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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Artista belga na exposição “Caipiras: das derrubadas à saudade” - Patrimônio Belga no Brasil

 Como considero a Bélgica minha segunda pátria – mesmo se eu não acredito em pátrias, sendo um simples cidadão do mundo – tenho o prazer de postar esta informação aqui, e tentar visitar essa exposição em SP assim que for possível. PRA


Artista belga na exposição “Caipiras: das derrubadas à saudade”

A Pinacoteca de São Paulo (@pinacotecasp) abriu uma nova exposição no último dia 23 de novembro que, a partir de 70 obras de 35 artistas diferentes, produzidas entre 1840 e 1940, traça um painel histórico da construção do caipira na arte. São três salas com pinturas que nos mostram esse personagem, seus antecedentes e suas relações com a natureza e a vida cotidiana. Segundo o diretor-geral da Pinacoteca, Jochen Volz, “elas fazem parte do movimento do Realismo que buscava uma arte nacional ao representar pessoas comuns e seus cotidianos, rompendo com uma arte da corte”.  Para o curador Yuri Quevedo (@yuriquevedo), a identidade caipira existe até hoje e “resiste no tempo e na memória do presente ... resiste na saudade”.

Entre várias obras do conhecido pintor Almeida Júnior, encontra-se uma pintura do artista belga Adrien van Emelen (1868 – 1943), Caipira picando fumo, provavelmente pintada entre 1920 e 1943, época em que viveu em São Paulo, migrando da Bélgica com a sua família, na busca de melhores condições de vida após a primeira guerra mundial.



A história de van Emelen foi exaustivamente estudada, em arquivos belgas, britânicos e brasileiros pelo pesquisador Marc Storms que, em 2018 publicou o livro “Ad. H. van Emelen: A trajetória de um artista belga em São Paulo". No catálogo da exposição as professoras Aline Montenegro Magalhães e Solange Ferraz de Lima, citam várias vezes o livro e nos convidam a explorar mais as obras desse artista que, embora tenha várias obras expostas e guardadas em museus e centros culturais das cidades de São Paulo, Santos e Itu, ainda é pouco conhecido.

Se você se interessa por arte, não perca a exposição que fica em cartaz até 13 de abril de 2025, na Praça da Luz, 02, em São Paulo E, podem adquirir o livro “Ad. H. van Emelen: A trajetória de um artista belga em São Paulo" por meio do link http://www.belgianclub.com.br/pt-br/content/comprar-livros




Boa leitura! Boa exposição!

terça-feira, 11 de junho de 2024

Patrimônio belga no Brasil - pesquisa de Marc Storms

 

Esta pesquisa iniciou-se, em 28 de maio de 2024, fruto de uma consulta sobre cidadania entre uma pessoa que mora em Itapema, SC e Daniel Hostins, sócio da Associação Ilha Belga. Daniel é um grande pesquisador genealógico sobre os descendentes belgas no Vale do Itajaí, SC. Ela é descendente do belga Joannes De Backer que imigrou, segunda suas informações, para a Colônia Blumenau, SC, em 1889, com 7 filhos. Como Marc Storms, também pesquisador, entre outros temas das relações entre a Bélgica e o Brasil, sobre a imigração belga ao país, Daniel compartilhou o acontecimento e, juntos, começamos a pesquisar e organizar as informações. Logo percebemos que a família De Backer migrou com muitos outros belgas ao Brasil.


 
No dia 24 de dezembro de 1888 chegou, no porto do Rio de Janeiro, o vapor Kronprinz Friedrich Wilhelm. O barco saiu de Hamburgo (Alemanha), parou nos portos de Bremen (Alemanha), Antuérpia (Bélgica), Teixeira e na Ilha de São Miguel (Açores). No Brasil, desembarcou provavelmente em Salvador, na Bahia, e depois do Rio de Janeiro, em Santos, SP.
A lista de bordo encontra-se no Arquivo Nacional no Rio de Janeiro (BR RJANRIO OL.0.RPV, PRJ.3750) e consta que, no traslado, não houve mortos. Na verdade, são duas listas. Em uma delas está anotada “Emigranten” e possui 463 nomes divididos em 3 partesFrom Antwerp to Minas Gerais com 182; From São Miguel to Minas Gerais com 79 e From São Miguel to Rio de Janeiro com 202. A outra lista contém 391 nomes dos quais alguns são riscados, que ainda não sabemos a razão. Por exemplo, das três pessoas que embarcaram em Antwerpen, os nomes de Adolf Loontjes de 28 anos e Desiré Cannie de 53 anos estão legíveis e um outro foi riscado.
As listas proporcionam as seguintes informações: No (número), Pass, Names (nome e sobrenome), Age (idade), Profession (profissão) e Baggage (número de malas). Não há detalhes quanto à nacionalidade dos passageiros.
Segundo os jornais belgas Vooruit e La Meuse de 1 de dezembro de 1888, havia 186 migrantes belgas no vapor. Alguns eram de Antuérpia e arredores como das localidades de Borgerhout, Oorderen, Kalmthout, Ekeren, Wilmarsdonk, Stabroek, Putte, Oostmalle. Outros da cidade de Kessel-Lo, Gent/ Flandres Oriental e da região Vâlonia. A maioria era de camponeses e camponesas. A notícia menciona que o barco saiu no dia 30 de novembro de 1888 do porto de Antuérpia e o nome do capitão era Miecke.
 



