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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Os vicios do desenvolvimentismo - Sergio Lazzarini (OESP)

Os vícios do desenvolvimentismo


Em 7/11/2011, eu e meu colega Carlos Melo publicamos neste jornal um artigo chamando a atenção para as consequências do que denominamos “empoderamento desenvolvimentista”. À época, com respaldo da presidente Dilma, multiplicaram-se subsídios, benefícios tributários e iniciativas diversas de apoio setorial centrados na trinca ministerial da Fazenda, Desenvolvimento e Ciência e Tecnologia. Ao final do artigo, alertamos: “A presidente Dilma diz querer rigor no controle inflacionário, mas não vê com maus olhos medidas, como essas, que podem encarecer os produtos no Brasil e/ou aumentar gastos”.
Deu no que deu. Não só essas iniciativas falharam em salvar a indústria, como a inflação se acelerou e caminhamos para um progressivo descontrole fiscal. Para esconder os custos do projeto desenvolvimentista, o governo recorreu a maquiagens e pedaladas fiscais cuja conta pagamos até hoje. O aumento do crédito público elevou a dívida bruta do país – contribuindo para a recente perda do grau de investimento – ao mesmo tempo que a taxa de investimento pouco mexeu do patamar de 16% sobre o PIB.

Para esconder os custos do projeto desenvolvimentista, o governo recorreu a maquiagens e pedaladas fiscais cuja conta pagamos até hoje

Esse fracasso resulta de dois vícios graves do desenvolvimentismo. O primeiro é a sistemática desconsideração sobre os custos e benefícios das suas propostas. Muito raramente se analisa o quanto uma iniciativa de proteção custa aos cofres públicos e se esse dinheiro não poderia ser mais bem empregado em áreas de maior efeito sistêmico na economia. Cada centavo de apoio a um dado setor poderia ser usado para apoiar uma estrada num local remoto, um novo projeto de saneamento ou um novo hospital.
Alguns desenvolvimentistas chegam até mesmo a minimizar a importância dessas análises, por considerá-las estáticas ou sujeitas a incerteza. Para eles, é melhor o país seguir uma “missão” de desenvolvimento. Mas, sem algum tipo de análise, a missão escolhida será geralmente aquela apoiada por grupos de interesse bem conectados e influentes. Não é de estranhar, assim, que o discurso desenvolvimentista agrade a grupos que só fazem buscar mais proteção. O cômputo de custos e benefícios ajuda justamente a impor disciplina na escolha de ações refletindo o melhor interesse público.
O segundo vício do desenvolvimentismo é não atentar para a execução das políticas propostas. A moderna literatura de política industrial propõe que devem ser estabelecidas metas de desempenho e que os benefícios devem continuar se, e somente se, essas metas forem cumpridas. Aqui, fazemos o contrário. Em artigo escrito no “Valor Econômico” em 23/11/2010, um alto executivo do BNDES escreveu que a maioria das metas do plano de desenvolvimento estabelecido à época não seria cumprida. Segundo ele, “não cumpri-las não significa necessariamente um insucesso, mas impõe novos esforços de avaliação e planejamento”. Por fim, emendou: “A política deve ter um norte, mas ser flexível e adaptável às circunstâncias”. É exatamente esse tipo de discurso que abre espaço para que mais e mais grupos clamem por proteção justificando “circunstâncias” que nada mais são que desculpas mascarando interesses particulares.
A situação à qual chegamos requer uma orientação radicalmente distinta. Não se propõe, aqui, eliminar estruturas de suporte público, e, sim, evitar os vícios que nos levaram a políticas custosas e pouco efetivas. Toda nova proposta de apoio deve ser acompanhada de uma criteriosa análise de custos e benefícios, preferencialmente realizada ou validada por terceiras partes livres de conflitos de interesse. Uma vez aprovada a proposta, devem ser colocadas metas claras, acompanhadas por órgãos de controle independentes e com o compromisso de cessar o benefício caso as metas não sejam cumpridas. Se existe alguma missão que o desenvolvimentismo deveria agora encampar para o bem do país, é a busca de maior critério e disciplina no uso de recursos públicos.

sábado, 10 de setembro de 2011

Bem-vindos sejam os especuladores: os petistas adoram...

