O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador mudancas estruturais na economia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mudancas estruturais na economia. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 15 de julho de 2013

O Brasil em baixo crescimento estrutural: Persio Arida (Entrevista Estadao)

Em 2005 eu já comentava que o Brasil estava perfeitamente preparado para NÃO crescer, e aparentemente fui desmentido por vários anos de bonança chinesa. Agora que ela está acabando, os fatores que eu indicava neste artigo:

“Uma verdade inconveniente (ou sobre a impossibilidade de o Brasil crescer 5% ao ano)”, Brasília, 12 novembro 2006, 6 p. Disponível no site pessoal, link: www.pralmeida.org/05DocsPRA/1682VerdadeInconvTabs.pdf. Postado no blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com/2006/11/637-uma-verdade-inconveniente_11.html#links). Publicado em Via Política (Porto Alegre; 12.11; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=15) e, com pequenos ajustes de forma e o subtítulo “(ou: por que o Brasil não cresce 5% ao ano...)”, em Espaço Acadêmico (ano 6, nº 67, dezembro 2006; ISSN: 1519-6186; link: http://www.espacoacademico.com.br/067/67pra.htm). 

se revelam plenamente válidos. Difícil ser profeta fora do prazo.
Em todo caso, leiam a entrevista do economista Persio Arida ao Estadão deste domingo, 14/07/2013.
Paulo Roberto de Almeida

Pibinho 2013: Para economista Persio Arida, crescimento do PIB ficará em torno de 1,8%

Minúsculo: PIB deve fechar abaixo de 2% e envergonhar o Governo

'O BRASIL PRECISA DE MENOS INTERVENCIONISMO'
Economista defende mudança radical na condução da política econômica 

O economista Persio Arida, um dos mais respeitados do País, defende uma guinada radical na condução da economia e faz uma proposta para arrepiar os desenvolvimentistas: "Uma política mais decididamente liberal e menos intervencionista, mais pró-mercado". Diz que um país como Brasil, que cobra impostos como se fosse a Inglaterra, mas não investe quase nada como contrapartida, "está fazendo algo de muito errado". E mais: acha que o País perdeu seu potencial de crescimento.

A receita de Arida prega que o governo faça tudo ao contrário do que fez até agora: corte seus gastos, acabe com os subsídios a empresas privadas, segure os bancos públicos na concessão de crédito, procure acordos comerciais com os Estados Unidos, Europa e Ásia e esqueça o Mercosul.

Sócio do banco BTG Pactual, um dos pais do Plano Real (que estabilizou a economia em 1994) e estrela do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Arida fez oposição ao regime militar e foi preso nos anos 70. Aos 61 anos, diz ter ficado entusiasmado com as manifestações de junho, que acompanhou pelo noticiário e ao vivo da janela de seu escritório na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, palco de uma das passeatas. "Confesso que, dado o meu passado, fiquei com muita vontade de descer. Mas acabei achando que passei da idade para isso."

A seguir, os principais trechos da entrevista:


O dólar disparou, a economia está parando e a inflação continua alta. A economia desandou?

O Brasil enfrenta uma conjuntura internacional adversa, provocada pela desaceleração da China e pela normalização da taxa de juros dos Estados Unidos. O freio de arrumação chinês tem consequências na demanda por commodities, portanto, afeta os países emergentes. A economia americana, por sua vez, está em franca recuperação e a taxa de juros de longo prazo já está subindo. É natural que os capitais refluam para os Estados Unidos. Os efeitos desses movimentos no Brasil foram potencializados por uma economia que já vinha fraquejando há algum tempo. É lamentável constatar isso, mas nossa realidade hoje é de baixo crescimento estrutural. Os sinais são claros.


Quais são esses sinais?

O crescimento da massa salarial perdeu o vigor, a geração de novos empregos é cadente, o crédito em bancos privados como proporção do PIB (Produto Interno Bruto) já está constante há um ano. A expansão de crédito é feita pelos bancos públicos, que obviamente seguem uma orientação governamental. Isso é mais preocupante quando se leva em conta que a política fiscal é expansionista e a taxa de juros estava baixa. Significa que nem dando muito gás a economia está crescendo. 


O que está dando errado?

O potencial de crescimento reflete a situação do País, mas também as políticas macroeconômicas. Acho que o Brasil teria muito a se beneficiar de uma menor intervenção estatal na economia, de uma redução dramática do volume de subsídios às empresas, de uma contração fiscal. Ou seja, da redução do tamanho do Estado, tirando menos impostos da sociedade e gastando menos. A abertura comercial também ajudaria muito. Claro que há entraves diplomáticos, tem Mercosul etc. Mas acho que fazer acordos de livre comércio com os parceiros comerciais que importam, que são Estados Unidos, Europa e Ásia, seria mais produtivo do que insistir no caminho do Mercosul. 


