O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 9 de abril de 2013

O tesouro perdido (literalmente): uma moderna historia de pirata - XXX

Quando esse gajo começou a ser incensado na imprensa, livros, capas de revista, matérias na mídia, eu logo me disse: ele não pode ser assim tão competente, ou sortudo. Tem de ter algo por trás disso tudo. E não é que tinha?
O partido dos companheiros, ou companheiros dos companheiros, devidamente azeitados, facilitaram a irresistível ascensão do novo magnata brasileiro.
Quando alguém veio me dizer que admirava seu tino empresarial, eu logo adverti: isso é capitalismo promíscuo, como existe em vários lugares do mundo.
Só deu isso!
Nem posso dizer: eu não disse? porque outros já disseram antes de mim.
Paulo Roberto de Almeida

Eike, do começo ao fim!
EVERALDO GONÇALVES 9 de Abril de 2013

O capitalismo convive com mercado promíscuo, porém rejeita a prepotência de Eike Batista, aumentada com o prejuízo da falsa riqueza
      Eike está tecnicamente “quebrado”. As empresas do Grupo X devem mais que o valor do patrimônio. Em março corrente suas ações em Bolsa valiam R$ 8 bilhões e as dívidas passavam de R$ 16 bilhões, sem levar em conta as da holding  EBX (com capital fechado) e dívidas pessoais do controlador.

O maior credor e investidor é o BNDES, com R$ 6 bi e mais R$ 3 bi em vias de ser aprovado para a MMX, com dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT. O segundo é a Caixa Econômica Federal (CEF), com R$ 2 bi, com R$ 0,7 bi do Fundo de Garantia do Trabalhador – FGTS; a seguir os Bancos Itaú, com R$ 1,46 bi; o Bradesco, com R$ 1,25 bi; o Santander R$ 0,68 bi; e, o BTG-Pactual, com pelo menos R$ 2 bi, mas diante do risco, igual ao agiota, tomou o controle das empresas, pois quem parte reparte e fica com a maior parte. O magnata, que detinha 70% do capital, com a nova administração, poderá ficar com 20%, ou menos. Falta apurar bônus e dívidas com os bancos estrangeiros e com a Receita Federal.

As IPOs do Grupo X levantaram em nossa Bolsa, cerca de R$ 26 bi. Portanto, o governo ajuda na gastança de seu único filho pródigo, mais que quatro anos da Bolsa Família (R$ 11,5 bi, em 2011), que tirou da miséria absoluta milhões de brasileiros.

O espectro que assombra o capitalismo
Ora, como é possível que apenas este escriba tenha visto que o rei está nu? Extrai pouco petróleo, com custo maior que a receita. Vende papéis de minas virtuais, portos complicados sem calado e todo mundo calado. Leiam aqui:

(http://www.brasil247.com/pt/247/portfolio/96157/Eike-o-ouro-de-Midas-gorou!-Eike-ouro-Midas-gorou.htm; http://www.brasil247.com/pt/247/rio247/38788/; http://www.brasil247.com/pt/247/portfolio/68457/; http://www.brasil247.com/pt/247/economia/1571/)

Tudo é uma farsa, propaganda mística inglória, seja no nome, no Hotel inacabado ou na Marina, cujas obras as empresas X pintam qual o batom de sua marca falida e bordam no fracassado iate Pink Fleet. E ainda quer doar à Marinha o barco que está à deriva na orla do Rio de Janeiro, com a logomarca do sol inca e o lema na proa: Spirit of Brazil.

Viva Marx! É o novo espírito do capitalismo, sem capital. Numa década (do primeiro governo Lula, em 2005, ao terceiro ano do governo Dilma, 2013) houve uma assustadora ascensão das empresas X, seguida de violenta queda da fortuna virtual de Eike Batista. Inclusive, galgou o topo da relação nacional de ricos e a sétima na lista mundial. Não! Não, isso não é possível ser feito com trabalho honesto, nem com negócios lícitos. Seria a total desmoralização do princípio elementar do capitalismo: dinheiro gera dinheiro, com o trabalho alheio.

Do nada, o especulador mineral, usando da lei de acesso ao subsolo pátrio, livre ao primeiro requerente de uma área não onerada, ou por compra de direitos e de expectativa de direitos minerais, pode de fato fazer fortuna. Pura apropriação da acumulação primitiva do capital. Porém, a mineração, qualquer garimpeiro sabe, é uma atividade de risco, que aumenta na atividade empresarial, nas mãos de neófitos sem capacidade técnica. Por isso, além de um emaranhado de X, as empresas se tornaram as incógnitas desta equação em que a conta não fecha. Em 2010, cada ação da OGX valia R$ 23,00, agora, em 04 de março de 2013, entrou em liquidação nas lojas de R$ 1,99. O mercado cria e destrói os mitos!

O começo da malandragem

 O negócio de mineração de Eike Batista começou – conforme consta no livreco “O X da Questão”, que pagou para escreverem para ele – intermediando a venda de diamante em Antuérpia e atuando na compra de ouro azougado na Amazônia. Mercados exclusivos de contrabandista. Qualquer um pode desafiar Eike a mostrar notas fiscais compatíveis com o dinheiro que alega ter ganhado neste mercado negro. Inclusive, Eike Batista contou do roubo de 500 mil dólares, sem apontar o Boletim de Ocorrência – BO, e a contabilização do empréstimo, do novo empréstimo de igual valor e do pagamento do primeiro milhão de dólares. Tampouco há inquérito policial do tiro que levou nas costas por causa desse roubo, pois não justifica alegar que, neste caso, o outro tem cem anos de perdão.

Cortina de fumaça

Logo veio a praga de índio, com os primeiros seis milhões de dólares tirados no garimpo, com o suor do trabalho de famélicos, desclassificados do ouro. Eike Batista era o rei do garimpo, responsável pela compra de boa parcela do ouro do Rio Tapajós. É criminoso confesso da poluição pelo mercúrio usado na proporção de uma até quatro vezes em cada quilo de ouro recuperado no garimpo. A fumaça de mercúrio sublimado era tal que em plena floresta havia nevoeiro do tipo do fog londrino. O índio ficava assustado com o milagre, com medo de ver transformado – o silvícola, agora, já conhecia o poder do ouro – todo o metal amarelo em espírito maligno. Daí veio a maldição do Pajé, segundo o folclore nas rodas de garimpo, que tudo que Eikeguera usa nome indígena dá azar. Podem verificar: Biguaçu, Peruíbe, Itaguaí, Itatiaiuçu, Açu, Waimea e vai por aí.

Testa-de-ferro e o primeiro bilhão 

A fortuna fácil, depois do primeiro milhão, veio com a parceria com as multinacionais, Anglo American e a Rio Tinto, nas minas que a “Constituição Cidadã” (1988) vedou ao capital estrangeiro exclusivo. A antiga prática de usar testa-de-ferro na mineração ficou provada quando Eike Batista açambarcou áreas marginais do metal, na região da Reserva Ecológica da Serra do Cipó – MG, incorporadas na MMX. Vendeu na planta as futuras jazidas para a Anglo American, por 5,5 bilhões de dólares, conforme o balanço de 2007. Porém, no caixa da empresa entrou só U$ 704 milhões, parte do sinal de U$ 1.15 bi e o restante, caso fosse mantido o interesse, deveriam ter sido pagos em 2009. No balanço deste ano, não aparece a entrada do dinheiro, mas, conforme havia sido previsto em 2007, seria constituída a empresa Newco, com troca de ações. Entretanto, surgem outras empresas, a  IronX, Centennial Asset Minning Fund  LLC e “Anglo American plc”, com sede num notório paraíso fiscal, o estado norte-americano de Delaware. Neste estado, o segundo menor dos Estados Unidos, com apenas 850.000 habitantes, contadores alugam escritórios para sede de empresas que, quando não produzem no país, não precisam pagar imposto, nem apresentar balanço. Portanto, é estranho, uma empresa nacional, com sócio controlador brasileiro, precisar receber o pagamento das concessões minerais brasileiras por parte de empresa inglesa constituída aqui, com outra filial na África do Sul, com nova filial nos EUA, sem vínculo com os interesses da venda.

A Receita Federal, em janeiro de 2013, numa campanha contra grandes sonegadores, autuou a MMX, por irregularidades contábeis cometidas em 2007, na astronômica cifra de R$ 3,78 bilhões. Não pode ser pela sonegação de imposto sobre a venda de minério, pois este tributo é estadual e diferido no produto exportado. Ademais, a empresa não era e não é grande produtora de minério e tem dado prejuízos crescentes (R$ 792,4 milhões em 2012). O lucro da MMX ocorreu apenas em 2007 (R$ 400 milhões), quando contabilizou a entrada da venda para os ingleses.

Então, uma vez que nos balanços posteriores não aparece a complementação do pagamento feito pela Anglo American, a multa, tudo indica, foi atribuída por constatar a sonegação da maior parte dos 5,5 bilhões de dólares da transação, mais ou menos 11 bilhões de reais, sobre os quais incide o imposto da ordem de 34%, mais multa e correção. Não pagar tributos pode não ser crime, mas sonegar, após ter sido declarado no balanço e na mídia, é complicado.