O traslado com vapor era relativamente rápido, demorando menos que um mês. O barco, um brigue com velas, no qual chegaram, em 1844, os colonos belgas com destino à Ilhota (SC), precisou de 67 dias para fazer o traslado entre os portos de Oostende, na Bélgica, e o Rio de Janeiro.
O Jornal do Commercio (RJ) (Ano 1888\Edição 00363) menciona um número de migrantes belgas mais alto: cerca de 200.
  


Há dúvidas em relação à menção nos jornais belgas sobre o total de 186 emigrantes belgas. Poderia ser que, dos 184 nomes mencionados como embarcados em Antuérpia, nem todos fossem de nacionalidade belga. E poderia ser também que, alguns belgas embarcaram em outro porto que não Antuérpia. Mas duvidamos que tenha havido cerca de 200 como mencionou o jornal brasileiro.
O vapor voltou para a Lisboa, Antuérpia e Bremen no dia 10 de janeiro de 1889 com escalas pelo Rio e Bahia informou o Correio Paulistano de 30.12.1888.

Jornal do Commercio mencionou que os imigrantes foram recebidos na Ilha das Flores.
A proibição do tráfico de escravos em 1850 e o desenvolvimento das lavouras de café que necessitava de mão de obra, somada à preocupação de povoar as grandes regiões no sul do Brasil para resguardar fronteiras, fizeram que fossem criadas no Brasil durante o século 19, grosso modo, dois sistemas de migração. O chamado de parceira, onde os imigrantes eram contratados pelos proprietários das fazendas de café que arcavam com a passagem de navio, o deslocamento do porto até a fazenda e a hospedagem. Deste modo, os imigrantes chegavam ao destino endividados e sem poder obter a sonhada propriedade da terra. Eles não podiam abandonar a fazenda enquanto não pagassem o que deviam. Já no sul do Brasil foi aplicado o sistema de colonato. A vinda de imigrantes era assumida pelos governos provinciais. Assim, o imigrante não vinha endividado e recebia uma remuneração mensal ou anual, podia plantar alimentos para sua subsistência e estava livre para deixar a propriedade.

Em 1883, para administrar o grande fluxo de imigrantes, a Inspetoria Geral de Terras e Colonização adquiriu a Ilha das Flores, perto da então capital do Rio de Janeiro. Com a construção de um grande galpão, capaz de abrigar 1.000 indivíduos de uma só vez, a Ilha das Flores se converteu em local de registro, controle médico-sanitário e encaminhamento dos imigrantes para os lugares de destino. No mesmo ano foi ordenado que, depois de desembarcar no Porto do Rio de Janeiro, todos os passageiros vindos de portos estrangeiros em 3ª classe deveriam ser imediatamente transportados, com as suas respectivas bagagens, até a Ilha das Flores, onde seriam acolhidos gratuitamente até no máximo de oito dias.
No Escritório da Diretoria da Hospedaria, o escrivão realizava o registro dos imigrantes em livros, nos quais se anotavam a procedência, o nome do navio, a data de entrada, o nome, a idade, o estado civil, a nacionalidade e a profissão de cada um.

O website do Centro de Memória da Imigração da Ilha das Flores nos indicou o caminho para achar os livros de registro de imigrantes. Estes são organizados por ano e contém as seguintes informações: data de entrada, local de embarque, nome do vapor, nome, nacionalidade, data de saída da hospedaria e local de destino. Todos os livros são digitalizados e disponíveis para consulta online no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN). No nosso caso, trata-se do dossiê BR RJANRIO OB.0.EPE, HIF.33 que registrou as entradas entre 22/11/1888 e 14/1/1889. Nas páginas 219 até 224 estão anotados, começando com o n° 29940 até 30122, 183 migrantes belgas.
 
