Minibiografia não autorizada de um êmulo de Hitler
Paulo Roberto de Almeida
Putin já não é mais o “comunista” que foi no passado; na verdade, era apenas um burocrata animado por um ambicioso espírito autoritário servindo à ditadura do momento.
Ele construiu o seu próprio poder arbitrário a golpes de ousadia e de corrupção, movimentando as alavancas do mais poderoso instrumento repressor que jamais existiu nas comunidades políticas.
As mentiras e falcatruas da época do comunismo soviético continuam exatamente iguais sob a ditadura do neoczar Putin, mas usadas da mesma forma arbitrária e paranoica como tinha ocorrido sob Stalin.
O império czarista dos Romanov tinha uma vantagem sobre o soviético ou o atual putinesco: era um absolutismo clássico, portanto aperfeiçoável por uma evolução para a democracia de fachada.
Mesmo o império soviético tinha ferramentas de controle, que era o Bureau Político do Partido, capaz de demitir um inepto como Kruschev. O regime putinesco se assemelha ao do Führer, sem possuir seus outros predicados. Mas é tão imprevisível quanto.
Diferente é o caso da burocracia de ferro chinesa, que acaba de se dotar de um novo imperador, mas num sistema bem mais racional, weberianamente falando, do que o carisma arbitrário de um Putin, um ditador que foi muito além do que lhe era permitido: ser apenas um Ivan o Terrível do seu próprio povo. Pretendeu conquistar outros povos e nisso se igualou a outros ditadores derrotados.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 20/12/2022