Negócio para inglês ver

Para piorar a situação, há denúncias, bem fundamentadas, de que a venda, em vez de ter sido uma esperteza, como “um negócio da China”, na verdade foi “negócio para inglês ver”. Não há concretude na operação. A Anglo American argumenta que precisava, urgente, de uma grande mina de ferro – as ocorrências compradas não são magníficas e vai demorar para produzir –, que surge do nada. Lembra um conto de fada, semelhante à lavagem e expatriação de dinheiro gerado nas minas da África do Sul. Faz sentido. Acabado o apartheid, com o presidente Nelson Mandela as empresas colonialistas temiam pelo óbvio, o verdadeiro black-power, a nacionalização das minas da África do Sul. O perigo continuou com Jacob Zuma. O trabalho desumano nas minas precisava cessar. 

A Anglo American é o melhor exemplo da usurpação da acumulação primitiva do capital.  Desde 1917, apropriou-se do ouro, diamante, platina, cromo, cobre e do ferro. Por isso, temia a expropriação de suas minas e a nacionalização parcial ou total das empresas. Todas as empresas nesta situação procuraram formas de expatriar dinheiro. Logo, não é impossível que tal tenha ocorrido com o auxílio do Midas brasileiro.

A Anglo American neste caso, em vez de ter sido enganada, por ter pagado mais do que valia a futura mina, conforme voz corrente no mercado, teria usado o parceiro como “laranja” para expatriar a mais-valia. Então, Eike Batista, teria recebido, pelo serviço prestado, o seu primeiro bilhão de reais. 

Com parte do dinheiro arrecadado na operação “Serra do Sapo” – a principal ocorrência da negociação, com pouco minério de alto teor de ferro (65%), razoável quantidade de minério friável de ferro de baixo teor (itabirito mole) e grande quantidade de itabirito duro, que ainda não é considerado minério – Eike Batista comprou pela MMX, na Serra do Itatiaiuçu - MG, várias concessões minerais.

No balanço de 2007, estão indicadas as aquisições das Empresas AGV e Minerminas (U$ 224 milhões), e da Usiminas (U$ 115,6 milhões) no total de U$ 339,6 milhões. Tais valores são elevados para minas cujo minério rico já foi extraído, com pátios e barragens com material ferrífero de granulação fina descartado na época. Agora, Eike Batista, está relavrando despojos e divulga que possui: “as maiores, as melhores e as mais bem localizadas jazidas do Quadrilátero Ferrífero”. Únicas, inclusive com logística, com contrato com ferrovia e porto próprio em Itaguaí, na Baía de Sepetiba - Guanabara.

Portanto, se Eike Batista com menos de 10% da operação, comprou “minas melhores” a venda é outro X da questão. Também não são maravilhas, pois estavam abandonadas, mas, com os rejeitos, já está produzindo 4 milhões de toneladas/ano e planeja chegar a 40 milhões. Projeto maior que o da Anglo American, que pretende exportar 26 Mta.,  com investimentos de mais U$ 8 bilhões, para preparar as minas, o mineroduto de 525 km e ver se consegue terminar o Terminal S-1 no Porto Açu. Há um impasse no porto, previsto para entrar em operação em 2010, mas as suas obras precisam de mais  dois anos para concluir o quebra-mar (calado de 18 metros), com necessidade de dragar um longo canal (com 26 m de profundidade) continuamente, se quiser operar com navios chinamax (300 mil toneladas ou maiores).

Para confirmar o preço inflacionado da venda das concessões minerais, na mesma região, no Morro do Pilar, com semelhante potencial de ocorrências de ferro , em março de 2013, foi divulgado o projeto de mesma dimensão, com menor custo, da Mineradora Manabi, que adquiriu por R$ 546 milhões ativos minerais da empresa Morro do Pilar Mineração.

Quanto ao Porto Sudeste, neste local havia uma pedreira abandonada. Eike precisava de mais de 2 milhões m³ de rocha para o quebra-mar do Porto Açu, onde, por ser praia grande, não possui material adequado, nas proximidades. Tentou extrair a pedra em Itaguaí, mas depois foi buscar ao norte, a 60 kms de distância, que devido a tanto caminhão na estrada teve de fazer um viaduto e os veículos pesados têm de passar por dentro da cidade. Com isso os preços foram lá para o céu.

Foi deste modo, com o TS-1 no Porto Açu indefinido, que Eike resolveu fazer o TS-2. Junto à praia, com necessidade de dragagem de um longo canal, com uso de caixões de areia, em parte das laterais, que também servem de quebra-mar, para este puxadinho.

A pedreira de Itaguaí, uma ideia luminosa de Eike, num passe de mágica, por um túnel para facilitar o acesso ferroviário, virou Porto Sudeste. Porém, nossas ferroviais estão sucateadas e não há como assegurar que não vai ter vagão de minério descarrilhado no caminho. A estrada de ferro de Minas para Rio ou São Paulo, vagão carregado usa o ramal da mal lembrada Ferrovia do Aço e no retorno o leito da velha ferroviária Central do Brasil. Há mais ferrovia: a antiga Estrada de Ferro Leopoldina (arrematada por Eike Batista), não é nem lembrada.

O gargalho de logística não está nos portos e, sim nas ferrovias. Em Porto Açu, não foi construído nada de concreto para ligar com a Ferrovia Vitória Minas ou ao Sul com a Rio-Minas. E, quanto tempo vai precisar para fazer 40 km de ferrovia e alargar a bitola da Ferrovia Centro-Atlântica – FCA?

E o petróleo e gás? É uma brincadeira de menino rico. Pode alguém que nunca viu petróleo entrar no mercado desafiando a Petrobras e os mesmos trustes que acabaram com o nosso Monteiro Lobato e fazem as guerras no mundo? Não foi preciso nem boicotar a OGX, pois a inexperiência é total e o peixe morre pela boca.

Do quadrilátero ao octógono e as barras de ferro

Meus compatriotas e senhoras idosas dos Fundos de Pensão estrangeiros que acreditaram na lábia de Eike Batista: eu fico indignado, com o engodo e o prejuízo do Erário e de investidores. Pois, de graça, sem ter nada contra o Eike Batista, como profissional da Geologia e cidadão tenho mostrado a fragilidade dos projetos das empresas do Grupo X. O prejuízo nos balanços de 2012 é preocupante e pode abalar o capitalismo: OGX – R$ 1.138,7 milhões (petróleo e gás); MMX – R$ 792,4 milhões (mineração); MPX – R$ 434,2 milhões (energia); OSX – R$ 26,3 milhões (construção naval).

É triste constatar que o porto de Santana no Amapá, que Eike, com sua mineradora MMX, “modernizou” e vendeu para a Anglo American, literalmente desabou, em 28 de março de 2013, provocando pelo menos seis mortes e enormes prejuízos financeiros. Improviso que os ingleses vão “pagar o pato”. A Anglo American, de fato, nos últimos anos, vinha – com elevados custos – diminuindo o índice de acidentes em suas minas no mundo, cujo programa acaba de sofrer um duro golpe.

Este porto operava, desde 1953, nas barrancas do Rio Amazonas, para navios de 40.000 t de minério de manganês, da exaurida mina da Serra do Navio. Eike Batista havia conseguido os direitos minerais de pequenas ocorrências de ferro, assim como a Estrada de Ferro da ICOMI, que foi leiloada e o Porto de Santana. Este projeto da MMX foi alvo da “Operação Midas”, da Polícia Federal que quase levou Eike Batista à prisão. A Anglo American recebeu este projeto no pacote das minas de ferro e estava tentando sair fora, mas o acidente complicou a situação. É o exemplo de atuação profissional de Eike Batista, pois o porto foi ampliado, sem estrutura, passando para escala de minério de ferro, que implica volume maior de estocagem e carga no pátio. O peso das pilhas de minério fez deslizar o porto e ajuda a colocar no mercado o Eike Batista na corda bamba como os pilares da ponte do Porto Açu. 

Entretanto, os analistas não viram nada de irregular nos projetos do Grupo X, mesmo os especialistas de bancos particulares, de corretoras, da CVM e particularmente, da CEF, do BNDES e dos Fundos de Pensão. Incrível! Projetos vendidos como sólidos e bons exemplos de administração e arrojo empresarial, de repente desmancham no ar. Alguns projetos poderiam dar certo, mas no estilo do Senhor X, tudo pode entrar em falência. O Brasil não merece, nem suporta golpe de tamanha grandeza, tampouco o mercado.

Agora, bateu o desespero, o conselheiro da roda da fortuna fácil, empresário com visão de 360°, o brasileiro mais rico do pobre País, com promessa de chegar ao topo mundial, está na lona do octógono, que patrocina as lutas de UFC, sangrando a ponto de mostrar as vísceras e perder a peruca. O mercado acordou tarde e o “Governo do Trabalhador”, não pode usar o dinheiro do trabalhador, mal guardado no FGTS e no FAT, para tentar salvar o inimigo número um de quem trabalha. Exige-se uma manifestação da CVM, dos Bancos Oficiais, da ANP, da ANTAQ, do DNPM, dos Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e do Ministério Público. Volta à luta, Luísa!

*Jornalista e geólogo; ex-professor da USP e da UFMG; ex-presidente da Companhia Paulista de Força e Luz – CPFL.

