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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

"Po, mas os caras ja estao sabendo de tudo! Que m.... de servico deinteligencia e' esse?" - o chefe da quadrilha, himself...

Vejamos:
1) o "Pô" é uma expressão corriqueira, de surpresa, estranhamento, ou descontentamento, aliás, compreensível, com todos esses vazamentos ocorrendo de uma hora para outra, aos trambolhões;
2) os "caras" são os jornalistas profissionais, do PIG, ou mesmo independentes ou puramente focados na matéria, sem ser vendidos, comprados, simpáticos à causa, ou simplesmente parte da imensa legião de adesistas anônimos, mercenários a soldo, legionários do partido totalitário e outros sabujos e serviçais do poder ou do dinheiro, que só publicam o que a quadrilha deseja;
3) "sabendo de tudo"? Nada! Isso é apenas uma pequena parte, e nem a mais importante, do imenso cipoal de roubos, rapinagens, ladroagens, falcatruas, assaltos, peculatos, extorsões, desvios, e outros crimes inqualificáveis (talvez até dois ou três assassinatos encomendados); vai ser difícil saber tudo, pois os mafiosos costumam levar para o túmulo (aliás merecido) o que sabem;
4) "Que m....!" é outra expressão corriqueira, mas que não fica elegante reproduzir por inteiro num blog recatado, refinado e educado como este; deixemos a expressão para que combina com ela, o guia genial dos povos, por exemplo;
5) o "serviço de inteligência" é o da ilha, onde o chefe da quadrilha aprendeu todas as suas técnicas, mas acontece que: (a) o chefe anda destreinado, tenso, descuidado; (b) a ilha já não é mais o que era, com essa falta terrível de recursos, que os companheiros procuram remediar, fazendo tráficos de algumas coisas, por exemplo, se der até gente; (c) depois que o chefe-consultor resolveu ganhar dinheiro, em lugar de retribuir o que devia, houve, como dizer?, certo abandono de antigos cuidados; afinal de contas todo aquele investimento serviu durante muito pouco tempo, pois o apressadinho começou a fazer c......
Bem, acho que isso explica a frase acima.
Paulo Roberto de Almeida 

Dirceu abriu filial de "consultoria" no endereço de dona de hotel no Panamá

O ex-presidente do PT, ex-chefe da Casa Civil de Lula e "companheiro de armas" de Dilma Roussef, possui uma filial da sua "consultoria" no Panamá, segundo informa neste domingo o jornal O Estado de S. Paulo. No Panamá, empresários de toda a América instalam empresas-laranjas e lavanderias. A filial de Zé Dirceu fica no mesmo endereço da empresa que controla o Hotel St. Peter, o mesmo que ofereceu emprego para ele. A rede se fecha. Leia tudo:

A JD registrou empresa no local da Truston, dona do St. Peter, que ofereceu ao ex-ministro emprego de R$ 20 mil; processo foi feito no escritório que oferece ‘laranjas’ para firmas estrangeiras

Andreza Matais e Fábio Fabrini

BRASÍLIA - José Dirceu abriu no Panamá uma filial de sua empresa de consultoria. Ela fica no mesmo endereço da Truston International, dona do hotel que ofereceu a ele emprego de R$ 20 mil no mês passado. A JD Assessoria e Consultoria registrou a filial em 2008, três anos depois de Dirceu ser apeado do governo em meio ao escândalo do mensalão, no escritório da Morgan & Morgan, que disponibiliza testas de ferro para milhares de firmas estrangeiras, como a Truston, no conhecido paraíso fiscal da América Central.

Na ocasião, Dirceu informou a um cartório brasileiro a constituição da filial, com endereço no 16.º andar da Torre MMG, na Cidade do Panamá, onde funciona a Morgan & Morgan. 

