O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

957) simpósio O Brasil em Evidência: A Utopia do Desenvolvimento

O Brasil em Evidência: A Utopia do Desenvolvimento
Ciclo de seminários na Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro
(Rememorando a obra de Josué de Castro e o pensamento brasileiro de sua era no centenário de nascimento desse grande interprete do Brasil)

Rio de Janeiro, julho de 2008

1 – Objetivos
Organizar e realizar um simpósio em rememoração ao centenário de nascimento do Josué de Castro (1908 – 2008) – destacado intelectual brasileiro contemporâneo – e discutir sua obra e a produção intelectual dos intérpretes do Brasil das décadas de 1950 / 1960;
Organizar e editar um livro com os trabalhos apresentados durante o simpósio O Brasil em Evidência.

2 – Justificativa
O simpósio O Brasil em Evidência: A Utopia do Desenvolvimento se enquadra no elenco de atividades do Projeto O Espaço Organizacional na Literatura Interpretativa do Brasil do Programa de Estudos de Administração Brasileira – ABRAS da EBAPE/FGV, e objetiva a difusão e reflexão da obra de importantes e destacados interpretes do Brasil.
O Simpósio discutirá, através da idéia de colocação do Brasil em evidência, o fenômeno ocorrido, nomeadamente nos anos 50 e 60 do século passado, e cuja preocupação central com a questão nacional foi ganhando força até a ruptura institucional de 64.
Com foco na importância de destacar a interrupção da construção de um projeto de nação e do Brasil como um problema a ser equacionado, por um lado pelas reformas de base e, por outro, pela valorização de manifestações culturais numa era de intensa criação no cinema, na poesia, na literatura, no teatro, nas artes plásticas, na arquitetura, na música etc.
A tradição republicana em mais de um século tem sido hegemônica e revelado intelectuais radicais e modernistas. Josué de Castro foi um dos destaques em meio a uma academia marcada pela conciliação e pelo desprezo diante das classes menos favorecidas. Cabe ressaltar que esse autor foi um dos muitos intelectuais cuja obra é pouco conhecida em sua terra natal, ainda que muito discutida nos grandes centros acadêmicos mundiais.
Ao tempo de Josué de Castro houve uma concentração de saberes que se articularam em torno de um projeto de nação absolutamente original, colocando o País em evidência e confrontando, cada vez mais, o cosmopolitismo de doutrinas e escolas que jamais compreenderam o Brasil e a América Latina, com nossas singularidades sociais. A relação entre o contexto social brasileiro e o pensamento crítico da época constitui-se a base do quadro teórico para a inserção de intelectuais de diversas tendências. Começa a ser construída uma nova categoria de pensadores, tais como, além do notável médico pernambucano homenageado, Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes, Guerreiro Ramos, Milton Santos, Nelson Werneck Sodré, Octavio Ianni, Paulo Freire, Ruy Mauro Marini e tantos outros,
É importante destacar que na discussão intelectual daquelas duas décadas ampliava-se a idéia de sobreposição de um Brasil moderno a outro atrasado. Com isso, o sentimento de uma superação necessária foi reforçado durante os anos 60 e tentou, de alguma forma, adaptar dependência com autonomia, lutando por uma forma mais humana para o modelo do capitalismo brasileiro. Assim, esse cenário econômico e social foi fundamental para o entendimento do marco teórico da Teoria da Dependência – talvez a grande síntese desse pensamento.
A inserção da intelectualidade no governo mostrou ser possível auxiliar o Estado na construção de uma nova sociedade, através da atualidade de suas propostas e da tentativa de compreender o País, não apenas a partir de visões externas e de conceitos distantes da realidade nacional, mas também da conexão do pensamento de nossos intelectuais com o desenvolvimento da sociedade brasileira.

3 – Estratégia de Operacionalização, Metodologia e Produtos acadêmicos
Na última década, a FGV tem aumentado significativamente o seu campo de atuação incorporando ao elenco de suas atividades tradicionais, novos cursos, novas áreas de estudo e novos especialistas, ampliando, desse modo, seu espectro de atuação social, que hoje conta com programas de pós-graduação (lato e stricto sensu) com destacada avaliação e imagem acadêmicas e uma marcante atuação no desenvolvimento de quadros de especialistas em diversas áreas do conhecimento.
Como estratégia/metodologia de operacionalização deste Projeto propõe-se a organização e realização de um simpósio nacional e interinstitucional, sediado na EBAPE/FGV, com a participação de pesquisadores da Universidade das Nações Unidas – UNU, Universidade Federal Fluminense – UFF, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ (como organizadores do evento), Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS) e IESs convidadas, e posterior publicação de um livro com o mesmo título: O Brasil em Evidencia: A Utopia do Desenvolvimento, iniciando, assim, a primeira fase do projeto acadêmico.

4. Público Alvo
Os simpósio e livro, objeto deste projeto, são especialmente dirigidos aos acadêmicos de Ciências Humanas e Sociais e estudiosos do Brasil.

5. Programação Preliminar/Temário dos Evento/Livro

24 de novembro de 2008
SESSÃO DE ABERTURA às 10:00h

1ª Seção – Abertura: Rememorando a Obra de Josué de Castro
Coordenador(a): Profa. Drª. Anna Maria Castro (UFRJ)

Josué de Castro entendia o subdesenvolvimento como um produto ou um subproduto do desenvolvimento, derivado da política econômica colonial ou neocolonial, de exploração das regiões dominadas sobre a forma de colônias políticas diretas ou de colônias econômicas. Neste contexto, Josué de Castro em sua principal obra Geografia da Fome, alerta para a conseqüência mais drástica do subdesenvolvimento, a subnutrição, que é o principal fator de degradação do potencial humano. Para este pensador brasileiro só haveria um tipo de verdadeiro desenvolvimento: o desenvolvimento do homem, portanto, somente com a erradicação da fome poderíamos projetar uma estratégia de desenvolvimento para todos os brasileiros. Principais obras: Geografia da Fome (1946), Geopolítica da Fome (1951), Sete Palmos de Terra e Um Caixão (1965).

25 de novembro de 2008
2ª Seção – Paulo Freire: Uma Pedagogia para Transformação do Brasil.
Coordenador (a): Profª. Drª. Maria Ceci Araujo Misoczky (UFRGS)

Considerado um dos grandes pedagogos da atualidade e respeitado mundialmente, Paulo Freire acreditava que a educação tem papel imprescindível no processo de conscientização nos movimentos de massas. Revelou ao mundo uma educação para além da sala de aula, da educação formal, capaz não só de ensinar conteúdos e comportamentos socialmente esperados e aceitos, mas também capaz de conscientizar a todos. Na pedagogia do oprimido, a educação surge como prática da liberdade e é designada como um instrumento de colaboração pedagógica e política na organização das classes sociais subordinadas, e por isso, deve ser considerada como questão política.
Principais obras: Alfabetização e Conscientização (1963); Educação como prática da liberdade (1967); Pedagogia do Oprimido (1970).

26 de novembro de 2008
3ª Seção – Darcy Ribeiro e a Utopia de uma Nova Civilização
Coordenador: Prof. Dr. Fernando de Almeida Sá (PUC/RJ)

Político, antropólogo e pedagogo Darcy Ribeiro dizia-se discípulo de dois grandes personagens de nossa história Anísio Teixeira e Marechal Rondon. Com relação ao primeiro, Darcy Ribeiro herdou a idéia de ensino da Nova Escola, porém deu um salto em suas formulações pedagógicas colocando a necessidade da educação para o povo como aspecto fundamental para a construção de uma Nova Civilização. Do segundo, Darcy destacou a sua ênfase na idéia de integração do Brasil, que seria essencial para o processo de formação de nossa civilização, em conjunto com o ataque as causas do desenvolvimento desigual do povo brasileiro.
Principais obras: Processo Civilizatório - Etapas da Evolução Sócio-Cultural (1968), A Universidade Necessária (1969), O povo brasileiro - A formação e o sentido do Brasil (1995).

27 de novembro de 2008
4ª Seção – Teoria da Dependência: O Brasil na Era da Globalização
Coordenador: Prof. Dr. Theotônio dos Santos (UFF)

A Teoria da Dependência constitui-se como uma fonte de entendimento da história das populações marginalizadas e dos países mantidos sob a forte tutela institucional e controle econômico/militar dos países do centro da economia mundial. Um dos eixos da teoria da dependência é a análise do modelo rígido de desenvolvimento que aprofundou as relações de dependência e acentuou a prosperidade do sistema financeiro internacional. Se considerarmos a realidade brasileira, A Teoria da Dependência nunca foi tão atual e pertinente. Esta aponta para o desenvolvimento e o subdesenvolvimento como o resultado histórico do desenvolvimento do capitalismo como um sistema mundial. Nos marcos da globalização, permanece o hiato entre países desenvolvidos e países periféricos e semiperiféricos, sendo os últimos, impedidos de desenvolverem um modelo que aponte para a autonomia de suas economias. No escopo analisado, destacam-se as obras de Ruy Mauro Marini como: A Dialética da Dependência (1973); Subdesenvolvimento e Revolução (1970); América Latina: dependência e integração (1992) e Theotônio dos Santos: Imperialismo y Dependência (1978); O Caminho Brasileiro para o Socialismo; Evolução Histórica do Brasil.

01 de dezembro de 2008
5ª Seção – A Sociologia Engajada de Octavio Ianni: os Rumos do Brasil
Coordenador: Prof. Dr. Claudio Gurgel (UFF)

A diversidade de temas trabalhados ao longo da sua carreira possui como unidade à preocupação em trabalhar a sociologia como ferramenta de questionamento dos dados reais. Comprometido com a questão nacional, Octávio Ianni concentrou os estudos na realidade brasileira, tendo ainda importante contribuição nas áreas da questão racial, globalização e Estado Nacional. O pensador manteve o posicionamento crítico e sua análise do desenvolvimento e das contradições da sociedade brasileira permanecem atuais e são referências fundamentais no campo das Ciências Sociais. Dentre as principais obras, podemos destacar: Estado e capitalismo no Brasil (1965); O colapso do populismo no Brasil (1968) e A sociedade global (1992).

02 de dezembro de 2008
6ª Seção – Celso Furtado e o Mito do Desenvolvimento Econômico
Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Milano Falcão Vieira (EBAPE/FGV)

Celso Furtado foi um dos fundadores do pensamento econômico contemporâneo e teve participação no desenvolvimento político e econômico do Brasil. Como Ministro Extraordinário de Planejamento no governo João Goulart em 1962, estabeleceu o Plano de Política Econômica, com o nome de Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social. O Plano Trienal inaugurou o planejamento de objetivos de crescimento, distribuição de renda e estabilização nacional, assim como a demarcação da autonomia da economia. No campo acadêmico, a obra de Celso Furtado analisou problemas específicos dos países subdesenvolvidos e abordou temas como a dependência externa, os desequilíbrios regionais e a inflação.
Principais obras: A Formação Econômica no Brasil (1959); Desenvolvimento e Subdesenvolvimento (1961) e o Mito do Desenvolvimento Econômico (1974).

03 de dezembro de 2008
7ª Seção – Milton Santos e A Natureza do Espaço
Coordenador: Prof. Dr. Oswaldo Munteal Filho (UERJ, PUC-Rio, FACHA,EBAPE/FGV)

Herdeiro do pensamento de Josué de Castro, Milton Santos dedicou seus estudos para análise dos problemas urbanos acarretados pelo subdesenvolvimento e o processo de globalização no Terceiro Mundo. Sua obra representa um marco teórico-metodológico para os estudos geográficos do Brasil e do mundo. Refletiu sobre a natureza do espaço geográfico e sua inter-relação com a formação dos territórios sócio-econômicos, analisando o presente como uma dialética entre uma ordem local e uma ordem global. Milton Santos lutava para a construção de uma globalização não-excludente e mais humanizada, aonde os países subdesenvolvidos deveriam atuar como protagonistas para consolidação deste ideal.
Principais obras: Por uma Geografia nova (1978), O espaço dividido. Os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos (1979), e Por uma outra globalização (2000).