Assim foi possível confirmar que todos as pessoas que embarcaram em Antuérpia tinham a nacionalidade belga. No registro da Hospedaria não aparece o nome da Maria Maes de 14 anos. Por isso há uma diferença de um nome entre o registro e a lista de bordo. Também é curioso que o nome de Maria Maes aparece duas vezes na lista de bordo, uma vez com 38 anos, outra com 14. Provavelmente o escrivão da lista de bordo errou. No FamilySearch consta que Anna Catharina Maes, nascida Van Gool, era a esposa de Johann Maes e a mãe de Maria, além de Franciscus, Elisabeth e Leonie. Fica o enigma porque o nome da Maria Maes de 14 anos não foi anotado. Temos certeza de que ela emigrou porque casou-se em 1897, em Jaraguá do Sul, na época distrito de Joinville, onde faleceu e foi enterrada em 1955. Na sua certidão de casamento, consta Catarina como nome da mãe.
 
Além da nacionalidade, o registro da Hospedaria informa os destinos dos migrantes. Assim sabemos que 57 tinham como destino Desterro (atual Florianópolis, SC), 55 Juiz de Fora (MG), 39 Cordeiro (RJ), 17 São Paulo (SP), 8 Socego (?), 6 Corte (a então capital Rio de Janeiro) e um nome de destino inelegível. Os destinos registrados são mais diversos que a anotação na lista de bordo From Antwerp to Minas Gerais.
 
A partir dos dados registrados, nós examinamos os nomes e consultamos intensivamente o site do FamilySearch e o banco de nomes do Arquivo Nacional da Bélgica. Como os nomes estão escritos a mão, tivemos grandes dificuldades para entender alguns.
Eram 48 solteiros, quase todos do sexo masculino, 4 casais com 1 filho, 3 com 2 filhos, 6 com 3 filhos, 4 com 4 filhos, 1 com 5 filhos, 3 com 6 filhos e 3 com 7 filhos.
Algumas famílias provavelmente se conheciam porque vieram do mesmo lugar, como as famílias Stael e Debacker que saíram de Wilmarsdonk, no norte de Antuérpia, mas não migraram para o mesmo lugar no Brasil. Maria Stael, nascida Dierckx faleceu em Cantagalo, RJ. Joannes Debacker e sua filha Mathildis faleceram no Rio dos Cedros, SC. Outro filho, Felix Debakcer, casou-se em 1915 em Jaraguá do Sul, SC. Outras famílias vieram de lugares próximos como as cidades Gelrode, Wezemaal, Kortrijk-Dutsel, Wilsele e Korbeek-Lo.
No processo, tomamos conhecimento de dois irmãos, Jan Baptist e Franciscus de Palmenaer com suas famílias de 7 e respectivamente 6 filhos que migraram de Uitbergen, Berlare em Flandres Oriental, para o Brasil. Esses sim, tinham o mesmo destino: Cordeiro.

Das cidades mencionadas nos jornais belgas: Borgerhout, Oorderen, Kalmthout, Ekeren, Stabroek, Putte, Oostmalle, Gent ou da região Vâlonia, não encontramos evidências.

Há poucas menções dos lugares onde falecerem esses emigrantes, e não temos certeza de que todos se estabeleceram na região do destino mencionado no registro. Pode ter havido também, migração dentro do Brasil. Há, por exemplo, evidência de pessoas com destino para Juiz de Fora ou Cordeiro que faleceram em Jaraguá do Sul ou Rio dos Cedros.
Alguns desses migrantes voltaram para a Bélgica. A grande família de Eduard Peers casado com Juliana Vercruyse e 7 filhos voltou logo para a Bélgica. Há um registro da filha Josephine Joanna que nasceu em 15 de dezembro de 1890 em Gent. Na mesma cidade, faleceu Eduard em data desconhecida e casou-se Marie Peers em 1903. E há o caso de Remi[gues] Ghekiere que voltou em data desconhecida e casou-se em 1910 em Liège. Outros membros da família Ghekiere ficaram no Brasil. Há prova que a irmã mais velha, Emma, faleceu em Jacarepaguá em 1953 e que seu irmão Jules se casou em 1947 no Rio de Janeiro.
 


