Por acaso, respondendo hoje ao "enésimo" questionário submetido por jovens estudantes de relações internacionais, e supostamente candidatos à carreira diplomática, deparei-me com questões muito semelhantes às que venho encontrando anos a fio, desde muito tempo, submetidas por outras gerações de candidatos (possivelmente alguns já diplomatas atualmente, outros tendo enveredado por outras carreiras, profissões e trabalho nessa imensa área não especializada).
Assim, para não ficar repetindo o que eu já tinha respondido anos atrás, fui buscar o que eu já tinha feito anteriormente, numa lista muito incompleta de trabalhos descobertos, ou "redescobertos", entre eles este aqui, que reproduzo mais abaixo, pois jamais recebeu desenvolvimento textual (por falta de tempo e por falta de editora que o encomendasse).
1837.
“Cartas a um Jovem Diplomata: conselhos a quem já se
iniciou na carreira e dicas para quem pretende ser um dia”, Brasília, 17
novembro 2007, 1 p. Esquema de um novo livro, sobre a base do trabalho 800
(Novas Regras de Diplomacia). Nunca desenvolvido.
Pois bem, fica aqui exposto, aguardando desenvolvimento num futuro indefinido.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 19 de agosto de 2017
Cartas
a um Jovem Diplomata
Conselhos a quem já se iniciou na
carreira e dicas para quem pretende ser um dia
Paulo Roberto de Almeida
Esquema
Prefácio
1. Por que ser
diplomata?
2. O que é um
diplomata e o que faz, exatamente?
3. Conselhos a
um jovem diplomata
1.
Sirva à pátria, mais do que os governos, conheça profundamente os interesses
permanentes da nação e do povo aos quais serve; tenha absolutamente claros
quais são os grandes princípios de atuação do país a serviço do qual se
encontra.
2.
Tenha domínio total de cada assunto, dedique-se com afinco ao estudo dos
assuntos de que esteja encarregado, aprofunde os temas em pesquisas paralelas.
3.
Adote uma perspectiva histórica e estrutural de cada tema, situe-o no contexto
próprio, mantenha independência de julgamento em relação às idéias recebidas e
às “verdades reveladas”.
4. Empregue as
armas da crítica ao considerar posições que devam ser adotadas por sua
delegação; pratique um ceticismo sadio sobre prós e contras de determinadas
posições; analise as posições “adversárias”, procurando colocá-las igualmente
no contexto de quem as defende.
5.
Dê preferência à substância sobre a forma, ao conteúdo sobre a roupagem, aos
interesses econômicos concretos sobre disposições jurídico-abstratas.
6.
Afaste ideologias ou interesses político-partidários das considerações
relativas à política externa do país.
7.
Antecipe ações e reações em um processo negociador, preveja caminhos de
conciliação e soluções de compromisso, nunca tente derrotar completamente ou
humilhar a parte adversa.
8.
Seja eficiente na representação, conciso e preciso na informação, objetivo na
negociação.
9.
Valorize a carreira diplomática sem ser carreirista, seja membro da corporação
sem ser corporatista, não torne absolutas as regras hierárquicas, que não podem
obstaculizar a defesa de posições bem fundamentadas.
10.
Não faça da diplomacia o foco exclusivo de suas atividades intelectuais e
profissionais, pratique alguma outra atividade enriquecedora do espírito ou do
físico, não coloque a carreira absolutamente à frente de sua família e dos
amigos.
4. Como se
tornar um diplomata
Paulo Roberto de Almeida
Brasília,
17 novembro 2007