Isso é o contrário do que vem acontecendo...

É o contrário da tendência dos últimos anos, com certeza. Mas é um caminho que o Brasil precisa percorrer. Pense nas manifestações de junho. Longe de mim querer simplificar esse fenômeno social complexo, mas a tônica foi a demanda por um Estado mais eficiente. Nosso Estado é grande, a começar pela carga tributária, a maior entre os países emergentes. Cobramos impostos como país desenvolvido e entregamos serviços públicos de país subdesenvolvido. 


O sr. chegou a participar das manifestações?

Cheguei a olhar, mas não desci (uma das passeatas passou em frente à sede do BTG, em São Paulo). Confesso que, dado o meu passado, fiquei com muita vontade de descer, mas achei que já tinha passado da idade para isso. Mas, olha, a população brasileira está mais madura para o debate orçamentário do que as pessoas pensam. O debate antes era muito centrado no déficit. Hoje se discute também a qualidade do gasto. Uma coisa é ter um déficit pequeno com o Estado gastando todo seu dinheiro em subsídios. Outra coisa é ter um déficit pequeno com o Estado gastando todo seu dinheiro em infraestrutura. As pessoas estão prestando atenção.


Os críticos do governo defendem a troca da equipe econômica, inclusive do ministro Guido Mantega. O sr. concorda com essa avaliação?

Não cabe a mim avaliar isso. Mas acho que uma política decididamente mais liberal e menos intervencionista, mais pró-mercado, certamente aumentaria nosso potencial de crescimento. Isso passa por uma agenda muito diferente da agenda desenvolvimentista. Por exemplo: o volume de crédito precisa diminuir dramaticamente, os subsídios do Tesouro, a empresas ou setores específicos, têm de diminuir. São coisas que parecem intuitivamente boas, mas na verdade são ruins. 


Como o governo pode lidar ao mesmo tempo com o grito das ruas por mais investimentos, a pressão dos investidores pela redução dos gastos públicos e as eleições do ano que vem?

A pressão da sociedade não é por mais gastos. É por mais investimento em infraestrutura e por melhor eficiência na saúde. O problema no sistema de saúde, assim como na educação, não é que se gaste pouco - é que se gasta mal. Com relação às pressões orçamentárias típicas de anos eleitorais, isso não é só uma sina brasileira, os governos geralmente ampliam gastos nesses períodos. 


Vários investidores se dizem apreensivos com o desarranjo das contas públicas e com o crescente desequilíbrio das contas externas. Corremos o risco de entrar novamente em crise?

A combinação de uma conjuntura internacional adversa com o fraco potencial de crescimento do Brasil mais os efeitos da antecipação do calendário político criaram um ambiente de incerteza muito grande. É claro que isso tem um efeito ruim sobre a atividade econômica. Você vê estrangeiros que vendem seus investimentos para repatriar capital, que é uma das forças que levaram o dólar a subir. Está todo mundo mais preocupado com seu emprego, com sua renda, em poupar um pouco mais. Tudo isso diminui a demanda agregada da economia. 


Mas podemos entrar em crise ou não?

Olhando os componentes de demanda agregada, o consumo vai se retrair, o investimento também, gastos de governo ao menos não vão se expandir. Só vão crescer as exportações líquidas, pelo efeito da taxa de câmbio. Será que o ganho das exportações compensará a queda de consumo e investimento? Acho que não, o que significa que o PIB vai crescer menos. É bom lembrar também que houve uma forte subida da taxa de juros. Acho difícil escapar à conclusão de que o Brasil vai crescer ainda menos. 


Muitos analistas entendem que o governo se perdeu na condução da política econômica. O sr. concorda?

Não sei se perdido é o termo correto. Mas certamente ele não teve eficácia nas suas tentativas. Os investimentos em infraestrutura, por exemplo. O governo anunciou as concessões de rodovias, voltou atrás, anunciou de novo, melhorou as condições... Claramente é um processo em que não há sintonia entre o que o governo está fazendo e o que os investidores procuram. Veja as mudanças do quadro regulatório. Algumas delas foram desastradamente implementadas, como no caso de energia elétrica. O efeito sobre os investidores é devastador.


Quanto isso afeta?

