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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 31 de julho de 2022

Hitler e seus Comediantes, pelo jornalista José Jobim (1934): reedição pela Topboks (2022).

 Um livro praticamente desaparecido dos sebos, desde suas duas edições de 1934, e que constitui um primeiro testemunho, por um brasileiro, sobre o regime nazista em ascensão: 

Hitler e seus Comediantes (RJ: Cruzeiro do Sul, 1934).

Alguns anos depois, o político e jornalista Lindolfo Collor, faria também seus relatos, mas para o final da década, no limiar da nova guerra global. 

Hitler e seus comediantes

(Rio de Janeiro: Topbooks, 2022)

Apresentação da Editora:

Jornalista e diplomata, o autor trabalhou como repórter para vários órgãos de imprensa e entre 1930 e 1936 foi enviado especial de O Jornal à Ásia, África e Europa.

Na Alemanha, impressionou-se com a ascensão meteórica de Hitler e fez anotações importantes para uma grande reportagem, que pretendia publicar na imprensa carioca. Mas, ao voltar ao Rio com essa intenção, nenhum jornal quis se ariscar. Então transformou o excelente material num livro, que teve duas edições em 1934, virou raridade e só agora, quase nove décadas depois, retorna às livrarias. 

Nele, José Jobim fala de tudo que viu, dos discursos inflamados de Hitler e das muitas pessoas que lhe contaram histórias dramáticas. Sua carreira diplomática teve início em 1938, e no Itamaraty, entre outros postos, serviu no Paraguai, durante o início das negociações para a criação da Hidrelétrica de Itaipu, e como embaixador na Argélia, Vaticano e Marrocos, aposentando-se em 1975. 

Em 22 de março de 1979, aos 69 anos, saiu de casa para visitar um amigo e não mais retornou. Encontrado morto dois dias depois, a polícia tratou o caso como suicídio, mas na verdade ele fora sequestrado e assassinado pela ditadura empresarial-militar por estar escrevendo um livro onde denunciaria um esquema de corrupção no financiamento e construção da Itaipu Binacional. 

Depois de anos de luta de sua família, em 2018 se deu o reconhecimento de que José Jobim havia sido vítima da violência do Estado brasileiro. Sua certidão de óbito foi corrigida.

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Ele tinha publicado, no mesmo ano, seu livro imediatamente anterior, que tratou do caso de Portugal sob o Estado Novo: 

A Verdade sobre Salazar: entrevistas concedidas em Paris pelo Sr. Affonso Costa (RJ: Calvino Filho, 1934).

Também registrei as investigações sobre a sua morte, bem como a homenagem que lhe foi prestada pela turma que se formou no Instituto Rio Branco em 2021 em pelo menos quatro postagens de meu blog: 

José Jobim: o embaixador que sabia demais - André Bernardo 

A ferida aberta do Itamaraty : José Jobim, patrono da turma de 2021 - Ricardo Lessa (Piauí)

Cold Case no Itamaraty: a estranha morte do embaixador Jobim em 1979 - Hellen Guimarães (revista Epoca)

Nova turma do Instituto Rio Branco homenageia embaixador morto pela ditadura - Eliane Oliveira (Globo)