenho ter serviço militar obrigatoriamente (não me refiro ao alistamento ao serviço propriamente dito)?
    * Que condições de saúde são essas que o Itamaraty se refere?

    Certo de vossa compreensão aguardo as respostas.
    Obigado

    Obs.: Adorei seu blog
    Paulo R. de Almeida disse...
    xxxxxx,
    Nenhuma escola publica representa um impedimento absoluto ao que você pretende ser mais tarde na vida, em termos de carreira acadêmica ou trajetória profissional nos mercados.
    Mas, claro, você precisa ter perfeita consciência de que o ensino numa escola pública apresenta deficiências enormes, que você terá de suprir por seus próprios meios estudando de forma autodidata.
    Aliás, você pode ter certeza também que o ensino numa escola privada não é de muito melhor qualidade. Os professores, com muito poucas exceções (que são as escolas privadas de altíssimo nivel, e portanto muito caras, e situadas apenas nas grandes capitais) não são muito melhores do que aqueles que ensinam nas escolas públicas, pois a mediocrização do ensino no Brasil é geral, atingindo inclusive as universidades.
    Você pode escolher um curso de RI para se preparar depois para o concurso da carreira diplomática, mas sinceramente eu não recomendo. Acho esses cursos muito fracos e não preparam para uma profissão "normal", o que quer dizer tradicionais no mercado (direito, administração, economia, etc).
    Recomendaria a você, em qualquer hipótese, fazendo ou não curso de RI ou outro, se preparar por conta própria, lendo e estudando todas as matérias do concurso do Rio Branco de maneira autônoma e individual.
    Estude muito, pois você vai precisar ter um excelente nível de conhecimentos se pretende se tornar um diplomata.
    Boa sorte nos estudos, felicidades em sua vida pessoal.
    Paulo Roberto de Almeida
    Xxxxxx disse...
    Chegamos ao ano de 2010 e acredito que o futuro da diplomacia e das relações internacionais no Brasil se modificou desde o texto ''As relações internacionais como oportunidade profissional'' onde o senhor responde a todas as duvidas dos jovens que pretendem cursar RI.

    Pois bem, tenho 17 anos e esse ano pretendo prestar para uma faculdade pública (USP ou UNB) em busca da formação em RI, mas focada para a diplomacia. É o que tomo como ambição para o meu futuro desde os 15 anos. Sempre fui auto ditada e não tenho dificuldades em relação a estudo e leitura, muito pelo contrário, tomo isso como um hobbie. Minha principal preocupação é na verdade o tempo médio que levaria para a minha formação intelectual a nivel de concorrer a uma vaga no Itamaraty ( e o tempo que eventualmente não haveria ''mercado'' para mim ) e se esse ramo, o da diplomacia, tras ainda algum tipo de preconceito em relação a mulher em papeis de poder.

    Se puder tirar minhas duvidas, agradeço desde já.
    Lxxxxx.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Lxxxxx,
    Você já tem um nome, por assim dizer, internacional, e talvez isso facilite o seu ingresso na diplomacia. Meus cumprimentos por manter esse objetivo desde os 15 anos, ou seja, há dois anos, e se percebo bem, você vai continuar se preparando de forma intensa durante todo o seu curso de graduação em RI. Meus parabéns e eu diria que você deve fazer isso mesmo. Não confie em seus professores, que muitas vezes são preguiçosos, e continue autodidata. Faça um programa de leitura e de estudos dirigidos, calcado no Guia de Estudos e leia três vezes mais do que a lista ali recomendada, pois você vai precisar de toda leitura para ingressar logo na primeira vez.
    Pelo que eu vejo de seu Português ainda falho, você vai precisar se aperfeiçoar seriamente em várias matérias. O tempo médio não existe, pois algumas pessoas passam o tempo vendo bobagens na TV e outras aproveitam para estudar: você escolhe o tempo de formação, mas se quiser ter sucesso comece a ler desde já, e treine muita redação também, pois é necessário.
    Quando você entrar, já estará em tempo de uma mulher ser chanceler, ou seja, ser ministra das relações exteriores. Aliás, já estaria em tempo, mas a política brasileira ainda é muito machista... Creio que o Itamaraty já não tem muito preconceito nesse terreno, embora possa haver alguma condescendência e talvez mesmo um pouco de demagogia a esse respeito.
    Boa sorte nos estudos.
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Olá!

    Sou Mxxxxxx, tenho 22 anos, terminarei a faculdade de Ciências Contábeis em 2011. Por enquanto não falo outro idioma além do português, mas pretendo iniciar curso de inglês e francês depois de concluir a faculdade e, mais adiante, aprender espanhol(por motivos pessoais não posso fazê-los ao mesmo tempo). Gostaria de parabenizá-lo pela sua trajetória e pelo seu blog. Minha dúvida: é necessário falar, compreender, escrever e ler os três idiomas em nível avançado para ingressar na carreira diplomática?
    Cordialmente,
    Xxxxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...,
    Xxxxxxxx
    É preciso saber Ingles muito bem, mas muuuuiiito bem, e uma outra lingua, Frnces, Espanhol (ou outras, veja os editais) razoavelmente bem...
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Boa tarde,
    Primeiramente gostaria de dar parabéns pelo seu ótimo e esclarecedor blog.
    Gostaria de lhe perguntar se eu teria condições de concorrer a uma vaga no IRB com estas qualificações: tenho 30 anos, sou bacharel em ciência política, morei 4 anos no exterior mas não possuo qualquer certificado de proeficiência apesar de falar e escrever em inglês e alemâo. Tenho alguma chance?
    Desde já lhe sou grato pela atenção.
    Xxxxxxx
     Xxxxxx disse...
    Prezado Paulo Roberto de Almeida

    Meu nome é Xxxxx ,sou servidor público(RFB) e professor de História da rede pública de ensino.Cursei Ciências Sociais na UFAM,mas não concluí a graduação.Atualmente, sou estudante de Filosofia(UNISUL),francês e inglês,e,desde os 14 anos(isso já faz algum tempo), aspirava seguir a carreira diplomática.Por diversas razões tive que adiar tal objetivo.
    Porém,de uns tempos para cá,o desejo voltou,e de forma intensa,quase que vocacional;um sentimento forte,ardente,uma convicção de que "é isso!".Logo deparei-me com uma concreta realidade:o desafio.O problema é que o tempo passou.Hoje tenho 35 anos,considerado velho para os padrões de admissão.Confesso que o fator TEMPO é o que menos importa para mim,pois o que me move não é um desejo de promoção,reconhecimento ou escalada dentro da estrutura da carreira,mas a experiência e a satisfação da realização de uma meta,um objetivo e algo que realmente me dá prazer:o diálogo,o debate,a reflexão crítica e aprofundada dos temas de relevância para o país,respirar o mesmo ar e beber na mesma fonte de tantos intelectuais e que ,pela simples razão de estarmos juntos,seria tremendamente satisfatório para mim.Reconheço a longa estrada e peço algumas orientações acerca da melhor estratégia para atravessá-la.Estou me programando para o concurso de 2015,estudando como autodidata,fazendo cursos das matérias específicas e guardando recursos para um período de estudos no exterior.Confesso que ao ler alguns comentários sobre a questão da idade fiquei um pouco apreensivo.Gostaria de saber sua opinião sobre esta questão (Idade-vou estar com 40 anos em 2015) e sugestões sobre estratégias para admissão no concurso.
    Reitero minha admiração pelo homem e pensador Paulo Roberto de Almeida.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Com perdao da expressao, dois coelhos de uma vez so (estou viajando no exterior e sem tempo ou conexoes para responder adequadamente),
    Primeiro o Xxxxxxx,
    Nao é preciso ter certificado nenhum de nenhuma língua, apenas o diploma universitario. As linguas se precisa apenas saber, ingles muito bem, uma outra razoavelmente bem. Voce tem chance, desde que saiba muito bem o resto do programa, o que não é facil.
    Boa sorte nos estudos.

    Agora o Xxxxx.
    Nao entendo porque apenas em 2015: isso é falta de confiança em si mesmo. Acho que você deveria estudar intensamente para tentar entrar antes, se possivel no ano que vem, fazendo cursinho e se preparando adequadamente, a menos que voce nao tenha diploma de graduacao.
    Acho que 40 anos inviabiliza uma carreira "normal", mas se seu objetivo é apenas entrar, então vá em frente, entre e seja feliz.
    Paulo Roberto de Almeida

    X
    xxxxxxxxxx disse...
    Prezado Xxxxxx,
    eu peço desculpas pela minha intervenção em sua conversa com o mestre Paulo Roberto, contudo, foi impossível não me comover com seus comentários. Eu gostaria de lhe dar algumas sugestões:
    1) - pegue o edital do concurso no site do MRE o link é este http://sistemas.mre.gov.br/kitweb/datafiles/IRBr/pt-br/file/Edital_abertura_CACD_2010_publicado_no_DOU(1).pdf

    2 ) - faça um cronograma com metas de leitura diária, semanal, mensal e semestral.

    2 ) - Faça o fichamento dos livros (pode ser em fichas cartonadas ou no computador mesmo, não importa)

    3 ) - Tire uma hora diariamente para reler os fichamentos.

    4 ) - Não sei o tempo que dispõe, mas seja obssessivo, leia compulsivamente.

    5 ) - Não veja mais televisão.

    6 ) - Largue a família e amigos (durante um tempo apenas)

    7) - E não tenha medo daqueles que tem doutoramento ou pós-doutoramento. Por um único motivo: eles tem doutoramento em um assunto específico e não em todos que caem na prova, portanto, as chances são quase isonômicas.
    Por exemplo, você pode concorrer com pessoas com doutoramento em linguística; que estudou na Sorbonne; que estudou inglês nos EUA e assim por diante. Se esta mesma pessoa não dominar Direito e Economia, ela não passa.
    Isto significa, que as chances são iguais para todos, pois ninguém tem domínio absoluto de todas as disciplinas que caem nesta prova.

    8) - Valorize o seu conhecimento e não se importe com a idade, até por que a atual gestão do Itamaraty nos mostra que muita coisa pode mudar no futuro em relação à carreira. [Só não sei se digo felizmente ou infelizmente]
    Comece a estudar "ontem", pois se sente que tem vocação verá que valerá a pena.
    9 ) - Só faça um preparatório como o curso Clio e outros quando tiver lido bastante, pois do contrário, apenas jogará dinheiro fora.

