Paulo Roberto de Almeida
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Alemanha ocidental tentou comprar da Russia reunificacao das duas Alemanhas
Paulo Roberto de Almeida
India: o emergente atrasado (superatrasado...)
OK, para a China, que avança rápido.
E a India, como se compara à China?
É justamente o que tenta fazer este infograma da Economist.
Todos sabem que a Índia é um país um pouco caótico há mais ou menos 4 mil anos (enfim, quase isso). Parece que ela vai continuar caótica pelos próximos 4 mil anos.
Mas, a despeito de todo o caos de suas 2.500 castas, 250 dialetos e infinitas religiões, a Índia segue a teoria do Galileu: eppur si muove: a despeito de tudo, ela avança. Mas vai demorar um pouquinho para ela alcançar a China.
Ou como diria o nosso Mário de Andrade, no famoso texto "O Poeta Come Amendoim" (1924):
"Progredir, progredimos um tiquinho, que o progresso também é uma fatalidade..."
Paulo Roberto de Almeida
Comparing India and China
Chasing the dragon
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Bad English IS the universal English... poor Shakespeare (or Shake Inspire?)
Euro-English
Blasting the bombast
The 2010 summer saw forest fires and poor harvests, the threat of a melting taiga and conflicts over diminishing water resources in the EBRD region. These served as a wakeup call; until then, the region had the lowest levels of public awareness of climate change in the world. This was a legacy, no doubt, of its history of central planning, with its cheap energy and chronic environmental neglect.
Causa Operaria: misturando fascismos (Caso Battisti)
Noto, en passant, que os redatores da Causa Operária fariam melhor se aprendesse primeiro a escrever direito em Português...
Editorial Causa Operária online, 2 de outubro de 2011
E de fato, o governo italiano tem realizado uma ofensiva no último mês para reverter a decisão. Primeiro, deu um ultimato ao governo brasileiro afirmando que daria como prazo final o dia 15 de setembro e se o caso não fosse reconsiderado recorreria da decisão no Tribunal de Haia. Depois disso, deu a primeira demonstração de boicote econômico. Na semana passada, o contrato entre o Ministério da Defesa e o estaleiro italiano Fincantieri foi suspenso pela recusa brasileira em não extraditar Battisti.
A tentativa de reverter a decisão é uma afronta a soberania brasileira, pois a decisão de conceder asilo político, ou seja, a decisão de um Estado em acolher alguém perseguido em seu país de origem, cabe unicamente ao Brasil.
Recentemente, o governo francês negou o pedido de extradição feito pelo governo Berlusconi de Marina Petrella, ex-militante do grupo guerrilheiro italiano Brigadas Vermelhas durante os anos 1970, o mesmo período em que Battisti exerceu atividade política no PAC (Proletários Armados pelo Comunismo). Contra a decisão soberana do Estado francês não houve protestos por parte de Berlusconi. O que mostra que a insistência em impor a extradição de Battisti e a tentativa de passar por cima das decisões do Estado brasileiro constitui uma típica atitude de um país imperialista com outro semicolonial.
Neste sentido, o acordo realizado entre os governos brasileiro e italiano para criar uma “comissão de conciliação” para analisar o caso é mais uma capitulação do PT diante da direita e do imperialismo. Esta comissão será formada por três pessoas: um representante da diplomacia italiana, outro da diplomacia brasileira e um terceiro indicado por um terceiro país escolhido de comum acordo pelos dois governos. Após quatro meses será produzido um relatório sobre o caso.
O governo Dilma Rousseff e seus partidários tentaram apresentar a aceitação da proposta como um ato para evitar um julgamento em Haia e defender a soberania nacional, no entanto, a política do PT não será capaz de evitar que o caso seja levado para este tribunal e é o oposto da defesa dos interesses nacionais contra esta agressão.
Em primeiro lugar, aceitar a “comissão de conciliação” não evitará que o governo italiano recorra do tribunal de Haia. [sic PRA] Segundo o acordo firmado, se qualquer uma das partes não concordar com o parecer da comissão ou simplesmente não emitir um parecer, o caso será enviado ao Tribunal de Justiça de Haia. Depois de todos estes esforços, Berlusconi e seus aliados na Itália, muitos deles oriundos diretamente das fileiras do fascismo, desistiriam de extraditar Battisti? Aceitariam, por exemplo, um parecer do governo brasileiro que defenda sua decisão de conceder asilo para Battisti?