No dia 19 de julho de 1889 apareceu no jornal belga Het Handelsblad e no dia seguinte no jornal Vooruit uma nota oficial do governo da província de Antuérpia, Bélgica dizendo que a situação dos belgas que migraram para o Brasil era péssima. Muitos compatriotas não receberam, na chegada, as prometidas casas, nem suas terras em Minas Gerais ou na província do Rio de Janeiro. Além disso, a febre amarela matou mais que a metade da colônia belga. Por isso, o governo alertou que migração em massa, nunca se repetiria.
Será essa notícia a razão pela qual, nos traslados do mesmo vapor Kronprinz Friedrich Wilhelm nos anos de 1889 e 1990 quase não houve emigrantes belgas? Ou a causa foram as turbulências e incertezas no início da Proclamação da República em 1889?

Alguns descendentes desses belgas que chegaram no fim do ano de 1888 foram homenageados no Brasil. Por exemplo, em Joinville, no Estado de Santa Catarina, há um Centro de Educação Infantil Jorge Luiz Vanderwegen, há ruas Verbinen em Jaraguá do Sul, Guaramirim e Araquari, rua Pedro Francisco Debacker – Padre Ulrico em Francisco Beltrão, PR. Achamos também a rua Maria Stael em Caxambu, MG e outra rua Maria Stael de Medeiros Teixeria em Cachoeiro de Itapemirim, ES. A mesma cidade tem uma Escola Municipal Maria Stael de Medeiros Teixeria. E existe a rua Charles Robert Symons em Pedreira, SP. Esses dados ainda necessitam de mais pesquisa.



Se os sobrenomes Broucard, Debacker, de Palmenaer, Deukens, Duquesne, Elearts, Ghyselens, Geeraerts, Groguard, Hoef, Honore, Houreau, Huyghe, Jacobs, Janssens, Kegels, Maes, Matthysen, Maurissen, Mertens, Morisot, Narroy, Peeters, Peiron, Rogiers, Stael, Symons, Turco, Vanbrokhoven, Vandenwyngaert, Vandermolen, Vandervelde, Vanderwegen, Vanhamme, Verbinnen, Vercammen ou Willaert, ou suas possíveis versões abrasileiradas, são conhecidos, por favor entre em contato, para aprofundarmos a pesquisa sobre a ainda pouco conhecida migração belga para o Brasil.
 
Marc Storms, marc.storms@gmail.com, São Paulo, 10 de junho de 2024
 
Fontes:



terça-feira, 7 de junho de 2022

A Colônia Belga e seus Descendentes no Vale do Itajaí: exposição em Ilhota, SC: até novembro 2022

 

 

“O povo que perde a noção de seu passado, isto é, da sua história, das suas crenças, dos seus ideais, perde a sua alma e está fadado à decadência e ao desaparecimento” - Migrante belga Gustavo Lebon, 1845 

Após muitos anos de pesquisas documentais e iconográficas no Brasil e na Bélgica, intercâmbios com historiadoras catarinenses e belgas e muita mobilização das famílias descendentes no Vale do Itajaí, será aberta a exposição "A Colônia Belga e seus Descendentes no Vale do Itajaí" que ficará em cartaz de 13 de junho até 27 de novembro de 2022, de segunda-feira até sexta-feira das 8h às 12h e das 13h às 17h, no Casarão Belga, Rua Ricardo Paulino Maes 257 em Ilhota, com entrada grátis.

Como sabemos, embora o Brasil seja um país de imigrantes, a imigração belga é pouco conhecida. Mas fruto de um trabalho conjunto, hoje sabemos que em 24 de agosto de 1844, 114 pessoas (agricultoras, trabalhadores jornaleiros, donas de casa, artesãos e alguns sem profissão), a maioria de origem da região flamenga, partiram rumo a Santa Catarina no barco belga “Jean van Eyck” que partiu do porto de Oostende e chegou ao Rio de Janeiro depois de 67 dias.

A razão dessa migração é que nessa época a Bélgica era um país recentemente independente, em plena transformação de uma economia agrícola para a mecanizada. Com as consequências sociais da revolução industrial, sofria com a pobreza, com uma zona rural superpovoada e alta migração para as cidades em busca de trabalho, onde a única opção era viver em cortiços. De um terço à metade da população das províncias Flandres Ocidental e Oriental, na década de 1840, foi obrigada a mendigar ou pedir ajuda do governo para sua sobrevivência. Somou-se a isso, as epidemias de tifo em 1847-1848 e a de cólera, em 1848-1849 que causaram muitas mortes. Devido a essa situação, muitas pessoas optaram por migrar para vários países na busca por trabalho e melhores condições de vida. Estima-se que, entre 1847 e 1914, 5.000 pessoas se mudaram para o Brasil e 23.000 para a Argentina. 