    Um conselho: Só não se iluda achando que na carreira todos são intelectuais como o mestre Paulo Roberto.
    Quem derá que fosse assim !
    Xxxxxxxxx disse...
    Sr. Paulo R. de Almeida,

    Muito oportuno este blog. Admiro sua dedicação e destreza em responder a cada uma das dúvidas aqui apresentadas.

    Divido duas paixões: a pesquisa e a diplomacia. É possível conciliar os dois?

    Eis a minha atual situação: ingressei no curso de RI, mas me transferi para História. Não me arrependo de ter "nadado contra a corrente" de expectativas a meu respeito, a História me permite uma visão abrangente não apenas da formação da nossa Nação, como também do mundo. Além do mais, foi ali que descobri a paixão pela pesquisa: tenho dois projetos, um a ser submetido esse ano ao Probic, que já possui aprovação da coordenação do curso (aprovação em expectativas, devo dizer) e outro que pretendo desenvolver após o retorno às RI. Além das pesquisas, me propus a escrever e publicar artigos acadêmicos; um já foi submetido, inclusive, ao Congresso Acadêmico da Defesa Nacional. Admito: sou aprendiz ainda, mas com capacidade de progredir sem maiores dificuldades. Tais planos de desenvolvimento de pesquisas e publicações de artigos são o resultado daquilo que sinto prazer em fazer: estudar, ler, pesquisar e escrever. E não tenho o intuito de dedicar minha vida à algo que não me traria tal satisfação. Como o Sr. é o primeiro diplomata com quem tenho contato, é possível, pois, desenvolver pesquisas e estudos na área diplomática e da política externa em geral, paralelamente ao ingresso à carreira em si?

    E, como tantos, também me preocupei com o fator 'idade'. Finalizarei a graduação em História com 24 anos e RI com 25, no mais tardar, 26 anos. Porém devo dizer que no momento me dedico a acentuar meus pontos fortes na área de humanas, enquanto que, noções de Economia e Direito, deixarei para que o curso de RI me complemente.

    Obrigada.
    Atenciosamente,
    Xxxxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxxxxx,
    É possível, sim, conciliar, diplomacia e pesquisa e o exemplo mais evidente disso é o historiado Evaldo Cabral de Mello, possivelmente o maior historiador ativo do Brasil, que, aliás, nunca foi acadêmico, mas sempre fez pesquisa, enquanto diplomata. Eu mesmo faço a mesma coisa e não me arrependo, mas sempre há certo stress pessoal e funcional, talvez familiar, pois a carreira é muito exigente em termos de trabalhos, recepções, etc.
    Por outro lado, você está na idade perfeita para se preparar e entrar...
    Vá em frente.
    Paulo Roberto de Almeida
    Xxxxxxxx disse...
    Muito obrigado por fazer um blog excelente como esse, que me fez refletir sobre a carreira diplomática (a qual pretendo seguir).
    Meu nome é Wilson, tenho 15 anos e, há pouco mais de um ano, tenho interesse em cursar direito e, ao fim deste, diplomacia. Tenho procurado dicas em inúmeros sites sobre como tornar-se um diplomata, porém nenhum foi tão satisfatório como este. Gostaria, se não for muito abuso, que o senhor pudesse me passar algumas dicas sobre o curso, como estudar etc.

    Agradeço desde já.
    Xxxxxxx disse...
    Sr. Paulo R. de Almeida,

    Me identifiquei muito com o Sr. Sempre disponível para responder todas as perguntas.

    Estou me preparando para prestar o concurso. Já fiz muitas pesquisas sobre a carreira, entretanto, ainda não encontrei ninguém que me esclarecesse sobre a frequencia das mudanças de residência. Quais os critérios utilizados para decidir quem irá para qual posto? O diplomata tem algum controle sobre isso? É possível ele não ir? Qual o nível de estabilidade que ele pode obter em cada cidade? Pergunto isso pois possuo dependentes e não seria interessante pra eles viver cada ano em uma parte do mundo, mas manter uma certa "permanência" em cada local.

    Desde já agradeço, um forte abraço.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxxxx,
    Não vou responder a suas questões, por duas razões muito simples.
    1) Se você deseja ser diplomata, deveria saber que não é para ficar parado no mesmo lugar muito tempo. Ou você aceita o fato de ser nômade, ou nunca será um bom diplomata.
    2) Concentre-se primeiro na tarefa de entrar na carreira, depois você se preocupa com o que vem depois.
    Paulo R. de Almeida
    Xxxxxx disse...
    Há tempos leio tanto o seu blog como a página oficial,para mim é referência obrigatória,já fiz em 2006 uma prova do CACD,da bibliografia básica muitos livros principalmente na área de história já tinha lido, a verdade que só eu fiz para analisar o meu desempenho,não tinha muito tempo nem dinheiro para pagar um curso preparatório,enfim depois do resultado,começei a me convencer que necessitava de um mestrado,mas como eu queria estudar na Inglaterra só havia um jeito, bolsas de estudos,acabei sendo convencida de ir na França e visitar as universidades,ganhei a passagem fui nas férias, confesso que queria Inglaterra,pesquisei sobre universidades francesas na área de mestrado em turismo Sorbonne, Poitiers e Avignon, chegando na França fui convencida pelo departamento internacional da universidade de Avignon de fazer mestrado em desenvolvimento cultural por se adequar mais ao meu perfil (embora eu seja formada em turismo),eu realmente gostei da grade curricular do curso e tive uma péssima impressão da Université Paris I (Sorbonne)...Depois dessa viagem fiquei mais seis meses no Brasil e arquitetando um plano: ou conseguir bolsa ou trabalhar em um navio de cruzeiros para então pagar o curso de francês e depois o mestrado,a verdade é que passei dois anos viajando pelo mundo,voltei para o Brasil julho passado, a experiência que mais influenciou para almejar uma carreira diplomática (e ainda influencia) foi em 2004 ter sido escolhida como líder juvenil pela Unesco Chair Institute da Universidade de Connecticut em um programa para líderes juvenis na área de direitos humanos, com direito a conferência na universidade e visita a ONU.O que me passa na cabeça é que creio que tenho capacidade de passar no exame do CACD ( mas por comodismo não dei o melhor de mim),mas agora estou com 27 anos me mudando para a europa,com planos de realmente fazer meu mestrado e voltar e tentar o Itamaraty,creio que possa desenvolver uma técnica de estudo que me possibilite este efeito estudando lá e só vindo para o Brasil para fazer o exame (espero que ...bom que no atual governo os números de vagas não diminua), sinceramente a minha dúvida é mais pela idade ,digamos que se houver exames ano que vem vou ingressar com 28,29 anos...neste caso não deveria olhar também com bons olhos as agências da Onu como possibilidade? (Sim eu estou confusa não quero mais trabalhar em nada direcionado ao turismo estou saturada).
    Agradeço todas as informações passadas!
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxxxx,
    Vá para a Europa, faça seu mestrado e ao mesmo tempo estude para o concurso e prepare-se adequadamente para o ingresso na carreira. Eu ingressei na carreira com 28 anos completos, e acho que ate os 32 ou 33 ainda é aceitável em termos de carreira.
    Não pense que você vai conseguir uma excelente posição em agências da ONU logo de início: aquilo é um dinossauro burocrático, com todas as deformações do apadrinhamento e da proteção.
    Você pode, inclusive, tentar fazer o concurso no meio do mestrado, e se passar, abandona o mestrado e continua no Brasil.
    Estude e divirta-se na Europa...
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Ola Dr. Paulo,

    Tenho 27 anos, inglês fluente - morei 3 anos no Canadá, espanhol avançado, estou estudando francês e sou bacharel em Geografia. Começei a minha preparação para o CACD e gostaria de saber até que idade eu poderia tentar ingressar tendo plenas condições de sucesso carreira. Obrigada,
    Xxxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxxxx,
    Creio que voce pode ter uma carreira normal entrando até os 35 anos, mas isso vai depender muito do fluxo da carreira nos proximos anos, ou duas decadas, pois as regras podem sempre variar um pouco, como expulsorias, etc.
    Paulo R Almeida
    Mxxxxx disse...
    Dr. Paulo,
    há alguns anos venho acompanhando o seu blog(ou melhor, os seus blogs), pois o desejo de seguir a carreira diplomática volta e meia aparece.
    Tenho 22 anos e estou terminando meus estudos na Faculdade de Direito, mas acredito que minha paixão por "ajudar as pessoas e o mundo" só será suprimida se eu me tornar diplomata.
    No entanto, minha única e maior angústia é apenas uma: como conciliar a carreira diplomática com a vida familiar? É possível manter um casamento sem que o outro cônjuge tenha que abdicar da carreira dele para seguir comigo nas missões internacionais?No meu caso, meu namorado é advogado e almeja fazer um concurso público futuramente.Acredito que isso facilite, estou correta?
    E a criação dos filhos?
    Por fim, pela experiência do senhor, como é a vida de uma mulher nessa profissão
    Obrigado, desde já, pela paciência e gentileza em responder meus questionamentos.
    Marcela
    Mxxxx disse...
    Dr. Paulo,