Em segundo lugar, é uma aceitação das imposições do governo italiano porque mesmo a decisão desta comissão não tendo caráter de decisão judicial servirá como um instrumento de chantagem.
Neste sentido, é preciso denunciar a capitulação do governo Dilma Rousseff e mais este ataque dos fascistas italianos liderados por Silvio Berlusconi.
Profeta do (muito) longo prazo (espertinho)...
Mas fica registrado aqui, para que a cobrança se faça um dia (atenção quem retomar este blog e o prolongar até o final do século: o registro está feito; cobrem, mesmo post-mortem).
A outra "constatação" que ele fez, a da disfuncionalidade absoluta do sistema tributário brasileiro, não é preciso ser nenhum gênio ou profeta para fazer. Quero ver propor saída do inferno:
Dólar deixará de ser moeda de troca, prevê Fernando Pimentel |
Agência Estado, 3/10/2011 |
O
ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando
Pimentel, disse na última sexta-feira que o dólar deixará de ser a moeda
padrão de troca internacional, mas esse processo será lento. "Não vamos
terminar o século com o dólar sendo moeda padrão de troca
internacional", afirmou. "Falo no final do século porque tenho mais
chance de a minha bola de cristal não errar", brincou.
Para Pimentel, esta não é uma questão trivial porque todas as reservas do mundo estão lastreadas principalmente em dólar. "Mas acho que isso vai mudar porque ninguém pode ter reservas em uma moeda cujo emissor a usa para fazer ajustes internos", disse, acrescentando que a China deverá ser um dos primeiros países a buscar uma mudança na composição de ativos de suas reservas. Segundo o ministro, outra mudança em curso na economia internacional é a dos principais mercados mundiais. De acordo com ele, o dinamismo agora está no hemisfério sul e isso é um padrão que veio para ficar. "Por enquanto, é um movimento geoeconômico, mas logo passará a ser geopolítico, com os países do G-8 e do G-20 perdendo importância", argumentou. "Fica claro que está surgindo novo modelo de competitividade", avaliou. Na avaliação de Pimentel, já se começa a desenhar um modelo em que surgirá um novo país líder na economia mundial. "E o Brasil se encaixa nas características de um país líder", afirmou. "Tem um território amplo, um contingente populacional agregado ao mercado de trabalho e ao consumo, tem investimentos em capacidade tecnológica - até 2014 o governo vai conceder 200 mil bolsas de estudo nessa área - e é uma democracia em que as instituições funcionam perfeitamente." Ainda na sexta-feira passada, Pimentel reconheceu que o sistema tributário brasileiro é "absolutamente disfuncional". "Todo mundo sabe disso, não é tão difícil fazer esse diagnóstico", disse, ao participar do 3º Exame Fórum, com o tema "A Construção de um Brasil Competitivo", na capital paulista. De acordo com o ministro, a questão é que, durante muito tempo, o sistema tributário vem garantindo o aumento de receita do governo federal e dos estados. "Ele foi construído, aos poucos, com funcionalidades setoriais e bate recordes de arrecadação todo mês", afirmou, ao citar como exemplo a incidência de ICMS sobre a energia elétrica, com alíquota de 25%. "Não pensem que a nossa energia elétrica é cara por uma perversidade embutida. É porque os Estados se financiam cobrando ICMS", afirmou. Pimentel defendeu que havia uma funcionalidade setorial no sistema tributário brasileiro que, hoje, não existe mais. "Agora ficou um monstro disfuncional", admitiu. O ministro disse, porém, que nem sempre as tentativas do governo de fazer mudanças no sistema são bem-sucedidas e fáceis de conduzir. |
Banqueiro assaltante, literalmente (Citi)
From the Editors of American Banker
Citigroup, which last week touted its promise not to charge customers for using their debit cards, is telling some checking customers that it will start charging them $15 per month unless they maintain a balance of at least $6,000.Bem, eu não tenho conta no Citi, e não pretendo ter, mas fica o aviso para quem for distraído e se relacionar com esse grupo de ladrões organizados em forma de banco...
Roger Scruton - um desconhecido no Brasil
Bem, um filósofo detestado por esses meios, porque se refere a eles com palavras duras -- basta ler O Imbecil Coletivo -- se encarrega de diminuir um pouco nossa ignorância.
Paulo Roberto de Almeida
Diário do Comércio, 21 de setembro de 201