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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sábado, 3 de fevereiro de 2018

Lulopetismo: o peronismo de botequim, e de porre - Lula, e este blogueiro

Afonso Arinos, sempre arguto, disse a respeito de Jânio Quadros que este era a "UDN de porre".
Pois eu, talvez menos arguto do que o grande jurista, digo que o lulopetismo é o peronismo de porre, ou de botequim, sempre...
Perón é o cadaver que continua sequestrando a Argentina.
O Perón sem doutrina, de porre, continua sequestrando o Brasil, mesmo ainda capaz de se embebedar.
Suas acusações contra a justiça deveriam ser objeto de processo, pois o que ele diz é grave. Se não der processo, a opção seria a internação na ala dos Napoleões de hospício.
Vejamos:

Lula acusa os magistrados
Estadão, 26/01/2018

Um dia depois de ser condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) a 12 anos e 1 mês de prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não respeitará a decisão da Justiça. Em ato político que aprovou sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, nesta quinta-feira, 25, Lula conclamou os militantes a defendê-lo nas ruas e pregou o enfrentamento político.

"Esse ser humano simpático que está falando com vocês não tem nenhuma razão para respeitar a decisão de ontem", afirmou o ex-presidente, em reunião da Executiva Nacional do PT, em São Paulo. "Quando as pessoas se comportam como juízes, sempre respeitei, mas quando se comportam como dirigentes de partido político, contando inverdades, realmente não posso respeitar. Se não perderei o respeito da minha neta de 6 meses, dos meus filhos e perderei o respeito de vocês."

Lula chegou a se comparar a Jesus Cristo, ao afirmar que ele foi condenado à morte. "E olhe que não tinha empreiteira naquele tempo", disse. Logo em seguida, porém, o ex-presidente se corrigiu. "Eu sei que a imprensa vai dizer 'Lula se compara a Jesus Cristo'. Longe disso".

Com a voz que ficou embargada algumas vezes, o ex-presidente disse que manterá as caravanas pelo Brasil, mas conclamou o PT e os movimentos sociais a ajudá-lo no embate nas ruas. "Espero que a candidatura não dependa do Lula. Que vocês sejam capazes de fazê-la, mesmo se acontecer alguma coisa indesejável, e colocar o povo brasileiro em movimento", insistiu o ex-presidente.

VAI RECORRER

O ex-presidente afirmou que sua defesa vai recorrer "naquilo que for possível" sobre a decisão do TRF-4. "Eles tomaram uma decisão política com o objetivo que eu não volte à Presidência", disse.

Segundo ele, a decisão unânime dos desembargadores foi para valorizar a categoria dos juízes. "Não consigo explicar outra explicação, porque se encontrassem um crime que cometi, não estaria aqui pedindo desculpas para vocês. O julgamento de ontem foi mais valorizar a categoria dos juízes, o corporativismo do que crime que estava em julgamento, porque não havia crime." Segundo Lula, os desembargadores construíram um cartel para decisão unânime por 3 a 0 no TRF-4. "Só ontem descobri que era um cartel, tinham que chamar o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)", disse.

O ex-presidente disse também que está com a consciência tranquila, diferente dos juízes, segundo ele. "Eles sabem que condenaram um inocente. Mas não sofri tanto, porque sempre acreditei que iria ser do jeito que foi. Obviamente que não estou feliz, mas duvido que alguns deles que me julgaram estão com consciência tranquila como estou hoje com vocês."

O ex-presidente afirmou que o lançamento da sua candidatura não é só para disputar o pleito. "Vou para ganhar e governar", disse. O petista ainda disse que não está sendo candidato para se proteger da Justiça. "Minha proteção é minha inocência. Vou ser candidato para governar decentemente esse País."

Durante discurso de formalização de seu nome como candidato, Lula disse que estava criando o "Dia do Aceito", em referência ao "Dia do Fico" de D. Pedro.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Peron, o primeiro e unico, o demagogo, e suas contrafacoes - Cesar Maia

