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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Lulismo: um peronismo sem qualquer doutrina - Joao Ubaldo Ribeiro eMarco Antonio Villa

O que é o lulismo?
Nada além do mais puro oportunismo.
É tudo aquilo que o candidato a caudilho da republiqueta sindical-totalitária decidir que ele é.
Como Perón.
Com a diferença que Perón, um militar fascista-oportunista que também criou uma república sindical, tinha lido alguma coisa -- o que Lula nunca fez -- e se dedicou a criar uma doutrina. Daí um movimento que perdura 40 anos depois da morte do caudilho fascista.
Com nosso avatar não vai ocorrer a mesma coisa, pois ele não tem absolutamente nada a dizer, só sobrevivendo na devoção do curral eleitoral que ele criou com a sua esmola estatal para os mais pobres. Ele só vai deixar atrás de si a terra arrasada das instituições e a prostituição da política.
Nosso peronismo de botequim, apenas isso...
Paulo Roberto de Almeida 
Hora da saideira, Lula et caterva.
O jornalista Augusto Nunes recuperou um artigo publicado em há dois anos pelo escritor João Ubaldo Ribeiro, recentemente falecido. Realmente, é pena que ele não tenha conseguido viver o tempo necessário para ver a derrocada do império da canalhice, que já se desenha no horizonte da democracia. Surrupio o texto na íntegra, louvando João Ubaldo por ser um dos raros intelectuais a pensar o mundo com independência, distante da sabujice ideológica que caracteriza essa "raça":

A HORA DA SAIDEIRA

Na semana passada, li um artigo do professor Marco Antonio Villa, que não conheço pessoalmente, mostrando, em última análise, como a era Lula está passando, ou até já passou quase inteiramente, o que talvez venha a ser sublinhado pelos resultados das eleições. Achei-o muito oportuno e necessário, porque mostra algo que muita gente, inclusive os políticos não comprometidos diretamente com o ex-presidente, já está observando há algum tempo, mas ainda não juntou todos os indícios, nem traçou o panorama completo.

O PT que nós conhecíamos, de princípios bem definidos e inabaláveis e de uma postura ética quase santimonial, constituindo uma identidade clara, acabou de desaparecer depois da primeira posse do ex-presidente. Hoje sua identidade é a mesma de qualquer dos outros partidos brasileiros, todos peças da mesma máquina pervertida, sem perfil ideológico ou programático, declamando objetivos vagos e fáceis, tais como “vamos cuidar da população carente”, “investiremos em saneamento básico e saúde”, “levaremos educação a todos os brasileiros” e outras banalidades genéricas, com as quais todo mundo concorda sem nem pensar.

No terreno prático, a luta não é pelo bem público, nem para efetivamente mudar coisa alguma, mas para chegar ao poder pelo poder, não importando se com isso se incorre em traição a ideais antes apregoados com fervor e se celebram acordos interesseiros e indecentes.

A famosa governabilidade levou o PT, capitaneado por seu líder, a alianças, acordos e práticas veementemente condenadas e denunciadas por ele, antes de chegar ao poder. O “todo mundo faz” passou a ser explicação e justificativa para atos ilegítimos, ilegais ou indecorosos.

O presidente, à testa de uma votação consagradora, não trouxe consigo a vontade de verdadeiramente realizar as reformas de que todos sabemos que o Brasil precisa — e o PT ostentava saber mais do que ninguém.

No entanto, cadê reforma tributária, reforma política, reforma administrativa, cadê as antigas reformas de base, enfim? O ex-presidente não foi levado ao poder por uma revolução, mas num contexto democrático e teria de vencer sérios obstáculos para a consecução dessas reformas.

Mas tais obstáculos sempre existem para quem pretende mudanças e, afinal, foi para isso que muitos de seus eleitores votaram nele.

O resultado logo se fez ver. Extinguiu-se a chama inovadora do PT, sobrou o lulismo. Mas que é o lulismo? A que corpo de ideias aderem aqueles que abraçam o lulismo? Que valores prezam, que pretendem para o país, que programa ou filosofia de governo abraçam, que bandeiras desfraldam além do Bolsa Família (de cujo crescimento em número de beneficiados os governantes petistas se gabam, quando o lógico seria que se envergonhassem, pois esse número devia diminuir e não aumentar, se bolsa família realmente resolvesse alguma coisa) e de outras ações pontuais e quase de improviso?

É forçoso concluir que o lulismo não tem conteúdo, não é nada além do permanente empenho em manter o ex-presidente numa posição de poder e influência. O lulismo é Lula, o que ele fizer, o que quiser, o que preferir.

Isso não se sustenta, a não ser num regime totalitário ou de culto à personalidade semirreligioso. No momento em que o ex-presidente não for mais percebido como detentor de uma boa chave para posições de prestígio, seu abandono será crescente, pois nem mesmo implica renegar princípios ou ideais. Ele agora é político de um partido como qualquer outro e, se deixou alguma marca na vida política brasileira, esta terá sido, essencialmente, a tal “visão pragmática”, que na verdade consiste em fazer praticamente qualquer negócio para se sustentar no poder e que ele levou a extremos, principalmente considerando as longínquas raízes éticas do PT. Para não falar nas consequências do mensalão, cujo desenrolar ainda pode revelar muitas surpresas.