Comentários

25 comentários em "Eike, do começo ao fim!"

Leandro 9.04.2013 às 13:23
Se o Funpresp já tivesse sido aprovado há uns 2 anos atrás, era só aplicar o dinheiro dos futuros velhinhos nas empresas XXX. Assim como fez a Previ comprando um terreno inútil da Odebrecht, na época da construção de Sauípe, que até agora está tentando sacar algum caldo.

Everaldo Gonçalves 9.04.2013 às 00:22
Meu caro, João Pedro Magalhães, fico muito grato com sua mensagem, pois de fato, apenas este crítico professor tem sido, há mais de dois anos, publicamente, aqui neste espaço do Brasil 247, um persistente lutador para mostrar que o rei está nu, por seus projetos mirabolantes em todos os ramos que possam dar destaque. Na área de geologia e mineração, petróleo, gás e energia, minha especialidade posso falar de cadeira que, muito embora alguns projetos pudessem dar certo, da maneira que são operados, aliados aos riscos próprios da atividade mineral, não podem dar certo. Portanto não sou adivinho, mas um crítico crítico. Muitos são críticos favoráveis de projetos problemáticos. O BNDES e a Caixa e os Bancos que analisaram e aprovaram os projetos que estão gorando não devem ter nos seus quadros, técnicos com boa formação em geologia e mineração, ou não puderam fazer uso pleno da ciência. Portanto temos de exigir dos órgãos oficiais que os irresponsáveis sejam punidos e que nãos se repitam tais fatos. Quanto aos meus alunos e colegas se manifestarem a motivos diversos. O trivial é que perdemos a tradição de combate, ninguém mais vai à luta e abre o peito e mostra o que está errado. É a alienação, o comodismo e o servilismo, quando não a espera de um melhor emprego que falam mais alto que o sentimento e o pleno exercício da profissão. O que pode fazer um profissional numa empresa com tais práticas? Alguns podem ser por desconhecimento, inclusive por atuar em outra área do conhecimento da geologia. Quanto aos meus alunos, hoje são meus colegas e muitos tenho certeza concordam e estão vibrando com meus artigos. Os alunos, que não tenho mais, eu modestamente, também, escrevo para eles, pois na leitura de meus textos, certamente vão aprender mais que em muitos livros, apenas técnicos. Em outras épocas, meus textos serviriam para saíram as ruas e tomarem a bandeira da defesa do subsolo pátrio como fizemos no passado. Mas, a UNE, de hoje, parece estar preocupada com outros movimentos e perdeu aquela força aguerrida da juventude. O povo perdeu a análise crítica e o sentimento de indignação. Poucos leem e menos entendem e a televisão embota a mente, a música enlouquece pelo som e qualidade. Por isso, meus artigos, espero que sejam uma chamada a razão e a realidade, da mineração e do bom aproveitamento dos recursos minerais. Temos de procurar mudar o mundo e garantir que a natureza possa continuar sendo usufruída pela sociedade. Há minérios que já estão faltando, inclusive a água, outros poluindo a terra o ar e o mar. A tecnologia ajuda, mas está ficando complicado manter o crescimento global. Por isso, conclamo os geólogos para que não se esmoreçam e coloquem seu martelo a favor da natureza. Quanto ao Eike Batista e outros, reafirmo que discuto ideias e pessoas jurídicas, não pessoas. Um abraço Everaldo Gonçalves.

Everaldo Gonçalves 8.04.2013 às 23:40
Prezado Fernando Freitas, grato por suas palavras que reforçam minhas críticas e a necessidade de, ainda que sozinho, quando estamos com razão de mostrar ao poder e aos que se dizem muito ricos que dinheiro não é tudo e não resolve. Você acompanha minha luta gratuita para mostrar que dinheiro não cai do céu, mas deveria ser do trabalho, para benefício de todos. O rico pegar dinheiro público é um absurdo. Pior, quando aplica mal e ninguém fiscaliza. Um abraço, Everaldo Gonçalves.

Everaldo Gonçalves 8.04.2013 às 23:32
Prezada Janete Campos, grato pelas suas palavras amigas que reforçam a necessidade de criticar situações dessa natureza. Uma andorinha não faz verão, mas se nos unirmos eles, todos os administradores verão. Mandei carta, com este artigo anexo, ao BNDES, ao Ministro da Indústria e Comércio e à Presidente Dilma, em 15 de março, que não sei se por mim ou não, parece que, a Presidente, mudou de posição, antes favorável aos projetos do Grupo X e agora não iria mais facilitar para que seja colocado mais recursos públicos pelos Bancos e agentes governamentais, A solução deve ser de mercado. Um abraço Everaldo Gonçalves.

João Pedro Magalhães 8.04.2013 às 19:23
Professor Everaldo, parabéns, o senhor desvendou o faso milagre da multiplicação do dinheiro de Eike Batista, com dureza, sarcasmo e muita elegância, sem falar do pai, nem do filho, nem da mulher, apenas das empresas em falência. Se a mídia, a bolsa e governo tivessem escutado o professor, talvez não tivesse chegado a tanto prejuízo. Será que só o professor viu isso? Seus alunos e colegas não sabem ou não querem falar a verdade? Agora que o sr. colocou o ovo em pé todo mundo vai falar que sabiam das falhas das empresas. Absurdo o BNDES não ter analisado as operações. Atenciosamente João Pedro Magalhães.

Fernando Freitas 8.04.2013 às 19:07
Caro Professor, "quando a esmola é de mais o Santo desconfia". Eu não consigo aceitar a morosidade do nosso Judiciário, o Senhor cantou a bola a dois anos atrás e o nosso Midas continuou a sacar dinheiro e jogando em Projetos faraônicos e sem analise . Qualquer empresário que precisa ampliar a sua industria, passa por uma analise rigorosa. No entanto, o que se vê é o prejuízo por trabalhador brasileiro pagar. Quando o Sr. alega "volta a luta Luisa" o Sr. esta se referindo a nossa Presidente. Parabéns e continua na luta.

janete Campos 8.04.2013 às 16:00
Finalmente alguem com competencia tecnica e conhecedor do mundo da mineração, desmascara a farsa do Milagreiro que tudo que toca vira ouro...Isto merece uma açao do MPU,CMPI,ja ja....antes que a Piramide desabe.....

Everaldo Gonçalves 8.04.2013 às 12:20
Prezado colega João Moller grato pela sua intervenção e as partes explicativas pertinentes incorporo ao meu texto. Fico feliz por não ser a vais rara no meio geológico que faz a crítica crítica dos projetos de mineração em curso no Brasil, não apenas das empresas do Grupo X. Uma pena que o Crea, as entidades de classe a associações cientificas tenham ficado caladas, igual o porto Açu, sem calado. Nos meu tempo de professor, que ainda me sinto como tal, na USP e na UFMG, não ensinei o mau uso dos nos recursos minerais, Agora parece que muitos colegas esperam um emprego ou poder dar um parecer para as empresas do Grupo X. Meus textos de dois anos não foram reproduzidos nos sites de geologia, talvez com o pretexto de serem opiniões críticas, com conotação política que não tenho, pois nossos atos podem, ou melhor devem ser políticos, mas a ciência não. Nosso martelo devemos usar nas rochas e na tentativa de desembotar a mente das pessoas que não possuem informação além da mídia venal. Mandei meus textos, mais resumidos, para diversos jornais de grande circulação, mas não havia interesse ou espaço. Estes dois últimos artigos tiveram repercussão, tanta que neste momento 450 internautas curtiram e colocaram no facebook. O número de acesso, na simples leitura do texto, sei que está elevado, assim como leitores colocando no twitter também, mas não tenho a informação exata. Isto em dois dias, sábado e domingo na rede. Tenho, como de costume, procurado responder aos internautas e quase todos são concordes com minhas críticas. Quanto sua avaliação de governos, sem partidarizar, é sabido que as empresas, inclusive as grupo X, ajudam todos os partidos. Uns mais outros menos. A MMX foi constituída em 2005 e a venda para a Anglo em 2007. As áreas de petróleo é um assunto mais amplo, que mercê ser mais bem avaliado. Porém a OGX no ramo de petróleo é uma aventura que parece que não deu certo. Imagine se acha petróleo e ocorre um acidente? Como iriam resolver. Petróleo é uma luta de gigantes, que não deram nenhuma importância ao Grupo X, pois sabiam que não teria sucesso e caso tivesse tido, ora, venderia ou seria massacrado. Os trustes sempre agem assim. É a indústria de petróleo, de cerveja, até o mercadinho da nossa rua, quando cresce vem um gigante e mata ou engole. Quanto à negociação com a Anglo American, que possui experiência na mineração, de fato há dúvidas se foi por engano e superavaliação dos depósitos minerais ou alguma operação comercial, como se diz: para inglês ver. Um abraço, Everaldo Gonçalves.