É difícil para um investidor estrangeiro achar que o caso da energia elétrica foi um caso isolado e não vai se repetir em outras concessões. Qualquer que tenha sido a intenção original, o efeito é aumentar a incerteza sobre a economia brasileira. É ruim porque o que o Brasil mais precisa hoje é atrair capitais privados para infraestrutura. O País tem duas rotas de crescimento óbvias e ambas requerem mudanças na política estatal: uma é criar condições regulatórias para atrair capital privado para infraestrutura; a outra é diminuir o tamanho do Estado. É preciso ser duro na política fiscal para baixar juros. A gente tem de viabilizar inflação baixa e taxas de juros baixa. Os dois. 


Houve leniência com a inflação?

É fácil analisar depois. Na prática, desde que o sistema de metas foi anunciado, a inflação tem ficado muito mais acima da meta do que abaixo dela. De 1999 para cá, esse é o padrão, o que sugere que o Banco Central dos últimos três presidentes foi menos duro do que poderia ter sido na política monetária. Mas isso não é novo. O novo é a inflação ficar batendo no topo por tanto tempo e o fato de que as expectativas de inflação estão, digamos, desancoradas. Nesse sentido a situação é pior do que antes.


Por quê?

Antes, a inflação subia, mas, no longo prazo, as pessoas achavam que ela ia voltar para a meta. Agora, a inflação subiu e as pessoas não acham que vai voltar. Tão grave quanto ter deixado a inflação chegar no topo foi ter deixado as expectativas decolarem e ficarem desancoradas. Isso vai fazer o trabalho de trazer para a meta muito mais difícil do que poderia ter sido. Aliás, acho que a meta de 4,5% é muito elevada. O ideal seria baixar.


Agora? Para quanto?

Agora, não. Mais para a frente. O ideal seria fixar uma meta mais realista, 3% e agir de forma a efetivamente garanti-la.


Dois anos atrás o sr. foi o primeiro economista de peso a defender a redução dos juros...

Continuo gostando de juros baixos. Mas é preciso avaliar o contexto. Quando a política fiscal é muito expansionista, a taxa de juros tem de ser alta, para manter a inflação sob controle. Ou então é melhor desistir de manter a inflação sob controle - não tem mágica. A maneira de explorar ao máximo o potencial de crescimento da economia brasileira é viabilizar a taxa de juros baixa. Só que não pode ter inflação. 


Mas esse é o problema...

O ponto é que o Brasil precisa reduzir o custo de capital para crescer. Mas como ter taxa de juros e inflação baixas? O segredo é só um. Cortar gastos públicos, diminuir impostos e abrir a economia. Um País como o nosso, que arrecada 36% do PIB, uma taxação inglesa, e investe só 0,5% do PIB, está fazendo algo de muito errado. 


O governo parece convencido disso?

Várias medidas necessárias dependem de vontade política. A mais óbvia é mudar a lei de indexação do salário mínimo. É uma excrescência: o mínimo sobe automaticamente com o PIB, em termos reais. Quem ganha salário mínimo merece ter aumento real, é obvio que sim. Mas o problema não é esse. É que ele é piso para todas as negociações sindicais. A economia funciona como se tivesse choques de salário real e indexa as aposentadorias. Quando o País cresce, o valor real das aposentadorias do setor público cresce também. 


Mas isso é ruim?

O Brasil é o único país que conheço no mundo que dá compulsoriamente aumento real de pensão para aposentados. No fundo, está tirando renda dos segmentos ativos da sociedade e transferindo para os aposentados. Todo mundo tem o direito de se aposentar e ter uma boa renda. Mas ter aumentos reais automaticamente num país carente como o nosso? Reduzir o valor real das aposentadorias seria injusto, mas dar aumento automático também é injusto com os outros que trabalham.


Com que taxa de juros o sr. está trabalhando?

Eu acho que o nível de atividade vai surpreender para baixo, a inflação também, e a taxa de juros vai ter de subir menos do que se imagina. Algo entre 9,5% e 10% no máximo.


O sr. está imaginando uma recessão no Brasil?