O lulismo, não o hoje desfigurado petismo, tem reagido, é natural. Os muitos que ainda se beneficiam dele obviamente não querem abdicar do que conquistaram. Mas encontram dificuldades em admitir que sua motivação é essa, fica meio chato. E não vêm obtendo muito êxito em seus esforços, porque apoiar o lulismo significa não apoiar nada, a não ser o próprio Lula e seu projeto pessoal de continuar mandando e, juntamente com seu círculo de acólitos, fazendo o que estiver de acordo com esse projeto.

Chegam mesmo à esquisita alegação de que há um golpe em andamento, como se alguém estivesse sugerindo a deposição da presidente Dilma. Que golpe? Um processo legítimo, conduzido dentro dos limites institucionais?

Então foi golpe o impeachment de Collor e haverá golpe sempre que um governante for legitimamente cassado? Os alarmes de golpe, parecendo tirados de um jornal de trinta ou quarenta anos atrás, são um pseudoargumento patético e até suspeito, mesmo porque o ex-presidente não está ocupando nenhum cargo público.

É triste sair do poder, como se infere da resistência renhida, obstinada e muitas vezes melancólica que seus ocupantes opõem a deixar de exercê-lo. O poder político não é conferido por resultados de pesquisas de popularidade; deve-se, em nosso caso presente, aos resultados de eleições.

O lulismo talvez acredite possuir alguma substância, mas os acontecimentos terminarão por evidenciar o oposto dessa presunção voluntarista. Trata-se apenas de um homem — e de um homem cujas prioridades parecem encerrar-se nele mesmo.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

El Profesor Al Reves se pone religioso (por telefono)


Venezuela: Chávez interviene en una misa en Nueva York

Infolatam
Nueva York, 21 septiembre 2011

Las claves
  • La misa por chávez se celebró en la iglesia River Side de Nueva York, a la que acudieron el canciller venezolano, Nicolás Maduro, y el presidente boliviano, Evo Morales, ambos en los EEUU para asistir a la Asamblea General de la ONU.
El presidente de Venezuela interrumpió las palabras de Evo Morales, presidente de Bolivia,  durante una misa celebrada en Nueva York para rezar por su salud con una llamada  telefónica:  “Aló, are you hearing me? (hola, ¿me oyen?, en inglés)?”, dijo con tonada caribeña.
Hugo  Chávez se comunicó desde Cuba, donde se recupera de su cuarta sesión de quimioterapia para combatir el cáncer que padece desde mediados de año. Durante la jornada del último miércoles 21 de septiembre y de este jueves 22, se sucedieron varias misas para pedir por la salud del bolivariano.
En la que se desarrolló en la iglesia River Side de Nueva York, a la que acudieron el canciller venezolano, Nicolás Maduro, y el presidente boliviano, Evo Morales -ambos en los EEUU para asistir a la Asamblea General de la ONU-, la llamada telefónica sorprendió a todos.
“Aló, are you hearing me? (hola, ¿me oyen?, en inglés)”… Quienes acudieron a la misa reconocieron inmediatamente la voz de quien se escuchaba por los altoparlantes de la iglesia. Hugo Chávez aseguró que terminó “muy bien” su cuarto ciclo de quimioterapia, que espera que “sea el último”.
Quería saludarlos y prometerles que pronto estaré en el Bronx de nuevo y en Nueva York y ahí en River Side estaremos rezando”, dijo el mandatario durante la misa, retransmitida en directo por la estatal Venezolana de Televisión.
“Estoy terminando ahora mismo aquí en La Habana el último día del cuarto ciclo de quimioterapia y esperamos que sea el último, que sea suficiente para cerrar definitivamente esta página dura que me ha tocado vivir en estos últimos tres, casi cuatro, meses, de algo inesperado”, aseguró Chávez. Y agregó: “Tú sabes que la quimioterapia es dura, hay que asimilarla, la he asimilado muy bien, gracias a Dios”.
Chávez prometió no hablar “tanto como Evo (Morales)” hizo durante su intervención en la Asamblea General de la ONU, a la que el venezolano no pudo asistir debido a su convalecencia. Además, aprovechó la oportunidad y volvió a defender al dictador Muammar Khadafi. E insistió con que se detenga la “locura mundial” que se desarrolla en Libia.
Minutos más tarde, Chávez escribió en su cuenta @chavezcandanga de la red social Twitter: “Gracias, mil gracias a todos y a todas allá en la Iglesia Riverside de Nueva York! Me uno a sus oraciones por la VIDA! Arpa,cuatro y maracas!”.
El líder bolivariano fue operado de un tumor maligno a mediados de junio pasado, y desde esa fecha comenzó el tratamiento en la isla y en Caracas, alternadamente. Sin embargo, como Chávez es el único vocero de su enfermedad, aún se desconoce qué tipo de cáncer padece y en qué estado se encuentra la enfermedad.