04 de dezembro de 2008
8ª Seção – Florestan Fernandes e o Pensamento da Escola Paulista
Coordenador: Prof. Dr. José Paulo Netto (UFRJ)

Fundador da sociologia crítica no Brasil, Florestan foi fundamental para consolidação desta ciência no país. Através de seus estudos, desenvolveu análises nas quais agregava toda a contribuição dos pensadores clássicos e os instrumentos de pesquisa para o estudo empírico de nossa realidade, tendo como referencial o pensamento marxista. Como professor da USP foi orientador de varios cientistas sociais de relevo como Octavio Ianni, Fernando Henrique Cardoso entre outros. É um dos principais responsáveis pela formação da chamada “Escola Paulista” aonde o rigor metodológico e as análises empíricas contribuiram para o avanço das ciências humanas em nosso país.
Principais obras: Fundamentos empíricos da explicação sociológica (1967), Sociedade de classes e subdesenvolvimento (1968) e A revolução burguesa no Brasil (1975).

08 de dezembro de 2008
9ª Seção – Nelson Werneck Sodré: da Nova História à Micro-História
Coordenador: Prof. Dr. Francisco José Calazans Falcon (UERJ)

Teve importante atuação no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) como fundador e Diretor do Departamento de História, defendendo a corrente nacionalista desenvolvimentista. No ISEB, a problemática do desenvolvimento brasileiro delineou a existência de duas tendências: a que sustentava a participação de capitais estrangeiros na economia brasileira para acelerar o ritmo de sua expansão, e a que defendia o caráter autônomo do processo de industrialização no país, admitindo a presença do capital estrangeiro apenas sob o rígido controle do Estado.
Principais obras: História da Burguesia Brasileira (1964); História da Imprensa no Brasil (1966); História da Literatura Brasileira (1940).

09 de dezembro de 2008
10ª Seção – Guerreiro Ramos e a Sociologia em Mangas de Camisa
Coordenador: Prof. Dr. Paulo Emílio Matos Martins (EBAPE/FGV)

Guerreiro Ramos combate duramente a importação de teorias estrangeiras para análise direta de nossa realidade social, pois estas teorias não davam conta da especificidade de nossa formação histórica, isto é, de nossa vivência nacional e existência cultural própria. Portanto, para o conhecimento de nossa realidade seria necessário assimilar criticamente as contribuições teóricas estrangeiras dentro de uma reflexão sociológica da estrutura social brasileira, refazendo métodos e objetivos. Guerreiro Ramos destaca que conhecimento sociológico está vinculado com a nossa realidade prática, dele derivam-se responsabilidades com a sociedade e, portanto, deve ter o objetivo de conceber e projetar as transformações necessárias para o desenvolvimento nacional. Dentre suas principais obras estão: A Redução Sociológica (1958), O Problema Nacional do Brasil (1960), Mito e Realidade na Revolução Brasileira (1963) e a Nova Ciência das Organizações (1981), esta última publicada originalmente em inglês.
Alberto Guerreiro Ramos foi professor da EBAP/FGV, onde produziu parte dessa obra, nas décadas de 1950/60.

6. Programação
O simpósio O Brasil em Evidência: A Utopia do Desenvolvimento será realizado de 24 de novembro a 9 de dezembro de 2008, de segundas às quintas feiras, das 14 às 18 h, com sua Sessão de Abertura e homenagem a Josué de Castro programada para a manhã do dia 24/11/08 das 9 às 12 h.
Caso se confirme o interesse das instituições contatadas (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Instituto João Goulart, Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro) no sentido de apoiarem financeiramente este projeto na co-edição do livro com o temário do Evento, programa-se a edição desta obra até o final de 2009.


Coordenação:
Prof. Dr. Paulo Emílio Matos Martins (EBAPE / FGV)
Prof. Dr. Oswaldo Munteal Filho (UERJ)
Comissão Acadêmica Organizadora:
Carlos Eduardo Rosa Martins (UFF)
Denize Goulart (Inst. Presidente João Goulart-IPG)
Fernando de Almeida Sá (PUC/RJ)
Marcelo Milano Falcão Vieira (EBAPE/FGV)
Maria Ceci Araujo Misoczky (UFRGS)
Octavio Penna Pieranti (EBAPE/FGV)
Tânia Fischer (UFBA)
Theotonio dos Santos (REGGEN/UNU)

Coordenação Executiva:
Patrícia Nóbrega

Auxiliar de Pesquisa:
Tahirá Endo Gonzaga

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

956) Concurso de trabalhos universitarios sobre a Cupula das Americas

Summit essay contest launched
Neste link

The Summits of the Americas Secretariat of the Organization of American States (OAS) in coordination with the National Secretariat for the Fifth Summit of the Government of Trinidad and Tobago today announced the launch of the "Summit of the Americas Essay Contest", within the framework of the Fifth Summit of the Americas that will be held in Trinidad and Tobago on April 17-19, 2009.
The Essay Contest, directed to undergraduate or graduate students of the OAS Member States, will encourage students of the hemisphere to focus on the themes addressed in the Draft Declaration of Commitment of Port of Spain presented by the Government of the Republic of Trinidad and Tobago: Securing our Citizen's Future by Promoting Human Prosperity, Energy Security and Environmental Sustainability, to be adopted at the Fifth Summit of the Americas.
The objective of this initiative is to raise awareness of the Summits of the Americas Process among youth, stimulating analytical ideas from university students regarding the key issues of the region, as well as encouraging the participation of different actors in the process in the formulation of ideas and recommendations about the central topics of the Fifth Summit.

Essays will analyze the principal areas engaged in this theme:
a) human prosperity;
b) environmental sustainability;
c) energy security;
d) strengthening democratic governance and
e) strengthening the Summits Process.

These topics include some of the key priorities of the region, around which the leaders of the hemisphere will center their attention in efforts to make commitments that will improve the wellbeing of the citizens of the Americas. The Contest will motivate the youth of the Americas to analyze the region's challenges and formulate innovative solutions.

Essays will be accepted in the four OAS official languages (English, Spanish, French, or Portuguese).
A qualified jury comprised by academics, high level specialists and experts of the member institutions of the Joint Summit Working Group, will evaluate the essays and determine the winners. The authors of up to the 7 best essays (ensuring geographical equity) will be awarded a plane ticket in economy class from their city of origin to the Fifth Summit of the Americas. The winners will participate as observers in the Summit and have their prize-winning essays published on the Summits of the Americas Secretariat website (www.summit-americas.org) and distributed to OAS Member States during the Summit.
To assess your eligibility and participate in the Essay Contest, please review carefully the "Terms and conditions" (attached). The deadline for submission of essays is December 15, 2008. For additional information, please visit the Summits of the Americas Information Network at www.summit-americas.org.

Terms and Documents
THIRD ESSAY CONTEST
FIFTH SUMMIT OF THE AMERICAS
1. ORGANIZERS
The organizerss of the “Summit of the Americas Essay Contest”, within the framework of the Fifth Summit of the Americas that will be held in Trinidad and Tobago on April 17-19, 2009, are the Summits of the Americas Secretariat of the Organization of the American States (OAS) and the National Secretariat for the Fifth Summit of the Government of Trinidad and Tobago (the “Summits Secretariat” and the “National Secretariat”).
2. ELIGIBILITY CRITERIA
This contest is open to anyone enrolled as a student in an undergraduate or graduate course at any recognized college or university of the OAS Member States (Antigua and Barbuda, Argentina, Barbados, Belize, Bolivia, Brazil, Canada, Chile, Colombia, Costa Rica, Dominica, Ecuador, El Salvador, Grenada, Guatemala, Guyana, Haiti, Honduras, Jamaica, Mexico, Nicaragua, Panama, Paraguay, Peru, Dominican Republic, Saint Kitts & Nevis, Saint Lucia, Saint Vincent & the Grenadines, Suriname, The Bahamas, Trinidad and Tobago, United States, Uruguay, and Venezuela).
This contest is not open to employees or contractors of the Summits Secretariat and the National Secretariat or their direct family members. Participants will be required to provide proof of enrolment as a student in an undergraduate or graduate course at any recognized college or university of the OAS Member States.
3. ESSAY TOPICS
The essays must be developed on the theme of the Fifth Summit “Securing Our Citizens’ Future by Promoting Human Prosperity, Energy Security and Environmental Sustainability”. Essays may address any of the sub-topics pertaining to the Summit theme:
· Promoting Human Prosperity
· Promoting Energy Security
· Promoting Environmental Sustainability
· Strengthening Public Security
· Strengthening Democratic Governance
· Strengthening the Summit of the Americas, Follow-up and Implementation Effectiveness
Sources of important information regarding the topic and sub-topics can be found on the following site: www.summits-americas.org.
4. ESSAY PRESENTATION AND SUBMISSION GUIDELINES
In order to be considered by the international jury, all essays must meet the following criteria:
* Original work and authored individually. By submitting an article, authors attest, acknowledge and warrant that it is an original work created by the applicant and that no other party has any right, title, claim or interest in it.
* Written in one of the OAS official languages: English, Spanish, Portuguese or French
* Written in Microsoft Word format, no longer than 1500 words, double-spaced in 11-point Times New Roman font and accompanied by an abstract of no more than 200 words.
* Work must not infringe any party’s intellectual property rights
* Essay must be submitted electronically as an attachment to summitcso@oas.org
* Only one essay per author will be considered
In addition, all emails accompanying the essay submission must include the following information:
* Full name of the author (first name and surname)
* Name of author’s academic institution and complete address (including country and zip code, if applicable)
* Contact details of academic supervisor or advisor
* Title of essay
* Author’s telephone number (including country code)
* Author’s e-mail address
* Author’s proof of enrolment as a student in an undergraduate or graduate program at any recognized college or university located in an OAS Member State
Furthermore, all essays must be submitted before 5pm Eastern Standard Time (Washington, D.C. time) on December 15, 2008. It is the responsibility of the participants to ensure that the essay arrives on time to the Summits of the Americas Secretariat. Essays received after the deadline will not be considered. The international jury will make a final decision of the winning essays on February 13, 2009. The decision of the jury will be incontestable.
The organizers reserve the right at any time to cancel or modify the competition (including altering the prize) if, in their sole discretion, the competition is not capable of being conducted as specified.

For additional information, please contact the Summits of the Americas Secretariat at:

Summits of the Americas Secretariat- Essay Contest
Organization of American States
19th Street & Constitution Ave, NW
Washington, D.C. 20006, USA
Telephone: (202) 458-3456
Fax: (202) 458-3665
Email: summitcso@oas.org
Web Page: www.summit-americas.org