joão.moller 8.04.2013 às 10:53
Professor Tambem sou geólogo, da área de ferro e ouro, e tambem sei que ninguem fica rico do dia para a noite. Eike fugiu a regra por ser muito esperto e contar com brechas da lei e brechas provocadas pelo mau uso dos termos 'recursos e reservas minerais' (permitido pelo nosso antiquissimo Codigo de Mineracao). Fosse em outros paises (Australia, Canada) Eike nao teria ido tao longe. Concordo com tudo o que o Sr. disse, mas absolutamente nao concordo em tentar jogar a culpa no governo Lula sobre o crescimento deste cara. Alias foi graça a Lula que cancelou o primeiro leilao onde forçosamente estariam areas do pre-sal que Eike foi jogado fora (e ele reclamou muito na epoca, pois estava calcado em 5 bilhoes de dolares para participar do leilao que nao houve. As demais empresas que participariam nao reclamaram pois aceitavam o fato da Petrobras ter descoberto o pre-sal). Posteriormente ele pegou blocos marginais. A imprensa comprada por Eike alardeou que em seus blocos tinha mais oleo que nas áreas da Petrobras e as acoes do rapaz subiram as nuvens (como ele queria - e isto nao seria permitido em Canada, Australia, etc). Quando ele começou a fazer os furos obrigatórios de acordo com as regras da ANP viu-se que todos os blocos eram secos, e a noticia vazou, mas vazou muito depois do fato consumado (eu sei disto atraves de colegas da Petrobras). Eike foi endeusado pela imprensa e nao pelo governo. A MMX, primeira aventura solo de Eike, foi criada nos tempos de FHC e nao de Lula. Enfim, finalmente estao mostrando quem é o cara. Estranha a imprensa deste país. Será que deixaram de ser pagos para publicar noticias favoráveis? Gostei da sua interpretacao para o negocio com a Anglo, mas nao acredito. A Anglo foi ingenua mesmo, caiu como um patinho. O recurso e muito menor do que imaginavam.

Roberto 8.04.2013 às 04:17
Prezado professor, muito bem fundamentada e escrita a sua análise. Espero realmente que isso seja apurado e que sejam tomadas as devidas providencias. O que não acedito muito... Mais um esquema de golpe. Esta me cheirando a mais uma articulação dos mesmos autores do mensalão. Arrumaram alguem que pudesse parecer de credibilidade (Sempr achei estranho, alguem que nunca fez nada, não era conhecido como empresario, atuando e comprando tudo: portos, petroleo, área medica, hotel, marina, etc.. E ainda quer o Maracanã). Bem, vão tirar da empresa do carlinho cachoeira e entregar para outro... Parabens! E toma Claudia!

07/04/2013 14:19
Eike Batista: O apogeu e declínio do Império XReprodução do site Brasil 247
Nos últimos dias todos os veículos de comunicação deram destaque às perdas milionárias de Eike Batista. A sucessão de notícias negativas com certeza contribuiu para aumentar o prejuízo e a desconfiança dos investidores, uma combinação mortal para quem tenta arrumar sócios e capital para tocar os seus empreendimentos, muitos praticamente parados. O site Brasil 247 faz uma análise sobre o papel da mídia na escalada bilionária e meteórica de Eike Batista até chegar ao Olimpo dos homens mais ricos do planeta(chegou a ser o 8º).

Eike conhece o mundo financeiro, dos negócios, mas não entende de mídia e caiu numa armadilha. É igual a quando um artista está no topo e faz questão de aparecer em todos os espaços da mídia, abre sua casa para a revista Caras, se expõe ao máximo para faturar em cima da sua imagem. Quando porventura cai no ostracismo ou se envolve em algum episódio negativo passa a querer distância de jornalistas e fotógrafos, mas aí já é tarde. Criou um mito e tudo o que o envolve, para o bem ou para o mal, passa a ser notícia. Um empresário de grandes negócios investir em se transformar num personagem mais importante que os seus empreendimentos é uma aposta de alto risco. É bom quando os negócios vão bem, mas se transforma numa tragédia quando atravessam período de turbulência. É mais ou menos o que está acontecendo com Eike Batista.

Tenebrosas transacoes surripiando a patria de informacoes: Angola e Cuba

Autoridades públicas devem sempre informações públicas, o que não é respeitado em inúmeros casos. Este é um exemplo, certamente infeliz, de como autoridades tentam escapar ao escrutínio da cidadania invocando não se sabe quais segredos e princípios estrategicos.

09/04/2013 - 03h45
Brasil coloca sob sigilo apoio financeiro a Cuba e a Angola

PUBLICIDADE
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) tornou secretos os documentos que tratam de financiamentos do Brasil aos governos de Cuba e de Angola. Com a decisão, o conteúdo dos papéis só poderá ser conhecido a partir de 2027.

Empresa negociou contrato durante ida de Lula da Cuba
Lula diz que viagens pagas por empresas servem para 'vender' país
Empreiteiras pagaram quase metade das viagens de Lula ao exterior
Lula levou diretor da Odebrecht em viagem oficial à África
Governo teve gastos com viagens privadas de Lula
Marcelo Odebrecht: Viaje mais, presidente

O BNDES desembolsou, somente no ano passado, US$ 875 milhões em operações de financiamento à exportação de bens e serviços de empresas brasileiras para Cuba e Angola. O país africano desbancou a Argentina e passou a ser o maior destino de recursos do gênero.

Indagado pela Folha, o ministério disse ter baixado o sigilo sobre os papéis porque eles envolvem informações "estratégicas", documentos "apenas custodiados pelo ministério" e dados "cobertos por sigilo comercial".

Editoria de Arte/Folhapress

Os atos foram assinados por Pimentel em junho de 2012, um mês após a entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação. É o que revelam os termos obtidos pela Folha por meio dessa lei.

Só no ano passado, o BNDES financiou operações para 15 países, no valor total de US$ 2,17 bilhões, mas apenas os casos de Cuba e Angola receberam os carimbos de "secreto" no ministério.

Segundo o órgão, isso ocorreu por que havia "memorandos de entendimento" entre Brasil, Cuba e Angola que não existiam nas outras operações do gênero.

O ministério disse que o acesso a esses outros casos também é vetado, pois conteriam dados bancários e comerciais já considerados sigilosos sem a necessidade dos carimbos de secreto.

INEDITISMO

Antes da nova Lei de Acesso já existia legislação que previa a classificação em diversos graus de sigilo, mas é a primeira vez que se aplica o carimbo de "secreto" em casos semelhantes, segundo reconheceu o ministério. O órgão disse que tomou a decisão para se adaptar à nova lei.

O carimbo abrange praticamente tudo o que cercou as negociações entre Brasil, Cuba e Angola, como memorandos, pareceres, correspondências e notas técnicas.

As pistas sobre o destino do dinheiro, contudo, estão em informações públicas e em falas da presidente Dilma.

Em Havana, onde esteve em janeiro para encontro com o ditador Raúl Castro, ela afirmou que o Brasil bancava boa parte da construção do Porto de Mariel, a 40 km da capital, obra executada pela empreiteira Odebrecht.

Ela contou ainda que o Brasil trabalhava para amenizar os efeitos do embargo econômico a Cuba. "Impossível se considerar que é correto o bloqueio de alimentos para um povo. Então, nós participamos aqui, financiando, através de um crédito rotativo, US$ 400 milhões de compra de alimentos no Brasil."

Na visita a Luanda, em Angola, Dilma falou em 2011 que "os mais de US$ 3 bilhões disponibilizados pelo Brasil fazem de Angola o maior beneficiário de créditos no âmbito do Fundo de Garantias de Exportações" do BNDES.

A Folha revelou que o ex-presidente Lula esteve em Angola, em 2011, onde participou de um evento patrocinado pela Odebrecht.

O Desenvolvimento diz que os financiamentos têm o objetivo de dar competitividade às empresas brasileiras nas vendas ao exterior. A Folha não conseguiu falar com as assessorias das embaixadas de Cuba e de Angola.

La Dame de Fer, Margareth Thatcher (1925-2013), 9 - Le Monde

Resumo da imprensa pelo Le Monde, que reproduz tanto os elogios quanto os ataques (o que eu tenho visto nos blogs brasileiros, mesmo de universitários, protestando contra o fantasma do neoliberalismo, e essas acusações ridículas de que ela beneficiou os ricos e ferrou os pobres).
Fico supreendido em constatar como as pessoas não se dão conta da imensa transformação que ela imprimiu ao Reino Unido e seu papel na própria transformação do mundo, da era da Guerra Fria para o pós-Guerra Fria?
Seu papel foi importante: sem ela Gorbatchev nunca teria sido o que foi: o homem que desmantelou o comunismo.
Essa sim foi uma transformação cataclísmica, a mais importante ruptura das relações internacionais desde as guerras napoleônicas e a própria Primeira Guerra Mundial (que na verdade criou o problema, ao colocar os bolcheviques no poder). Esse desmantelamento da velha geopolítico se deve à implosão da União Soviética, mas isso só foi possível porque Margareth Thatcher (primeiro, depois Regan) aceitou dialogar e negociar com Gorbatchev. Sem isso, a URSS talvez tivesse continuado existindo, assim como os comunistas chineses preservaram a estrutura imperial da velha China, o Império despótico centralizado. Eles ainda não tiveram o seu Gorbatchev e provavelmente não precisam, pois estão crescendo. Quando entrarem em crise, talvez não tenham um, mas pelo menos não dispõem de centenas de mísseis apontados para a Europa e EUA.
As pessoas simplesmente não se dão conta do papel de Thatcher no fim da Guerra Fria, a mais importante transformação da geopolítica mundial em dois séculos.
Ela também foi importante no plano da economia política, ao desmantelar o antigo fabianismo praticado tanto pelo Labour quanto pelos Tories, mas sobre isso falarei outro dia.
Paulo Roberto de Almeida