Cesar Maia, ex-prefeito do Rio, usa as informações disponíveis, e uma recente entrevista a um jornal brasileiro do filho de Tomas Eloy Martinez, que fez um documentário a partir da entrevista gravada que seu pai fez com Perón, exilado em Madrid, antes de retornar à Argentina, para tecer algumas considerações e selecionar alguns trechos dos dizeres de Perón naquela gravação.
Perón foi o homem, o demagogo político, o populista econômico, o líder carismático, essencialmente fascista, que afundou a Argentina, que construiu uma "decadência programada", se ouso dizer, e os argentinos continuam até hoje reféns de um cadáver insepulto, o de Perón e o de sua esposa mítica e mistificada.
Perón foi o líder destruidor que construiu uma única coisa: a República Sindical, mas o fez com uma doutrina justificadora, embora mentirosa: o Justicialismo, que aliás rima com fascismo. A República Sindical destruiu a Argentina, como ela está destruindo o Brasil, com seu patrimonialismo de tipo gangsterista, com seu corporativismo prebendalista, fisiológico, nepotista, rentista, expropriatório, concentrador, até mafioso.
A grande diferença entre a "nossa" República Sindical -- tentada em 1963-64, e desmantelada pelos militares, mas renascida com as hostes lulopetistas e cutistas de 2003 em diante -- e a dos hermanos é que a essa "nossa" não tem nenhuma doutrina, nenhuma conceituação política, mas pura demagogia e puro oportunismo, quando não roubalheira desenfreada. Trata-se de um peronismo de botequim, uma contrafação do original, um rentismo sem qualquer sentido nacional, atividades quadrilheiras no mais alto grau.
Vejamos aqui uma das avaliações finais de Cesar Maia sobre o resultado do peronismo:
"Erro maior dos peronistas: a Volta de Perón em 1973 não foi para construir um futuro, mas para repetir o passado, dos anos de glória entre 1946 e 1955."
No nosso caso, a contrafação também tentou repetir a era Geisel, aquela que, em meio aos grandes projetos de desenvolvimento econômico, acabou por ser um processo amplamente fracassado, aumentando a inflação e a dívida externa, sendo diretamente responsável pelas década e meia perdida, em sua sequência. O lulopetismo, geiseliano em intenção, mas corrupto por vocação e fundamentalmente inepto, levou o Brasil à Grande Destruição que atravessamos atualmente, à margem de (e sem qualquer conexão com) qualquer conjuntura externa de crise ou recessão.
Transcrevo abaixo a coluna de Cesar Maia desta quinta-feira, 4 de maio de 2017.
Paulo Roberto de Almeida 

PERÓN, NA ÉPOCA, COM 75 ANOS! ENTREVISTA: ENSINAMENTOS QUE SERVEM AOS NOSSOS POLÍTICOS DE HOJE!

1. O consagrado escritor argentino Tomás Eloy Martínez, em 1970, com 36 anos, conseguiu que Perón -75 anos e já com 15 anos de exílio- concedesse em sua casa em Madrid (Puerta de Hierro) uma entrevista gravada. Foram 4 dias de gravações. Em base a essa entrevista, Eloy Martinez escreveu dezenas e dezenas de artigos e dois livros de grande sucesso: Santa Evita e A Novela de Perón.

2. Essas fitas, mantidas em caixas, ficaram guardadas até agora. Nos últimos meses foram transformadas em filme e documentário. Dias atrás, antecipando o lançamento, foram divulgadas 5 partes deste documentário, que vão desde a sua infância até sua morte. As respostas de Perón a Eloy Martinez são comentadas por politólogos, historiadores, políticos sêniores e até publicitários.

3. Deveriam ser vistas e revistas por nossos políticos de hoje, pois contêm experiências acumuladas até a sua maturidade. Seguem trechos que este Ex-Blog selecionou.

4. “O líder, primeiro, se faz ver, para que o conheçam. Depois se faz obedecer espontânea e naturalmente para passar a ser percebido como infalível. O que conduz deve ser percebido como infalível. Isso tudo é uma arte.

5. Não sou um político: sou um condutor. Carisma é o produto de um processo técnico de condução.

6. Condução é unificar as ideias dispersas em direção a um objetivo que conhece o condutor.

7. Ao se chegar ao poder se tem 2 objetivos: fazer a felicidade do Povo e a grandeza da Nação. Se se excede em um, se sacrifica o outro. Deve-se conseguir um equilíbrio entre os dois.

8. A política deve ser pendular entre o sindicalismo que está sempre a direita e a esquerda que está na política.

9. A Condução política é sui generis. As pessoas estão acostumadas à gestão da ordem (que de fato é uma gestão militar). Mas em política jamais existe ordem. Há que se preparar e se acostumar a gerir a desordem.

10. A política não pode ser um corpo rígido. Tem que ser flexível.

11. Fui criado com os animais; adoro os animais. Na política há 10% de idealistas e 90% de opiniões dispersas. Estes 10% são como os cães (tenho 4) e 90% como os gatos. Os cães são fiéis e acompanham silenciosamente. Os gatos são dispersos. Saem para caçar à noite. Quando são contrariados preferem ficar num canto e até se ocultar. Mas quando se veem cercados, reagem atacando. São felinos. 