O personagem central da colonização belga em Santa Catarina foi o belga Charles Maximilien Louis Van Lede nascido em Bruges em 1801 e falecido na mesma cidade em 1875. No fim de 1841, a serviço da Sociedade Comercial de Bruges e proprietário da Companhia Belgo-Brasileira de Colonização, ele veio para o Brasil com a ideia de um grande projeto colonizador e para avaliar o solo e as florestas catarinenses para a exploração de ferro, carvão e outros minérios. 

Desta maneira, em novembro de 1844 foi iniciada uma das primeiras colônias belgas no Brasil e no Vale do Itajaí, em Ilhota. As famílias plantavam batata e uma dúvida até hoje é se elas teriam trazido as mudas da Bélgica Plantavam também mandioca, cana de açúcar, arroz e milho, alimentos até então desconhecidos na época no seu país. Essas famílias sofreram com a árdua travessia no Atlântico - e há quem diga que até ataque de piratas – com a mata, as doenças e as inúmeras enchentes do Rio Itajaí.

Mas os descendentes sobreviveram e possuem hoje muitas memórias, algumas delas compartilhadas em vídeo depoimentos que são parte da exposição. Continuam animados para recuperar as suas origens, relembrar tradições dos antepassados, construir quebra cabeças que são as árvores genealógicas, muito felizes de valorizar as suas raízes. Não existem muitos vestígios materiais dessa imigração, mas ela está presente e pode ser comprovada ao caminharmos pelas inúmeras ruas e avenidas do Vale do Itajaí que possuem sobrenomes belgas, tais como: Maes, Hostin, Maba, Castellain, Vilain, Conink, Gevaerd, Sutter, Wan-Dall...

A exposição conta com a curadoria de Marc Storms, como coordenador do "Patrimônio belga no Brasil” e foi produzida com a Associação Ilha Belga. Ela conta com o efetivo apoio do Embaixador da Bélgica, Sr. Patrick Herman, o Cônsul Geral da Bélgica para São Paulo e região Sul, Sr. Matthieu Branders, o Cônsul Sr. Thomas Maes e o Sr. Jeroen Servaes, Cônsul Honorário em Florianópolis (SC). Foi patrocinada por empresas belgas sediadas no Brasil, Bekaert Deslee, Impextraco e Parafix, por meio de projeto aprovado pela Lei Rouanet.

A exposição será doada à Associação Ilha Belga de Ilhota para que continue o trabalho de divulgação, podendo ser montada integral ou parcialmente em outras cidades da região do vale Europeu, no Estado de Santa Catarina e em outros estados brasileiros. 

Para quem não passar por Ilhota até novembro, a exposição poderá ser visitada digitalmente, por meio de textos, áudios e vídeos: Exposição "Colônia Belga e seus Descendentes no Vale do Itajaí". Acompanhe os nossos boletins para saber mais sobre a atividade de abertura  dia 10 de junho e os desdobramentos das atividades educativas!

 

Ótimo presente! 

Presenteie você mesmo ou os seus entes queridos com o livro Sabores Belgas no Brasil. São 128 páginas de diversão e apetite, onde você aprenderá tudo sobre o chocolate belga, as waffles e batatas fritas, bem como quantas diferentes cervejas a Bélgica produz. O livro contém entrevistas com 10 chefs belgas que mexem as suas panelas no Brasil e um capítulo sobre as saudades dos belgas que vivem no Brasil. Um presente ricamente ilustrado para abrir apetites e conhecimentos, por apenas R$ 70,00, com frete incluído no Brasil.

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Empresas belgas deixaram e ainda deixam traços materiais de suas atividades e criatividade no Brasil. Referimos-nos, entre outros, à pontes, estradas de ferro, estações e material rodante ferroviário, ladrilhos e azulejos, vitrais e esculturas.

Um inventário dessa herança histórica está sendo criado e pode ser visto no site http://www.belgianclub.com.br. Novas descobertas estão constantemente sendo incluídas no site.
Esta iniciativa tem sido apoiada por trabalho voluntário como por exemplo traduções, edições de textos e fotografias, e patrocinadores. Gostaríamos muito de contarmos, em breve, com o nome e logotipo da sua empresa no site. Mais e detalhadas explicações sobre nossa política de patrocínio podem ser encontradas na página http://www.belgianclub.com.br/pt-br/patrocinador.