5. EVALUTION CRITERIA AND PANEL
The Summits of the Americas Secretariat will work in collaboration with other OAS Departments, and the National Secretariat of the Government of Trinidad and Tobago, to identify qualified and competent individuals from among academics, specialists, hemispheric diplomats, and OAS high level officials, to compose a qualified bilingual (English/Spanish) jury that will evaluate the essays and determine the winners.
The competition judges will review essays according to the following criteria:
* Relevance of the essay content with the theme of the Fifth Summit: “Securing Our Citizens’ Future by Promoting Human Prosperity, Energy Security and Environmental Sustainability”
* Originality
* Recommendations and proposed solutions to the thematic challenges
* Essay structure (introduction, body, and conclusion), punctuation and spelling
* Proper use of grammar, syntax, quality and precision of vocabulary
* Essay should demonstrate the student's reflection and understanding of the topic
* Development of recommendations and conclusions consistent with presented proposals
* Ability to produce critical and creative thinking and capacity to support points of view and conclusions
* Use of examples and reliable resources to explain ideas
* Knowledge and understanding of the theme, variables and concepts related to it
* Essay should not have been previously published, nor have been submitted in previous contests
* Include standardized citations and a bibliography (these are not included in the word count)
* The essay will be disqualified if it relies solely on Internet research, or if it plagiarizes ideas – i.e. uses someone else’s ideas or text as one’s own
The decision of the jury will be incontestable. The jury reserves the right to award prizes only to those essays which meet the criteria; therefore, in the case that less than five essays meet the standard criteria, the panel may choose not to award up to five prizes. In addition, in the case of absolute discrepancy of opinions among the panel members, the Summits of the Americas Secretariat will make the final decision. Finally, the jury may award honorable mentions for those essays which will not receive the grand prize of attending the Fifth Summit but will still be published on the Summits of the Americas website.
6. PRIZES
The authors of up to the 7 best essays (ensuring geographical equity) will be awarded a plane ticket in economy class from their city of origin to the Fifth Summit of the Americas, which will take place on April 17-19 in Port of Spain, Trinidad and Tobago. Lodging and per diem expenses will also be covered. Paperwork and costs for passports or entry visas that may be required are the sole responsibility of the winners.
The winners will participate as observers in the Summit and will have access to public activities taking place.
7. MISCELLANEOUS
The National Secretariat for the Fifth Summit of the Government of Trinidad and Tobago will facilitate an appropriate occasion for presentation of the essays at the Fifth Summits and the OAS Secretary General and a high ranking government official from the Trinidad and Tobago Government will hand out complimentary awards and recognition certificates to the essay winners.
Winners will also be able to attend and participate in the “Young Americas Forum”, organized by the Young Americas Business Trust (YABT) in collaboration with the OAS and the National Secretariat, to be held immediately prior to the Summit, on April 15-16, 2009 (tentative dates).
The prize-winning essays will be published on the Summits of the Americas Secretariat website (www.summit-americas.org) and the National Secretariat’s website for the Fifth Summit of the Americas (http://fifthsummitoftheamericas.org/home/) and be distributed to OAS Member States during the Summit.
Depending on the quality of essays submitted, other essays may be listed as “specially commended” and published on the Summits of the Americas Secretariat website and the National Secretariat’s Fifth Summit website.
By entering into this contest, participants hereby certify that the information provided is true and understand that any false information presented in your application, or in its annexes, will result in the disqualification of the application to participate in this.
By entering into this contest, participants grant the Summits of the Americas Secretariat of the OAS a worldwide, royalty-free, perpetual transferable licence to use, reproduce, modify, adapt, publish, translate, create derivative works from, distribute, perform, play and make available to the public the submitted essays in whole or part, including for internal purposes or for institutional purposes.

955) Seminario no Woodrow Wilson Center sobre o Brasil: agronegocio e relacoes com EUA

Seminars at the Brazil Institute at the Woodrow Wilson
Center for Scholars, December 4-5

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The Brazil Institute invites you to two high-level seminars on

Agribusiness and Sustainability in Brazil - Farming in Mato Grosso, the Border of the Amazon

Thursday, December 4, 2008
8:45 AM - 1:00 PM
6th Floor Flom Auditorium
Woodrow Wilson International Center for Scholars
&
Prospects for Brazil-US Relations in the New American Administration

Friday, December 5, 2008
8:45 AM - 6:00 PM
6th Floor Flom Auditorium
Woodrow Wilson International Center for Scholars
RSVP to Alan.Wright@Wilsoncenter.org

Agribusiness and Sustainability in Brazil- Farming in Mato Grosso, the Border of the Amazon
Thursday, December 4, 2008
8:45 AM - 1:00 PM

8:45 AM - Opening Session

Welcome Remarks: Paulo Sotero, Director, Brazil Institute, Woodrow Wilson Center
Speaker: Blairo Maggi, Governor, State of Mato Grosso

9:30 AM - Farmers from Brazil's Agriculture Frontier: Addressing the Challenges of Economic Development and Sustainability

Speakers: Ricardo Arioli, President, Mato Grosso Association of Soybean Producers (Aprosoja); Rui Prado, President, Mato Grosso Farm Bureau (FAMATO); John Carter, Director, Aliança da Terra; Annie Petsonk, International Counsel, Environment Defense Fund's Climate & Air Program

11:00 AM - Break
11:15 AM - Debate

Discussants: Thomas Lovejoy, Biodiversity Chair, Heinz Center; Mark London, Lawyer at London & Mead and author of The Last Forest, joined by Governor Maggi and the first panel Moderator: Geoffrey Dabelko, Director, Environmental Change and Security Program, Woodrow Wilson Center

Prospects for Brazil-US Relations in the New American Administration
Friday, December 5, 2008
8:45 AM - 6:00 PM

8:45 AM - Opening Session
Welcome Remarks: Lee H. Hamilton, President and Director, Woodrow Wilson Center

Speakers: Antonio de Aguiar Patriota, Brazil's Ambassador to the US and Clifford Sobel, US Ambassador to Brazil

9:30 AM - Is There Room for a Strategic Relationship Between Brazil and the US? Part I

Speakers: Nelson Jobim, Brazil's Minister of Defense; Thomas Pickering, Vice Chairman, Hills & Company - Chair: Kellie Meiman, Managing Director, McLarty Associates

11:00 AM - Break
11:15 AM - Is There Room for a Strategic Relationship Between Brazil and the US?

Part II
Speakers: Blairo Maggi, Governor, State of Mato Grosso; Donna Hrinak, Senior Director for Latin America Government Affairs, Pepsico (invited); Rubens Barbosa, President, Superior Council of Foreign Trade, FIESP; Anthony Harrington, President and CEO,
Stonebridge International - Chair: Jon Huenemann, Principal for the International Department, Miller & Chevalier

12:45 PM - Lunch Keynote Speaker: Charles Hagel, US Senator, Nebraska (invited)
Chair: Anthony Harrington, President and CEO, Stonebridge International

2:30 PM - Can Brazil and the US Become Partners in the Field of Energy?

Speakers: Eliot L. Engel, U.S. Representative for New York and Chairman of the House Foreign Affairs Subcommittee on Western Hemisphere (invited); Marcio Zimmermann, Brazil's Deputy Minister
of Mines and Energy; Antonio Barros de Castro, Counselor to the President, National Bank of Economic and Social Development - Chair: Paulo Sotero, Director, Brazil Institute, Woodrow Wilson Center

4:00 PM - Break
4:15 PM - Challenges to Brazil and US Regional Leadership

Speakers: Thomas A. Shannon, Assistant Secretary of State for Western Hemisphere; Marcel Biato, Deputy International Affairs Adviser to President Lula; Riordan Roett, Fulbright Scholar, Director of Western Hemisphere Studies, SAIS at John Hopkins
University; Matias Spektor, Professor of International Relations, Fundação Getúlio Vargas (invited); Carlos Pio, Fulbright Scholar, Professor of Political Economy, University of Brasilia - Chair: Leslie Bethell, Public Policy Scholar, Woodrow Wilson Center

6:00 PM - Reception - Art Opening of "Visual Impressions" in Celebration of the 50th Anniversary of the Fulbright Commission in Brazil

domingo, 30 de novembro de 2008

954) Impasses da Revolucao Cubana, Foreign Policy

A revista Foreign Policy en Español apresenta três artigos sobre a revolução cubana, que não parece ter muito futuro e só tem um passado idealizado, que não necessariamente esclarece o processo em sua integralidade, já que o regime constrói uma imagem de si mesmo que discrepa radicalmente da realidade e os seus aliados estrangeiros colaboram mantendo parte desses mitos.

CUBA: LA REVOLUCIÓN QUE PUDO SER
Foreign Policy En Español, Diciembre 2008- Enero 2009

Rafael Rojas, Rafael Hernández y Bertrand de la Grange
Hace casi 50 años, el 8 de enero de 1959, Fidel Castro entró en La Habana a la cabeza de un Ejército de barbudos. Eisenhower y Jruschov todavía estaban en el poder y el mundo aún no conocía el pop ni las revueltas estudiantiles. Cinco decenios después, el comandante sigue ahí, aunque ahora gobierne su hermano Raúl, en quien ha depositado las esperanzas de supervivencia de una revolución moribunda. Pero, ¿dónde estaría hoy Cuba si no hubiera optado por el socialismo?

Artículos
1) UN PASADO VIRTUAL
Rafael Rojas

8 de enero de 1959: Fidel Castro saluda a los habaneros en su entrada a la ciudad. Apenas tenía 32 años.

Un número reciente de la revista Letras Libres convocó a un grupo de escritores e historiadores (David Brading, Friedrich Katz, John Coatsworth, José Emilio Pacheco, Fernando del Paso, Hugo Hiriart…) para que imaginaran pasados alternativos en la historia de México. La derrota de Cortés, la retención de los jesuitas, la autonomía novohispana, el triunfo de los conservadores en la guerra de reforma y la continuidad de la revolución maderista fueron algunos de los ejercicios contrafactuales propuestos. La tesis de la revista, en la línea de algunos teóricos de la historia virtual, como Niall Ferguson y Geoffrey Hawthorn, era que cuanto más plausible es un pasado alternativo más verosímil resulta su invención.

En el caso de la historia de la Revolución Cubana, la más socorrida alternativa ha sido siempre preguntar qué habría pasado si Fulgencio Batista no hubiera dado el golpe de Estado, del 10 de marzo de 1952, contra el saliente Gobierno de Carlos Prío Socarrás. El consenso historiográfico apunta a que si las elecciones de ese año se hubieran producido, habría ganado el candidato del Partido Ortodoxo, Roberto Agramonte, con un programa de gobierno socialdemócrata –semiparlamentarismo, reforma agraria, industrialización, alfabetización, combate de la corrupción, nacionalización de algunas compañías norteamericanas…– similar al de Rómulo Betancourt en Venezuela, José Figueres en Costa Rica o el PRI en México.

Un gobierno así, ubicado en el centro izquierda, que impulsara una democracia nacionalista, suscribiendo con mayor o menor énfasis el anticomunismo que Estados Unidos promovía en la región, difícilmente habría provocado una revolución radical. Como es sabido, la principal demanda de los revolucionarios cubanos, entre 1952 y 1958, provinieran éstos de la ortodoxia, el autenticismo, el Directorio Revolucionario o el Movimiento 26 de Julio, era el restablecimiento de la Constitución de 1940, una Carta Magna que recogía las expectativas fundamentales de aquel consenso socialdemócrata. Una sucesión presidencial pacífica, entre Prío y Agramonte, con alternancia en el poder, de los “auténticos” a los “ortodoxos”, pudo haber sido un pasado virtual de Cuba.

Otro, más difícil de imaginar, sería el de la posibilidad de una transición democrática a partir de las elecciones convocadas por Batista, en 1958, en medio de la confrontación militar entre la dictadura y las guerrillas de la Sierra Maestra y El Escambray. A diferencia de 1952, cuando las razones de Batista para dar el golpe eran poco convincentes y los partidarios del general eran escasos, en 1958 ya había una buena parte de la población –campesinos, estudiantes, obreros, clase media y hasta una porción considerable de las élites económicas– involucrada en el respaldo a la oposición violenta. Frente a los revolucionarios y sus simpatizantes se colocaban los partidarios del régimen y, en el medio, una minoría pacífica como la que apoyó a Carlos Márquez Sterling en las elecciones del 3 de noviembre de aquel año.

Desde 1957 o 1958 es complicado articular una historia contrafactual en Cuba que eluda la vía revolucionaria, debido al deterioro que experimentaron las instituciones republicanas, bajo la dictadura, y a las simpatías populares que despertaba un cambio violento. Habría entonces que desplazar la construcción de un pasado virtual hacia los dos primeros años de la revolución en el poder, es decir, al lapso que va de enero de 1959, cuando se forma el Gabinete de Manuel Urrutia Lleó, y abril de 1961, cuando se declara el “carácter socialista” del Gobierno de Fidel Castro. En esos dos años, la posibilidad de otra Cuba, diferente a la republicana (1902-1958) y diferente a la socialista (1961-2008), fue real.

Esa Cuba que no fue, ideológicamente ubicada en la izquierda no comunista latinoamericana de mediados del siglo xx, pudo haber seguido un itinerario más parecido al de la revolución mexicana. La tesis de que Estados Unidos no habría tolerado, en el Caribe, un gobierno que controlara algunos recursos estratégicos y nacionalizara ciertas empresas norteamericanas, además de alfabetizar a la población, distribuir la propiedad agropecuaria e industrializar el país, se ve cuestionada por las buenas relaciones que Washington mantuvo con el México de Lázaro Cárdenas o con la Venezuela de Acción Democrática. Quienes sostienen esa tesis recurren, casi siempre, al caso de la Guatemala de Jacobo Arbenz, pero la historia diplomática de las relaciones entre Estados Unidos y Cuba en 1959 y 1960 apunta a que Eisenhower y Kennedy estaban dispuestos a mantener el vínculo con un gobierno nacionalista, democrático o autoritario, que no se aliara con la Unión Soviética.

