O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador profetas furados. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador profetas furados. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Sao Hugo Chavez: o fundador de uma nova religiao do amor...

Recebido de um venezuelano true believer, ou seja, ele já está ajoelhado, rezando fervorosamente pelo seu novo santo, profeta, apóstolo, filho de deus, whatever, tudo isso e mais um pouco...
Será que já estão preparando o embalsamamento -- consultando antigos egípcios para isso -- e preparando um grande mausoleu no Palácio Miraflores? Tchan, tchan, tchan...
Sim, isso, é tudo o que resta...
Oh my God!
Paulo Roberto de Almeida

Maduro: Chávez ha evolucionado de estable a favorable (TV)
GABRIELA TURZI VEGAS
EL UNIVERSAL, jueves 13 de diciembre de 2012 06:12 PM

Nicolás Maduro agradeció las oraciones de devotos de las distintas religiones, no solo en Venezuela, sino en otros países, como Uruguay. "Lo que está surgiendo en Venezuela, gracias a Chávez, es la revolución del amor", manifestó.

Caracas - El vicepresidente ejecutivo de la República, Nicolás Maduro, informó que en las últimas horas el proceso de recuperación del presidente Hugo Chávez, ha evolucionado "de estable a favorable".

Desde el estado Aragua, donde acompañó a Tareck El Aissami en su acto de cierre de campaña, previo a las elecciones del 16 de diciembre, señaló que esto da pie "para hacer el diagnóstico de una recuperación creciente del comandante". Sin embargo, Maduro explicó que el Presidente dio la orden de preparar a al pueblo "para cualquier circunstancia ".

También agradeció las oraciones de devotos de las distintas religiones, no solo en Venezuela, sino en otros países, como Uruguay. "Lo que está surgiendo en Venezuela, gracias a Chávez, es la revolución del amor", manifestó.

Asimismo, añadió que "cuando la humanidad viva el socialismo, vivirá en el reino de los cielos como ha dicho Chávez". Y comentó, que "estamos viviendo un milagro en pleno Siglo XXI, el milagro de Chávez".

El funcionario advirtió que el primer mandatario nacional ha tenido un gran impacto en la vida de los venezolanos a lo largo de sus mandatos. "Chávez nos ha hecho a todos un poco mejores, hoy cada uno de nosotros es mucho mejor que hace 5 años, que hace 10 años, y nuestra patria es infinitamente mejor, que hace 15, 20, 50, 100 años", exclamó.

En ese sentido, explicó que, además, el individualismo dio paso al humanismo, y que Chávez es más que un Jefe de Estado. "Si cada uno de nosotros se preguntara, qué somos de Hugo Chávez, estoy seguro que todos diríamos que nos sentimos hijos e hijas del comandante de la revolución, del comandante la patria Hugo Chávez",.

Por otro lado, Maduro aseveró que a pesar de que la revolución socialista ha avanzado "falta mucho por hacer", y para lograrlo, los venezolanos tienen "que ser más y mejores chavistas", que, a su juicio, significa "ser más mejor bolivariano, cristiano, revolucionario".

domingo, 13 de novembro de 2011

Capitalismo: "o fim está próximo" (acreditem...)

Sempre tem aqueles cartoons, na imprensa americana, com aqueles profetas barbudos, roupas à la Woodstock (vale também a túnica branca de todos os profetas), empinando um cartaz nas esquinas e praças: "The End is Near", dizem eles, pedindo para as pessoas acreditarem que o apocalipse se aproxima e que é melhor começar agora mesmo a torrar o seu dinheiro, praticar todas as formas de prazeres imediatos (sexo, drogas e rock-and-roll, suponho) e ficar totalmente limpo para o dia do juízo final.
OK, OK, a imagem é caricata, mas acreditem, profetas do apocalipse existem nas melhores universidades americanas, e grandes idiotas podem se revelar já na idade madura - quem sabe na senil, também? -- como este eminente sociólogo dos sistemas-mundo, que há muito tempo prega o fim do capitalismo.
Ele mesmo, Immanuel Wallerstein, volta revigorado, para dizer que, finalmente, agora mesmo, o fim se aproxima.
Transcrevo in totum para que todos possam se deliciar com o pensamento iluminado de um profeta perfeitamente aceito nos ambientes imbecilizantes das universidades brasileiras...
Paulo Roberto de Almeida 