12. Estar longe dos fatos é melhor que se estar perto. De longe se vê a totalidade.

13. Comentários finais. Perón sempre teve o controle do movimento peronista. Só perdeu o controle quando voltou do exílio ao governo em 1973. / Erro maior dos peronistas: a Volta de Perón em 1973 não foi para construir um futuro, mas para repetir o passado, dos anos de glória entre 1946 e 1955.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Lulismo: um peronismo sem qualquer doutrina - Joao Ubaldo Ribeiro eMarco Antonio Villa

O que é o lulismo?
Nada além do mais puro oportunismo.
É tudo aquilo que o candidato a caudilho da republiqueta sindical-totalitária decidir que ele é.
Como Perón.
Com a diferença que Perón, um militar fascista-oportunista que também criou uma república sindical, tinha lido alguma coisa -- o que Lula nunca fez -- e se dedicou a criar uma doutrina. Daí um movimento que perdura 40 anos depois da morte do caudilho fascista.
Com nosso avatar não vai ocorrer a mesma coisa, pois ele não tem absolutamente nada a dizer, só sobrevivendo na devoção do curral eleitoral que ele criou com a sua esmola estatal para os mais pobres. Ele só vai deixar atrás de si a terra arrasada das instituições e a prostituição da política.
Nosso peronismo de botequim, apenas isso...
Paulo Roberto de Almeida 
Hora da saideira, Lula et caterva.
O jornalista Augusto Nunes recuperou um artigo publicado em há dois anos pelo escritor João Ubaldo Ribeiro, recentemente falecido. Realmente, é pena que ele não tenha conseguido viver o tempo necessário para ver a derrocada do império da canalhice, que já se desenha no horizonte da democracia. Surrupio o texto na íntegra, louvando João Ubaldo por ser um dos raros intelectuais a pensar o mundo com independência, distante da sabujice ideológica que caracteriza essa "raça":

A HORA DA SAIDEIRA

Na semana passada, li um artigo do professor Marco Antonio Villa, que não conheço pessoalmente, mostrando, em última análise, como a era Lula está passando, ou até já passou quase inteiramente, o que talvez venha a ser sublinhado pelos resultados das eleições. Achei-o muito oportuno e necessário, porque mostra algo que muita gente, inclusive os políticos não comprometidos diretamente com o ex-presidente, já está observando há algum tempo, mas ainda não juntou todos os indícios, nem traçou o panorama completo.

O PT que nós conhecíamos, de princípios bem definidos e inabaláveis e de uma postura ética quase santimonial, constituindo uma identidade clara, acabou de desaparecer depois da primeira posse do ex-presidente. Hoje sua identidade é a mesma de qualquer dos outros partidos brasileiros, todos peças da mesma máquina pervertida, sem perfil ideológico ou programático, declamando objetivos vagos e fáceis, tais como “vamos cuidar da população carente”, “investiremos em saneamento básico e saúde”, “levaremos educação a todos os brasileiros” e outras banalidades genéricas, com as quais todo mundo concorda sem nem pensar.

No terreno prático, a luta não é pelo bem público, nem para efetivamente mudar coisa alguma, mas para chegar ao poder pelo poder, não importando se com isso se incorre em traição a ideais antes apregoados com fervor e se celebram acordos interesseiros e indecentes.

A famosa governabilidade levou o PT, capitaneado por seu líder, a alianças, acordos e práticas veementemente condenadas e denunciadas por ele, antes de chegar ao poder. O “todo mundo faz” passou a ser explicação e justificativa para atos ilegítimos, ilegais ou indecorosos.

O presidente, à testa de uma votação consagradora, não trouxe consigo a vontade de verdadeiramente realizar as reformas de que todos sabemos que o Brasil precisa — e o PT ostentava saber mais do que ninguém.

No entanto, cadê reforma tributária, reforma política, reforma administrativa, cadê as antigas reformas de base, enfim? O ex-presidente não foi levado ao poder por uma revolução, mas num contexto democrático e teria de vencer sérios obstáculos para a consecução dessas reformas.

Mas tais obstáculos sempre existem para quem pretende mudanças e, afinal, foi para isso que muitos de seus eleitores votaram nele.

O resultado logo se fez ver. Extinguiu-se a chama inovadora do PT, sobrou o lulismo. Mas que é o lulismo? A que corpo de ideias aderem aqueles que abraçam o lulismo? Que valores prezam, que pretendem para o país, que programa ou filosofia de governo abraçam, que bandeiras desfraldam além do Bolsa Família (de cujo crescimento em número de beneficiados os governantes petistas se gabam, quando o lógico seria que se envergonhassem, pois esse número devia diminuir e não aumentar, se bolsa família realmente resolvesse alguma coisa) e de outras ações pontuais e quase de improviso?