Thatcher : "Adorez-la ou haïssez-la"

Le Monde.fr | • Mis à jour le
aA Google + Linkedin
La une du "Guardian", mardi 9 avril.
La une du "Guardian", mardi 9 avril. | The Guardian
Révérée, détestée, admirée, conspuée : peu de personnalités auront provoqué des sentiments aussi intenses et contrastés que l'ancienne première ministre britannique, Margaret Thatcher. Mardi 9 avril, au lendemain de l'annonce de sa mort, la presse du monde entier revient sur le parcours, le profil, l'image et l'héritage de la "Dame de fer", figure à jamais contestée de l'histoire du Royaume-Uni.
  • En Grande-Bretagne, "une politicienne d'envergure mondiale"
Le visage de l'ancienne première ministre – en noir et blanc ou en couleur, mais jamais sans son légendaire brushing – est évidemment à la une de tous les journaux britanniques. Dans son éditorial consacré à cette "guerrière de la politique", le Guardian rend hommage à celle qui a "influencé comme personne la Grande-Bretagne ces trente dernières années et continuera sûrement de le faire les trente prochaines années". Mais l'ancienne première ministre était de ceux qui "sont nés pour diviser", note le quotidien. Si le journal revient sur "les qualités exceptionnelles et indubitables" de Margaret Thatcher "preuve rassurante qu'en matière de politique, la personnalité compte plus que tout" – le Guardian n'hésite pas à rappeler que "son héritage est celui de la désunion, de l'individualisme poussé à son paroxysme, du culte de l'avidité, un patrimoine qui a entravé l'esprit humain bien plus qu'il ne l'a libéré". Et l'éditorialiste résume en une formule le clivage créé à tout jamais par Margaret Thatcher dans la société britannique : "personne ne devrait danser sur sa tombe, mais elle ne mérite pas plus de funérailles nationales".
Pourtant, la presse britannique a littéralement appliqué l'assertion. A l'extrême gauche, les journaux n'hésitent pas à rappeler que Margaret Thatcher était "la première ministre la plus honnie de l'histoire du Royaume-Uni". Sur son site, le Morning Star souligne ainsi qu'elle "n'a jamais failli dans sa détermination à traiter comme des moins que rien les travailleurs, et de mettre à mal les organisations et les services publics dont ils dépendaient, tout cela pour permettre aux riches d'être simplement plus riches". Sur le plan international, le quotidien ne manque pas de rappeler qu'elle était "l'amie des tyrans qui s'en sont pris à Nelson Mandela, celle qui a remercié le dictateur Augusto Pinochet pour 'avoir apporté la démocratie au Chili', ou encore celle qui laissa mourir tant de républicains irlandais en lutte". Plus violent, Socialist Worker n'a pas hésité à consacrer un numéro spécial à l'événement, titré "Réjouissons-nous", dans une mise en scène assez macabre d'une tombe en gros plan.
La une du "Socialist Worker", mardi 9 avril.
La une du "Socialist Worker", mardi 9 avril. | Socialist Worker
C'est que, plus de vingt ans après les larmes de Margaret Thatcher quittant le 10, Downing Street, The Independent résume par un épitaphe lapidaire l'héritage de l'ancienne première ministre : "Adorez-la ou haïssez-là". Celle qui, "parce qu'elle était femme et fille d'un petit commerçant, ne pouvait pas se permettre d'être tendre", continue de déterminer la politique britannique actuelle, note le journal. "Sans héritier philosophique ou politique", affirme The Independent, elle a pourtant été "une présence continue auprès de chaque premier ministre". "A son apogée, Margaret Thatcher nous a offert une leçon en matière d'exercice du pouvoir. Mais les Britanniques, comme souvent, ont prouvé obstinément, admirablement même, à quel point ils étaient réticents à l'idée d'être gouvernés", conclut l'éditorial.
Mais toute la presse ne rejette évidemment pas autant l'héritage de Margaret Thatcher. En "brisant le plafond de verre" de sa classe sociale et en devenant la première femme première ministre d'une nation développée, Margaret Thatcher est devenue "une politicienne d'envergure mondiale", note The Financial Times (lien abonnés), et demeure "la figure par rapport à laquelle on juge désormais tous les politiciens britanniques qui l'ont succédée". Si "ses qualités l'emportaient sur ses défauts", selon le quotidien économique, "elle pouvait sembler imperméable à la détresse des plus faibles". Mais pour le journal au ton résolument très libéral, "l'héritage de Thatcher sur les aspirations individuelles et l'élévation personnelle vaut la peine d'être préservé, tout comme sa manière ferme d'exercer le pouvoir". "La génération actuelle de politiciens focalisés sur la ligne de leur parti devraient prendre exemple sur elle", souligne le FT.
Pour décrire l'ancienne première ministre, The Economist rappelle pour sa part l'anecdote savoureuse à l'origine de son surnom. Radicalement opposés à la politique de Margaret Thatcher, les Russes avaient pris pour habitude de se moquer d'elle en l'appelant "la Dame de fer". "Comme à son habitude, Thatcher avait aussitôt riposté, avait adoré le surnom, et se l'était aussitôt approprié pour en tirer tous les avantages de cette réputation", rappelle le magazine. Cette fulgurance et ces "coups de génie" qui ont marqué les années de pouvoir de Margaret Thatcher ont "fait basculer pour la première fois la scène politique britannique résolument vers la droite", souligne The Economist. Si "la Dame" continue de hanter le 10, Downing Street, "ce n'est pas seulement parce qu'elle a été une figure polémique, mais surtout parce que les débats qu'elle a provoqués continuent de diviser", analyse l'éditorialiste. "Le thatchérisme est aussi pertinent aujourd'hui qu'il ne l'était dans les années 1980", affirme-t-il encore.
Le Telegraph va plus loin encore dans son hommage rendu à l'ancienne première ministre. S'il s'avère difficile d'établir le bilan des mandats de Thatcher, même vingt ans après qu'ils aient pris fin, écrit l'éditorialiste, c'est surtout parce qu'il est "difficile d'évaluer notre dette envers elle, tant ses idées ont profondément influencé les Britanniques et leur pays". "Elle fut un chef qui remit en selle toute une nation perdue sur le chemin de la démoralisation, de l'autodétestation et du déclin, d'une manière telle qu'avec le recul, sa victoire est quasiment indubitable", note le journal. "Le fruit des efforts de la Dame n'est pas seulement que la Grande-Bretagne est incommensurablement plus riche aujourd'hui, mais surtout plus démocratique, parce qu'elle nous a montré qu'on avait le droit de voter en réflechissant à l'épaisseur de notre porte-feuille, quand les autres ne faisaient qu'essayer de le vider", conclut l'éditorial. Et le Daily Mail de réclamer en écho des "funérailles nationales" pour "la femme qui a sauvé notre pays, et s'est battue pour lui sans faiblir."
La une du "Daily Telegraph", mardi 9 avril.
La une du "Daily Telegraph", mardi 9 avril. | Daily Telegraph
  • En France, une "chirurgie sans anesthésie"
De l'autre côté de la Manche, la presse française est assurément moins tendre avec l'héritage de Margaret Thatcher. Les éditorialistes mettent pour leur part l'accent sur l'échec de l'ultralibéralisme défendu par l'ancienne première ministre britannique, dont les échecs sont "avérés", notamment à la lumière de la crise actuelle en Europe.
"C'est bien la Dame de fer qui, la première dans un des grands pays occidentaux, aura mis en œuvre des politiques telles que les privatisations, la déréglementation sociale ou la libéralisation financière", rappelle Guillaume Goubert, dans La Croix. L'éditorialiste du quotidien catholique souligne que la mort de "Maggie" intervient "à un moment où la mondialisation financière suscite une hostilité de plus en plus répandue".
"La crise des années 2000 est aussi la crise du thatchérisme que ses suppôts portèrent aux extrêmes", renchérit François Sergent dans Libération, rappelant que "les gueules noires, les Argentins, les grévistes de la faim irlandais furent les victimes" d'une femme politique qui "porta le nationalisme aux limites du chauvinisme et de la xénophobie antieuropéenne".
La une de "Libération", mardi 9 avril.
La une de "Libération", mardi 9 avril. | Libération
Pour Jean Levallois, dans La Presse de la Manche, la méthode Thatcher peut se résumer à une "chirurgie sans anesthésie, immédiate et totale". Mme Thatcher "aura conduit la politique la plus outrageusement avantageuse pour les plus fortunés de son pays, la plus favorable à ce capitalisme financier qui a gangrené l'économie mondiale", accuse à l'unisson Jean-Michel Helvig, dans La République des Pyrénées.
Mais ses "héritiers et les avatars restent pourtant légion, qui empruntent à l'alphabet libéral de la 'Dame de fer' devenu la marque d'une gouvernance mondiale laissée aux marchés financiers", déplore Dominique Garraud, dans La Charente Libre, citant notamment Nicolas Sarkozy et ses "diatribes thatchériennes contre un 'assistanat' détruisant la valeur travail". "Et face à la crise, le FMI, la BCE et l'Union européenne", poursuit l'éditorialiste, imposent des "cures d'austérité aussi brutales et socialement dévastatrices que la thérapie de choc imposée par Margaret Thatcher aux Britanniques dans les années 1980."
Seul l'éditorialiste du Figaro, Pierre Rousselin, se livre à une véritable apologie du thatchérisme. "Elle laisse un héritage valable bien au-delà des îles Britanniques et des frontières idéologiques : conduite par des idées claires et une détermination sans faille, une démocratie occidentale peut réussir son redressement", écrit-il, n'hésitant pas à affirmer que "la France et l'Europe d'aujourd'hui auraient bien besoin de dirigeants de sa trempe."
La une du "Figaro", mardi 9 avril.
La une du "Figaro", mardi 9 avril. | Le Figaro
Par Charlotte Chabas

The Iron Lady, Margareth Thatcher (1925-2013), 8 - 10 Downing Street (Primeiro Ministro)

The official email of the British Prime Minister

Lady Thatcher 1925 – 2013

David Cameron: “We’ve lost a great leader, a great Prime Minister and a great Briton.”