Os economistas petistas (se não há nenhuma contradição intrínseca em juntar os dois termos) estão sempre condenando, abjurando, xingando o malvado "capitalismo financeiro", ou a tal de "financeirização" da economia (que eles não sabem muito bem o que seja, mas repetem incansavelmente). 
E, no entanto, tanto o ex-chefe, quanto a nova chefa não se cansam de dizer aos especuladores de Wall Street (ou de qualquer outro lugar): "Venham, venham, vocês são bem vindos, podem aproveitar!"
Não sei exatamente o que os eps (for short) estão pensando atualmente, mas eles detestam os americanos. Quem sabe eles não apreciariam capitalistas japoneses?
Eles vão gostar especialmente disto aqui: 
"The carry trade made the Brazilian real attractive to the Japanese, who could borrow at 0.1% in Japan and get 12.5% in Brazil."
Quais especuladores sonhariam ganhar tanto em outros mercados? O Brasil é o sonho dos especuladores.
E tudo graças aos economistas petistas. 
Eu não disse que eles eram neoliberais?
Paulo Roberto de Almeida 


Are Japanese Investors Right About Brazil?
Forbes Magazine, September 2011

Emerging markets often bottom ahead of the developed markets, and if Japanese investors are right, these ETFs that focus on Brazil may present some interesting investment opportunities.
Recent data from Lipper Financial indicates that in the past two years, Japanese investors have invested more than $100 billion in mutual funds tied to the Brazilian economy. The past few months have been quite hard on these investments, as the move out of higher-risk assets has hurt emerging markets.
The currency markets have not helped. The carry trade made the Brazilian real attractive to the Japanese, who could borrow at 0.1% in Japan and get 12.5% in Brazil.
The recent sharp rise in the yen, and fall in the Brazilian real, has dampened this enthusiasm. The prevailing wisdom is that the yen would have to get much stronger to cause significant unwinding of this position.
The recent rate cut in Brazil caught the markets by surprise, as inflation has risen sharply for the past 12 months. It is hoped that the cut will help the Brazilian economy stay strong as concerns grow over a global economic slowdown.
Often, emerging markets will bottom out ahead of developed markets, so I am closely watching the technical action of the Brazilian markets. The Market Vectors Brazil Small-Cap (BRF) is a $900 million ETF that yields 1.4% and should be more sensitive to an economic turnaround in Brazil. From a low of $42.14 on August 5, BRF has rebounded 27% to a high last week of $53.51.

BRF rallied back last week to its former support, now resistance at line b 
There is a band of stronger resistance in the $55-$57 area

The daily RS analysis has risen sharply in the past three weeks, but is still below the key resistance at line c. A convincing move above this level is needed to confirm a bottom
The daily OBV is still below its long-term downtrend, line d, and shows no signs yet of a major bottom The WisdomTree Dreyfus Brazilian Real Fund (BZF) is a $500 million ETF that has an average volume of 140,000. It has an income yield of 5.9%, but paid a distribution of $3.24 in 2010.
The weekly chart shows that BZF has recently come quite close to its weekly support, line f, in the $27 area. The August low was $27.21 There is further support at $25.80, and a weekly close below this level would violate the uptrend The weekly OBV surged to the upside, as volume topped $9 million for one week in June

The daily OBV (not shown) is neutral
There is initial resistance now at $28.30-$28.50 with further in the $29.20-$29.45 area

What it Means: The large commitment to Brazilian markets by Japanese investors is interesting, as they tend to take a long-term view. If you believe that we are starting another recession, then emerging markets are likely to again bottom first. Of course, the emerging markets could go lower first.
Technically, equity ETFs should see a pullback back to the August lows, or lower, before a bottom can be formed. 
The WisdomTree Dreyfus Brazilian Real Fund (BZF) does look attractive at current levels, due to its healthy dividend and its closeness to long-term support.
How To Profit: For the WisdomTree Dreyfus Brazilian Real Fund (BZF), go long at $27.48 or better, with a stop at $25.68.

MarketWatch
The carry trade made the Brazilian real attractive to the Japanese, who could borrow at 0.1% in Japan and get 12.5% in Brazil.