É forçoso concluir que o lulismo não tem conteúdo, não é nada além do permanente empenho em manter o ex-presidente numa posição de poder e influência. O lulismo é Lula, o que ele fizer, o que quiser, o que preferir.

Isso não se sustenta, a não ser num regime totalitário ou de culto à personalidade semirreligioso. No momento em que o ex-presidente não for mais percebido como detentor de uma boa chave para posições de prestígio, seu abandono será crescente, pois nem mesmo implica renegar princípios ou ideais. Ele agora é político de um partido como qualquer outro e, se deixou alguma marca na vida política brasileira, esta terá sido, essencialmente, a tal “visão pragmática”, que na verdade consiste em fazer praticamente qualquer negócio para se sustentar no poder e que ele levou a extremos, principalmente considerando as longínquas raízes éticas do PT. Para não falar nas consequências do mensalão, cujo desenrolar ainda pode revelar muitas surpresas.

O lulismo, não o hoje desfigurado petismo, tem reagido, é natural. Os muitos que ainda se beneficiam dele obviamente não querem abdicar do que conquistaram. Mas encontram dificuldades em admitir que sua motivação é essa, fica meio chato. E não vêm obtendo muito êxito em seus esforços, porque apoiar o lulismo significa não apoiar nada, a não ser o próprio Lula e seu projeto pessoal de continuar mandando e, juntamente com seu círculo de acólitos, fazendo o que estiver de acordo com esse projeto.

Chegam mesmo à esquisita alegação de que há um golpe em andamento, como se alguém estivesse sugerindo a deposição da presidente Dilma. Que golpe? Um processo legítimo, conduzido dentro dos limites institucionais?

Então foi golpe o impeachment de Collor e haverá golpe sempre que um governante for legitimamente cassado? Os alarmes de golpe, parecendo tirados de um jornal de trinta ou quarenta anos atrás, são um pseudoargumento patético e até suspeito, mesmo porque o ex-presidente não está ocupando nenhum cargo público.

É triste sair do poder, como se infere da resistência renhida, obstinada e muitas vezes melancólica que seus ocupantes opõem a deixar de exercê-lo. O poder político não é conferido por resultados de pesquisas de popularidade; deve-se, em nosso caso presente, aos resultados de eleições.

O lulismo talvez acredite possuir alguma substância, mas os acontecimentos terminarão por evidenciar o oposto dessa presunção voluntarista. Trata-se apenas de um homem — e de um homem cujas prioridades parecem encerrar-se nele mesmo.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Argentina: existe uma filosofia oficialista? - LatAm

A própria noção de se ter num país filósofo oficialista já é patética, como simples ideia, pois nunca deveria existir um filósofo que se aceite como tal, e trabalhando para um governo com o objetivo de criar uma doutrina oficial.
A noção, então, de um filósofo kirchnerista, além de bizarra, e bisonha, é sumamente ridícula, chega a ser histriônica, de um lado, e fascista de outro.
Não se trata nem de um Big Brother, ou seja, um grande irmão velando pelo pensamento da comunidade: se trata apenas de alguém que vai inventar um pensamento que se ajuste às necessidades do governo. Deveria ser vergonhoso para alguém que se pretenda intelectual desempenhar esse tipo de função.
Paulo Roberto de Almeida

Argentina cultura

Cristina Fernández nombra a filósofo coordinador de “Pensamiento Nacional”

Foto: Infobae/Charly Díaz Azcué
Infolatam/Efe
Buenos Aires, 4 de junio de 2014

Las claves
  • Forster, uno de los más significados intelectuales del grupo "Carta Abierta" articulado en el entorno oficialista, tendrá entre sus tareas "asesorar y elevar las propuestas a ser consideradas por la ministra de Cultura en cuestiones de pensamiento nacional y latinoamericano".
  • Pese a su proximidad con el kirchnerismo, puntualizó que su formación es "absolutamente abierta y antidogmática", en declaraciones a la agencia oficial Telam.
La presidenta argentina, Cristina Fernández, designó al filósofo kirchnerista Ricardo Forster como secretario de Coordinación Estratégica para el Pensamiento Nacional, bajo la órbita del recién creado Ministerio de Cultura.
Entre los objetivos del nuevo departamento figura “diseñar, coordinar e instrumentar una usina de pensamiento nacional”, según un decreto publicado hoy en el Boletín Oficial.
Forster, uno de los más significados intelectuales del grupo “Carta Abierta” articulado en el entorno oficialista, tendrá entre sus tareas “asesorar y elevar las propuestas a ser consideradas por la ministra de Cultura en cuestiones de pensamiento nacional y latinoamericano”.
Además, debe “generar instancias de diálogo y debate sobre temas contemporáneos, promoviendo nuevas corrientes de pensamiento, que hagan partícipe a toda la ciudadanía”, según el texto oficial de designación.
Tras su nombramiento, Forster señaló que su prioridad será generar “un debate abierto, un espacio abierto para discutir todo lo que es imprescindible discutir en la Argentina de hoy” a través de “un amplio recorrido de la historia, de las tradiciones intelectuales desde el pasado al presente, a lo largo de todo el país”.
Pese a su proximidad con el kirchnerismo, puntualizó que su formación es “absolutamente abierta y antidogmática”, en declaraciones a la agencia oficial Telam.
Ricardo Forster, de 56 años, es doctor en filosofía, imparte clases en varias instituciones argentinas y fue candidato a diputado en Buenos Aires por el oficialista Frente Para la Victoria el pasado año.
La creación del área de “Pensamiento Nacional” se produce apenas unas semanas después de que Cristina Fernández elevara la Secretaría de Cultura al rango de Ministerio y colocara al frente de la cartera a la cantautora Teresa Parodi.

