Realmente bizarra essa aventura institucional, tomada num sentido totalmente direcionado, a ponto de não sabermos se ele era Alto Representante, ou Auto-Representante.
O lado orçamentário, certamente extravagante, era o menos bizarro de todos, já que governos soberanos -- e o nosso era um -- têm o direito de gastar inutilmente com inutilidades caras (ainda que a legitimidade disso era altamente questionável).
Os aspectos certamente mais controversos estavam mesmo localizados na ampla agenda do Auto-Representante, uma espécie de "chanceler" do bloco, que na verdade, em lugar de defender seus princípios constitutivos, estava querendo enfiar à força no Mercosul, outros países, em total descumprimento das regras elementares de política comercial do bloco.
Já vai tarde, o que nunca deveria ter sido criado.
Uma aventura patética, para ser mais exato.
Paulo Roberto de Almeida
Diplomata brasileiro renuncia a alto cargo no Mercosul
quinta-feira, 28 de junho de 2012 14:23 BRT
MENDOZA, Argentina, 28 Jun (Reuters) - O diplomata brasileiro Samuel Pinheiro Guimarães renunciou nesta quinta-feira ao cargo de Alto Representante do Mercosul, durante a reunião com chanceleres do bloco.
O brasileiro alegou falta de apoio aos projetos apresentados por ele, segundo relataram à Reuters fontes presentes ao encontro.
Logo após ouvirem Guimarães, os chanceleres do Uruguai e da Argentina se disseram surpresos com a renúncia. Os representantes brasileiros não souberam informar se o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, foi previamente informado.
A renúncia ocorreu durante a reunião do Conselho do Mercado Comum do Mercosul.
Os chefes de Estado do bloco se reúnem nesta semana na cidade argentina de Mendoza em meio à crise com o Paraguai, deflagrada pelo impeachment do então presidente do país, Fernando Lugo.
A destituição de Lugo foi condenado pelos países da região, que consideraram que o ex-mandatário não teve garantido amplo direito de defesa.
A representação paraguaia foi suspenso pelo bloco da reunião de cúpula de Mendoza.
A presidente Dilma Rousseff embarca nesta quinta-feira para a reunião do Mercosul, formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
(Reportagem de Ana Flor)