No hay consenso sobre si el giro comunista en Cuba fue resultado de una convicción ideológica, de un cálculo geopolítico o de una estrategia defensiva

Los historiadores cubanos han debatido durante medio siglo cuál fue la principal motivación de Fidel Castro al girar hacia el comunismo y aliarse a la Unión Soviética. No hay consenso sobre si aquella maniobra audaz, que creaba un campo de batalla de la guerra fría a unos kilómetros de Florida, fue resultado de una convicción ideológica, de un cálculo geopolítico, de una estrategia defensiva o una mezcla de estas tres opciones. Lo cierto es que aquel camino, en 1961, no era el único y que quienes lo tomaron no respondían a una demanda popular, a una presión desde las élites políticas o a una expansión de la hegemonía soviética –Moscú, como Washington, se hubiera conformado con una revolución a la mexicana–. La ideología habanera en aquellos años gravitaba, mayoritariamente, hacia la izquierda nacionalista democrática, predominante en América Latina, y el marxismo-leninismo era una doctrina que, con mayor o menor flexibilidad, manejaba un pequeño círculo de intelectuales.

La elección del modelo comunista en Cuba fue, por tanto, un acto de voluntad, racional e indeterminado. Imaginar qué habría pasado si Fidel Castro y sus colaboradores más cercanos no hubieran elegido esa vía deja, entonces, de ser un tópico de la historia contrafactual y se convierte en un evento de la historia revolucionaria real. La mayoría de los líderes de la oposición y el exilio cubanos, en las dos primeras décadas del socialismo, es decir, de 1960 a 1980, por lo menos, pensaba que aquella revolución nacionalista y democrática, inscrita en la izquierda no comunista latinoamericana, era el curso natural que debió seguir la historia contemporánea de Cuba y que el giro al marxismo-leninismo era, en propiedad, una ruptura del consenso ideológico que había logrado la caída de Batista.
De no haberse producido ese golpe de timón, la historia, ya no de Cuba, sino de América Latina y sus relaciones con Estados Unidos y Europa, habría sido distinta. La guerra fría no habría tenido un capítulo latinoamericano tan intenso sin la Cuba socialista. A pesar de los graves problemas sociales y económicos de la región, es difícil imaginar que se hubiera producido un choque frontal, tan costoso, como el de las izquierdas revolucionarias y las dictaduras militares. Ambos fenómenos, el de las guerrillas latinoamericanas y el de los regímenes autoritarios, en los años 60 y 70, son inconcebibles sin la radicalización de las izquierdas populistas que impulsa el socialismo habanero y sin la reacción contra la misma que encabezan las élites, los ejércitos y Washington.

OTRA HISTORIA FUE POSIBLE
La esperanza, en el mar: durante los años 90 fueron muchos los cubanos que se hicieron al agua en busca de los cayos de Florida.

Sin un aliado de la Unión Soviética en el Caribe habría sido poco probable que la humanidad hubiera estado al borde de una tercera guerra mundial, esta vez atómica, en 1962, o que el Gobierno de Estados Unidos hubiera tenido que dar cobijo a cientos de miles de exiliados cubanos y a respaldarlos en sus intentos por retomar el hilo de aquella revolución originaria. Sin una Cuba soviética, seguramente, no habría habido embargo comercial, ni Ley de Ajuste Cubano, ni éxodo permanente hacia Florida, ni Alianza para el Progreso, ni una cultura y una política cubanoamericanas tan influyentes, ni un Miami hispano que es ya una zona de contacto entre las dos Américas.

El triunfo de la Revolución Cubana coincidió con el proceso de descolonización en África y Asia, con la lucha por los derechos civiles en Estados Unidos y con la articulación de una nueva izquierda occidental, como la que protagonizó el movimiento estudiantil de 1968. La relación del socialismo cubano con esos fenómenos no siempre fue fluida, ya que la alianza con Moscú limitaba a La Habana en la práctica de una izquierda heterodoxa. Esa relación se produjo, en buena medida, a través de la figura del Che Guevara, quien desde finales de 1963 desempeñaba un papel marginal dentro de la clase política cubana. El guevarismo fue un movimiento de la izquierda latinoamericana que compartía sólo una parte del programa del socialismo cubano, toda vez que la sovietización de este último era rechazada por el Che ¿Habría existido guevarismo en América Latina sin una Cuba socialista? Tal vez.

Otro tópico recurrente en los discursos de la izquierda latinoamericana contemporánea es el que atribuye al socialismo cubano la emergencia, en la última década, de movimientos y liderazgos como el de Lula en Brasil, Chávez en Venezuela o Morales en Bolivia. Algo de cierto hay en tal percepción, sobre todo, si se toma en cuenta que esos tres líderes son amigos de Fidel Castro desde antes de llegar al poder y viajaron con frecuencia a La Habana mientras formaban parte de la oposición en sus respectivos países. Pero, a diferencia del Chile de Allende o de la Nicaragua del Frente Sandinista, las nuevas izquierdas latinoamericanas, incluida la chavista, se reconocen ideológica e institucionalmente más en la tradición del nacionalismo democrático que en la del marxismo-leninismo. De ahí que el vínculo genealógico de esas izquierdas con el socialismo cubano no pase de ser un gesto retórico de “solidaridad con Cuba”.

En las ideas políticas y en la estrategia pública, las nuevas izquierdas latinoamericanas deben más a la revolución mexicana que a la cubana. Ninguna de esas izquierdas ha propuesto la estatalización de la economía, la creación de un partido único, la ilegitimidad de la oposición, la ausencia de libertades públicas o el enfrentamiento con Estados Unidos. Ninguna de esas izquierdas ha adoptado el marxismo-leninismo como ideología de Estado ni ha acomodado sus políticas educativas y culturales a una rígida filiación doctrinal. Sin embargo, los líderes de esas izquierdas, con el fin de satisfacer a los sectores más radicales que los apoyan y de marcar distancia con Washington, se presentan como herederos de la Revolución Cubana.

Desde otro ángulo de la historia política, es posible pensar que, aunque el socialismo insular deja un legado inservible para los gobiernos latinoamericanos, aún funciona como símbolo de un proyecto de equidad social y resistencia a la hegemonía de Estados Unidos. Ese símbolo no está exento de negatividad, puesto que para los gobiernos de la izquierda latinoamericana, Cuba representa lo que no se debe hacer con tal de avanzar en materia de justicia y soberanía: poner toda la economía en manos del Estado y enfrentarse a Washington. Pero aún así, el símbolo funciona, sobre todo, como una manera expedita de controlar a las oposiciones internas de la izquierda radical y de proyectar una diplomacia autónoma.

Cuando los ideólogos de la isla insisten en que, gracias al socialismo cubano, las nuevas izquierdas latinoamericanas han logrado constituir opciones de gobierno responsable, no dejan de tener razón. Sólo que en la afirmación de una paternidad simbólica ante esas izquierdas, los socialistas cubanos ocultan la discontinuidad institucional que esos gobiernos manifiestan con respecto al modelo insular. El socialismo cubano, con su partido único y su economía de Estado, no pertenece a la familia política de las nuevas izquierdas latinoamericanas sino a la vieja estirpe de los comunismos de Europa del Este. Si ese socialismo finalmente se decide a parecerse a sus izquierdas vecinas, entonces aquel pasado virtual se volverá real y Cuba dejará de ser una excepción latinoamericana.

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2) EL LEGADO CUBANO
Rafael Hernández

A finales de los 80, un relevante sociólogo cubano-americano, de regreso por primera vez a su país de origen, me confesaba: “Yo creía que ustedes eran más rusos”. Acercarse al legado de la revolución requiere, al menos, quitarse esas lentes ahumadas, para poder mirar a la Cuba real, cubierta por una nube de interpretaciones y verdades aceptadas, que no se ha borrado.

Detrás de esa frase sorprendente está una vieja idea, parte del legado con que se sigue mirando a Cuba: la revolución traicionada desviada de su camino verdadero por los Castro y Che Guevara, que supuestamente la entregaron a Moscú y a los viejos comunistas en 1960. Durante sus primeros treinta años de vida, sin embargo, el socialismo cubano sólo se vino a situar en paralelo con el soviético entre 1972 y 1985; antes y después, intentó un camino propio, que llegó incluso a criticar acerbamente aquellos otros socialismos. Para muchos cubanos que todavía lo recuerdan, era impensable entonces que las tropas del Pacto de Varsovia marcharan por las calles de La Habana, como por Budapest o Praga; también lo es que ahora se compare aquellos socialismos con el de la isla, distinto en su origen, ideología, textura social y cultural. Con sus errores y virtudes, lo han reivindicado siempre como un producto nacional. Las implicaciones de esta autorrepresentación atañen a todos los cubanos, incluso a los que no vivieron los años de la guerra fría. Viejos y jóvenes coinciden en que problemas actuales como el hipercentralismo, la burocratización, el verticalismo institucional, la recarga ideológica de los medios de difusión, el estadocentrismo, son resabios indeseables del socialismo real que también padece el cubano. Si la marca de éste no es foránea, las ideas de cómo transformarlo tampoco habría que importarlas, sea de China, Vietnam o Venezuela; mucho menos de la farmacología europea, por no hablar de los laboratorios de Florida.

Aquella consigna de la revolución traicionada, muy popular en la Casa Blanca de los Kennedy, tuvo otro efecto que dura hasta hoy. Enarbolándola, se pudo invadir Cuba en 1961, amenazarla con armas nucleares en 1962, plagarla luego con ataques terroristas, y hasta hoy bloquearla económicamente, antagonizarla con medios diplo-militares y caricaturizarla con la paleta de la guerra psicológica. Todo en nombre de la democracia y la libertad, y en contra del comunismo ateo. Ese acoso perpetuo que hizo surgir en la isla el síndrome de la fortaleza sitiada, sigue incluyéndola en la lista de países terroristas e impone como condición para terminar la guerra fría entre los dos países las recetas democratizadoras de la Ley Helms-Burton, que estarán en vigor todavía, por cierto, cuando tome posesión la próxima Administración Obama. Ese síndrome cíclicamente renovado mantiene una predisposición defensiva que no facilita la democracia y la libertad de expresión. El lastre antidemocrático depositado por la hostilidad de EE UU también es parte del legado histórico con el que tiene que lidiar hoy la sociedad cubana.

¿Qué queda entonces de aquella épica revolucionaria donde surgieron los mitos vivientes de Fidel Castro y el Che, de las ideas de construir en paralelo el socialismo y el comunismo, el hombre nuevo, la sociedad de los iguales, “crear dos, tres, muchos Vietnam”? La respuesta instantánea podría ser nada o muy poco. Pero las respuestas instantáneas son más bien propias de la televisión. Si se trata de ir al fondo de las cosas, lo primero es considerar que bajo el arco de épocas diversas, encrucijadas y turbulencias mundiales de estos 50 años, Cuba también ha cambiado y tiene menos que ver con la de 1960 que los propios Estados Unidos. La manera de pensar el sistema político y la democracia, así como la vida diaria en los últimos veinte años, ha evolucionado más en la isla que en España. Esta última fase de la transición cubana no empezó con la enfermedad de Castro, sino con las transformaciones de los primeros 90, sin las cuales no se puede entender nada, mucho menos el legado real de la revolución.
La cuestión de fondo sería: ¿Qué representa hoy el socialismo para los cubanos? ¿Cuán lejos está de las ideas que inspiraron la revolución? Si no se formula como un ordenamiento político y económico específico e inmóvil, sino como un orden cívico de relaciones sociales, una cultura política, un sistema dirigido a lograr una sociedad más justa, la distancia no es tanta. Justicia social, equidad, independencia nacional, soberanía, desarrollo social, democracia popular, libertad, dignificación del ser humano, siguen siendo valores en los que creen una mayoría de los ciudadanos, viejos y jóvenes. Se dirá que en muchos lugares del mundo se comparten estos mismos ideales, que no son privativos de un pensamiento socialista ni de una herencia revolucionaria. La diferencia radica en que no sólo los cubanos de clase media urbana blanca, sino gran parte de la sociedad ha vivido muchas de estas aspiraciones como experiencias concretas o como expectativas. A pesar de la caída del nivel de vida y la insuficiente recuperación desde los 90, la posibilidad de que esos otros ideales no alcanzados plenamente sean algo más que enunciados de la Constitución no se les plantea como un asunto académico, sino como posible y necesario en sus vidas. Incluso los que se deciden a emigrar, están lejos de ser “jóvenes sin ideales, sólo interesados en el consumo”: la mayoría lleva consigo estos valores. Los que se quedan tienen el desafío de redefinir el orden socialista y renovarlo a fondo.