    há alguns anos venho acompanhando o seu blog(ou melhor, os seus blogs), pois o desejo de seguir a carreira diplomática volta e meia aparece.
    Tenho 22 anos e estou terminando meus estudos na Faculdade de Direito, mas acredito que minha paixão por "ajudar as pessoas e o mundo" só será suprimida se eu me tornar diplomata.
    No entanto, minha única e maior angústia é apenas uma: como conciliar a carreira diplomática com a vida familiar? É possível manter um casamento sem que o outro cônjuge tenha que abdicar da carreira dele para seguir comigo nas missões internacionais?No meu caso, meu namorado é advogado e almeja fazer um concurso público futuramente.Acredito que isso facilite, estou correta?
    E a criação dos filhos?
    Por fim, pela experiência do senhor, como é a vida de uma mulher nessa profissão?
    Obrigado, desde já, pela paciência e gentileza em responder meus questionamentos.
    Mxxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Mxxxxxx,
    Grato pelo contato. Eu sempre recebo os comentarios nos blogs ou no site, mas nem sempre tenho tempo de responder. Agora, por exemplo, estou em viagem pela China.
    Mas vejamos se posso ajuda-la.
    Comeco dizendo que voce nao deve "suprimir" a sua paixao, pelo menos esse tipo de paixao, e sim promove-la em quaisquer circunstancias, sendo diplomata ou nao...
    No plano da familia, a carreira impoe, sim, alguns constrangimentos, a menos que ambos sejam diplomatas e possam conciliar obrigacoes de carreira com os deveres familiares.
    Veja o meu caso: minha mulher, antes de ser minha mulher, era economista, trabalhando no Itamaraty, em projeto temporario. Nos casamos e logo fui removido para o exterior, ela ainda gravida. É evidente que ela teve de abandonar sua carreira de economista, pois que acabamos ficando seis anos no exterior, filho pequeno etc. Torno-se historiadora, mas tambem teve a carreira interrompida todas as vezes em que fui removido e partimos ao exterior. Dependendo do conjuge, pode ser stressante ou mesmo frustrante, mas tem alguns que aproveitam para fazer aquilo que realmente desejam fazer: hobbies artisticos, literarios, simples turismo cultural, etc.
    Quanto aos filhos, nao se preocupe, eles sao muito mais fortes e flexiveis do que se imagina. Meu filho fala sete linguas, com as constantes mudancas de escola que teve de fazer. Creio que os filhos se beneficiam enormemente desse nomadismo.
    Em qualquer coisa, alias, tudo depende do espirito das pessoas, como elas organizam sua vida, como recebem as mudancas, como se adaptam aos lugares, as pessoas, as linguas.
    No nosso caso, sempre foi tudo muito bem, a despeito de postos de sacrificio e de problemas eventuais.
    Acredito que seus temores nao sao justificados, mas se voce se tornar diplomata, seu marido seria obrigado a pedir licenca para acompanha-la. Estando no servico publico federal, isso nao é problema: é concedido automaticamente, ainda que sem vencimentos. Mas o salario no exterior dá amplamente para viver bem, desde que não se cometam loucuras residenciais ou de mordomias...
    Cordialmente.
    ----------------
    Paulo Roberto Almeida
    Anônimo disse...
    Paulo, tirando a parte do incentivo,no sentido puro da palavra, o que você teria a dizer para alguém que,pelo que se ouve, se acha ligeiramente incapaz de passar num concurso como esse.
    Amo geografia,história línguas mas eu ainda acho que me falta algo.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Ultimo Anônimo,
    Se a pessoa se sente incapaz, mas tem vontade, tempo e condicoes (digamos, menos de 30 anos) para tentar, entao eu diria que, se a vontade é efetiva, ela deveria tentar se tornar capaz, o que se consegue simplesmente estudando.
    O concurso é reconhecidamente difícil, mas não se trata de algo impossível ou sobrehumano. Nada que muito estudo não consiga resolver.
    Portanto, eu recomendaria estudo, pois isso serve para qualquer coisa na vida.
    Pode até não resultar em um diplomata, mas certamente vai resultar em uma pessoa melhor preparada para muita coisa na vida.
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Paulo Roberto, venho já há algum tempo seguindo seu site e blog, com respectivas publicações e comentários dos leitores.

    Confesso que fico admirado com suas dicas acerca da carreira diplomática, tirando quase todas as dúvidas de quem tem algum interesse em seguir a carreira.

    Vamos ao meu caso em específico: Fiquei muitos anos sem estudar, pois acabei dedicando minha vida ao serviço público, deixando de lado meu crescimento pessoal.

    Embora tardiamente, dei início a um curso de inglês (já estou no nível avançado). Tenho 33 anos, e darei início ao curso de Administração na UFRGS agora em agosto. Ao longo destes cinco anos, pretendo concluir o inglês, reforçar meu espanhol, e dar início a um curso de francês.

    Meus planos são de prestar o concurso para diplomacia, tão logo termine a faculdade. Sei que serei um pouco velho aos 38 anos, mas estou pronto para enfrentar esse desafio.

    Tenho algumas dúvidas:

    1) Gostaria de saber até que nível de ascenção funcional tenho condições de chegar, começando com a idade de 38 anos.

    2) Outra dúvida é em relação ao subsídio inicial, de aproximadamente R$12.400,00, se há mais algum valor a ser adicionado como auxílio moradia, etc...

    3) Durante o Mestrado no Instituto Rio Branco, o servidor tem direito a todas as vantagens do cargo, ou é tratado como um estudante?

    Minha dúvida, é pelo fato de que sou casado e tenho uma filha, mas minha esposa apoia meus planos de dedicar grande parte do meu tempo no aprendizado de idiomas, na graduação, na leitura prévia de todas as obras indicadas e do que for preciso para isso.

    Nos encontramos daqui a cinco anos no Itamaraty. Pode ter certeza disso.
    Grande abraço!
    Xxxxxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Mxxxxx,

    1) Gostaria de saber até que nível de ascenção funcional tenho condições de chegar, começando com a idade de 38 anos.
    Ascensao é com s, não com ç. Acho que voce entrando com 38 nao passaria de Primeiro Secretario antes de entrar no Quadro Especial, e provavelmente se aposentaria nessa condição. Acho muito tarde para fazer uma carreira satisfatoria.

    2) Outra dúvida é em relação ao subsídio inicial, de aproximadamente R$12.400,00, se há mais algum valor a ser adicionado como auxílio moradia, etc...
    Nao tem outro subsido a nao ser o familiar e transporte, talvez alimentacao, pequenos. Moradia nao creio que se consiga, pois existem muitos diplomatas para os imoveis disponiveis agora. Voce teria de alugar no mercado, o que em Brasilia significa precos mais altos. Se sua esposa trabalhar sria mais facil, do contrario vai viver apertado, porque escolas privadas tambem sao caras em Brasilia.

    3) Durante o Mestrado no Instituto Rio Branco, o servidor tem direito a todas as vantagens do cargo, ou é tratado como um estudante?
    Ja entra como Terceiro Secretario, mas hierarquia existe e a disciplina tambem. Vai ser tratado como Terceiro Secretario, com algum paternalismo associado.
    Anônimo disse...
    Bom dia Paulo Roberto.

    Continuando, talvez seria tarde para uma carreira satisfatória, mas melhor do que uma carreira medíocre em uma estatal que não valoriza seus funcionários, que é minha situação atual.

    Desculpe, mas tenho mais duas dúvidas:

    Então o funcionário pode trabalhar até que idade sem pensar em aposentadoria, para que possa usufruir de toda a ascensão na carreira?

    O que significa "entrar no Quadro Especial? Depois de entrar, não há mais crescimento na carreira?

    Atenciosamente
    Xxxxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxxxx,
    O Quadro Especial, vulgarmente chamado canil, é o "encosto" para onde vão os diplomatas que ultrapassaram certa idade em sua categoria. Nao me interessei nunca por questoes administrativas, mas creio que deve ser 45 para Terceiro, 48 para Segundo e 50 para Primeiro Secretario, depois 55 para Conselheiro, 60 para Ministro de Segunda e 65 para Ministro de Primeira (Embaixador), ainda que a aposentadoria compulsoria seja aos 70 anos, conforme a Constituição.
    Depois de entrar no QE pode haver progressao, mas muito lenta e depende de vagas.
    Enfim, acho que voce nao deve se preocupar com essas coisas e sim em estudar para entrar.
    Mas nao pense que o Itamaraty seja muito diferente de uma estatal. Se trata de uma espécie de Vaticano, uma Santa Casa, se voce quiser...com todos os atributos do genero...
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Paulo Roberto,

    Realmente, o que me incomoda de verdade nas estatais é a progressão não por merecimento, mas sim exclusivamente por questões políticas. Pessoas completamente despreparadas e sem formação alguma acabam sendo chefes de administradores.

    Isso acontece nos Correios, na Petrobrás, no Banco do Brasil, entre inúmeras fundações, autarquias, Sociedades Anônimas, etc.

    Ao menos, parece que na carreira diplomática há menos política envolvida.

    Agradeço pelo esclarecimento às minhas dúvidas.

    Darei continuidade aos meus estudos...

    Grande abraço!
    Xxxxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Ilusao achar que na carreira diplomatica decisoes quanto a promocao, remocao, designação para funções são isentas de vieses politicos e até pessoais.
    Pessoas são humanas, ao que parece, em qualquer lugar, época e circunstância...
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Boa noite Paulo.
    Sempre me interessei pela carreira diplomática.
    No entanto, após formar-me em direito, talvez por uma necessidade imediata, estudei para as carreiras jurídicas. Desde 2004 sou procurador federal.
    Embora estável no serviço público e com uma boa remuneração, sinto que falta algo para minha realização profissional , talvez porque gosto muito de línguas, política, história e economia.
    Vendo o seu blog, pensei em tentar novamente realizar esse sonho. Porém, embora com inglês avançado e já tendo lido alguns livros da bibliografia básica do concurso por prazer (como história e os livros obrigatórios de português) estou com 34 anos.
    Acha que ainda há tempo de tentar e ter uma carreira completa?

    Obrigado pela atenção.
    Xxxxxx.
    Anônimo disse...
    Prezado Paulo,

    Sou analista judiciário há cinco anos, tempo esse suficiente para que eu percebesse que não me realizaria profissionalmente na área jurídica.
    Diante disso, passei a buscar informações sobre outras carreiras e me deparei com o seu blog.
    Desde então, cresce em mim o interesse pela carreira diplomática.
    Meu inglês é básico e acabei de completar 31 anos de idade; entretanto, tenho um bom conhecimento da língua portuguesa, facilidade na redação e interpretação de textos, aproximadamente quatro horas de tempo livre para estudo por dia, possibilidade de arcar com os custos de um bom cursinho e viagens ao exterior para aprimoramento de línguas estrangeiras.
    Ainda há tempo de perseguir essa carreira? Se sim, qual deveria ser o primeiro passo nos meus estudos?
    Desde já muito agradecida.
    Vxxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Vxxxx, Axxxxx,
    31 anos ainda está bem, mas 34 já está quase no limite para uma carreira bem sucedida, pois a progressão é lenta e não se pode esperar cumprir todas as etapas intermediarias ate o pico da carreira, ministro de primeira ou embaixador.
    Deve-se comecar pelo habitual: ver o Guia de Estudos, mapear as fortalezas e fraquezas e comecar a estudar seriamente, eventualmente investindo em cursinho, mas os colegas sempre serao bem mais jovens...
    Paulo Roberto de Almeida
    Mxxx disse...
    Então, quem já passou dos 50, melhor não aspirar à diplomacia? Um 3º secretário faz exatamente o quê? Obrigada.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Mxxx,
    Quem ja passou dos cinquenta não tem nenhuma chance de progredir na carreira diplomatica por imposicao de limites de idade em cada classe. Nem vale a pena tentar.
    Quanto ao que faz um terceiro, um segundo ou qualquer outro diplomata, voce leia o que ja escrevi em meu site: www.pralmeida.org
    Paulo Roberto de Almeida
    Xxxxxxxx disse...
    Primeiramente, tenho 19 anos e irei agora para o 4º semestre de Relações Internacionais numa universidade particular com bolsa integral do Prouni – estudei Fundamental em escola pública e o Médio em particular com bolsa integral. Considero muito fraco o ensino, e é gritante a necessidade de uma graduação clássica para ingressar em RI, de qualquer forma devo concluir o curso. Meu inglês está razoável e já planejei viajar nas férias de julho do ano que vem para Liverpool pela universidade para aperfeiçoa-lo.

