Do arco e flecha à vacina: uma evolução pouco evolutiva
Paulo Roberto de Almeida
A evolução da guerra: espadas, lanças e escudos; catapultas; arqueiros e lanceiros; cavaleiros; armaduras; castelos; canhões; cavalaria, infantaria; mais canhões; metralhadoras; canhoneiras, tanques; aviões; porta-aviões; bombardeiros; foguetes; bombas atômicas; mísseis; drones…
Tem espaço para algum manifesto incendiário? Algum Mein Kampf, por exemplo?
Ou apenas algum outro que proclame a luta de classes? Até a extinção de todas as classes?
Até que ponto, ou em quais condições, ideias são capazes de matar?
Algumas armas são mais sutis, como o humor, por exemplo, ou o escárnio…
Estaria bem um duelo entre Shakespeare e Machado de Assis? Ou entre Verdi e Wagner?
Que tal uma corrida de cem metros entre Schopenhauer e Nietszche?
Ou uma competição entre Marx e Epicuro sobre como fazer da humanidade um lugar menos desumano?
Quem sabe um concurso literário entre Adam Smith e John Maynard para tornar a economia política menos lúgubre?
E assim chegamos à corrida das vacinas, na qual supostamente todos estariam engajados para o bem dos indivíduos e a felicidade geral da nação.
Mas, não: sempre aparece algum psicopata negacionista que recusa uma prescrição tão simples quanto eficaz.
Assim marcha a humanidade…
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 27/10/2021