Following her death on 8 April 2013, the Prime Minister paid tribute to Lady Thatcher. Speaking outside 10 Downing Street, he said:
"Today we lost a great leader, a great Prime Minister, and a great Briton. Margaret Thatcher didn't just lead our country; she saved our country. And we should never forget that the odds were stacked against her. She was the shopkeeper’s daughter from Grantham who made it all the way to the highest office in the land."
He also paid tribute to her patriotism: 
"Margaret Thatcher loved this country and she served it with all she had. For that, she has her well-earned place in history and the enduring respect and gratitude of the British people."
Watch the video of the Prime Minister's tribute to Lady Thatcher.

Prime Minister David Cameron paying tribute to Lady Thatcher outside 10 Downing Street

Ceremonial funeral

Lady Thatcher will receive a ceremonial funeral with military honours at St Paul’s Cathedral in London. The service will take place on Wednesday 17 April.
A wide and diverse range of people and groups with connections to Lady Thatcher will be invited. The service will be followed by a private cremation. All the arrangements being put in place are in line with the wishes of Lady Thatcher's family.
The public will be unable to attend the funeral service itself but can line the route of the funeral procession from the Church of St Clement Danes in the Strand to St Paul’s Cathedral.
Lady Thatcher’s family have asked that, if people wish to pay their respects, they consider making a donation to the Royal Hospital Chelsea, rather than laying flowers. You can find details on how to donate on the Royal Hospital Chelsea website.

Online book of condolence

The Number 10 website has a condolence page on which you can write a private message for the Thatcher family. Sign the online book of condolence.

Further information

A incrivel historia do tomate viajante, ou porque o Brasil segue quase parado...

(The+Drunkeynesian)

terça-feira, 9 de abril de 2013

O último post sobre tomate (ou: uma anedota do Brasil que não dá certo)

Imagino que, como eu, o leitor não aguenta mais ouvir falar do preço de tomate. Já me desculpo antecipadamente por voltar ao tema, prometo, pela última vez.

O infográfico abaixo está na capa da Folha de hoje, mostrando a viagem de 65 dias que o tomate faz do interior da China até às fábricas que o processam em ketchup e molho, em Goiás:


A história pode ser lida como um imenso jogo de erros, da taxa de câmbio à ridícula ineficiência do produtor e da logística brasileira - de tudo isso já sabemos. Só queria chamar atenção para um detalhe, a cereja do bolo recheado de absurdos: eu já tinha ouvido falar de Urumqi enquanto alimentava minha pequena obsessão por curiosidades geográficas. Da Wikipedia:

Ürümqi has earned a place in the Guinness Book of Records as the most remote city from any sea in the world. It is about 2,500 kilometres (1,600 mi) from the nearest coastline as Ürümqi is the closest major city to the Eurasian pole of inaccessibility.

Em Português claro: o país com a maior área de terras aráveis do mundo está importando tomates cultivados no lugar do mundo mais longe de uma saída para o mar. Para o comprador brasileiro, aparentemente faz mais sentido financeiramente esperar a viagem de 65 dias de Urumqi até Goiás do que confiar em um produtor nacional. Alguém poderia argumentar que o problema é pontual e vai desaparecer quando o preço do tomate no mercado local ceder, mas ninguém monta uma rede de comércio intercontinental pensando apenas na semana que vem. O tomate de Urumqi é o atestado definitivo (se é que faltavam algum) da enorme incapacidade do país em criar vantagens comparativas. Muito deprimente, mas se há algum lado bom é que o espaço para melhoras é imenso - resta saber o que nos tirará da inércia.

P.S. Notem também que o tempo de transporte de Urumqi até Tianjin é menor do que o tempo de desembaraço em Paranaguá.

Um debate de ideias: sem justificativas, mas preservando a independencia intelectual, e individual

Não sou homem de tribos, de grupinhos ou grupelhos, de movimentos, de clãs, de corporações, enfim, de qualquer coletividade que pretenda assumir um determinado conjunto de ideias e defendê-las em quaisquer circunstâncias.
Por isso mesmo não me defino em função dos conceitos normalmente esgrimidos por polemistas, debatedores, intelectuais, tribunos, enfim, quaisquer personalidades que pretendem intervir no debate público (quando existe, o que infelizmente não é quase o caso no Brasil). Muitos se dizem, ou são acusados de, progressistas, esquerdistas, marxistas, avançados, liberais, conservadores, direitistas, livre-cambistas, radicais ou até reacionários. Que seja!
De minha parte, não sou nada disso, pois seria simplesmente redutor. Acredito que a realidade impõe determinadas escolhas, em circunstâncias dadas (e não transformáveis pelos indivíduos), que nos obrigam a definir a melhor utilidade possível, ou o menor custo de todas as demais opções, e isso é feito na prática, ainda que valores possam inspirar nossas ações. Sacrificar a liberdade individual em favor de um hipotético bem coletivo não faz parte de minhas opções, e portanto a única coisa que eu poderia ser seria a de ser um contrarianista ou um libertário radical, sempre disposta a escolher o melhor caminho, indepedentemente da afiliação ideológica de certas soluções. Algumas serão estatais, por certo, outras privadas e de mercado. Assim sou, ponto.
Por que digo isto?
Por ter recebido esta manha um comentário que de certa forma censura minha postura em relação a determinados "intelectuais" (não gosto do conceito, sendo mais um adepto de Paul Johnson, para quem os "intelectuais" são um perigo público), já que eu me distancio, de certa forma, de polemistas como Olavo de Carvalho ou Reinaldo Azevedo.
Vou explicar minha posição e postar o que recebi (e que exclui da zona dos comentários para postar aqui, com distinção), para facilitar o debate futuro. Não defendo pessoas, ou posturas de outrém: defendo ideias e debato ideias. Daí a preservação de minha independência mesmo em relação a pessoas que poderiam comungar do mesmo universo mental que o meu, que defendem mais ou menos os mesmos princípios e valores. Mas nunca abdico de minha independência para julgar eu mesmo o que é melhor do ponto de vista individual e social.
Dito isto, vou postar aqui o que recebi, e preparar o terreno para um debate futuro. Agora preciso trabalhar.
Voltarei ao assunto.
Paulo Roberto de Almeida

Eduardo Leite deixou um novo comentário sobre a sua postagem ""Debate" de ideias: miseria da academia, e do jorn...":

Não entendo porque um homem como o senhor, de reconhecida erudição e inteligência, também demonstra esta necessidade juvenil de se justificar por ler este ou aquele autor.

A fraqueza perante a opinião é sem dúvida um dos grandes causadores da decadência cultural, intelectual e educacional que hoje enfrentamos. E se ela atinge até mesmo homens de coragem e brilhantismo como o senhor, que esperança podemos ter em algo que um dia mereceu a alcunha de cultura brasileira?

Publicar
Excluir
Marcar como spam

Moderar comentários para este blog.
Postado por Eduardo Leite no blog Diplomatizzando em 09/04/13 03:28

Coreia do Norte pede que estrangeiros deixem a Coreia do Sul (e o CSNU nao faz nada?)

Que boazinha: ela não quer matar estrangeiros; só sul-coreanos, japoneses e americanos.
Em condições mormais, um país como esse já teria sido objeto de sanções por parte do CSNU e possivelmente expulso da organização.
O que o CSNU está esperando para agir? Uma tragédia?
Paulo Roberto de Almeida

Pyongyang demande aux étrangers d'évacuer la Corée du Sud
Le Monde.fr avec Reuters | 09.04.2013 à 02h54

L'armée japonaise a été autorisée à détruire tout missile nord-coréen qui menacerait le territoire nippon.

La Corée du Nord a renouvelé mardi 9 avril la menace d'une guerre "thermo-nucléaire" sur la péninsule Coréenne et appelé les étrangers présents sur le territoire sud-coréen à considérer leur départ du pays. "Nous ne souhaitons aucun mal aux étrangers qui se trouvent en Corée du Sud si la guerre éclate", a déclaré un porte-parole du Comité coréen pour la paix dans la région Asie-Pacifique, relayé par l'agence de presse officielle KCNA.