    Aos 16 anos ganhei uma viagem à Brasilia no Concurso de pesquisa cientifica promovido pelo IBECC/UNESCO/CNPq na área de História, sou apaixonada por pesquisa, mas infelizmente não posso me dedicar totalmente, já que não posso deixar de trabalhar (trabalho desde os 15, tempo integral).

    O fato é que estou em dúvida se após a graduação me dedico no Concurso ou inicio um mestrado, ou até mesmo viajo para fora. Sei das minhas limitações quanto ao tempo de dedicação de estudo posto que trabalho em período integral, mas sou extremamente dedica, autodidata, leio muito (não só por necessidade acadêmica, mas por prazer, literatura me consome), professores já me indicaram tentar uma graduação tradicional numa universidade pública (CS, Economia, etc.), outros me incentivam terminar RI e decidir depois.

    Se puder, gostaria de dicas para o meu caso.

    *seu currículo é de provocar suspiros em nós, aspirantes.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxxx,
    Meu curriculo, com 19 anos, nao devia ser muito diferente do seu, talvez até pior, pois nunca tive bolsa, e trabalhei desde muito cedo na vida, desde muuuiiiito cedo.
    Pelo menos, em minha epoca, a escola publica ainda era risonha e franca, ou seja, de boa qualidade. Infelizmente, sei que NINGUEM, que estude apenas em escola publica, hoje, tem qualquer chance, provavelmente nenhuma, de ter alguma chance na vida, justamente, a não ser que a pessoa seja como eu sempre fui: um rato de biblioteca. Aprendi a ler na tardia idade de 7 anos, mas nunca parei de ler, em toda a minha vida, assim que pude ingressar na carreira de modo relativamente tranquilo, mas isso um pouco mais tarde, apenas com 27 anos. So comecei a construir curriculo depois disso.
    Entendo que voce vai ter muitas dificuldades, mas se voce acredita e tem vontade, vá em frente: durma pouco, leia no onibus (se der), leia o tempo todo e tenha uma formação autodidata, como eu tive. Hoje em dia se pode formar na internet, uma chance que eu nao tive, por simplesmente nao existir.
    Nao tenho dicas especiais para voce, a nao ser ler o tempo tido, e anotar, se possivel, o que ler, mas se nao der, apenas leia.
    Você conseguirá, pois ainda tem dois ou tres anos pela frente...
    Boa sorte nos estudos.
    Paulo Roberto de Almeida
    Xxxxxx disse...
    Olá, meu nome é Xxxxxxx e moro em Natal/RN. Tenho umas dúvidas acerca do concurso para MRE / terceiro - secretario. Tomo remédios controlados( antipsicóticos) mas mesmo assim gostaria de fazer o concurso para Diplomacia. Há algum impedimento? Ou posso participar do concurso sem nehuma preocupação? Tenho que me inscrever como deficiente na hora da inscrição do concurso?
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxx,
    Nao existe nenhum impedimento a que voce faça o concurso tomando remédios, inclusive porque ninguém sabe disso no momento da inscrição.
    Nao sei se o que você tem pode ser classificado como deficiência, caso no qual você teria essa inscrição especial e talvez alguma facilidade que eu tampouco sei dizer qual seria.
    Acredito que voce deva consultar o proprio Instituto Rio Branco sobre isso. Creio que deficiência é mais de tipo motora, ou física, do que algum disfunção de comportamento que não afete o raciocínio e a intelegibilidade.
    Paulo Roberto de Almeida
    Xxxxx disse...
    Olá doutor Paulo Roberto, como vai?
    Sou advogada, tenho 27 anos, pós graduada em direito civil. Apesar de atuar na área em que me especializei, há algum tempo venho acalentando a idéia de tentar o concurso da diplomacia. Venho de uma família pobre do interior, mas sempre tive interesse em estudar. Cresci frequentando a biblioteca municipal, lendo os clássicos, amando a história mundial e do Brasil, a geografia, a gramática, a literatura. Interesso-me profundamente pelos assuntos ligados à política internacional, e sempre me atualizo com jornais e revistas. Meu tema de monografia na graduação, inclusive, foi uma análise sobre o protocolo de Quioto e o aquecimento global, pois sempre gostei de direito internacional, especialmente os debates ligados ao ramo ambiental.
    Penso ter alguma condição de, ao menos, pensar em fazer a prova da diplomacia. Contudo, possuo um inglês elementar, consigo ler alguns textos mas escrevo pouco. O mesmo com o italiano. Mas confesso não saber espanhol e francês.
    Com toda a sua experiência, especialmente como professor, o senhor acha que tenho condições de fazer essa prova futuramente?
    Desculpe tomar seu tempo, sei que é precioso. Mas é que seu comentário tem para mim grande valia. Será através dele que decidirei o caminho a traçar. Obrigada.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxxx,
    Não tenho certeza de ter respondido a esta sua mensagem pessoal, pois estava viajando e terminando trabalhos. Se não fiz, faço-o agora.
    Se você tem muitas e boas leituras, a despeito de não ter tido um ambiente familiar dos mais favoráveis a uma boa formação, como a maior parte dos candidatos (que são, presumivelmente, de classe média e alta), você já tem um bom começo, pois a carga de leituras, as referências culturais acumuladas ao longo da vida são importantes numa prova de redação.
    Mas, você antes precisa passar no teste inicial, que é uma coleção enfadonha de interpretações subjetivas e outros tantos dados objetivos, que só se adquire lendo os textos "certos", aqueles selecionados na bibliografia oficial (antigamente era diferente, a criatividade pessoal, a capacidade de raciocínio eram mais valorizados, agora virou uma coisa mecânica). Você precisaria aperfeiçoar tremendamente o seu inglês, o que não é difícil, basta dedicação, algumas horas por semana, se possível 1h por dia. Teria de ter outra língua, de preferência espanhol, o que tampouco é dificil.
    Fazendo isso, voce tem e deve fazer a prova ja no ano que vem, para testar seus conhecimentos. Talvez não entre imediatamente, mas saberá o que tem de aperfeiçoar.
    Paulo R Almeida
    Xxxxx disse...
    Olá, estudo Direito em uma universidade estadual. Apesar de sempre gostar do curso de Relações Internacionais, por ter passado imediatamente no curso de Direito resolvi cursá-lo.
    Porém, tendo em vista não desistir de um 'sonho' antigo, agora, no meio do ano, prestei Relações Internacionais e passei, em uma faculdade federal(de outro estado)que está iniciando o curso agora(eles estão no segundo ano de curso, quarta turma).
    Gostaria de saber qual seria uma melhor opção pra mim no momento, para que no futuro eu tenha mais chances de iniciar a carreira diplomática.
    Agradeço desde já a ajuda.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxx,
    Os cursos de relações internacionais costumam ser fraquinhos e não levar a grandes perspectivas no mercado de trabalho, pela indefinição geral de curriculos e especializações. Você não pode partir do pressuposto de que se tornará diplomata em seguida. Muitos diplomatas tem as formações as mais diversas.
    Eu recomendaria que você fique em Direito, como profissão, e se dedique paralelamente e seriamente aos estudos para ingressar na diplomacia.
    Paulo Roberto de Almeida
    Xxxxxx disse...
    Olá. Como vai? Tenho 22 anos e estou no último semestre do curso de Direito. Tenho muito interesse na área diplomática. Adoro Direito Internacional. Sempre fui apaixonada por inglês e sempre tive muita facilidade com o português. Porém, quanto a história e geografia, só tenho o background do que estudei no Ensino Médio, que foi muito bem feito. Estudei numa escola exigente e dei o meu melhor. Quanto a Economia e Ciências Políticas, tenho uma base muito superficial. Quanto a francês e espanhol, nunca estudei essas matérias. Pretendo passar em outro concurso antes de estudar para o Instituto Rio Branco,pois devido especialmente à minha falta de conhecimento nessas últimas matérias, penso que levará algum tempo até a minha aprovação no concurso para admissão à carreira diplomática.
    O que o senhor acha ?
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxx,
    Eu acho que se voce tem intencao de passar no concurso do Itamaraty, independentemente de se sentir ou nao preparada para ingressar agora, você deveria se inscrever e fazer as provas, as que passar, e até onde der. Será uma maneira de já ir se familiarizando com o estilo de questoes demandadas em provas desse tipo, experiencia para saber administrar o tempo, constatar quais suas fortalezas e fraquezas, alem dessas agora percebidas ou intuidas, ou seja, eu acho que voce nao perde nada em ir tentando sempre quando puder. Estude muito agora para o proximo concurso, que abre no comeco de 2011, e tente sua chance.
    Boa sorte nos estudos.
    Paulo R. Almeida
    Gxxxxxx disse...
    Olá, estou no 2º ano do Ensino Médio e já me decidi por seguir a carreira diplomática. Faço cursos de inglês, espanhol e francês e sempre tive maior facilidade para a área de humanas. Porém estou em dúvida entre os cursos de RI ou Direito, ambos na USP. Qual seria o mais recomendado para o CACD?
    Obrigada, e parabéns pelo seu trabalho!
    Paulo R. de Almeida disse...
    Gxxxxxx,
    O mais indicado, com certeza, é o curso de RI, o que não quer dizer que seja o melhor, seja intrinsecamente, em termos de qualidades e méritos próprios, seja em termos de mercados e oportunidades de trabalho.
    Um curso mais tradicional como o de Direito talvez ofereça maiores oportunidades de trabalho, até que você consiga entrar no MRE. O concurso do Itamaraty é muito exigente.
    Claro, se voce comecar a estudar desde já, e estudar por sua própria conta, sem esperar nada de faculdades e cursinhos, você já estará bem mais preparada para esse concurso.
    Boa sorte nos estudos.
    Paulo R Almeida
    Xxxxxx disse...
    Dr. Paulo Roberto,

    Tenho algumas dúvidas sobre a carreira da diplomacia, entretanto gostaria antes de descrever um pouco o meu perfil para o senhor.