¿En qué medida estos cubanos reales son diferentes a los de hace medio siglo? En su conjunto, son más educados, creen que por el mero hecho de haber nacido tienen derecho a toda clase de servicios sociales, a ser considerados iguales (sean mujeres, negros, pobres o campesinos), a reclamarle al Estado y a decir lo que piensan, a viajar al extranjero (incluso obreros). Han heredado un sentido común según el cual les toca ser felices, piensan con su cabeza y se quejan de casi todo. Gobernarlos es una tarea mucho más compleja que hace 50 años. En su naturaleza contradictoria, viva y cambiante, encarnan quizás mejor que ninguna otra cosa el legado de la revolución.

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3) CASTRISMO SIN FRONTERAS
Bertrand de la Grange

Encuentro en La Habana: Fidel Castro, escoltado por Hugo Chávez (izquierda), presidente de Venezuela, y Evo Morales, presidente de Bolivia.

Dos de enero de 1959. El mundo se despierta con el triunfo de la Revolución Cubana. La toma de La Habana, la víspera, por un puñado de jóvenes barbudos ocupa las primeras planas de los periódicos. El acontecimiento llena de esperanza a una América Latina plagada de dictaduras. Cuba se convierte en símbolo de la libertad, reemplaza a Moscú como faro de la izquierda internacional y es fuente de inspiración para los movimientos de descolonización en África.

Han pasado 50 años. La antigua Perla del Caribe, la patria de José Martí, es hoy la única dictadura en el continente americano y no logra dar de comer a sus 11 millones de habitantes, sumidos en la precariedad. Mientras los demás pueblos de la región se han liberado de los regímenes autoritarios y han progresado en el campo económico, Cuba se ha convertido en una amarga caricatura de sí misma, aunque para muchos no haya perdido su aura romántica.

Una visita a las hemerotecas permite percibir la euforia que desató la victoria de Fidel Castro. En esa época Miami era fidelista, como se decía entonces, y los cubanos de Florida fueron los primeros en celebrar ruidosamente la caída del general Fulgencio Batista, que logró huir a la República Dominicana acogido por su amigo el dictador Leónidas Trujillo. Muchos de sus seguidores buscaron refugio en Estados Unidos, donde les esperaba la hostilidad de los exiliados. Según los teletipos de las agencias de prensa, los antidisturbios tuvieron que intervenir, el 1 de enero de 1959, para impedir que cientos de cubanos agredieran a funcionarios y familiares de Batista que acababan de llegar al aeropuerto de West Palm Beach, cerca de Miami.

La mayoría de los intelectuales latinoamericanos, comunistas o no, compartían entonces la alegría de los cubanos. Lo recordaba varios años después Mario Vargas Llosa: “Por primera vez pensamos que la revolución era posible en nuestros países. Hasta entonces, había sido para nosotros una idea romántica y remota”. En 1971, Vargas Llosa y varios otros escritores, como Jean-Paul Sartre o Juan Goytisolo, romperían con la Revolución Cubana a raíz del encarcelamiento del poeta Heberto Padilla y de la deriva totalitaria del régimen.

A diferencia de los gobiernos electos democráticamente, que se benefician a lo sumo de un año de gracia para cumplir sus promesas, Castro estuvo a salvo de las críticas de los intelectuales extranjeros durante más de una década. Casi ninguno de ellos denunció –y, sí, muchos las justificaron– las ejecuciones de cientos de colaboradores del antiguo régimen, condenados en juicios sumarísimos donde no se hacía la diferencia entre verdaderos matones y funcionarios sin relevancia. “Seguiremos fusilando mientras sea necesario. Nuestra lucha es una lucha a muerte”, había declarado el lugarteniente argentino de Castro, Ernesto Che Guevara.

Tampoco generó muchas protestas el arresto de uno de los más destacados comandantes del Ejército rebelde, Huber Matos, que había presentado su renuncia a Fidel Castro después de fustigar “la influencia comunista en el Gobierno”. La revolución no había cumplido aún 10 meses cuando Matos fue condenado a 20 años de prisión, que cumpliría hasta el último día. Poco después, empezaría la guerra civil en la Sierra del Escambray, que duró seis años, hasta 1966, y provocó al menos 3.000 muertos, un 50% más que en la lucha contra Batista. Lo que era, según el historiador cubano Rafael Rojas, que aporta argumentos contundentes en este sentido, una “lucha a muerte entre cubanos por dos proyectos de una misma nación” fue presentado por la propaganda de La Habana como una contrarrevolución al servicio de EE UU. Es el mismo argumento que usarían con éxito los sandinistas, 20 años después, para descalificar la rebelión campesina en Nicaragua. En abril de 1961, cuando los anticastristas intentaron un desembarco en Playa Girón, los partidarios de ambos bandos se enfrentaron en las calles de Guatemala y Bogotá, pero los fidelistas fueron los únicos en manifestarse en México, Santiago de Chile o Quito. Y en Costa Rica, unos 150 voluntarios se alistaron para ir a defender la revolución.

Hicieran lo que hicieran sus dirigentes, la gesta cubana merecía ser defendida porque la izquierda latinoamericana, los nacionalistas y hasta la derecha europea –el dictador Franco y su ministro Fraga Iribarne– la percibían como una respuesta a la arrogancia de Washington, que privilegiaba el garrote en sus relaciones con los países al sur del río Bravo y no dudaba en mandar a los marines cuando sus intereses económicos peligraban. Había sed de libertad en todo el continente, especialmente entre las clases medias que empezaban a acceder a la Universidad. Y, sin embargo, esos mismos sectores apoyaban las medidas de represión de Fidel Castro contra las voces discordantes, incluido el confinamiento de miles de opositores, homosexuales o “antisociales” en campos de trabajos forzados.

Cuando aún no controlaba la totalidad de su territorio, Castro empezó a mandar expediciones clandestinas para derrocar gobiernos hostiles. Trujillo, el dictador dominicano, fue el primero en recibir esas atenciones. La invasión, en junio de 1959, terminó con la muerte o la detención de la mayoría de los 200 guerrilleros cubanos y dominicanos. El fracaso no fue suficiente para desanimar a quienes querían exportar la revolución a todo el continente, empezando por el Che, que tenía en mente su propio país, Argentina, pero daría una vuelta por África –con otro fracaso en el Congo– antes de acercarse al Cono Sur a través de Bolivia, donde sería asesinado en 1967.

El hambre se juntó con las ganas de comer: la izquierda latinoamericana soñaba con extender la revolución al resto del continente y Cuba era demasiado pequeña para las ambiciones políticas de Fidel Castro. La Habana se convirtió en un hervidero de delegaciones revolucionarias. Todas querían apoyo material e ideológico para crear focos de guerrilla en Nicaragua, Guatemala, Venezuela, Haití, Brasil, Paraguay o Perú. El jefe de la Dirección General de Inteligencia, Manuel Piñeiro, más conocido como Barbarroja, era el encargado de la logística de esa internacional revolucionaria.

México, ha reconocido el propio Fidel, fue el único país a salvo de la intromisión cubana. La Habana no quería indisponerse con uno de los pocos países que había resistido las presiones de Washington e ignorado el embargo comercial decretado contra la isla. Hay incluso pruebas de la complicidad de Cuba con el Gobierno del Partido Revolucionario Institucional (PRI) para infiltrarse en las guerrillas mexicanas y facilitar su exterminio.

Antes de regresar a sus países de origen, los becarios de la revolución recibían en Cuba entrenamiento militar y formación política en campamentos secretos. A partir de los testimonios de ex guerrilleros latinoamericanos y de informes publicados por varios servicios de inteligencia, se sabe que había también africanos, palestinos, irlandeses y vascos. ¿De dónde sacaban los cubanos los cuantiosos recursos necesarios para entrenar y armar a esas guerrillas? La mayoría de los fondos venían de secuestros y asaltos bancarios cometidos en Argentina, México, Brasil o, incluso, Estados Unidos, como lo ha contado con muchos detalles un ex agente de la isla, Jorge Masetti en El furor y el delirio.
La entelequia del ‘hombre nuevo’

Mientras Barbarroja se encargaba de la logística, su esposa, la chilena Marta Harnecker, se dedicaba a la parte teórica y lograba convertir en bestsellers sus manuales marxistas en los años 70.

El clima político creado por la guerra fría favoreció la aparición de guerrillas en todo el continente. “Los mejores elementos de la intelligentsia latinoamericana [intentaron] causar estragos en sus países”, escribió Jorge Castañeda en La utopía desarmada. Encandilados por la figura heroica del Che, muchos jóvenes, la mayoría estudiantes, ateos o cristianos de base, se lanzaron a la lucha clandestina sin la preparación militar ni los medios adecuados para enfrentarse con las fuerzas de seguridad. Creían, en su ingenuidad, que las masas les iban a apoyar y que la toma del poder por el pueblo era inevitable. Se dejaron llevar por la entelequia del hombre nuevo y se veían como la vanguardia de una sublevación popular que sólo existía en su imaginación. Si un hombre experimentado como el Che se equivocó en su análisis de las “condiciones objetivas” en todos los países donde intentó exportar la revolución, ¿cómo sorprenderse que sus seguidores, menos preparados, cayeran en los mismos errores? “Lo peor de la Revolución Cubana es el daño que ha provocado en América Latina”, dice el editor cubano Pío Serrano, exiliado en Madrid. “Los mejores elementos de toda una generación han muerto al intentar crear focos revolucionarios, que fueron aplastados”.

En su famosa carta a la Conferencia de la Tricontinental, que reunió en abril de 1967 en La Habana a las organizaciones revolucionarias de América Latina, África y Asia, el Che instó a “crear dos, tres... muchos Vietnam”. Muchos siguieron la consigna y todos fracasaron en el intento, menos los sandinistas nicaragüenses, que tomaron el poder en 1979.

Esa victoria dio a Cuba una plataforma extraordinaria para apoyar a las guerrillas en El Salvador, Guatemala y Honduras. Todas tenían santuarios en Nicaragua, de donde salían aviones y barcos cargados de armas soviéticas y cubanas para sus respectivos frentes. Altos mandos cubanos de los servicios de inteligencia y del Ejército, como el general Arnaldo Ochoa, fueron destacados en Managua para manejar la logística y, luego, la lucha contra la guerrilla antisandinista, la Contra, financiada por Washington. Al embajador de La Habana se le llamaba el “décimo comandante” porque asistía a las reuniones de los nueve comandantes de la dirección nacional sandinista. Los cubanos se habían apoderado de Nicaragua, pero no pudieron evitar que los sandinistas perdieran las elecciones en febrero de 1990, apenas tres meses después de la caída del muro de Berlín.

La de Nicaragua sería la última derrota de La Habana en sus intentos de exportar la revolución por las armas. En el caso de Chile, donde la izquierda había llegado al poder por la vía electoral en 1971, la injerencia descarada de Fidel Castro para acelerar el proceso revolucionario contribuyó al fracaso y a la muerte de Salvador Allende.

El derrumbe de la Unión Soviética en 1991 cambia todo. Durante diez años, el régimen cubano tiene que hacer frente a la pérdida de los enormes subsidios que Moscú le entregaba a cambio de su alianza contra Washington. La población sobrevive con dificultad y la desnutrición provoca epidemias insólitas, como la neuritis óptica.