Plus tôt dans la matinée, deux lanceurs de missiles Patriot ont été installés au ministère de la défense japonais au cœur de Tokyo, afin d'intercepter un éventuel missile nord-coréen, a-t-on appris auprès du ministère. D'après la presse japonaise, des missiles similaires vont être déployés sur deux autres sites aux alentours de la capitale nippone.

Des batteries d'intercepteurs seront aussi installées sur l'île d'Okinawa, dans le sud du Japon, a annoncé lundi le ministre de la défense, Itsunori Onodera. Lors d'une émission de télévision, il a précisé qu'Okinawa était "l'endroit le plus approprié pour répondre à toute urgence", ajoutant que des Patriot pourraient désormais être déployés sur cette île "de façon permanente".

Les forces d'autodéfense – nom de l'armée japonaise – ont été autorisées à détruire tout missile nord-coréen qui menacerait le territoire nippon, a indiqué lundi un porte-parole du ministère. Outre les batteries de Patriot, Tokyo a déployé des destroyers équipés du système d'interception Aegis en mer du Japon (appelée mer de l'Est par les Coréens), a précisé ce responsable.

La Corée du Nord a transporté en train, en début de semaine dernière, deux missiles Musudan et les a installés sur des véhicules équipés d'un dispositif de tir, selon Séoul, qui redoute que Pyongyang ne procède à un essai dans les jours à venir. Le Musudan aurait une portée théorique de 3 000 kilomètres, une capacité suffisante pour atteindre la Corée du Sud ou le Japon.

Por que me envergonho do meu pais (existem muitos motivos, mas este pertence ao momento)

O Brasil, o Rio, os brasileiros (não todos, claro, apenas uma minoria ativissima) desceram até um nível de degradação moral que é difícil de acreditar que isto esteja acontecendo em nosso país.
E, no entanto, acreditem, a realidade é muito pior do que essa aqui descrita, mas muito pior.
Por acaso ficamos sabendo, porque se trata de uma estrangeira.
Quantas mulheres brasileiras não enfrentam o mesmo destino, ou pior?
Eu me envergonho do meu país, profundamente...
Me sinto mal ao ler coisas como essa.
Paulo Roberto de Almeida

Turista estuprada foi oferecida a homem no Rio

08 de abril de 2013 | 19h 37
FÁBIO GRELLET - Agência Estado
A turista norte-americana de 21 anos estuprada dentro de uma van quando tentava seguir de Copacabana, na zona sul do Rio, para a Lapa, no centro, no último dia 30, também foi oferecida pelos criminosos a um homem, que a recusou alegando que ela estava "muito estragada". O homem, ainda não identificado, seria um criminoso morador de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, a quem o grupo entregou um envelope, enquanto mantinha o casal de estrangeiros refém. Ao ver a moça, já abusada pelo grupo, o homem teria feito cara de nojo. Depois que ele reclamou do estado da vítima, o grupo riu.
O episódio foi contado nesta segunda-feira pelo delegado Gilbert Stivanello, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). No sábado à noite, uma equipe liderada por Gilbert deteve um adolescente de 14 anos que atuava como cobrador na van onde a menina foi estuprada. Ele foi localizado em um abrigo municipal no centro do Rio. Em depoimento, segundo a polícia, o adolescente negou ter participado dos estupros, mas admitiu ter agredido com uma barra de ferro o namorado da norte-americana, um francês de 22 anos, para evitar que ele reagisse enquanto a namorada era estuprada pelos comparsas.
Três adultos que participaram do estupro estão presos e foram denunciados nesta segunda pelo Ministério Público à Justiça do Rio por estupro, roubo e corrupção de menor. Até a noite desta segunda, o juiz da 32ª Vara Criminal não havia decidido se aceita ou não a denúncia.
Segundo a polícia, o adolescente contou que, quando começou a trabalhar com o grupo, já sabia dos crimes que eles cometiam. Na noite do 30, quando chegou para trabalhar, ele teria ouvido dos colegas que iriam "caçar gringos". O grupo passou várias vezes pela avenida Nossa Senhora de Copacabana enquanto procurava suas vítimas. O casal de turistas, que morava no Rio devido a um intercâmbio para estudar, embarcou na van na altura da rua Miguel Lemos. Ao longo do trajeto, outros passageiros embarcaram, mas tiveram que sair da van depois que um comparsa, que se passava por passageiro, anunciou um assalto. O casal de estrangeiros foi obrigado a permanecer e a moça passou a ser estuprada. A van foi até São Gonçalo, onde a moça foi oferecida. O adolescente teria desembarcado antes.

Existem LUTOS e lutos (ou nao); assim sao as coisas no continente...

Existem notas e NOTAS.
Notas à imprensa:
Atuais, e antigas...

Notas à imprensa

Nota nº 103 - 03/04/2013
Tempestades na Argentina
(...)

E agora, algumas antigas: 

Nota do Planalto: 

Nota de pesar da presidenta Dilma Rousseff pelo falecimento do presidente da Venezuela, Hugo Chávez

05/03/2013 às 21h55
O governo brasileiro tomou conhecimento, com grande pesar, da morte do Presidente Hugo Chávez.
As transformações econômicas, sociais e políticas que Chávez conduziu, nos últimos 14 anos, na Venezuela, fizeram desse grande líder a mais importante referência da história daquele país e o projetaram em toda a América Latina e Caribe.
Hugo Chávez contribuiu para o fortalecimento do nosso continente, sendo responsável pela constituição da Unasul e da Celac.
O governo e o povo brasileiros perdem um grande amigo, cuja coragem, generosidade e calor humano irmanaram Venezuela e Brasil como nunca antes em nossas histórias.
Hugo Chávez viverá na memória de venezuelanos, brasileiros e latino-americanos e será uma eterna referência para toda a América Latina.

Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil


Nota nº 73 do MRE

Falecimento do Presidente da Venezuela, Hugo Chávez - 5 de março de 2013

O Presidente Chávez será lembrado como o líder venezuelano que maiores vínculos teve com o Brasil e que maior contribuição deu aos esforços de integração regional. Sob sua presidência, a Venezuela tornou-se parceiro estratégico do Brasil e sócio pleno do MERCOSUL.
06/03/2013 -
O Ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, se associa ao momento de dor do povo venezuelano e, muito especialmente, dos familiares do Presidente Hugo Chávez.
A Venezuela, sob a liderança do Presidente Chávez, viveu processo sem precedente histórico de aproximação com o Brasil.
O Presidente Chávez será lembrado como o líder venezuelano que maiores vínculos teve com o Brasil e que maior contribuição deu aos esforços de integração regional. Sob sua presidência, a Venezuela tornou-se parceiro estratégico do Brasil e sócio pleno do MERCOSUL.
***
El Ministro de Relaciones Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, se asocia al momento de dolor del pueblo venezolano y, muy especialmente, de los familiares del Presidente Hugo Chávez.

Venezuela, bajo el liderazgo del Presidente Chávez, vivió un proceso sin precedente histórico de aproximación con Brasil.

El Presidente Chávez será recordado como el líder venezolano que mayores vínculos tuvo con Brasil y que más contribuyó con los esfuerzos de integración regional. Bajo su presidencia, Venezuela se convirtió en socio estratégico de Brasil y socio pleno del MERCOSUR.

 

The Iron Lady, Margareth Thatcher (1925-2013), 7 - Alistair MacDonald (WSJ)

Highlights from the former British prime minister’s political career, including her entry into Number 10 Downing Street, quoting St. Francis of Assisi, and her exit after 11 years at the helm when she was ousted by her own party.
LONDON— Margaret Thatcher, the uncompromising British prime minister who became one of the most influential global leaders of the postwar period, died on Monday, three decades after her championing of free-market economics and individual choice transformed Britain's economy and her vigorous foreign policy played a key role in the end of the Cold War.
"We've lost a great prime minister, a great leader, a great Briton," said U.K. Prime Minister David Cameron, who cut short a Europe trip to return to the U.K. on Monday afternoon. "She saved our country and I believe she will go down as the greatest British peacetime prime minister."
Mrs. Thatcher, who was 87, grew up in an apartment above her father's grocery store in Grantham, eastern England. She went on to become Britain's first female prime minister and arguably the country's most dominant political figure since Winston Churchill.

Margaret Thatcher: Iron Lady

Highlights in Margaret Thatcher's life.

Remembering Thatcher

John Glanvill/Associated Press
Mrs. Thatcher addressed her party's annual conference on Oct. 8, 1976, at Brighton, England.