Recessão, tecnicamente, tem muitas definições diferentes. Com certeza vamos crescer abaixo de 2%. Algo em torno de 1,8%.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

AInda o tal de debate sobre a desindustrializacao do Brasil


4

A desindustrialização no Brasil

Por Luiz Carlos Mendonça de Barros
Volto ao tema da desindustrialização que estaria ocorrendo no Brasil e que aparece com frequência na imprensa brasileira. Entende-se esse fenômeno como a redução estrutural da participação da indústria no PIB em função do crescimento das importações. O real forte seria o grande culpado segundo as lideranças empresariais e alguns membros do governo.
Em um primeiro momento o governo tentou enfraquecer o real via compras maciças de dólares no mercado de câmbio e a introdução de um IOF na entrada de recursos financeiros de curto prazo. Mais recentemente, atravessou uma fronteira perigosa - e que tinha sido evitada até agora - ao passar a cobrar o IOF nas operações de derivativos cambiais. Apesar de todas essas intervenções nossa moeda continua como uma das mais valorizadas no mundo emergente, o que tem provocado ranger de dentes em Brasília.
Na última quinta feira o governo resolveu ampliar sua intervenção e decretou um brutal aumento do imposto de importações de automóveis - mascarado por um novo IPI seletivo - na primeira medida direta para reduzir as pressões dos produtos importados. O primeiro alvo nesta nova escalada foi o setor automobilístico que sofre uma concorrência vigorosa de produtos importados. Certamente a influência política dos sindicatos dos metalúrgicos, principalmente do ABC, está por trás dessa escolha. Afinal eles conseguiram generosos aumentos na última rodada de dissídios coletivos e as empresas precisam de espaço para absorver, via preços, esse aumento de custo.
Sem um entendimento correto das causas de um problema nunca chegaremos a sua solução
Outros setores da indústria de transformação a partir de agora vão demandar tratamento semelhante e corremos o risco - principalmente o cidadão consumidor - de uma rodada importante de fechamento via impostos de nossa economia, revertendo a tendência dos anos Lula.
O leitor do Valor sabe que não concordo com a análise simplista de que os problemas que enfrentamos hoje são criados, majoritariamente, pelas importações. Como escrevi em coluna recente neste jornal as causas são mais profundas e complexas e estão associadas às questões micro econômicas internas, como sistema tributário, regras salariais e custos de logística. Mas a medida do aumento diferenciado do IPI mostra que o governo resolveu agir de acordo com suas convicções e caminhar firme na direção da restrição direta às importações. E elas se aproximam muito da política do regime militar, quando Delfim Netto era ministro todo poderoso do governo. Aliás, fala-se muito hoje de sua volta ao centro das decisões econômicas no governo Dilma.
Vou me valer de dois ensinamentos que trago dos meus tempos de estudante de engenharia na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para continuar minhas reflexões sobre este tema. O primeiro deles, que aprendi com um professor de Física ainda no começo de meus estudos, diz que contra fatos concretos não há argumentos. Por isso, se entendemos a desindustrialização apenas como a redução da participação da atividade industrial no PIB brasileiro e, se olharmos para o passado longínquo do regime militar como período de referência, estamos diante de um fato inquestionável e assustador.
Nos estertores do regime militar a indústria chegou a representar, em termos nominais, 48% do PIB. Com o colapso do modelo da ditadura e a aceleração da inflação a partir da década dos oitenta do século passado a indústria chegou a 28% do PIB às vésperas do Plano Real. Com a estabilização da economia nos anos FHC tivemos uma pequena recuperação da indústria, que alcançou a marca de 30% do PIB na passagem do governo ao presidente Lula. Hoje essa relação voltou a cair e chegou a 26% do PIB no início do governo Dilma. Não por outra razão temos ainda saudosistas do período militar, quando as restrições draconianas às importações fizeram com que a indústria brasileira chegasse a representar quase metade do PIB. Esse número só foi atingido pela União Soviética na segunda metade do século passado, o que não me parece uma boa referência tanto econômica como política.
Mas a que custo foi conseguido esse resultado no Brasil? Quantos anos de sacrifício foram necessários para purgar os projetos industriais sem viabilidade que formaram a base desta estrutura industrial artificial? Vamos impor ao consumidor brasileiro novamente os custos de um sistema micro econômico ineficiente e impossível de ser mantido no mundo de hoje?
Por ter vivido intensamente esse período de ajustes - inclusive como diretor do Banco Central - é que me assustam esses movimentos recentes do governo. E trago aqui o segundo ensinamento dos meus anos de politécnico: "sem um entendimento correto das causas de um problema nunca chegaremos a sua solução".
E, no caso da perda de musculatura de nossa indústria, a forma como o governo e parte importante da liderança empresarial pretende enfrentar suas causas é um exemplo dessa armadilha. Restringir as importações pela imposição de novas barreiras tarifárias é não tratar das causas corretas além de interromper um caminho de integração de nossas cadeias produtivas que nos levam a uma economia mais eficiente.
Luiz Carlos Mendonça de Barros, engenheiro e economista, é diretor-estrategista da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações. Escreve mensalmente às segundas.