La tabla de salvación llegaría en 1999 con la victoria electoral de Hugo Chávez, gran admirador de Fidel Castro. A cambio del petróleo venezolano y de ayudas de todo tipo, Cuba manda a Caracas unos 30.000 médicos y enfermeras. Hace lo mismo con Bolivia, donde otro de los discípulos de Castro, Evo Morales, ha llegado al poder en 2006. Paga Venezuela.

Los papeles están ahora invertidos: Cuba ha perdido toda capacidad de exportar su modelo socialista y se ha vuelto dependiente de América Latina, donde la economía de mercado se ha generalizado. Argentina, Brasil, Chile, Ecuador, Uruguay y algunos otros países donde La Habana apoyó movimientos de guerrilla tienen hoy gobiernos de izquierda elegidos en las urnas. Aunque no le deben su victoria a Fidel Castro, las izquierdas latinoamericanas mantienen una relación sentimental con la antigua capital de la revolución y exigen a sus líderes que actúen para evitar su colapso. Chávez se vuelca para propiciar el statu quo y presentarse como el heredero de Fidel. Otros, como el brasileño Lula da Silva, apuestan por el cambio con Raúl, sin decirlo públicamente, e impulsan la vía de la inversión productiva para facilitar una transición pacífica.

La genialidad de Castro, que desde su lecho de enfermo sigue moviendo los hilos, ha consistido en mandar médicos donde antes enviaba guerrilleros. Se ha granjeado así el reconocimiento de miles de campesinos bolivianos, guatemaltecos o venezolanos que no tenían acceso a los servicios de salud. Todos ellos están convencidos de que Cuba es un paraíso terrenal y alaban la generosidad de la revolución. Lo que no saben es que La Habana no tiene recursos para atender a su propia población y que esa revolución tan admirada está en sus últimos estertores.

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Rafael Rojas es uno de los más respetados historiadores cubanos. Entre sus obras, destacan Motivos de Anteo: patria y nación en la intelectualidad de Cuba (Ed. Colibrí, Temas Cubanos, Madrid, 2008) y Tumbas sin sosiego: revolución, disidencia y exilio intelectual cubano (Ed. Anagrama, Barcelona, 2006). Rafael Hernández es autor, entre otros, de Mirar a Cuba. Ensayos sobre cultura y sociedad civil (Editorial Pueblo y Educación, La Habana, 2001) y The History of Havana (Palgrave Mc Millan, Nueva York, 2006). Bertrand de la Grange, corresponsal en América Latina del periódico francés Le Monde durante casi dos décadas, es también autor, junto a Maite Rico, de ¿Quién mató al obispo? Autopsia de un crimen político (Ed. Martínez Roca, Madrid, 2005) y de Marcos, la genial impostura (Ed. Aguilar, Madrid, 1998).

Para comprender el fenómeno que supuso la Revolución Cubana en el continente latinoamericano y la visión desde la izquierda es fundamental el libro de Eduardo Galeano: Las venas abiertas de América Latina (Ed. Siglo XXI de España, Madrid, 2008). Los libros sobre la figura del Che son incontables: entre ellos, Che Guevara, una vida revolucionaria, de John Lee Anderson (Ed. Anagrama, Barcelona, 2006) y del propio Fidel, El decoro del mundo: Che Guevara visto por Fidel Castro (Ed. Txalaparta, Tafalla, Navarra, 2000). El polémico libro Fidel Castro: biografía a dos voces (Debate, Madrid, 2006), de Ignacio Ramonet, reúne más de cien horas de entrevistas con el comandante.

953) Parag Khanna: O Segundo Mundo, livro

Hegemonia dos EUA e diplomacia brasileira

O jornal O Estado de São Paulo traz em sua edição deste domingo, 30 de novembro de 2008, uma entrevista do jornalista Cristiano Dias com o cientista político indiano Parag Khanna, pesquisador da New America Foundation, por ocasião do lançamento da edição brasileira de seu livro O Segundo Mundo: impérios e influência na nova ordem global (Editora Atlas, 560 p.)", sob o título "Hegemonia dos EUA chegou ao fim" (o que me parece um certo exagero).
No único trecho da entrevista que se refere especificamente ao Brasil, Khanna é perguntado sobre o papel que o Brasil terá na nova ordem global. Sua resposta:

"Estou muito otimista quanto ao Brasil por causa de sua economia diversificada, de seu corpo diplomático altamente treinado e muitas outras razões. Acho que o Brasil será protagonista em muitas áreas, como meio ambiente, comércio e desenvolvimento.'

Lendo a edição original do livro de Parag Khanna, The Second World: empires and influence in the new global order (New York: Random House, 2008), verifico que estou citado em nota de referência bibliográfica relativamente a uma passagem do capítulo 18, "Brazil, the Southern Pole" (p. 152-158), exatamente num trecho que diz o seguinte:

"Guided by its national methodology of coequal status with the United States, Brazil has always looked multidirectionally, persereving in its quest to become the anchor of Latin diplomacy (despite its Portuguese language)". (p. 154)

O trecho então remete à nota 5, que consta à p. 402, Notes, que cita como fonte esta apresentação minha de 2004, num seminário da Universidade Internacional da Florida, em Miami:

"See Paulo Roberto de Almeida, "Two Foreign Policies: from Cardoso to Lula", presentation at Florida International University, March 4, 2004.

Os interessados em conferir este pequeno texto (que foi retirado de artigo maior comparando as duas políticas externas), podem conferir a aversão pdf neste link.
Os links do final do arquivo provavelmente não correspondem mais à realidade, em vista de reorganização de meu site pessoal (www.pralmeida.org).

sábado, 29 de novembro de 2008

952) Paquistao: um hotbed de terroristas

Muito informativo, até mesmo detalhadamente acurado o artigo do Ely Karmon, abaixo transcrito.
A análise é cuidadosa, quase reticente em acusar o Paquistão de ser o Afeganistão do momento, ou seja, o hotbed da maior parte dos grupos terroristas que atuam mesmo sem uma franquia especifica do Al-Qaeda. Vamos conviver durante muito tempo com esse tipo de ação, pois que esses grupos ainda dispoem de milhares de voluntários e a conjuntura psicossocial nos países islamicos ainda permanece fortemente anti-ocidental, especificamente anti-americana, o que promete talvez algumas décadas de conflitos desse tipo, sem alcance estratégico, mas custoso em vidas humanas e deletério do ponto de vista do desenvolvimento economico-social desses povos.
Trata-se de uma protracted war que vai mobilizar corações e mentes durante algumas décadas provavelmente.
Nessas horas, ao fazer-se uma reflexão do tipo "what if?", a gente se pergunta, quase 500 anos depois da batalha de Lepanto: o que teria acontecido se a Turquia não tivesse se modernizado do ponto de vista ocidental sob o comando de Ataturk? Teriamos, talvez, um "Paquistao" nas portas da Europa...


The attacks in Mumbai: is there a Pakistani connection?
By Ely Karmon
This article has been published as op-ed in the Spanish daily ABC of 29 November 2008

After a long series of Islamist bombing campaigns in big Indian cities in the last two years, including Mumbai where 209 people were killed in July 2006, the multiple Mumbai terrorist attacks could signify a major escalation in the conflict between India and Pakistan.

In his statement to the nation, the Indian Prime Minister, Manmohan Singh, said that the attacks probably had “external linkages,” and were carried out by a group “based outside the country.” The prime minister did not name Pakistan but he threatened that there would be a “cost” to “our neighbors,” if their territory was found to have been used as a launching pad. The Indian special secretary at the Home Affairs Ministry, M. L. Kumawat, said that Lashkar-e-Toiba, an Islamic militant group operating out of Pakistan, was a “distinct possibility” as responsible for the attack.

One should consider this major terrorist operation in the framework of the three levels of conflict between India, and Pakistan and Islamist extremists in Pakistan and India itself: the old nationalist conflict of the Muslim separatists in the Indian Kashmir, which Pakistan helped develop into a religious conflict since the military coup by General Zia ul-Haq in 1977; the support of terrorism inside India after 9/11 by the Pakistani intelligence (ISI) via Lashkar e-Toiba and other groups; and the violent conflict between Hindu nationalists and Muslim extremists fueled by the killing of Muslims in India and the demolition of the Babri Masjid mosque (in Ayodhya) in December 1992.

The India-Pakistan relations have lately been exacerbated by two strategic issues: the close relations of India with the Karzai government in Afghanistan, seen by Pakistan as a major battle ground for regional strategic dominance; the noticeable improvement in the relations between India and the United States, especially in the nuclear field, detrimental to the Pak-US relations.

The attacks, which involved for the first time the hostage taking of numerous American, British, Israeli and other Western citizens, were clearly devised to provoke political and economic instability, worsen the already tense relations with Pakistan and increase the tension between Hindus and Muslims in India. From this point of view it was probably a success.

The decision to stage the attacks several days before the state elections scheduled next week in India, remind us of the 11 March 2004 Madrid bombings.

Interestingly, terrorists holed up inside Mumbai's Taj and Trident-Oberoi hotels allowed 17 Russian hostages to leave after checking their passports, in spite of the known grudge of the Islamists against Russia because of the Chechen conflict. Is this related somehow to the new "honeymoon" between Russia and the Arab world?

Pakistan Prime Minister Yousuf Raza Gilani on Friday accepted a request from his Indian counterpart Manmohan Singh to send the ISI chief to India to "cooperate in the investigation of the Mumbai attacks and for sharing certain information."

It is not sure that this noteworthy gesture (which was meanwhile downgraded by the Pakistanis to the visit of "a senior" intelligence officer) will prevent a serious crisis in the Indo-Pakistan relations, the two big, hostile nuclear nations. Everything depends on the results of the investigation of the identity of the terrorists and the support they received for the attacks.

During the last years, Pakistanis or European citizens of Pakistani origin have been involved in the 7 July 2005 suicide bombings in the London underground after training in Pakistan, dozens others have been arrested in the UK, and Spain, for preparing major international terrorist attacks. On this background, European countries should be more aware of the threat coming from Pakistan, whose great political instability represents a clear present and future threat to its own people, neighboring countries, and the world at large.

Ely Karmon, Ph.D.
Senior Research Scholar
International Institute for Counter-Terrorism (ICT) and
The Institute for Policy and Strategy (IPS) at
The Interdisciplinary Center (IDC)
Herzlyia, Israel

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

951) I Seminário sobre Pesquisa em Relações Econômicas Internacionais (Rio de JAneiro)

I Seminário sobre Pesquisa em Relações Econômicas Internacionais

A Fundação Alexandre de Gusmão, o IPRI e o Departamento Econômico informam sobre a realização, no dia 5 de dezembro de 2008, no Palácio do Itamaraty no Rio de Janeiro, do I Seminário sobre Pesquisa em Relações Econômicas Internacionais. Participarão do seminário alguns dos principais pesquisadores dessa área com o objetivo de divulgar estudos recentes sobre o tema. Maiores informações sobre o evento podem ser obtidas
junto ao PS João Paulo Alsina, do DEC.

FUNAG/IPRI/DEC

950) Um livro sobre a crise: a lei das consequencias involuntarias

Geralmente não costumo postar simples artigos de jornal neste espaço, e ainda menos fazer uma simples "propaganda" de livros publicados (para isso uso um outro blog especializado, Book Reviews), mas acredito que o artigo abaixo é suficientemente importante para justificar a ruptura eventual desta regra.
Não vou comentar agora, apenas dizer que o artigo e o livro que ele comenta são bastante importantes para a conjuntura que vivemos atualmente.

Crise e oportunidade
Merval Pereira
O GLOBO – 27/11/08

NOVA YORK. A dívida externa americana, que chegou a US$10 trilhões antes da crise financeira iniciada no meio de setembro, está a ponto de atingir 100% do PIB com os sucessivos pacotes de liquidez já aprovados no valor total de cerca de US$2,5 trilhões, e mais um provável programa de US$700 bilhões para a criação de 2,5 milhões de empregos em obras de infra-estrutura a ser anunciado pelo presidente Barack Obama em seus primeiros dias na Casa Branca. E é previsível que outros pacotes de estímulos ainda virão. O outro déficit, o público, se ampliará para o recorde de aproximadamente US$490 bilhões no ano que vem, e caberá ao novo diretor de Orçamento, Peter Orzag, fechar o grande buraco orçamentário que será herdado.