Thatcher's Impact

Associated Press
Margaret Thatcher served as the U.K.'s prime minister from 1979 to 1990. During this time her policies—some popular, some not—transformed Britain. A look at Mrs. Thatcher's impact on the U.K.
She was a key ally and close friend of President Ronald Reagan, sharing with him a view on free-market, monetarist solutions to the economic problems of the day, as well as an implacable stance toward the former Soviet Union, earning her the nickname the Iron Lady. The two led a rightward shift in Western politics that extolled the virtues of economies with little government intervention that has largely endured, though aspects, such as the deregulation of financial services, have been questioned since the credit crisis.
In moves that were widely copied, Mrs. Thatcher took on Britain's powerful trade unions and privatized state-run industries, governing with a take-no-prisoners style that earned her both admiration and dislike.
"She showed everyone what a political leader with a powerful agenda could accomplish," said George Shultz,
Former Secretary of State Henry Kissinger says Margaret Thatcher courageously addressed issues from missile deployment in Europe to the Falkland Islands changing British foreign policy and geo-politics. Photo: Kevin Hagen for The Wall Street Journal
who was secretary of state to Mr. Reagan.
"She was the last outlier from the ideological wars against Marxism, an epoch-making politician, but an incredibly polarizing force," said Patrick Dunleavy, professor of political science at the London School of Economics.
Downing Street said funeral services for Mrs. Thatcher will be held next week at St. Paul's Cathedral in London and will be followed by a private cremation. It will be a ceremonial funeral with military honors.
Mrs. Thatcher is remembered within Britain mostly for her role in revolutionizing the fading economy, in a process that caused huge social change and division, and for the successful retaking of the Falkland Islands, the British South Atlantic territory invaded by Argentina in 1982—after which she declared "We have ceased to be a nation in retreat."
In Europe, she is remembered as a prickly leader who thrived on confrontation, but who ultimately agreed to foster some of the European Union's most significant developments, such as the creation of a single EU market.
Mrs. Thatcher was forced from office in 1990 following a rebellion within the Conservative Party after more than 11½ years in power, making her the longest-serving 20th-century British prime minister. By the time the opposition Labour Party took power in 1997, its leader, Tony Blair, had forced his party to accept much of her legacy, dropping its commitment to nationalized industries and embracing free markets.
Even many of her ideological enemies admired Mrs. Thatcher as a person of conviction who eschewed the focus-group politics that characterizes many in her line of work.
"She said what she meant and meant what she said and did what she said she would do," said Tony Benn, a radical left-wing minister in the Labour governments that preceded Mrs. Thatcher.
Mrs. Thatcher herself described consensus as the process of "abandoning all beliefs, principles, values and policies…something in which no one believes and to which no one objects."
Born Margaret Roberts on Oct. 13, 1925, in the Lincolnshire market town of Grantham to Alfred and Beatrice Roberts, Mrs. Thatcher was schooled from an early age in an ethic of hard work and self-reliance. She grew up in a house with no hot water and an outdoor toilet. Her father, a Methodist lay preacher, was active in local politics and a major early influence.
"He taught her, don't go with the herd if you think that the herd is wrong," said Sir Bernard Ingham, who served as Mrs. Thatcher's press secretary for 11 years.
Her father's interest in politics provided the books and newspapers that would stimulate her own. The brutalities of World War II and the accounts of a young Austrian Jew for whom her father had arranged shelter in Grantham filled her with a hate of all totalitarianism. She later recalled in her autobiography that as a 13-year-old she took on a group of adults, to their astonishment, in a prewar fish-and-chip shop line after one said that at least Adolf Hitler had given Germany back its self-respect.
Margaret Thatcher, Britain’s prime minister from 1979 to 1990, died of a stroke Monday morning. She will be remembered for her free-market economics, her close friendship with President Reagan and her role in bringing an end to the Cold War. Photo: AP
Mrs. Thatcher attended local state schools at a time when Conservative politicians were still mainly drafted from Britain's elite private schools. She studied chemistry at Oxford University and spent her early career in research laboratories.
Mrs. Thatcher took power following Britain's "winter of discontent" of 1978-1979, in which nationwide strikes over pay by public-sector workers from gravediggers to garbage collectors brought an economy that had for years been growing at half the rate of its peers close to a standstill. In her first full two years as prime minister, the nation's economy shrank around 3.5% and unemployment rose by a million, hovering at three million until the mid-1980s. There was widespread rioting in inner cities as both these conditions and racial tensions fomented dissent.
Mrs. Thatcher responded with radical reforms, shaped by the ideas of free-market economists Friedrich Hayek and Milton Friedman on minimizing government control and allowing markets free rein in deciding the shape of the economy. "Without economic liberty, there could be no true political liberty," she told European leaders in 1979.
She took on Britain's labor unions and whittled the size of the state through sweeping privatizations and the closure of unprofitable state-owned enterprises from coal mines to steel plants. The resulting long showdown between striking coal miners and Mrs. Thatcher split the country.
Mrs. Thatcher said those who stood in the middle of the road risked getting hit by traffic coming both ways. "I'm not here to be liked," she often said.
"It was obvious by the late '70s and early '80s that change was absolutely essential but there was no effort to try and manage the change with an expansion of vocational education or training for people whose whole economic life was being shattered," said Neil Kinnock, who was leader of the opposition Labour Party for most of Mrs. Thatcher's reign.
Ian Lavery, who worked in coal pits in Ashington, a town in northeast England, watched his father, two brothers and several uncles all lose their jobs as miners. Mrs. Thatcher "ripped the heart out of the place in a short few years," said Mr. Lavery, now a Labour Party lawmaker. "There was never anything put in place to replace what was lost."
Mrs. Thatcher relished an argument, and got so bored on vacations that young Conservative politicians were dispatched to join her family so she could argue politics, colleagues remember.
"I watched some people in her presence who were intimidated and [would] not say much and I don't think she liked that. She enjoyed a good argument," said Mr. Shultz, a key figure in the Reagan administration.
Britain's economy recovered, in part as a result of the more flexible, U.S.-style labor markets she ushered in, helped by revenue from oil discoveries in the North Sea. In addition, the widespread privatization program she drove through—amid often-fierce public opposition—put inefficient, unprofitable state giants into private hands and provided a template for many other countries in Europe. By the end of 2009, state-run industry accounted for only 2% of the U.K. economy, compared with 10% in 1979.
Her deregulation of the financial industry helped turn London from an increasingly obsolete financial center into a rival to Wall Street. Known as the "Big Bang," for the many changes made at once, the 1987 deregulation moved trading from the floor to electronic screens and blew away barriers to entry, bringing in bankers and businesses from around the world. Critics said it also kicked off the process of scaling back regulation that contributed to the credit crisis.
Mrs. Thatcher's term was punctuated by several recessions. The worst, in the early 1980s, saw a peak-to-trough decline in output of 6%. While her government reduced annual inflation from the double-digit figures of the 1970s, it was only in the 1990s that inflation came under control.
During Mrs. Thatcher's decade in power, the economy grew at an average annual rate of 2.46%, above the 2.1% average in the troubled 1970s but lower than some European peers, including Germany and France. Unemployment was 7.5% when she left, in 1990, up from 5.3% in the quarter she took office in 1979.
"On macroeconomic policy, the record was patchy, but the theme throughout had been pro-business, pro-market," which laid the foundation for later successes, said Ken Clarke, a minister in the current government, who was in Mrs. Thatcher's cabinet throughout her time in power and became Treasury chief under her Conservative successor, John Major.
The close and candid relationships Mrs. Thatcher formed with both Soviet leader Mikhail Gorbachev and Mr. Reagan, and her vocal support of the uncompromising U.S. position toward the Soviet Union, proved an important element in the end of the Cold War.
At her first meeting with Mr. Gorbachev, she leaned over the table to tell her Soviet counterpart over lunch: "Welcome to the United Kingdom. I want our relationship to get off to a good start, and to make sure there is no misunderstanding between us—I hate Communism," said Sir Bernard, her press secretary at the time.
"Thatcher was a politician whose words carried big weight," Mr. Gorbachev said Monday in a statement on the Gorbachev Foundation's website.
"In the end we managed to achieve mutual understanding, and this was a contribution to the changing atmosphere between our country and the West, and to the end of the Cold War," he said.
In her later years in power, the woman who famously said "the lady's not for turning" was criticized for her inflexibility while the introduction of a new and widely disliked local tax system further sapped her popularity. In November 1990, the longest-serving member of her cabinet, Geoffrey Howe, resigned over her hostile position on a process of European integration, under which more national powers, on issues from banking regulation to working practices, were moving to Brussels.
In a resignation speech that kicked off a Conservative Party leadership contest—which Mrs. Thatcher lost—Mr. Howe told Parliament she seemed to "look out on a continent that is positively teeming with ill-intentioned people."
Her former Defense Minister Michael Heseltine challenged her for the party leadership. He failed to win, but garnered enough votes from Conservative members of Parliament to show they wanted a change. Mrs. Thatcher, who had won three national elections, was persuaded by her party and advisers to resign before a second ballot. Mr. Major, her Treasury chief, became prime minister.
An emotional Mrs. Thatcher left No. 10 Downing Street on Nov. 28, 1990, and went to sit in the House of Lords, the upper house of the U.K. Parliament. As Baroness Thatcher, she continued to attack old enemies for a while, such as the European Union, and to exert a sometimes divisive influence within the Conservative Party.
After a series of small strokes in March 2002 and the death of her husband, retired oil executive Denis Thatcher, Mrs. Thatcher largely withdrew from public life in 2003. In a rare public appearance in 2007, she unveiled a bronze statue of herself in the House of Commons. "I might have preferred iron," she said, "but bronze will do."

—Cassell Bryan-Low contributed to this article. Write to Alistair MacDonald at alistair.macdonald@wsj.com
A version of this article appeared April 9, 2013, on page A1 in the U.S. edition of The Wall Street Journal, with the headline: Margaret Thatcher 1925-2013.