O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador punição para a Rússia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador punição para a Rússia. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, pede punição para a Rússia na ONU e diz que não se pode 'confiar no mal' (G1)

O presidente Volodymyr Zelensky discursou na Assembleia da ONU nesta terça-feira (19).

Essa é a primeira vez desde o começo da guerra no país dele que Zelensky foi presencialmente a Nova York para participar do encontro. Em 2022, ele participou remotamente.

A Ucrânia foi invadida militarmente pela Rússia em fevereiro do ano passado.

Ele se apresentou com uma camisa verde-musgo no plenário, diferentemente dos outros líderes de Estado de países do Ocidente, que foram de terno.

Guerra final

O ucraniano reclamou do fato da Rússia ainda ter armas nucleares. A Ucrânia se desfez do arsenal durante os anos 1990. "A Ucrânia abriu mão de seu arsenal nuclear, e o mundo decidiu que a Rússia deveria manter o seu. Terroristas não têm direito de ter armas nuclear", afirmou. 

Ele afirmou que, por causa do armamento nuclear, cada guerra pode ser "a última guerra", ou seja, pode haver uma destruição muito grande.

Ele então começou a criticar a Rússia por usar a falta de comida como arma de guerra: "Os portos ucranianos foram bloqueados e são alvos de mísseis e drones. É uma tentativa da Rússia de usar a falta de comida no mercado global como arma".

Ele disse que os russos também usam a energia como arma: "O mundo testemunhou a Rússia usar óleo e gás para enfraquecer líderes de outros países. E agora essa ameaça é ainda maior. A Rússia está usando energia nuclear como arma, está tornando usinas de energia de outros países como bombas. Veja o que eles fizeram com a nossa usina de Zapozhizhia", afirmou. A região da usina foi ocupada por forças russas.

Mandado de prisão Putin no TPI

Ele ainda reclamou da deportação de crianças da Ucrânia para a Rússia –centenas de milhares de crianças foram raptadas pela Rússia nos territórios ocupados, disse ele.

"O Tribunal Penal Internacional deu uma ordem de prisão para Vladirmir Putin, o presidente da Rússia, por causa desses crimes. Tentamos trazer as crianças de volta, mas o tempo está passando. O que acontecerá com elas? Essas crianças aprendem a odiar a Ucrânia. Isso é um genocídio, quando usam ódio contra uma nação, sempre tem continuação", afirmou.


Nesta terça-feira (19), a mídia estatal de Belarus informou que 48 crianças ucranianas chegaram ao país vindos de regiões ucranianas que Moscou afirma ter anexado.

Pergunte a Prigozhin

Ele citou conflitos da Rússia com outros países e disse que muitos assentos na Assembleia da ONU podem ficar vazios se depender da Rússia.

Zelensky criticou as possiveis negociatas com a Rússia: "Não se pode confiar no mal. Perguntem a Prigozhin se dá para contar com as promessas de Putin", disse ele, fazendo uma referência a Yevgeny Prigozhin, um ex-aliado de Putin que morreu em uma queda de avião na Rússia.

"Precisamos nos unir para derrotar o agressor e canalizarmos a energia para responder a esse desafio. Se as armas nucleares precisam ser restringidas, toda a guerra pode ser a guerra final, mas temos que nos garantir que agressão não acontecerá novamente."

Ele também citou diversas vezes a proposta de paz da própria Ucrânia, que prevê a manutenção territorial e soberania de todos os territórios do país.

Encontro com Lula

Zelensky e Lula devem ter o primeiro encontro bilateral na quarta-feira. O encontro está marcado para a parte da tarde, após o brasileiro se encontrar com o americano Joe Biden.