Será possível à nova administração democrata montar uma arquitetura financeira que combine uma política monetária bastante frouxa no curto prazo, e que em longo prazo mantenha o interesse dos investidores nos papéis do Tesouro, diante de um déficit dessa magnitude? É real a possibilidade de os títulos do Departamento do Tesouro sofrerem uma desvalorização por conta do agudo crescimento do endividamento do governo?

As agências de classificação de riscos, das grandes culpadas pela crise financeira, considerarão rebaixar a classificação dos Estados Unidos, hoje considerados AAA? Se isso vier a acontecer um dia, o reflexo se verificará por toda a economia globalizada, já que os títulos do Tesouro americano são a referência internacional e o dólar é o padrão monetário.

O economista Paulo Rabello de Castro lançou um livro ontem cujo título já diz tudo: "A grande bolha de Wall St. - Como ela pegou o mundo, como ela pode afetar você". Ele está convencido de que "as autoridades estão perdidas diante de uma economia real que se dissolve". Paulo Rabello acha que "estamos diante de uma completa dissolução dos princípios econômicos. Será que serão torneiras de liquidez abertas que darão mais competição e competitividade à economia norte-americana?", pergunta, cético.

Ele vê "um excesso de questões mal respondidas pelo governo dos EUA", e ressalta que o "caminho para o qual estão levando a confiança no dólar é trágico". Por isso, ele diz que "é preciso acompanhar de perto a trajetória do Federal Reserve, com total atenção".

Os pacotes multibilionários de ajuda, neste caso, analisa Paulo Rabello, podem ter efeito contraditório, voltando-se contra o regime monetário dos países, expondo a fragilidade de suas moedas. "O grande desafio hoje é como reverter a grande fragilidade do regime monetário norte-americano. Para o resto do mundo, a pergunta é: haveria um substituto claro a ocupar o lugar de lastro internacional de transações?".

Ele diz que "o uso e abuso do suprimento de liquidez já tem sido a arma secreta desde Greenspan (Alan Greenspan, ex-presidente do Banco Central dos Estados Unidos), cuja escola é a mesma do (Ben) Bernanke e agora de (Tim) Geithner e Larry Summers".

Paulo Rabello ressalta que a liquidez abusiva até funciona enquanto a demanda por títulos públicos é grande e crescente, como ocorreu enquanto a China, Brasil, Índia, os países árabes "compravam literalmente trilhões em bônus dos EUA, os quais assim financiavam a guerra de 2003, a redução de impostos dos ricos, os programas eleitoreiros domésticos do Bush, etc etc". Mas ele crê, "com realismo", que essa demanda "secou ou vai secar feio" devido ao ajuste, "que demandará que os chineses poupem menos e que os americanos poupem o que nunca pouparam antes".

Para ele, existe em marcha "um choque de riqueza com sinal trocado que é monstruoso" com a percepção de todo americano de que "seu fundo de pensão foi parcial ou totalmente para o brejo". Paulo Rabello dá o exemplo da fábrica de carros GM, "que não consegue mais arcar com contribuições, ao mesmo tempo em que o valor dos ativos da reserva do fundo caem de valor drasticamente". E também o do Estado de New Jersey, que não poderá pagar as pensões integrais.

Para ele, este é o "efeito-pobreza", que é agravado pela noção do contribuinte de que "a torneira fiscal de hoje é o imposto amanhã, e que, assim, ele tem que poupar mais para enfrentar o imposto", anulando o esforço de convite ao gasto feito pelos pacotes de estímulos econômicos dos governantes.

O economista acha que a solução dependeria "de fazer os credores privados afoitos pagarem ao descontar seus créditos radicalmente, mas, se o governo estatiza o crédito, livra o prejuízo de credores e acionistas". Ele considera essa situação espantosa e intrinsecamente má, "pois prolonga o custo total do ajuste em cima das classes menos favorecidas, bem ao contrário do que faz crer a sabedoria e a mídia convencionais".

Paulo Rabello de Castro acha que, dessa crise, a preferência pelo dólar vai recuar e novos regimes monetários poderão surgir com papéis relevantes, e o Real poderá ser um deles, dependendo das decisões a serem tomadas pelo governo brasileiro.

Uma política de fortalecimento do Real teria que atender aos seguintes princípios, segundo Paulo Rabello:
1- Redefinição e contenção de despesas públicas.
2- Reforma tributária arrojada
3- Política fiscal neutra

Alguns objetivos de longo prazo deveriam também ser definidos:
1- Déficit nominal zero
2- Aumento de 10% da Produtividade Pública
3- Meta de 30% de carga tributária em 2020
4- Fim da indexação pelo IGP
5- Aumento da Poupança Previdenciária
6- Taxa de investimento de 25% do PIB em 2011.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

949) Joaquim Nabuco: cem anos do inaugural address na Universidade de Wisconsin

Nabuco and Madison: A Centennial Celebration
April 24-25, 2009
University of Wisconsin-Madison

Brazil’s first ambassador to the United States, Joaquim Nabuco (1849-1910) authored the commencement speech for the University of Wisconsin-Madison in the spring of 1909. The speech, referred to as ‘the Madison lecture,’ is titled “The Share of America in Civilization” (The American Historical Review 15.1 [1909] 54-65) and is considered one of Nabuco’s most important essays in the area of diplomacy and international relations.
This symposium aims to commemorate the centenary of Nabuco’s essay as well as the strong links between the University of Wisconsin and Brazil. It will also launch the Brazil Initiative, a series of events and collaborations between the University, private foundations and the Brazilian government.
We invite scholars representing a wide variety of disciplines to submit proposals for papers on any aspect of the writings and career of Nabuco, a notable abolitionist, memorialist, prolific author and one of the most influential political and intellectual figures of his time. We are particularly interested in papers dealing with the Madison lecture.
Inquiries and proposals should be sent to Severino Albuquerque (sjalbuqu@wisc.edu)
Deadline for paper proposals is December 1, 2008.

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Curiosamente, o Embaixador Nabuco, já doente, não compareceu pessoalmente a esse evento, tendo seu texto (posso mandar para os que desejarem) sido lido na ocasião pelo presidente da Universidade e depois publicado na American Historical Review. Ele morreu no ano seguinte, no seu posto em Washington.
De toda forma, este simpósio é importante, e todos aqueles que militam nesse campo da história diplomática teriam interesse em participar dele. Madison fica a mais ou menos uma hora, de carro, de Chicago...
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Paulo Roberto de Almeida

948) Biocombustiveis: livro sobre o etanol de cana de acucar

Biocombustíveis - Conferência Internacional

CGEE e BNDES lançam livro durante a 1ª Conferência Internacional de Biocombustíveis

O livro Bioetanol de Cana-de-Açúcar: Energia para o Desenvolvimento Sustentável foi lançado no dia 18 deste mês, durante a 1ª Conferência Internacional de Biocombustíveis. O livro foi elaborado pelo CGEE em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e teve o apoio do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
O livro verde do bioetanol se propõe a contribuir ao desenvolvimento do potencial dos biocombustíveis e seus desafios de produção no Brasil e na América Latina, no médio prazo. A publicação destaca quais instituições, empresas e indivíduos têm avanços ou planos na pesquisa na área, além de tratar de temas como inovação, investimento, legislação e normativos nos diversos elos da cadeia produtiva e de distribuição do biodiesel e bioetanol. Marcelo Poppe, assessor do CGEE, além de coordenar a execução por parte do Centro, é um dos autores do livro, que será publicado em outras três línguas: espanhol, inglês e francês. A organização da publicação coube ao professor da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Luiz Augusto Horta Nogueira.

A Conferência Internacional sobre Biocombustíveis cujo tema foi “Os Biocombustíveis como Vetor do Desenvolvimento Sustentável”, organizada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), realizou-se na cidade de São Paulo durante os dias 17 a 21 deste mês. Estiveram presentes no evento representantes de outros governos de 100 países, organismos internacionais, parlamentares, comunidade científica e acadêmica, iniciativa privada, sociedade civil e ONGs.

O evento abordou temas que contribuiem para a discussão internacional a respeito dos desafios e oportunidades apresentados pelos biocombustíveis, além de assuntos relacionados ao tema, como produção e uso sustentável, agricultura, mudança de clima e o futuro desses combustíveis. Dividida em dois segmentos, a conferência foi aberta ao público apenas nos dias 17 a 19, no segmento Sessões Plenárias. Na Sessão I, realizada no dia 17, os temas foram Biocombustíveis e Segurança Energética: transição da matriz energética; diversificação das fontes; e universalização de acesso. No dia 18, realizaram-se as sessões II e III. A sessão II teve como temas Biocombustíveis e Mudança do Clima: Mitigação das emissões de gases e efeitos estufa; mudança do uso da terra, análises comparativas de ciclo de vida. O tema da Sessão Plenária III foi Biocombustíveis e Sustentabilidade: segurança alimentar; geração de renda, desafios para os ecossistemas.

No dia 19, realizaram-se as duas últimas sessões. O tema da IV foi Biocombustíveis e Inovação: pesquisa e desenvolvimento; biocombustíveis de primeira e segunda geração; oportunidades para a ciência e tecnologia. Esta sessão contou com a participação como palestrante da presidenta do CGEE, Lucia Melo. Para finalizar, a sessão V trouxe assuntos relacionados ao tema Biocombustíveis e Mercado Internacional; regras comerciais; questões técnicas; padrões sócio-ambientais. Durante esses dias ainda ocorreram sessões especiais para o aprofundamento de temas específicos e a aproximação de atores envolvidos.

O segundo segmento do evento, Intergovernamental de Alto Nível, ocorreu durante os dias 20 e 21. Os debates aconteceram em forma de mesas redondas, cinco no total, que discutiram os mesmos temas das sessões plenárias dos dias anteriores.

Para mais informações sobre a Conferência, visite este hotsite.

Faça o Download do Livro:

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Apresentação

terça-feira, 25 de novembro de 2008

947) Relato de uma reuniao cientifica no Brasil

Abaixo o relato feito pelo Assessor de Assuntos Internacionais do MCT de uma recente reunião realizada no Rio de Janeiro dessa área.
Muito interessante o relato, e o apelo em favor de maior cooperação entre todos os cientistas do mundo, como condição para o desenvolvimento de todos os povos. A única observação que eu faria, a este tipo de colocação, seria a seguinte: os cientistas parecer ter a impressão de que a cooperação se faz num vácuo material e que bastaria ter vontade política para que ela se realizasse. Não cuidam de seu financiamento e quando o fazem parecem assumir o pressuposto de que o Estado, os estados em geral, deveriam simplesmente financiar, a fundo perdido, todo e qualquer projeto de cooperação científica, sem dizer exatamente de onde vai sair o dinheiro. Eles parecem acreditar que os governos produzem dinheiro incessantemente e impunemente, ou então de que ele dá em arvores.
A julgar, por outro lado, pelo posicionamento em relação à questão da propriedade intelectual, esses "cooperadores voluntários" parecem acreditar que as tecnologias proprietárias são um impedimento à cooperação no mundo, quando elas são, na verdade, uma forma de financiamento necessário ao principal vetor de inovação tecnológica (mas não necessariamente científica, que permanece nas universidades, financiadas com verbas públicas), sem a qual não teríamos tantos produtos inovadores nas áreas médicas, biológicas e técnicas, em geral. A propriedade intelectual é a pior forma de financiamento da pesquisa aplicada, à exceção de todas as demais, já que pesquisa fundamental, como ocorre na maior parte dos países, é feita em caráter público. Ora, essa parte da produção de conhecimento já não sofre qualquer restrição de divulgação, e quando sofre, é justamente para poder remunerar pesquisas que de outra forma não seriam feitas por insuficiência de fundos públicos.
Refiro-me, em especial, a esta passagem do texto transcrito mais abaixo:
"Há que verificar em profundidade o quanto de perdas, prejuízos e bloqueios certos regimes de propriedade intelectual causam à cooperação internacional relativa ao acesso a conhecimentos científicos essenciais, bem como aqueles com especial implicação no desenvolvimento tecnológico. Eis uma imensa pedra no caminho de cooperação internacional na era do conhecimento, quando é preciso abrir novas oportunidades de larga participação no avanço universal e multilateral da C&T."