domingo, 13 de outubro de 2013

Argentina: uma nacao inteira sequestrada por um cadaver putrefato, o do peronismo...

Inacreditáveis argentinos: mesmo os mais lúcidos, e os mais bem informados, não conseguem se libertar desse fantasma que assombra o país há mais de 60 anos, e que simplesmente não quer morrer de vez.
A despeito que ele não significa mais nada, atualmente, nem do ponto de vista econômico, nem político, a referência peronista continua a pautar a mediocridade política da vida argentina, atrasando o país e arrastando-o ao passado.
O fato de que esse jornalista, que parece razoável, ter de escrever um artigo inteiro confirmando que o peronismo permanece a referência incontornável da política argentina é a confissão de que o país não tem salvação, e que os argentinos exibem uma espécie de doença mental que os impede de superar o cadáver putrefato do homem que foi e continua a ser o principal responsável pelo formidável retrocesso que a Argentina vem sofrendo nos últimos 80 anos, pelo menos...
Inacreditável...
Paulo Roberto de Almeida

Peronismo ainda é o eixo da política argentina
Movimento político criado por Juan Domingo Perón governou durante 23 dos últimos 30 anos e ainda domina a política nacional
Fabián Bosoer, especial para O Estado de S.Paulo, 13/10/2013

A Argentina é um país imprevisível. Ou muito previsível, dependendo do ajuste da distância da lente e da definição da imagem. Pode ir do neoliberalismo mais anárquico ao neopopulismo mais protecionista; das quedas mais abruptas às recuperações mais aceleradas; escandalizar o mundo e cansar os vizinhos com seus comportamentos ou proporcionar-lhes exemplos de valentia, solidariedade e talento.
Como é possível ser uma coisa e outra ao mesmo tempo, violentando o princípio aristotélico da lógica? O que a Argentina tem de singular que os outros países não têm? A resposta fácil, há mais de 60 anos, é o "peronismo", movimento político ao redor do qual gira a vida política do país desde 1945, que governou durante 23 dos últimos 30 anos, desde a recuperação da democracia, em 1983, com as mais diversas estratégias e equipes de governo. Como disse há alguns anos o ex-ministro do Interior e veterano dirigente, Carlos Corach, "o peronismo é a maneira que tem a Argentina de enfrentar os desafios de cada década".
Nos anos 40, foram Perón e Eva Perón, o "coronel dos trabalhadores" e "a defensora dos humildes". Nos anos 60 e 70, foi uma geração de classe média que ascendeu com as bandeiras da libertação nacional e sucumbiu ao fragor da luta armada e à repressão militar. Nos anos 90, um caudilho de uma província do Norte, Carlos Menem, que colocou o país na globalização neoliberal quando ela começou a se expandir. Nos anos 2000, foi um casal também originário de uma província, mas do Sul, que levantou o país quando a globalização neoliberal deixou um rastro de economias quebradas e de massas excluídas.
No entanto, se perguntarmos se a Argentina só pode ser governada pelo peronismo, a resposta será: provavelmente - se tomarmos como referência o que ocorreu no passado. Desde 1983, apenas um presidente não peronista, Raúl Alfonsín, conseguiu conduzir o país - com sobressaltos - e teve de antecipar a conclusão do seu mandato para entregar ao peronista Menem o bastão de mando e a faixa presidencial, em 1989. A outra alternativa, dez anos mais tarde, de Menem ao radical Fernando De la Rúa, resultou frustrante, pois este último teve de renunciar ao final de dois anos em meio diante de uma grave crise econômica e do marasmo político, em fins de 2001.
Desde então, o peronismo explodiu e continua em seu lugar, é o partido do governo e um sistema político em si mesmo, inclusive com sua oposição. A década de Néstor Kirchner e Cristina Fernández de Kirchner (2003-2013) representa "o peronismo do nosso tempo", como acaba de lembrar o Partido Justicialista, controlado pela Frente Para a Vitória (FPV, dos kirchneristas).
Os que querem suceder a Cristina, em 2015, são também peronistas: o governador Daniel Scioli, que é o delfim da presidente, embora com autonomia e com um ideário próprio, o prefeito Sergio Massa, surgido de suas fileiras e hoje favorito nas pesquisas, que se apresenta como "renovador"; e algum outro governador, como José Manuel De La Sota. Somente se sofrerem um desgaste na espécie de prévia aberta, talvez algum presidenciável não peronista tenha uma chance - como, por exemplo, o socialista Hermes Binner ou o conservador Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires.
No entanto, o passado não costuma ser o único critério - nem mesmo o principal - para se prever o futuro na Argentina, acostumada a surpreender em sua crônica reiteração dos ciclos. Uma resposta mais precisa à indagação inicial seria: não é só o peronismo que pode governar o país, mas, sem ele, não é possível fazê-lo.