CLIQUE AQUI para saber mais. 
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Oposição quer detalhes de empresa de Dirceu no Panamá

Ex-ministro abriu filial de consultoria no mesmo endereço de empresa proprietária do Hotel St. Peter, que ofereceu emprego a ele

José Dirceu se entrega na sede da Polícia Federal, em São Paulo
José Dirceu se entrega na sede da Polícia Federal, em São Paulo (Ivan Pacheco)
O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), defendeu, em nota, investigação oficial sobre a consultoria do ex-ministro José Dirceu aberta no Panamá. Conforme revelou o jornal O Estado de S.Paulo neste domingo, o ex-ministro abriu, em 2008, uma filial da JD Assessoria e Consultoria no Panamá no mesmo endereço da Truston International, empresa dona do Hotel St. Peter.
O hotel ofereceu vaga de gerente administrativo para Dirceu, com salário de 20.000 reais, dez dias após ele ter sido preso pela condenação no esquema do mensalão. Dirceu cumpre pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
"As novas informações divulgadas sobre este condenado do mensalão deixam latente que ele operou de todas as formas e que ainda pode estar operando para sustentar aquele que é o maior escândalo desta República", disse Bueno. "Percebe-se que a cada dia surge uma nova descoberta daquilo que seria um grande 'laranjal' arquitetado em torno do mensalão. Isto é gravíssimo, o que exige das instituições, como Ministério Público, Polícia Federal, Receita Federal e Banco Central que se faça ampla investigação."
O hotel e a consultoria foram abertos no endereço onde está instalado o escritório de advocacia panamenho Morgan & Morgan, que oferece testas de ferro para a abertura das empresas no paraíso fiscal. O St. Peter, por exemplo, por um auxiliar administrativo e uma secretária do escritório que têm mais de 30.000 empresas registradas em seus nomes naquele país, conforme levantamento no Registro Público do Panamá.
Após o Jornal Nacional, da TV Globo, revelar a ligação do Morgan & Morgan com o hotel St. Peter, Dirceu desistiu do emprego. Segundo a assessoria do ex-ministro, a consultoria foi aberta, mas não prospectou nenhum negócio no Panamá.
A assessoria de Dirceu confirmou a abertura da filial no Panamá, mas afirmou que, apesar do registro formal, a iniciativa não prosperou, porque a JD Assessoria não teria prospectado negócios naquele país. Assim, nenhum serviço foi prestado por lá. Ainda segundo a assessoria do ex-ministro, a filial panamenha não tem nenhuma relação com esta empresa, sócia majoritária do hotel Saint Peter.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A boa vida de mensaleiros, quadrilheiros, bandidos, corruptos, criminosos comuns - Coronel do Blog

Reproduzo (a partir do blog do meu amigo e colega de combates democráticos, Orlando Tambosi), por concordar com o teor, a carta aberta enviada pelo amigo Coronel do Blog ao presidente do STF, Joaquim Barbosa, a respeito dos condenados do mensalão:

Excelentíssimo Senhor Ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF:

Venho por meio desta manifestar o integral apoio às suas decisões, mesmo as mais inusitadas, no julgamento do Mensalão criado pela quadrilha instalada no Partido dos Trabalhadores (PT).

Estamos, com a graça de Deus e a proteção da Justiça, chegando ao final do processo, tanto que o senhor, neste momento, emite pessoalmente os atos de prisão dos mensaleiros que roubaram os cofres públicos. Eis aí o motivo desta carta, que detalho a seguir.

Pessoalmente, tenho uma série de dúvidas a respeito do que significa o regime semiaberto e aberto, para além do significado ligeiro destes termos. E tenho absoluta certeza de que esta dúvida também está presente nos corações e mentes dos brasileiros decentes.

Fiquei assustado e profundamente decepcionado ao ouvir a declaração do mensaleiro Valdemar da Costa Neto, condenado a 7 anos e 10 meses de prisão, afirmando na imprensa que deseja ficar preso em Brasília, para poder exercer a liderança do Partido da República (PR), cargo onde cometeu o crime pelo qual está sendo condenado. Gostaria de saber se este apenado, gozando de regime semiaberto, poderá voltar livremente ao local onde comandou um esquema que recebeu dinheiro público, de forma ilegal.

Da mesma forma, foi chocante para os brasileiros ver o chefe da quadrilha do Mensalão, José Dirceu, às vésperas do julgamento dos embargos infringentes, fretar um jatinho e fechar um hotel de luxo, nas paradisíacas praias da Bahia, para afrontar o STF e a todos aqueles que lutaram para que ele pagasse pelos ilícitos cometidos. Este bandido condenado provou que possui vastos recursos, que é um homem riquíssimo, levando uma vida abastada com o resultado dos seus crimes. 

A dúvida é: no regime semiaberto, este chefe de quadrilha poderá organizar festas, saraus, sair para almoços em restaurantes de luxo, receber visitas de lobistas e outros corruptos que o cercam? Quais são as regras? O que pode e o que não pode, Senhor Ministro Joaquim Barbosa?