    Tenho 21 anos e estou entrando no 4º ano de Direito da Universidade Federal da Paraíba. Não obstante faltarem apenas 4 semestres para eu me formar, a cada dia que passa acho o Direito mais e mais entediante. Por mais que à época de prestar o vestibular a idéia de ser advogado parecesse muito empolgante, hoje em dia não consigo me imaginar passando o resto da vida meramente decorando artigos de códigos e repetindo mecanicamente conceitos doutrinários arbitrários e puramente retóricos. Exceto por Filosofia do Direito (a única disciplina jurídica que realmente desperta algum interesse em mim), desde que entrei na universidade meu grande prazer acadêmico tem sido unicamente estudar Economia por conta própria – tenho uma grande base de micro e teoria dos jogos, sendo o meu maior foco atualmente em institutional economics.

    Acredito que tenho uma forte vocação acadêmica: além de teoria econômica, leio muito lógica, fenomenologia, filosofia da ciência em geral e epistemologia das ciências sociais; e sempre gostei de estudar novas línguas estrangeiras, sobretudo para ter acesso a bibliografias mais diversificadas (leio em inglês, alemão e holandês). Contudo, o ambiente universitário da minha cidade e adjacências não é nada propício para se fazer pesquisa nas áreas que me atraem (aqui só tem desconstrucionistas, adeptos da hermenêutica filosófica e sociólogos no estilo frankfurtiano, pessoas perto das quais considero exercer a advocacia um mal menor).

    Levando em consideração os posts que pude ler do senhor neste blog acerca de sua carreira, sinto-me tentado a acreditar que a diplomacia seria uma boa alternativa para mim na medida em que não apenas me permitiria seguir meu lado acadêmico sem instabilidades econômicas como também me estimularia ao máximo a desenvolvê-lo e ainda aplicá-lo cotidianamente no exercício da profissão.

    Tendo explicado esse meu background, pergunto ao senhor:

    - O CACD é realmente tão inacessível quanto parece e todos dizem que ele é?

    - É utópico acreditar que, se eu me concentrar na matéria do concurso pelos próximos 2 anos, passarei no exame tão logo eu termine a faculdade?

    Embora eu acredite que seja possível passar em qualquer concurso com a quantidade certa de tempo e dedicação, não gostaria de ser um estorvo para meus pais por anos a fio para conseguir realizar esse objetivo, somente vivendo de mesadas e produzindo apenas sonhos.

    É quase um dilema do prisioneiro: se eu priorizar os estudos diplomáticos e não for aprovado no concurso, dificilmente terei condições técnicas de advogar em área alguma após a graduação; se eu priorizar os estudos jurídicos, aí é que dificilmente serei aprovado mesmo. Por conta disso, acabo ficando nesse “chove, não molha” e não me motivo para investir a sério em nenhuma das duas coisas.

    Por último, tenho ainda mais uma dúvida, a qual não tenho certeza se o senhor poderá me esclarecer. Em um eventual Mestrado em Diplomacia, alguma coisa do meu conhecimento em teoria dos jogos (que é basicamente matemática pura combinada com axiomas de Economia para modelar escolhas e comportamento estratégico) poderia ser aproveitada? Ou a carreira no Itamaraty só permitiria abordagens mais "clássicas"?

    Muito obrigado desde já.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxx,
    O CACD é difícil, mas não inacessível, tanto que TODAS as vagas abertas tem sido preenchidas nos últimos anos, o que nem sempre era o caso nos concursos passados, com vagas sobrando (pois os exames de entrada eram mais rigorosos e a seleção pessoal de uma banca impiedosa cortava muita gente boa, por achar que não tinham vocação para a diplomacia).
    Hoje ficou muito mecanico, com aquelas perguntas previsiveis que as pessoas que fizeram os cursinhos preparatorios acertam quase todas. Sobra o conhecimento perfeito de Português, literatura inclusive, o domínio do Ingles, e uma boa redação em algumas areas setoriais, como fatores decisivos.
    Se voce se concentrar na MECANICA do concurso nos proximos dois anos e tiver uma boa cultura geral, como voce tem, voce passa, mas tem de ter os macetes do concurso, que geralmente um cursinho dá.
    Acho que você deveria estudar para a advocacia, que é o que lhe vai dar dinheiro enquanto voce nao passar, e se preparar ao mesmo tempo para o concurso do IRBr.
    Esqueça por enquanto o curso do Rio branco, esqueça a carreira e o que vai fazer nos dois, e se concentre unicamente no concurso. Depois você se preocupa com o que é secundário por enquanto.
    Nem no Rio Branco, nem na carreira você vai precisar, infelizmente, de teoria dos jogos: eles estão muito aquém disso.
    Repito: forme-se advogado, estude para o concurso. Você ainda é muito jovem, e pode entrar tranquilamente com 24 ou 28 anos.
    Paulo Roberto de Almeida
    Mxxxxxx Oxxxxxx disse...
    Dr. Paulo Roberto,

    Bom Dia! Acabo de ler sobre o questionário feito ao senhor por uma aluna do curso de administração e me identifiquei demais com suas respostas, muito parecido comigo, pois sou um cara que não respeito hierarquias também, sou meio anarquico e gosto de tomar minhas decisões por mim próprio. Também fico meio que indignado com todos os acontecimentos recentes no Brasil, sobretudo no que diz respeito a impunidade e a corrupção.
    Além disso, eu agora tenho mais certeza ainda que essa é a carreira que quero seguir, tenho determinação, vontade e além de tudo gosto de estudar, sobretudo temas de economia, relações internacionais e línguas estrangeiras.
    Falando sobre línguas estrangeiras, eu tenho vontade após eu passar no concurso estudar sete línguas estrangeiras, que são além do inglês, espanhol e francês, o alemão, italiano, russo e chinês, tenho um sonho de falar como nativo todas essas línguas, acredito que me servirá na carreira e sobretudo é algo como realização pessoal como o senhor mesmo disse que estuda por isso também. Eu tenho a curiosidade de saber quantas línguas o senhor fala e se acredita ser possível alguém falar como nativo sete línguas estrangeiras como pretendo e se o senhor conhecer alguém como tal.
    Preciso lhe agradecer pois todo dia que leio seu bog eu ganho mais força ainda para seguir em direção a essa tão sonhada caminhada que ainda "efetivamente" nem comecei, considerando que estou no 7º semestre em administração com ênfase em comércio exterior, onde começarei "efetivamente" no ano que vem.
    Ficaria muito grato pela honra de uma resposta do senhor.
    Grato,
    Mxxxxx Oxxxxxx.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Mxxxxx,
    Nao se preocupe agora com tantas linguas e sim com as materias, em seu conjunto, que voce precisa saber muito bem para poder entrar. Vc precisa ser otimo em Português, em Inglês e saber razoavelmente bem uma uma outra lingua, para fins de classificação. Mas precisa saber muito bem historia, geografia, economia, etc.
    Primeiro entre, e depois voce estuda sete linguas. Alias, o numero de linguas que meu filho fala, por ter morado ou estudado em sete linguas.
    Eu so falo quatro ou cinco...

    Xxxxxxx disse...
    Xxxxxxxx
    Sr. Paulo, o senhor já deve estar exausto de auxiliar jovens que tem como meta principal a carreira diplomática, e percebo que já tirou dúvidas em varias áreas, embora prefira focar no concurso.Eu poderia ser mais um desses jovens??
    Tenho 16 anos, e me dedico á carreira diplomática desde os 11 anos, tendo como uma meta principal, embora tenha mantido uma relação de ''amor e ódio'' com ela durante esses últimos anos, devido aos comentários gerais sobre a impossibilidade de passar no concurso, mas prefiro não pensar dessa forma.
    Já falo inglês e francês fluentemente, e gostaria de aprender espanhol durante a faculdade, mas estou um pouco em duvida com relação á faculdade.
    Sempre pensei em R.I., mas vejo que você, por exemplo, não gosta muito do curso de R.I., afirmando que são ''fraquinhos'' em geral, e que não fornecem possibilidades de empregos..
    Penso em R.I. devido a semelhança da grade curricular com as materias que caem no CACD...
    Qual você acha que seria a melhor preparação para alguem que está na minha situação, ainda se rpeparando para ingressar em alguma universidade, e totalmente focalizado no CACD, disposto a passar anos estudando ininterruptamente para o concurso?
    Grato desde já!
    Paulo R. de Almeida disse...
    Caro Xxxxxxxx,
    Voce tem razao: a interface é essa mesma, de curso de RI. Faça o curso, pois você já sabe o que tem de aprender e o fará sozinho, sem depender de professores e apostilas.
    Você já é um diplomata, apenas só falta entrar, mas isso é um detalhe para voce.
    Paulo Roberto de Almeida