É JORNALISTA E COLUNISTA DO 'CLARÍN'

quarta-feira, 17 de julho de 2013

O Brasil no caminho da decadencia argentina? - Rogelio Núñez

OK, não vou falar do Brasil. Mas acho interessante aprender com os erros dos outros. O problema, neste caso, é que a Argentina abusa da faculdade de errar: ela comete as mesmas bobagens, reiteradamente, sem qualquer autocrítica; ela repete os mesmos atos insanos, várias vezes seguidas, e assim vem fazendo, nos últimos 80 anos, pelo menos...
Será que vamos pelos mesmos caminhos?
Paulo Roberto de Almeida

Argentina, um país de solavancos e em decadência

Infolatam
Madri, 16 de julho de 2013
(Especial para Infolatam por Rogelio Núñez)-. A Argentina era no início do século XX a grande potência sul-americana e seu PIB equivalia a 90% dos países mais avançados nesse momento. No entanto, desde 1930, entrou em uma lenta decadência que, até hoje, não parou. Muitos são os motivos que explicam essa decadência argentina, um deles, de raiz política, se vincula com os solavancos aos quais a classe dirigente tem submetido ao país.
Uns solavancos que finalmente estenderam entre a comunidade internacional uma sensação de desconfiança para o todo argentino. Não em vão, Nestor Kirchner levantou como bandeira eleitoral em 2003 a ideia de que queria “uma Argentina normal, quero que sejamos um país sério”.
Os solavancos, produto entre outras coisas da forte polarização política que o país vive historicamente, se refletiram em muitos aspectos de sua realidade. Por exemplo, em sua política exterior.
Uma política externa esquizofrênica
Juan Domingo Perón em sua primeira época de predomínio político passou de hastear uma posição de independência e autonomia com respeito aos EUA (a chamada Terceiro Posição) a dar uma clara volta para posições próximas à administração Eisenhower (com, por exemplo, o não respaldo ao governo de Jacobo Arbenz em 1954).
Hugo Chávez e Cristina Fernández com retrato de Néstor Kirchner
No atual período democrático (1983-2013) se pôde rever vaivéns desse tipo em cada administração.
Da postura “terceiro mundista” e inclinado aos “Não alinhados” de Raúl Alfonsínpassou às “relações carnais” com os EUA, nas palavras do chanceler Guido Di Tellano governo de Carlos Menem.
“Não queremos ter relações platônicas: queremos ter relações carnais e abjetas”, comentou nos anos 90 o então chanceler.
Para acabar, já na época dos Kirchner, em uma aliança de fato com a Venezuela chavista e um claro confronto com as administrações tanto de Bush como deObama.
“Estamos demonstrando não apenas lucros econômicos e sociais, senão que temos demonstrado o que muitas vezes quiseram nos mostrar dos grandes centros de suposta civilização, que seguem resolvendo suas diferenças com explosões de bombas”, disse em 2011 a presidente Cristina Kirchner.
Falta de uma ideia país
A política exterior não foi senão fiel reflexo de uma política interna e econômica sem coerência, continuidade ou consensos.
Governos de claro matiz intervencionista e inclusive estadista e outros mais inclinados ao “neoliberalismo” foram acontecendo nos últimos 60 anos sem solução de continuidade.
Cristina Fernández e Nestor Kirchner na praça de Maio em junho de 2008
Inclusive nas administrações de Juan Domingo Perón (1946-55) pôde se ver um peronismo estadista entre 1946 e 1952 que abriu caminho depois a um mais aberto aos investimentos estrangeiros e à iniciativa privada entre 1952 e 1955.