E sobre uma suposta falta de vagas, Senhor Ministro? Poderão estes réus mensaleiros, recém condenados, serem beneficiados por uma pretensa lotação dos presídios ou, para que possam ir dormir na cadeia, o juiz determinará a progressão de regime para outros presos mais antigos, que lá estão ocupando vagas, abrindo lugar para estes que estão chegando? Por Justiça, parece que esta seria a melhor decisão.

Em resumo, Ministro Joaquim Barbosa, o que os brasileiros desejam é que as ordens de prisão emitidas por Sua Excelência tragam respostas para todas estas dúvidas, obrigando os criminosos mensaleiros a cumprirem, efetivamente, as penas impostas pelo STF. Que não haja margem para chicanas e firulas, como o senhor, de forma indignada, apelidou as sucessivas postergações impostas por advogados espertos, com a conivência de ministros venais.

O Brasil não quer ver estes mensaleiros exercendo funções políticas, presentes em regabofes, organizando convescotes para afrontar a Lei, apenas indo pernoitar em celas luxuosas, em função do seu poder, prestígio e capital acumulado por meio de roubo de dinheiro público.

Assim sendo, Senhor Presidente, seja justo, transparente e detalhista. Não deixe margem para que estes bandidos possam cumprir as merecidas penas com um sorriso irônico nos lábios. O país já foi por demais afrontado. É hora do Brasil saber que existe Justiça e que ela vale para todos.

Atenciosamente

Coronel do Blog

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Um libelo contra a corrupcao, ou as voltas que o mundo da'...

Leiam atentamente o que vai abaixo:

A corrupção representa uma violação das relações de convivência civil, social, econômica e política, fundadas na equidade, na justiça, na transparência e na legalidade. A corrupção fere de morte a cidadania. Num país tomado pela corrupção, como o Brasil, o cidadão se sente desmoralizado porque se sabe roubado e impotente. Sabe-se impotente porque não tem a quem recorrer. Descobre que os representantes traem a confiabilidade do seu voto, que as autoridades ou são corruptas ou omissas e indiferentes à corrupção, que os próprios políticos honestos são impotentes e que a estrutura do poder é inerentemente corruptora.
Dessa impotência se firmam as noções de que “nada adianta” e de que no fundo “são todos iguais”. A fixação desses sentimentos representa o fim da cidadania, pois ela se baseia na participação ativa do indivíduo na luta por direitos e na cobrança e fiscalização do poder. Quanto mais agonizante a cidadania, mais ativa se torna a corrupção. O corrupto sente-se à vontade para se justificar e até para solicitar o aval eleitoral para continuar na vida política.
O poder no Brasil protege os corruptos. A estrutura do poder público é corruptora. Em paralelo, a estrutura fiscalizadora favorece a impunidade. Mas se a corrupção, sua proteção e a impunidade se tornaram estruturais, há uma vontade explícita de manter intacta a estrutura corruptora. Essa vontade se manifesta de várias formas. A principal é a falta de iniciativa das autoridades constituídas. Outra ocorre pelo bloqueio das mudanças institucionais e legais que visam a ampliar e aperfeiçoar os instrumentos de combate à corrupção. No Congresso, medidas de combate à corrupção e mudanças moralizadoras da Lei Eleitoral foram sistematicamente derrotadas pela maioria governista, com o apoio de chefes dos poderes superiores.

A sociedade já percebeu que a corrupção estrutural está albergada na falta de vontade de mudar e de punir e na vontade explícita de proteger. A racionalidade do cidadão não consegue compreender o porquê e o como de tantos casos de corrupção não resultarem em nenhuma prisão dos principais envolvidos. E porque a razão não consegue compreender essa medonha impunidade, o cidadão sente-se desmoralizado. A corrupção assume a condição de normalidade da vida política do país. A degradação e a ineficiência do poder público atingiram tão elevado grau que não se pode mais acreditar que, apesar de lentas, as mudanças virão.

Seu autor?
José Genoino, condenado por corrupção a muitos anos de cadeia, da qual tenta agora escapar, com a ajuda das mesmas autoridades que condenou moralmente acima.
Artigo: “A corrupção e morte da cidadania”
O Estado de S.Paulo, 29 de abril de 2000