Justamente, aqueles conhecimentos científicos essenciais ao desenvolvimento tecnológico precisam, de alguma maneira, ser remunerados pelo risco e pelo seu custo. Se o Assessor de Assuntos Internacionais do MCT julga que o Estado é uma cornucópia infinita de recursos, ou se ele pensa que os cientistas, eles mesmos, são abnegados servidores da ciência universal, buscando tão somente prestígio e reconhecimento científico, e que eles estão dispostos a passar noites em laboratórios fazendo pesquisas apenas para a glória da ciência e da cooperação universais, então estaria na hora de trazê-lo de volta à realidade deste nosso mundo, tal como ele é, não como ele gostaria que fosse.
A matéria, em todo caso, é importante pelo fato em si da articulação de órgãos brasileiros em favor da cooperação científica. Apenas se deve descontar o idealismo ingênuo de alguns servidores públicos...

O desafio da cooperação na Era do Conhecimento
José Monserrat Filho
Jornal da Ciência (JC E-Mail)
Edição 3647 - Notícias de C&T - Serviço da SBPC

"Os habitantes deste planeta começam a perceber que têm direitos e interesses comuns vitais a transformar em realidade concreta, e que simplesmente fora da cooperação não há salvação".=
José Monserrat Filho é chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério de Ciência e Tecnologia. Artigo enviado pelo autor ao JC e-mail:

Urge promover novos e amplos debates sobre as complexas questões que envolvem o tema da "Cooperação Internacional na Era do Conhecimento", pois muitos conceitos e práticas que têm orientado o relacionamento entre países e povos nesta área (mais estratégica do que nunca) já não atendem às necessidades e demandas de hoje e amanhã, e precisam ser atualizados.

Esta pode ter sido uma das principais conclusões do Seminário Internacional sobre o palpitante assunto, promovido e organizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) por proposta do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), em 17, 18 e 19 de novembro, no Hotel Rio Othon Palace. Suas exposições e intervenções serão publicadas em livro em 2009.

A abertura do evento não poderia ter sido mais estimulante. A conferência inaugural foi proferida por Mohamed Hassan, diretor executivo da Academia de Ciência dos Países em Desenvolvimento (conhecida por sua antiga sigla TWAS, de Third World Academy of Sciences). Hassan mostrou com dados recentes e alguns até chocantes, baseados sobretudo na realidade africana, o quanto a cooperação tornou-se indispensável para superar os problemas globais que afetam e ameaçam a vida de bilhões de pessoas em nosso planeta.

Vale a pena conhecer detalhes dos cinco painéis que muito bem moldaram o workshop. O 1º Painel enfocou a "Cooperação International em C&T no Novo Quadro da Geopolítica Global" e teve como expositores: Rasigan Maharajh, da Universidade de Tecnologia de Tshwane, África do Sul; Jorge Grandi, diretor da Unesco para o Mercosul; e José Eduardo Cassiolato, do Instituto de Economia da UFRJ. Tive a honra de presidir essa sessão, relatada por Léa Velho, pesquisadora da área de políticas de C&T da Unicamp.

O 2º Painel, sobre "As Redes de Conhecimento e as Novas Configurações da Cooperação Internacional em Ciência e Tecnologia", contou com a participação de Hernan Chaimovich, diretor do Instituto de Químico da USP e vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), e de Manuel Heitor, secretário de Ciência, Tecnologia e Educação Superior de Portugal.

Presidiu a sessão Fabio Celso de Macedo Soares Guimarães, coordenador de Cooperação Internacional da Finep. Como relator atuou Alberto Passos Guimarães Filho, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e diretor do Instituto Ciência Hoje.

O 3º Painel examinou os "Obstáculos e oportunidades na Circulação do Conhecimento nos Programas de Cooperação Internacional", com apresentações de Carlos Correa, pesquisador da Universidade de Buenos Aires, e Ronaldo Fiani, pesquisador da UFRJ – dois grandes especialistas em questões de propriedade intelectual.

A sessão, presidida por Otávio Velho, antropólogo aposentado do Museu Nacional/UFRJ e vice-presidente da SBPC, teve como relatora Ingrid Sarti, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ.

O 4º Painel discutiu "A Cooperação Internacional em Ciência e Tecnologia e o Desafio do Desenvolvimento Sustentado", com exposições de Gilberto Gallopín, argentino, doutor em Ecologia pela Universidade de Cornell, EUA, e membro da entidade "Iniciativa em Ciência e Tecnologia para a Sustentabilidade" (ISTS), e de Roberto Smeraldi, da organização "Amigos da Terra - Amazônia Brasileira".

O matemático Jacob Palis Júnior, presidente da ABC e da TWAS, conduziu a sessão, e Pedro Leitão, da Fundação Brasileira para a Biodiversidade, foi seu relator.

O 5º Painel abordou as "Políticas e Estratégias da Cooperação em C&T: Panorama Atual e Perspectivas Futuras", com base nas apresentações de Annalisa Primi, da CEPAL, e de Stephen Michalowski, secretário executivo do Global Science Forum, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Maria Lúcia Maciel, socióloga da UFRJ, presidiu a sessão, relatada por Paulo de Góes, chefe da Assessoria Internacional da ABC.

O 6º Painel reuniu os relatores dos cinco painéis temáticos para a exposição do "Sumário, Conclusões e Recomendações" do evento. As exposições foram sucintas, mas os relatórios deverão ser elaborados de modo mais detalhado e divulgados em breve. Presidiu essa sessão final o diplomata Hadil da Rocha Vianna, diretor geral do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) do Ministério das Relações Exteriores.

Na sessão de abertura, Lúcia Melo, presidente do CGEE, entusiasta do seminário, observou que seus resultados certamente serão de grande utilidade para os formuladores de políticas, tanto nos vários níveis de governo, quanto nas universidades e centros de pesquisa, bem como no setor empresarial, que deve intensificar sua atuação internacional. Ela acertou em cheio.

Como frisei no ato de encerramento, este seminário talvez tenha aberto a garrafa e livrado o mago que lá estava preso e pouco discutido: o mago da cooperação internacional neste desafiador século 21. Ficou claro que as exposições e debates despiram e desconstruíram conceitos arraigados que precisam ser revistos, para se utilizarem melhor e de modo mais eqüitativo os meios de cooperação internacional.

A meta geral não pode ser outra: apressar o desenvolvimento sustentável de todos os países e povos, elevando sua qualidade de vida e seus níveis de progresso econômico, social e cultural, bem como de ativa participação no convívio mundial construtivo e democrático.

Há que verificar em profundidade o quanto de perdas, prejuízos e bloqueios certos regimes de propriedade intelectual causam à cooperação internacional relativa ao acesso a conhecimentos científicos essenciais, bem como aqueles com especial implicação no desenvolvimento tecnológico. Eis uma imensa pedra no caminho de cooperação internacional na era do conhecimento, quando é preciso abrir novas oportunidades de larga participação no avanço universal e multilateral da C&T.

Maria Lúcia Maciel e Sarita Albagli, pesquisadoras de alto bordo em inovação produtiva, souberam organizar um encontro eficiente e emblemático, com o apoio sempre atento de Antonio Carlos Figueiredo Galvão, do CGEE.

Parafraseando um dos trechos mais interessantes da memorável exposição de Gilberto Gallopín, os países precisam ser ainda mais sábios, mais hábeis e empenhados (cheios de vontade, sobretudo política), para desenvolver e desimpedir os caminhos das idéias, discussões, revelações e propostas criativas que levem a um novo e mais adequado patamar de cooperação internacional.

O momento é extremamente propício. Os habitantes deste planeta, cidadãos e súditos de mais de 200 países, começam a perceber que (1) têm direitos e interesses comuns vitais a transformar em realidade concreta, e que simplesmente (2) fora da cooperação não há salvação.

946) Uma historia monetaria: Niall Ferguson

O mais recente livro do historiador britânico, atualmente na Harvard University, Niall Ferguson:

The Ascent of Money: A financial History of the World

Apresentação sumária no site da Amazon, que também fornece o press release deste livro, como abaixo:

Review
'Niall Ferguson has written a fascinating, accessible, and important book that lives up to its rather grandiose title ... It goes from cowrie shells to mortgage-backed securities, and everything in between ... this is an exceptional book.' - Michael Casey, Irish Times

From prolific historian Ferguson (History/Harvard Univ.; The War of the World, 2006, etc.), a sweeping survey of money and its many instruments.Some years ago, writes Ferguson, a hitherto unknown tribe appeared at the edge of the Amazonian rainforest. The people had subsisted for generations on hunting and gathering. They had no conception of money; not surprisingly, Ferguson adds, they had no concept of futurity, either. Now they live near a city, subsisting on food brought by strangers with no demand for anything in return. Shedding the hunting-and-gathering lifestyle was a first step toward the larger prosperity of humankind, Ferguson suggests - contra Marshall Sahlins's Stone Age Economics (1974) - while other instruments compelled us farther along the evolutionary path. One was the development of credit and debt, "as important as any technological innovation in the rise of civilization, from ancient Babylon to present-day Hong Kong." Ferguson takes a view similar to that of Jacob Bronowski (the title being homage to The Ascent of Man), and he offers plenty of nuts-and-bolts information. Every day, $2 trillion changes hands, and every single second of the day someone is selling something to someone else, a far more congenial use of time and energy than war, counting coup and other pastimes of our tribe writ large. War, after all, is a leading cause of inflation, one of the constant enemies in Ferguson's pages; another is bad faith, which Ferguson attends to in a nicely scathing exegesis of the Enron affair. The author is a fluent interpreter, whether writing of the origins of the hedge fund, the workings of international trade deficits or the securitization of home mortgages - the last of which is the cause of so much current worry. He avoids the aridity of economics without skimping on details, offering lots of bang for the buck.A useful introduction to the world of drachmas, dinars and dollars. (Kirkus Reviews)

Review
`Niall Ferguson has written a fascinating, accessible, and important book that lives up to its rather grandiose title ... It goes from cowrie shells to mortgage-backed securities, and everything in between ... this is an exceptional book.'

Ele deve ser traduzido e publicado entre nos, como foi seu livro anterior da mesma area, Cash Nexus.

Abaixo, ainda do site da Amazon, um primeiro resenhista-leitor (que aparentemente escreve em inglês britânico, pelo civilisation):

Comments by Michael Calum Jacques author of '1st Century Radical', 21 Nov 2008

The title of this book makes quite a claim. Niall Ferguson is a Harvard University professor from the UK, who produced a volume on the story of the Rothschild financial dynasty in the late 1990s, The book certainly has a number of interesting features e.g. its summary of recent events both precipitating and within the housing market and international commercial relationships between superpowers. Nevertheless, the impression is that the work - fascinating though it is in parts - may just have been a little bit 'scraped together', somewhat hurried.

Given the lightening blitz which has rocked all corners, streets and avenues of the globe's financial institutions, this is perhaps understandable and even forgivable, almost. Recent news bulletins have featured housing crises, bank runs and a possible recession looming forbiddingly. Given that he presumably had only human resources at his disposal, the author may well have reached for a crystal ball as a source of greater predictability than the global market indicators have been able to offer any of us, himself included, of late.

Returning to our initial point, viz. the sheer scope this work claims to encompass, this reviewer particularly appreciated Ferguson's sweep through the civilisations of the past in this Financial History of the World; thus the Inca's spurning of gold and silver as money, the pre-Christian Mesopotamian/Babylonian credit notes in the form of clay tablets and many more indicators of the development of, and various civilisations' attitudes towards, money and finance in general. Yet Ferguson omits to make, as far as this reviewer can see, any reference to the light which spectral analysis technology (through its illumination of discarded domestic papyri texts) has thrown on the surprising wealth of certain women within the ancient world.

Ferguson's philosophy, which he keeps hidden up his sleeve for most of the book, proposes that finance evolves through natural selection. He uses this hypothesis to account for the appearance and denigration of new financial models which respond to new demands made by various societies. That analysis may risk a degree of oversimplification, but that will be variously assessed by the background, training, and disposition of the reader. All that being said, this is a challenging and a stimulating read.

Michael Calum Jacques