Essa liberalização teve uma segunda parte durante o governo de Arturo Frondizi (1958-62), mas se viu interrompida durante a gestão deArturo Illia (1963-66) que, por exemplo, renegociou os contratos petroleiros assinados por seu antecessor.
Os projetos liberais no terreno econômico de Adalberto Krieger Vasena durante a ditadura de Juan Carlos Onganía (1966-70) ou de José Alfredo Martínez de la Hoz na época dos governos militares (1976-83) deram passagem a posturas menos ortodoxas e planos de ajuste heterodoxos na primeira administração democrática, a de Raúl Alfonsín (1983-89).
Não seria a última virada, pois a chegada de Carlos Menem em 1989 e a tomada de posse como ministro de Economia de Domingo Cavallo deram passagem ao modelo da Convertibilidade baseado em políticas de abertura comercial e financeira, privatizações e diminuição do tamanho do estado.
Luis Alberto Romero (historiador): “a partir de 1980 vivemos em uma Argentina decadente e exangue, em declínio em quase qualquer aspecto que se considere”.
O colapso deste modelo entre 1997 e 2001 abriu caminho ao experimento industrialista de Eduardo Duhalde e, sobretudo, à aposta de Néstor Kirchner por enterrar e acabar com o legado dos 90, o neoliberalismo menemista.
Em 2010, por exemplo, Nestor Kirchner dizia: “os processos regionais custam muito pelas assimetrias e porque vimos de profundas crises econômicas que nos levou o neoliberalismo nos anos 90”.
Nessa linha, os Kirchner apostaram por um maior papel do Estado e por regressar às nacionalizações (Aerolineas Argentinas e YPF) e a um aberto intervencionismo com controles de preços incluídos.
Toda esta sucessão de vaivéns conduziu o estado atual da Argentina que, como assinala o historiador Luis Alberto Romero, supõe o final de “uma Argentina vital, vigorosa, sanguínea e conflitiva, que se construiu no final do século XIX e ainda era reconhecível ao concluir a década de 1960. A partir de 1980, pelo contrário, vivemos em uma Argentina decadente e exangue, em declínio em quase qualquer aspecto que se considere”.
O próximo governo argentino terá por adiante muitos desafios, mas o de fazer um consenso entre políticas de estado coerentes e com continuidade que tornem a Argentina um país sério, será um dos principais desafios desse governo.
De novo, Romero disseca o que ocorre com o país: “o kirchnerismo expressa hoje a fase superior da longa crise argentina. É tão duro e resistente como a própria crise. Não será fácil reverter tudo isto, mas há uma possibilidade. A Argentina é manejada por um grupo poderoso e fraco ao mesmo tempo, pois sua força, certamente fundada nos votos, reside no controle férreo do poder político por uma só mão. Sua primeira linha de defesa é ao mesmo tempo a última. Mudar o rumo da longa crise argentina é uma tarefa prolongada e complexa. Mas, constituir em 2015 um governo que inicie esse caminho está na ordem do possível”.
Traduzido por Infolatam

sábado, 29 de setembro de 2012

'Una sombra pronto seras...': ideologias politicas

Como um peronismo de botequim, sem qualquer doutrina, coerência ou mensagem mais explícita, a não ser a demagogia, a mentira e a embromação, esse fantasma da política brasileira atual deve desaparecer sem deixar rastros significativos...
Paulo Roberto de Almeida 

'Lulismo', um conceito equívoco

ALDO, FORNAZIERI - DIRETOR ACADÊMICO DA FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO
O Estado de S.Paulo, 29 de setembro de 2012