    Xxxxxxx disse...
    Sr. Paulo, sou eu mais uma vez! Mas desta para agradecer sua gentileza e suas palavras animadoras, que foram muito importantes para mim.
    Muito obrigado!
    Anônimo disse...
    Saudações Dr. Almeida,
    Primeiramente, me sinto obrigado a expressar a euforia em degustar cada palavra que o Sr. emprega em seus artigos. Tardiamente, encontrei seus blogs, no entanto, tenho muito tempo livre para compensar o perdido. Bem, tenho 16 anos e sonho com a carreira diplomática desde o início de 2009. Desde então, comecei a me esforçar neste objetivo; hoje, possuo inglês avançado e espanhol intermediário. Minha paixão abrupta por línguas, culturas, enfim, pela "novidade" em si não me deixa outra opção. Definitivamente, não consigo me imaginar em outra profissão. Sou estudante do 3º ano em escola pública federal. Tenho acumulado certas conquistas nesta área: já viajei ao Uruguai (onde me encontrei com o Ex-ministro Celso Amorim), a Colômbia, e a vários estados do país participando de eventos importantes. Ademais apresentações, contato-lhe pois pretendo cursar UnB, e estou entre os cursos de Direito, RI e Ciência POlítica. As minhas inquietações referentes: Direito, acredito ser um curso muito específico, apesar das posteriores pós-graduações que poderiam ser feitas na área de RI, Direito Internacional ou outras; RI, acredito ser um curso fantástico, que proporciona muitas expectativas em relação a fazer intercâmbios durante a graduação e na área de estudo; Ciência Política, também é um curso fantástico e, pelo que vi na grade curricular, é o curso, dentre esses três, que mais é flexível, podendo cursar várias matérias opcionas e adicionais de interessa diplomático.
    Contudo, peço desculpas pelo meu português, caso haja algum erro. Espero que tenha sido claro. E reafirmo minha admiração pelo diplomata que o Sr. é.
    Cordialmente, Cxxxxxx Sxxxxxxx.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Cxxxxxx,
    Você me parece nem orientado e sobretudo bem decidido, desde já. Creio, assim, que você já É diplomata, só faltando os detalhes de terminar a graduação e passar no concurso.
    Mas, refreie esse seu entusiasmo pelos cursos universitários, pois por melhor que eles sejam, nunca vão lhe dar tudo o que você precisa em termos de preparação adequada.
    Faça um desses cursos, embora eu não recomendo muito RI que acho fraquinhos em geral (mas não na UnB, que tem bons cursos, certamente), mas dependa sobretudo de você mesmo.
    Estude sozinho e se prepare de forma autodidata, pois não já nada melhor do que tratar de sua própria formação, lendo os livros.
    Existe pouca coisa fora dos livros que os professores podem lhe ensinar e provavelmente nada que eles possam lhe ensinar que você não encontra na internet. Assim que faça você mesmo o seu curso de formação, em qualquer área, lendo livros e buscando na internet o que você quer saber.
    O diploma é só um canudo, um certificado, e certamente você precisa dessa coisa para se candidatar em concursos, mas ele não vale absolutamente nada em termos de conhecimento se você não estudar por sua própria conta.
    Confie em você mesmo, e bons estudos.
    Paulo Roberto de Almeida
    Dxxxx disse...
    Dr. Paulo,
    Muito válido foi ler suas postagens tanto pelo conhecimento como pela sabedoria.
    Cursei Direito, advogo no momento e trabalhei 18 anos na Secretaria da Segurança em SP. Depois cursei pós em Relações Internacionais e encontrei o que procurava, unir o Direito às relações internacionais.
    Tenho 39 anos, marido e filho e a vida estabilizada no que diz respeito à constituição de família e apoio familiar.
    Pelos comentários, fiquei receosa da idade para prestar o exame, contudo, internamente é algo que me cala muito fundo.
    Estou construindo um blog. O Sr. poderia dar sua opinião?
    Grata,
    Axxxxx
    Anônimo disse...
    dr paulo
    primeiramente eu quero lhe parabenizar pelo blog, que me foi muito útil e esclarecedor.
    A dúvida que tenho é de quanto tempo o senhor acha que eu precisaria de estudo para ter um nível avançado, ou pelo menos necessário para passar no concurso, nos idiomas francês e espanhol, sendo que estudaria os dois ao mesmo tempo. O sr acha que três anos de estudo nos dois, seria o suficiente?
    grato,
    Xxxxxx
    Lxxx Rxxxxx disse...
    Dr. Almeida,
    Há algum tempo venho acompanhando seu blog, lendo os posts, comentários, dicas e etc. Somente agora tomei coragem de fazer uma pergunta bem específica publicamente. Para preservar um pouco minha intimidade, tomei a liberdade de usar um codinome.
    Sou servidor municipal há 5 anos e sempre muito curioso em diversos assuntos relacionados a área da diplomacia, mas não necessariamente específicos do concurso. Tenho conhecimento em idiomas: inglês, francês e italiano. Inclusive já lecionei o primeiro em uma escola de idiomas. Já estive dois meses na Itália também. Porém, minha situação é, acredito, delicada. Sou soropositivo há 3 anos e ano passado iniciei o tratamento com os remédios pouco antes de minha viagem à Itália. Apesar de hoje em dia essa doença ser crônica e controlável, ainda há muito preconceito e pergunto: ela seria um empecilho na carreira de um diplomata (visto que há a necessidade de ser nômade, como o Sr. mencionou)? Acha que meu tratamento pode ser prejudicado por essa constante mudança de países/regiões? Tenho interesse na profissão, mas sou um realista e também completo 30 anos este ano, quase na idade limite para uma carreira satisfatória. Qual a sua opinião?
    Parabéns pelo trabalho e principalmente a atenção em que responde às questões, o que me deixou mais a vontade para exprimir esta dúvida.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Lxxxx Rxxxxx,
    Não tenho certeza sobre se ainda são conduzidos exames médicos na fase final do concurso e para a admissão oficial. No meu tempo havia inclusive testes psicológicos, daqueles bem idiotas, e muitos eram bombardeados nessa fase, por revelarem sabe-se lá qual traço esquizóide. Em outros tempos havia também uma banca terrível, onde pontificava um famoso "deer hunter", zeloso guardião da pureza heterossexual do MRE. Deve ter falhado várias vezes, pois a nossa fauna é variada.
    Não creio que existam problemas e imagino que uma discriminação desse tipo seja inconstitucional.
    Existem na carreira, abertamente ou veladamente, vários soropositivos. Alguns morreram, mas isso foi bem no início, quando a informação era deficiente. Eu conheço pelo menos dois que sobrevivem há quase duas décadas na base do coquetel de remédios habituais. O conhecimento médico assegura uma vida quase normal, como você deve saber.
    Não creio que o nomadismo da carreira afete o tratamento, pois os procedimentos hoje são bem conhecidos.
    Preconceito sempre haverá, pois seres humanos são assim, mas acredito que você pode realizar uma carreira quase normal se ingressar com base em seus resultados intelectuais.
    Eu lhe desejo dedicação nos estudos e boa sorte nos exames.
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Olá Dr. Paulo
    Tenho 14 anos e a pouco tempo li seu blog, estou interessada em ser diplomata mas tenho algumas duvidas, gostaria de saber se a Matemática é uma matéria de muito peso para quem quer ser diplomata, pois tenho dificuldade nesta matéria,mas em contrapartida gosto muito de inglês inclusive faço curso além de gostar de viajar e não ter problema em ficar longe da família por um longo tempo. E só mais uma curiosidade gostaria de saber se diplomata tem férias?
    Anônimo disse...
    Olá Dr. Paulo
    Tenho 14 anos e a pouco tempo li seu blog, estou interessada em ser diplomata mas tenho algumas duvidas, gostaria de saber se a Matemática é uma matéria de muito peso para quem quer ser diplomata, pois tenho dificuldade nesta matéria,mas em contrapartida gosto muito de inglês inclusive faço curso além de gostar de viajar e não ter problema em ficar longe da família por um longo tempo.
    Grata desde já.
    Gxxxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Gxxxxxxx,
    Voce fez bem em escrever e em manifestar a intenção de se tornar diplomata desde os 14 anos. Acho que você tomou a decisão correta, no tempo certo. Se você começar a se preparar desde já, poderá ser uma diplomata desde sua formação universitária, à condição que leia os livros da bibliografia e que estude de maneira adequada de aqui até lá, digamos pelos próximos seis ou sete anos.
    Matemática não é uma disciplina exigida nos concursos de entrada, mas economia sim. Para você ter um conhecimento e compreensão adequados de economia, você precisa saber um pouco de matemática, e eu recomendaria que você fizesse um esforço nessa matéria, pois se trata de uma importante área de conhecimento, aliás bastante instrumental para a sua vida, e não apenas para uma boa compreensão da economia.
    Tenha uma boa cultura clássica, ou seja, humanidades, mas também não despreze a matemática e a economia, inclusive estatística.
    Bons estudos, futura diplomata.
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Boa Noite Dr. Paulo
    Muito obrigada por responder minha pergunta, pois eu realmente estava preocupada, sei que a Matemática é muito importante para a vida, não desprezo a matéria, mas procuro focar nos meus pontos fortes, e a Matemática não é um deles.
    Gxxxxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Gxxxxxxx,
    Tudo bem que a Matemática não seja o seu ponto forte, mas acredite, tente gostar, ou fazer, mesmo não gostando. Eu também não gostava, e deixei de lado, antes mesmo da sua idade, e me arrependi muito depois. Queria ser economista, mas não consegui, pois justamente não dominava o instrumental matemático, e isso faz uma ENORME diferença quando precisamos projetar taxas de crescimento, ou elaborar alguma correlação econômica mais complexa.
    Na vida diplomática, também, saber matemática pode nos ajudar em alguma negociação econômica ou comercial.
    Portanto, estude as matérias que você gosta com gosto, e a Matemática mesmo sem gosto.
    Você estará melhor preparada e será uma melhor diplomata.
    Cordialmente,
    Paulo Roberto de Almeida
    Cxxxxxxx disse...
    oi Sr. Paulo.
    Primeiro quero vir parabenizar o senhor pelo seu blog.
    Tenho 19 anos e estou cursando Ciências Sociais, diga-se de passagem ADORO ciência politica, por este motivo escolhi o curso.
    Bom sem mais delongas, tenho duas dúvidas: Primeiro, devo trocar o curso para Relações Internacionais, pois lá terei aulas de economia e direito?
    Segunda: Interfere na banca avaliadora do concurso, se eu tiver dupla nacionalidade?
    Obrigada pela atenção.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Cxxxxxxx,
    Voce pode ter dupla nacionalidade sem problema.
    QUanto ao curso, so vale a pena trocar se ele for bom, do contrario fique onde está e estude em paralelo.
    Anônimo disse...
    Sr. Paulo,

