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Rússia recua e decide retirar tropas de Kherson, cidade-chave na Ucrânia
Paul Kirby e Frank Gardner
Da BBC News
As Forças Armadas da Rússia receberam ordens para se retirarem da cidade ucraniana de Kherson, a única capital regional que Moscou capturou desde o início da invasão em fevereiro.
O comandante da Rússia na Ucrânia, general Sergei Surovikin, disse que não é mais possível continuar abastecendo a cidade com suprimentos.
A retirada significa que as forças russas sairão inteiramente da margem ocidental do rio Dnipro.
A decisão representa um golpe significativo para a Rússia, que enfrenta uma contra-ofensiva ucraniana.
Para o Kremlin, a retirada também é uma vergonha, avalia o editor da BBC Rússia, Steve Rosenberg.
A TV estatal russa exibiu cenas de uma reunião em que membros do alto escalão militar russo tomavam a decisão. O general Surovikin relatou a situação em Kherson.
O presidente Vladimir Putin não participou da reunião. O arquiteto da guerra fracassada da Rússia na Ucrânia parece ter deixado o anúncio para seus generais.
Foi Putin quem anunciou a anexação de Kherson pela Rússia e três outras regiões ocupadas, no final de setembro.
"Nessas circunstâncias, a opção mais sensata é organizar a defesa ao longo de uma linha de barreira ao longo do rio Dnipro", disse o Surovikin na reunião.
Podcast
No início da guerra, as forças russas varreram o sul da Ucrânia a partir da Crimeia anexada, tomando a cidade de Kherson no início de março.
Mas a decisão de recuar pelo rio Dnipro foi tratada com cautela pelas autoridades ucranianas. O conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak alertou que era prematuro acreditar no anúncio.
Já blogueiros pró-Kremlin que escrevem sobre a guerra foram menos cautelosos, com um conhecido como War Gonzo condenando a retirada como uma "página negra na história do Exército russo".
O anúncio foi feito logo após a imprensa russa dizer que o vice-líder de Kherson, Kirill Stremousov, havia morrido em um acidente de carro.
Classificado como um dos principais apoiadores da ocupação de Kherson, ele havia alertado há apenas seis dias que era "provável" que as forças russas tivessem que se deslocar para a margem leste do rio.
Embora o avanço ucraniano tenha diminuído nas últimas semanas, as rotas de abastecimento da Rússia através do Dnipro tornaram-se cada vez mais complexas depois que as poucas pontes foram destruídas por mísseis ucranianos.
Antes da retirada, a Rússia tirou milhares de civis da cidade de barco, no que a Ucrânia condenou como uma deportação forçada.
O general Surovikin - anteriormente um notório comandante das recentes operações da Rússia na Síria - foi nomeado para assumir a administração da invasão russa há um mês.