Nos últimos tempos surgiu uma profusão de estudos, menções e referências ao conceito de "lulismo". Autores das mais variadas tendências referem-se ao conceito. Basta citar Francisco de Oliveira, Ricardo Vélez Rodríguez e André Singer. Com Os Sentidos do Lulismo André Singer empreendeu o mais abrange esforço para entender o suposto fenômeno. Dentre os vários artigos, reflexões e o livro, há poucas referências inquiridoras sobre a pertinência ou o significado do conceito.
De modo geral, a referência ao "lulismo" é como se ele fosse um dado evidente da realidade. Parece ser predominante a ligação entre o conceito e os processos eleitorais de que Lula foi candidato ou protagonista importante. Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o "lulismo" expressa uma apelo aos pobres e uma prática de conciliação geral das classes; para Francisco de Oliveira, trata-se de uma "funcionalização da pobreza" para manter a exploração; para Vélez Rodríguez, é uma variante do populismo e uma prática patrimonialista de uso do Estado para fins políticos; e para André Singer, é um realinhamento eleitoral que implica a articulação dos segmentos mais pobres da população como a nova base social de apoio a Lula e, em parte, ao PT.
Os bons dicionários dizem que a função de um conceito é descrever os objetos da experiência para reconhecê-los, classificá-los e organizá-los. De acordo com o Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa, a partir dos séculos 19 e 20 o uso do sufixo "ismo" disseminou-se "para designar movimentos sociais, ideológicos, políticos, opinativos, religiosos e personativos, através de nomes próprios representativos, ou de nomes locativos de origem...". No campo da política, portanto, o sufixo "ismo" associa-se a um corpo doutrinário ideológico, filosófico ou religioso de caráter sistêmico e coerente.
Na medida em que, no caso em questão, o sufixo "ismo" vem associado ao nome Lula, sugere-se a existência de um movimento político ou ideológico personativo configurando numa doutrina ético-política que veicula e enfatiza o valor da pessoa do ex-presidente e seus laços de solidariedade com um corpo coletivo que pode ser o "povo brasileiro" ou, particularmente, os "pobres", para a maior parte das análises.
Na realidade, tal movimento não existe. Nem mesmo dentro do PT existe uma corrente doutrinária ou seguidista lulista. O suposto caciquismo ou personalismo de Lula também não é efetivo. As recentes definições de candidatos passaram por intrincados processos de negociações e concessões mútuas e construções de consensos entre as partes.
Restaria ver se há um movimento lulista personativo na esfera social ou eleitoral. Nem mesmo nesse plano há evidências capazes de legitimar o suposto lulismo. Lula não deixou nem teve a intenção de legar um corpo doutrinário dessa natureza e, menos ainda, um movimento em torno de seu nome. O que houve foi um processo eleitoral, bem analisado do ponto de vista empírico por André Singer. Tanto as eleições de Lula quanto os seus dois mandatos devem ser analisados a partir de suas determinações específicas, sem transcendências ideológicas.
O fenômeno que aconteceu e vem acontecendo no Brasil tem similaridades, com formas nuançadas, em outros países da América Latina. O Peru conseguiu resultados espetaculares na redução da pobreza. Na Colômbia, depois de dois mandatos de Álvaro Uribe, elegeu-se Juan Manuel Santos, do mesmo partido político. Na Argentina, depois de um mandato de Néstor Kirchner, está em curso o segundo mandato de Cristina. O eleitorado reelege ou elege sucessores de governantes que conseguem bons resultados nas políticas sociais e econômicas.
Mas existem exceções a essa regra. No Chile, depois de 20 anos de governos bem-sucedidos da Concertación e mesmo com a ex-presidente Michelle Bachelet terminando seu governo com mais de 80% de aprovação, o candidato opositor de centro-direita, Sebastián Piñera, venceu as eleições. No mundo de hoje as hegemonias partidárias são menos estáveis e menos duráveis em relação ao passado. A perdurabilidade de projetos de poder depende ora de êxitos e resultados, ora dos líderes que os representam.
O eleitorado é pragmático, vota interessado e, na sua maior parte, não segue ideologias. Se um governo apresenta bons resultados, promove o crescimento, gera empregos, favorece o consumo, distribui renda, de modo geral o eleitorado quer a sua continuidade. Uma tabela do livro de Singer mostra que em 2006, no segundo turno, 44% dos eleitores que ganhavam entre cinco e dez salários mínimos e 36% dos que ganhavam acima de dez salários mínimos preferiam Lula. Isso desconstitui qualquer tese de que há uma polarização de classe nas eleições. Não faz muito sentido perguntar a um eleitor médio brasileiro se ele é de esquerda ou de direita, pois esses conceitos têm pouca referência prática.
Dilma mantém uma relação de continuidade e de diferença em relação a Lula e aos seus governos. Ela constituiu personalidade política própria e uma especificidade de seu governo, evitando o que muitos temiam: ficar à sombra de Lula. E o próprio Lula contribuiu para isso, evitando uma presença mais ostensiva no governo dela. O melhor método para analisar os dois governos é fazer um estudo comparativo entre ambos.
As eleições municipais deste ano parecem mostrar que não existe um eleitorado lulista cativo, configurado em qualquer fração de classe. Embora existam certas preferências partidárias em determinados setores sociais, o fato é que, em seu modo pragmático de ser, o eleitorado não é um ativo estocável por ninguém. Cada eleição é uma nova batalha, com novas circunstâncias e novos atores. Quem acredita na existência de um eleitorado cativo tende a ver o trem da História passar sem embarcar nele.