    Gostaria de saber a sua opinião: penso em começar a estudar para a carreira diplomática, contudo, tenho 31 anos. Seria tarde demais ingressar na carreira com 34, 35 anos? Há algum tipo de constrangimento, em decorrência da idade?
    Muito obrigada,
    Lxxxxx.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Lxxxxx,
    Nao, não é muito tarde, mas não deveria tardar muito além de 33 ou 35 anos...
    O único constrangimento seria ter um chefe mais jovem que você, mas isso é o de menos.
    Paulo Roberto de Almeida
    Pxxxxx Hxxxxxx Nxxxxx disse...
    Dr. Paulo,
    Gostaria de saber se no período no qual o diplomata trabalha no exterior existe a possibilidade de vir ao Brasil, além do período de férias. Pergunto isso pois apesar de sempre viajar muito não tenho condições de ficar sem manter contato pessoal com meus familiares. Não vejo problema em trabalhar fora do país, porém gostaria de saber se há alguma brexa para que o diplomata passe alguns dias no Brasil e, caso possível, quantas vezes esses períodos são concedidos por ano.
    Muito obrigado,
    Pxxxxx Hxxxxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Pxxxxx Hxxxxx,
    Se voce não tem condicções de ficar sem manter contato pessoal com familiares, entao talvez fosse o caso de nem pensar em carreira diplomatica, que é essencialmente nômade, e por vezes em condicoes adversas.
    Diplomata tem um mes de ferias por ano, como muitos outros, (menos juizes, claro). que deve ser suficiente para visitar qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo;
    Paulo Roberto de Almeida
    Pxxxxx Hxxxxx Nxxxxx disse...
    Dr. Paulo,
    Lhe fiz essa pergunta porque ouvi de alguns amigos que o diplomata conseguiria uma semana a cada dois meses para vir ao Brasil. Isso não procede, certo? Além disso, vi em alguma legislação que quanto trabalhar em um país de categoria C ou D, o diplomata disporia de 2 meses de férias, além dessas semanas a cada dois meses.
    Me desculpe o incômodo, mas essa é minha única dúvida para ingressar na carreia diplomática.
    Muitíssimo obrigado,
    Pxxxxx Hxxxxx Nxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Pxxxxx Hxxxxx,
    Brecha se escreve com ch.
    Postos de sacrificio dão direito a saídas periódicas, que você pode usar como quiser.
    Não tenho certeza quanto a prazos, mas pode ser.
    Então você sabe melhor do que eu, e poderá aproveitar essas brechas para vir visitar sua família no Brasil a cada vez.
    Mas antes você precisa entrar na carreira, e depois pedir posto de sacrifício, para poder ter brechas...
    Boa sorte.
    Dxxxx disse...
    Gostaria de saber se é permitido ao diplomata investir na bolsa de valores.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Dxxxxx,
    Voce pode tudo o que voce quiser com o seu dinheiro, até doar para o Itamaraty, só não pode roubar o Itamaraty...
    Paulo Roberto de Almeida
    Cxxxx Axxxx Sxxxxx disse...
    Serei franco com você, Paulo. A tempos eu procuro um blog assim. Cheguei a agendar um horário com o diretor do meu curso para ver se, juntos, não achávamos algum tipo de instrução voltada a carreira diplomática (ele é um amor de pessoa. Me ajudou, deliberadamente, com muitas das minha indagações quanto a formação profissional) e, desde o site do Curso Clio até o formulário oficial do Itamaraty, eu não encontrei orientação melhor do que a que você nos disponibilizou (me perdoe pelo período longo, as vezes penso que isso já é uma mania).

    Desde criança, meu sonho é a carreira diplomática. Primeiramente, pela facilidade e conforto que a carreira oferece, apesar de que apenas uma pessoa muito vivida, sábia, que já tenho obtido um controle notável sobre o próprio ego não sinta-se atraída por moradia, custos e transporte pagos pelo governo. Porém, Paulo, desde os últimos anos, eu não consigo mais olhar para os lados sem ver algumas coisas que me dão arrepios na espinha. Nosso mundo, hoje em dia, é construído de tal maneira que a hipocrisia e a ignorância não são apenas mascaradas, como também aceitas e, até, incentivadas. Eu vou aos shoppings daqui de Curitiba, praia, baladas, bares e shows como a maioria do resto dos brasileiros de 18 anos, me divirto muitas vezes, pelo menos ao meu ver, muito mais do que os meus amigos (talvez porque eu não beba, dou graças a Deus pela centelha de bom senso que me resta nessas noites) mas eu não consigo imaginar uma vida na qual os alicerces sejam apenas esses. O mundo vive para fingir que se diverte, enquanto o próprio cai por terra a cada dia, de todas as maneiras (ecologicamente, politicamente, socialmente, economicamente e por aí vai).

    Mas Paulo, por favor não me entenda como pessimista, minha maior paixão nesse mundo é a felicidade, até a curtição, mas além dela, a paz de espírito, o conhecimento e, acima de tudo, o amor. O que eu quero, no futuro, é poder passar isso ao máximo de gente possível, especialmente para quem precisa (grupo que cada dia me parece mais aumentar em PG de razão elevada ao cubo). E é aí que entra a diplomacia. Eu vejo essa carreira, da minha humilde e limitada perspectiva, como a ligação entre uma carreira política de extrema satisfação profissional; a possibilidade de viajar o mundo e aprender ao máximo sobre tudo e de todos; e, por fim, a chance de me envolver em ações sociais, o máximo que eu conseguir. Eu gostaria de saber se estou certo no meu ponto de vista, além de outra pergunta que me tem me incomodado muito nos últimos meses: Eu tenho verdadeira paixão pela faculdade de Medicina, não pela profissão em si, mas pelo conhecimento que o curso proporciona. Você acredita que seja possível cursar Medicina (como já foi apontado lá em cima, porém meio que fora desse contexto) e, desde já e até a realização do CACD, estudar as matérias que a prova de ingresso exige? Eu não tenho problemas com esforço, já sou fluente em inglês e espanhol, amo de paixão todas as áreas do conhecimento, em especial exatas e humanas. Caso seja algo que beire o impossível, ou simplesmente não recomendável, eu não teria problemas em seguir educação em Relações Internacionais ou até Direito. Me perdoe pelo texto longo, mas você pode me dar uma ideia?

    Abraços e obrigado pela atenção, como já dito acima, parabéns pela incrível pessoa que você mostra ser.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Cxxxx Axxxx
    Temos poucos medicos na carreira, e isso é muito ruim. Creio que você faria muito bem se fosse médico e ao mesmo tempo diplomata. Estude Medicina, e ao mesmo tempo se prepare para a diplomacia estudando paralelamente.
    Siga seu coração e seus interesses. Faça as duas coisas...
    Paulo Roberto de Almeida
    Rxxxxx Mxxxxx disse...
    Caro Paulo,
    Pretendo fazer o curso de Ciências Sociais - Ciências Políticas. Gostaria de sua opinião sincera quanto as chances de passar no concurso do Itamaraty com essa formação, pois entendo que se fizer esse curso, terei posteriormente que me dedicar aos estudos de Direito e outras matérias que não estão na grade curricular.
    Desde já grato,
    Rxxxxxx Mxxxxx
    Mxxxx Pxxxxxxxx disse...
    Sr. Paulo
    Primeiramente quero parabenizar o senhor pelo blog, ele é muito interessante.
    Ainda sou bem jovem, tenho apenas 12 anos, mas de uma coisa tenho certeza, vou ser Diplomata. Me esforço bastante para ser uma boa aluna, sempre estudo e gosto bastante de questionar sobre certos assuntos. E apesar de várias pessoas falarem que não tenho chances, e que precisa ser uma pessoa superdotada para ser diplomata, eu não ligo, sempre me esforço e tento alcançar os meus objetivos.
    Tenho uma dúvida: Qual dos cursos é o melhor para prestar quando se quer fazer diplomacia, Relações Internacionais ou Direito?
    O Senhor poderia dar sua opinião?
    Grata,
    Mxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Mxxxxx Pxxxxxxx,
    Meus cumprimentos por já saber, aos 12 anos, o que você quer ser quando "crescer", ou quando se formar.
    Isso lhe dá uma ENORME vantagem que essas pessoas, derrotistas, ou pessimistas, não podem ter: certeza sobre seus próprios desejos, projetos, vocação.
    Meus parabéns, inclusive porque você terá todo o tempo do mundo para se preparar adequadamente, de maneira sistemática, metódica, independente, e poderá desmentir aqueles que acham que para ser diplomata é preciso ser superdotado.
    De forma nenhuma, qualquer pessoa pode ser diplomata, desde que passe no concurso. E NENHUM concurso é impossível para quem está preparado, simples assim.
    Eu até tenho encontrado diplomatas bem ruinzinhos, e me pergunto como é que eles conseguiram entrar: deve ser uma mistura de decoreba e de sorte.
    Você não precisa nem de uma, nem de outra: basta estudar, desde já, as matérias do concurso. Assim, quando você terminar a graduação poderá entrar diretamente.
    Faça um curso que lhe dê satisfação, mas tenha certeza de que são todos medíocres, e que você precisará estudar sozinha, e se preparar sozinha para o concurso. RI possui a maior interface com o concurso, mas os cursos costumam ser piores do que os demais, tradicionais, como Direito ou Economia.
    Em todo caso, confie apenas em você mesma, desde já.
    Boa sorte.
    Paulo Roberto de Almeida
    Paulo R. de Almeida disse...
    Mxxxxxx Pxxxxxxx,
    Meus cumprimentos por já saber, aos 12 anos, o que você quer ser quando "crescer", ou quando se formar.
    Isso lhe dá uma ENORME vantagem que essas pessoas, derrotistas, ou pessimistas, não podem ter: certeza sobre seus próprios desejos, projetos, vocação.
    Meus parabéns, inclusive porque você terá todo o tempo do mundo para se preparar adequadamente, de maneira sistemática, metódica, independente, e poderá desmentir aqueles que acham que para ser diplomata é preciso ser superdotado.
    De forma nenhuma, qualquer pessoa pode ser diplomata, desde que passe no concurso. E NENHUM concurso é impossível para quem está preparado, simples assim.
    Eu até tenho encontrado diplomatas bem ruinzinhos, e me pergunto como é que eles conseguiram entrar: deve ser uma mistura de decoreba e de sorte.
    Você não precisa nem de uma, nem de outra: basta estudar, desde já, as matérias do concurso. Assim, quando você terminar a graduação poderá entrar diretamente.
    Faça um curso que lhe dê satisfação, mas tenha certeza de que são todos medíocres, e que você precisará estudar sozinha, e se preparar sozinha para o concurso. RI possui a maior interface com o concurso, mas os cursos costumam ser piores do que os demais, tradicionais, como Direito ou Economia.
    Em todo caso, confie apenas em você mesma, desde já.
    Boa sorte.
    Paulo Roberto de Almeida
    Paulo R. de Almeida disse...
    Rxxxxxx Mxxxxx,
    Os cursos, como eu sempre digo, são muito ruins, todos eles. Estude por sua própria conta.
    Tudo é possível estudar sozinho.
    Mas escolha uma graduação que o sustente enquanto você não entrar.
    RI costuma ter um mercado muito restrito...
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Olá, Paulo. Tenho 30 anos, sou formada em Letras, e curso meu primeiro ano de mestrado. Falo inglês e francês e sou apaixonada por história. Sou professora civil, concursada de uma instituição militar de ensino superior. Antes de ler seu blog, pensava mudar o rumo de minha carreira e tentar a diplomacia. No entanto, percebo agora que minha idade já não é mais adequada. No entanto, gostaria de pedir informações sobre as carreira de oficial e assistente de chancelaria. Quais os atributos necessários para essas carreiras? Há problemas com a idade nessas posições também?
    Grata pela atenção,
    Mxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Mxxxxx,
    O fato de voce ter 30 não é absolutamente um impedimento a uma carreira bem sucedida, desde que você entre, preferencialmente, nos próximos dois ou três anos.
    O limite histórico de ingresso na carreira era 32 anos completos. Depois, a partir da Constituição, não existem limites estritos, mas o ideal seria que fosse na faixa dos 25 a 30, mas até a primeira metade dos 30 é plenamente aceitável, e tem gente que entre bem depois disso.
    Creio que você deveria se preparar seriamente para ambos concursos, o da carreira diplomática e o de OfChans. Em ambos você pode ter satisfação, embora a de diplomata obviamente seja a mais distinguida e valorizada.
    No site do MRE deve ter editais para ambos concursos.
    Depois é só estudar e fazer...
    Paulo Roberto de Almeida
    Axxx Mxxxxx disse...
    Caro Paulo R. de Almeida,
    o primeiro contato que tive com o seu blog foi há mais ou menos um ano. Naquele período eu tinha acabado o ensino médio e estava pesquisando sobre a carreira diplomática, lendo editais, sites, blogs e afins.
    Hoje tenho 17 anos e estou cursando o 3° período de Ciências Sociais, devo dizer que me mantive mais firme ainda na escolha depois de saber que o sr. é formando em Ciências Sociais e é diplomata (já que Direito e R.I. são os cursos mais comuns).
    Nesse um ano que passou me apaixonei mais ainda pelo curso e já participo de pesquisas na área da Ciência Política, sobre Desenvolvimento e Pobreza.
    Meus planos são de terminar a graduação e tirar dois anos para estudar especificamente para o concurso, pois hoje meu tempo é divido entre a universidade, o trabalho e pesquisa, meus estudos para o concurso não são intensivos, leio os principais livros que o sr. indicou naquela bibliografia resumida, comecei a fazer francês e continuei meus estudos em inglês e espanhol.
    Em conversa com meus pais surgiu a possibilidade de eu ir para Brasília, que tem os melhores cursinhos preparatórios, quando terminar a graduação.
    Sempre fui autodidata e aprendo melhor estudando sozinha, mas em conversas com quem estuda para o concurso há mais tempo, recebi muitas orientações de procurar um cursinho, que é intensivo.
    Ir para Brasília para ter uma preparação melhor seria difícil, principalmente pelo esforço econômico, mas não impossível, fiz o ensino médio em um internato no Rio de Janeiro e sou do Piauí. Por isso, gostaria de saber a sua opinião sobre os cursinhos preparatórios.
    Quero parabenizá-lo novamente pelo blog e agradecer, o sr. é uma inspiração para muitas pessoas.
    Axxxxx  Mxxxxx
    Paulo R. de Almeida disse...
    Axxxx Mxxxxx,
    A melhor relação custo-benefício é estudar e se preparar sozinha para o concurso do Itamaraty. Mas isso é para quem já tem uma excelente formação -- escolas particulares de bom nível a vida toda, algumas viagens, línguas etc -- e para quem tem energia, disciplina e método para ficar estudando sozinho o tempo todo.
    Não reunindo essas condições, cabe os cursinhos preparatórios, que sim são importantes, nas provas bitoladas que existem atualmente para ingressar na carreria. As provas são debiloides (no sentido de viciadas em determinadas questões que os cursinhos sabem quais são), mas exigentes no mais alto grau. Se você puder pagar um cursinho em Brasilia, creio que seria o ideal, mas a cidade é cara, e os cursinhos idem.
    Não se importe muito com o curso universitário, a menos que você pretenda e precise trabalhar para ganhar sua vida. Todos eles são medíocres, especialmente os de Ciências Sociais.
    Foi-se o tempo em que eu podia falar bem do curso de CS na USP, onde iniciei minha carreira acadêmica: hoje provavelmente virou um lixo igual ao de muitas universidades Tabajara do setor privado.
    Como você vê, eu sou especialmente crítico, e pessimista, em relação às universidades brasileiras, todas elas, mas tenho razões para ser assim: eu as conheço e reconheço a mediocridade galopante que se apossou de todas elas.
    Por isso, continue fazendo o que deseja, mas dependendo única e exclusivamente de si mesma e de alguma preparação dirigida, como essa que pode ser dada por um cursinho preparatorio a diplomacia.
    Estude, apenas isto, o resto vem de arrasto...
    Paulo Roberto de Almeida
    Xxxxx Xxxxx disse...
    Olá! Boa tarde!

    Gostei muito do seu Blog! Parabéns!
    Sou advogada, tenho 25 anos, moro em Brasília e do final do ano passado para hoje, tenho pensado muito em estudar para carreira diplomática. Inobstante, tenho muitos receios de "abandonar" o direito e todas as possibilidades que ele permite. A grande verdade é que acredito que não nasci para demandas, e sim para conciliação, negociação, isso me fascina! Assim como muitas pessoas que já escreveram, o único óbice que vejo é a necessidade de uma "vida nômade". Assim, minha dúvida é, os diplomatas, obrigatoriamente, são enviados para residir fora do país, ou eu posso exercer minhas atividades em Brasília? Pesquisando, vi que há algumas funções de intermediação, em que há necessidade de posto fixo em Brasília, mas não sei se na pratica efetivamente é assim. Obrigada desde já pela atenção despendida!!
    Paulo R. de Almeida disse...
    Minha cara Advogada,
    IMPOSSIVEL progredir na carreira se voce não cumprir períodos no exterior. Período de serviço externa é obrigatório para promoção. Você pode até entrar na carreira, mas se não quiser ou não puder sair não vai ser promovida.
    Diplomata, por definição, é nômade. Se você não gosta de mudanças, melhor nem começar...
    Mudamos em média a cada 3 anos...
    Eu já morei em muitos países, e viajo constantemente.
    Assim é a vida de diplomata.
    Paulo Roberto de Almeida
    Xxxxx Xxxxxxx disse...
    Olá Sr. Paulo Roberto!

    Primeiramente seu blog é espetacular, e com certeza vc ouve isso constantemente, mas é sempre bom reforçar.
    Bem, eu tenho uma pergunta um tanto usual, que se fosse respondida me tiraria a dúvida de prestar ou não o concurso para diplomacia. Portanto espero ansiosamente por sua resposta!
    Eu gostaria de saber se o diplomata tem que viajar muito aos sábados, ou mesmo se existem algumas atribuições que lhe são cabidas durante esse dia? Me refiro tanto ao período no Brasil, quanto ao período do exterior.

    Isso é de extrema importância pra mim, porque sou adventista do sétimo dia, ou seja, minha religião guarda o sábado. E depois de ler seu blog, vi que os diplomatas trabalham muito de final de semana, por isso fiquei com o pé atrás em relação a esse quesito!

    Desde já, muito obrigada pela disposição!
    Paulo R. de Almeida disse...
    Xxxxx XXXXX,
    Agradeco suas palavras gentis em relacao a meu blog, que foi justamente feito para responder a duvidas e questoes de pessoas como vc.
    Indo direto ao assunto, eu posso lhe responder em toda sinceridade e diretamente.
    SIM! Temos de trabalhar em quaisquer dias que sejam requeridos pelo trabalho, e frequentemente aos sabados, domingos, feriados, enfim, em diversas circunstancias da vida moderna, e ainda mais para o diplomata.
    Vc nao pode dizer ao seu chefe, que lhe manda para uma reuniao em Genebra, por exemplo, que comeca na segunda-feira: "Sinto muito chefinho, nao posso viajar no sabado e sou chegar na reuniao na terca-feira."
    Ou exigir diarias extras para viajar antes, ou sair depois...
    Isso nao existe.
    Diplomatas comecam fazendo plantao nos fins de semana, em Brasilia ou nas embaixadas do exterior e viajam, sim, frequentemente para o exterior ou dele voltam nos fins de semana.
    Sua escolha e', portanto, muito simples: ou vc desiste de ser diplomata, ou desiste de ser Adventista.
    Acho que as duas coisas nao combinam.
    Ou entao, vc escolhe uma religiao mais simples, dessas que nao exigem coisas absurdas, em completa contradicao com a vida moderna, e a globalizacao, ou simplesmente com os deveres de um diplomata.
    Religioes sao coisas atrasadas, que alimentam superstcoes ridiculas, algumas mais do que outras, como essa coisas de interdicoes alimentares ou de trabalho.
    Bem, acho que vc vai desistir de ser diplomata, depois destas minhas palavras absolutamente sinceras.
    Eu lhe desejo felicidades em sua vida adventista, bem mais tranquila que a minha, em todo caso.
    Paulo Roberto de Almeida
    X disse...
    Quanto alívio em encontrar um profissional da diplomacia com as mesmas aspirações e o mesmo impulso irrefreável daquele desejo que tantas vezes é tipo como esnobismo: a pulsão de saber, como diria Freud, o puro desejo da leitura, do entendimento, o incômodo com a pura rotinização burocrática e o comodismo pavloviano. Almejo a carreira diplomática e percebo que as minhas motivações são muitas vezes mal vistas pelos mais idealistas e pragmáticos. Ora, que mal há em ter como maior impulso o puro deleite intelectual, a vontade de ler, escrever, conhecer mais o mundo para além do cotidiano, quando se tem uma mente inquieta e insaciável? O que mais me encanta na carreira é justamente o lado acadêmico, o estímulo para continuar estudando pelo resto da vida para muito além de uma mera tese de doutorado, a oportunidade de refletir sobre questões de alto nível,estar para sempre aprendendo, a confrontação com tantas culturas e modos de vida tão diferentes que alimentam a curiosidade e levam a um desejo irresistível de ver tudo isso mais de perto. Quanta coragem em admitir que tudo isso pode estar em primeiro plano, ainda que às custas de valores tão arraigados em nossa cultura, como a priorização da família e do conforto que se sente quando se tem a impressão de que 'já se chegou lá', quando a vida já está 'arrumadinha', ou mesmo do sacrifício para subir na 'hierarquia'. Chegarei lá também. Um abraço.