Sociólogo norte-americano antecipa que ‘o capitalismo chegou ao fim da linha’
Aos 81 anos, o sociólogo norte-americano Immanuel Wallerstein acredita que o capitalismo chegou ao fim da linha: já não pode mais sobreviver como sistema. Mas – e aqui começam as provocações – o que surgirá em seu lugar pode ser melhor (mais igualitário e democrático) ou pior (mais polarizado e explorador) do que temos hoje em dia.
Correio do Brasil
capitalismo

capitalismo está derretendo
Estamos, pensa este professor da Universidade de Yale e personagem assíduo dos Fóruns Sociais Mundiais, em meio a uma bifurcação, um momento histórico único nos últimos 500 anos. Ao contrário do que pensava Karl Marx, o sistema não sucumbirá num ato heróico. Desabará sobre suas próprias contradições. Mas atenção: diferentemente de certos críticos do filósofo alemão, Wallerstein não está sugerindo que as ações humanas são irrelevantes.
Ao contrário: para ele, vivemos o momento preciso em que as ações coletivas, e mesmo individuais, podem causar impactos decisivos sobre o destino comum da humanidade e do planeta. Ou seja, nossas escolhas realmente importam. “Quando o sistema está estável, é relativamente determinista. Mas, quando passa por crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante.”
É no emblemático 1968, referência e inspiração de tantas iniciativas contemporâneas, que Wallerstein situa o início da bifurcação. Lá teria se quebrado “a ilusão liberal que governava o sistema-mundo”. Abertura de um período em que o sistema hegemônico começa a declinar e o futuro abre-se a rumos muito distintos, as revoltas daquele ano seriam, na opinião do sociólogo, o fato mais potente do século passado – superiores, por exemplo, à revolução soviética de 1917 ou a 1945, quando os EUA emergiram com grande poder mundial.
As declarações foram colhidas no dia 4 de outubro pela jornalista Sophie Shevardnadze, que conduz o programa Interview na emissora de televisão russa RT. A transcrição e a tradução para o português são iniciativas do sítio Outras Palavras, 15-10-2011.
– Há exatamente dois anos, você disse ao RT que o colapso real da economia ainda demoraria alguns anos. Esse colapso está acontecendo agora?
– Não, ainda vai demorar um ano ou dois, mas está claro que essa quebra está chegando.
– Quem está em maiores apuros: Os Estados Unidos, a União Europeia ou o mundo todo?
– Na verdade, o mundo todo vive problemas. Os Estados Unidos e União Europeia, claramente. Mas também acredito que os chamados países emergentes, ou em desenvolvimento – Brasil, Índia, China – também enfrentarão dificuldades. Não vejo ninguém em situação tranquila.
– Você está dizendo que o sistema financeiro está claramente quebrado. O que há de errado com o capitalismo contemporâneo?
– Essa é uma história muito longa. Na minha visão, o capitalismo chegou ao fim da linha e já não pode sobreviver como sistema. A crise estrutural que atravessamos começou há bastante tempo. Segundo meu ponto de vista, por volta dos anos 1970 – e ainda vai durar mais uns 20, 30 ou 40 anos. Não é uma crise de um ano, ou de curta duração: é o grande desabamento de um sistema. Estamos num momento de transição. Na verdade, na luta política que acontece no mundo — que a maioria das pessoas se recusa a reconhecer — não está em questão se o capitalismo sobreviverá ou não, mas o que irá sucedê-lo. E é claro: podem existir duas pontos de vista extremamente diferentes sobre o que deve tomar o lugar do capitalismo.
– Qual a sua visão?
– Eu gostaria de um sistema relativamente mais democrático, mais relativamente igualitário e moral. Essa é uma visão, nós nunca tivemos isso na história do mundo – mas é possível. A outra visão é de um sistema desigual, polarizado e explorador. O capitalismo já é assim, mas pode advir um sistema muito pior que ele. É como vejo a luta política que vivemos. Tecnicamente, significa é uma bifurcação de um sistema.
– Então, a bifurcação do sistema capitalista está diretamente ligada aos caos econômico?
– Sim, as raízes da crise são, de muitas maneiras, a incapacidade de reproduzir o princípio básico do capitalismo, que é a acumulação sistemática de capital. Esse é o ponto central do capitalismo como um sistema, e funcionou perfeitamente bem por 500 anos. Foi um sistema muito bem sucedido no que se propõe a fazer. Mas se desfez, como acontece com todos os sistemas.
– Esses tremores econômicos, políticos e sociais são perigosos? Quais são os prós e contras?
– Se você pergunta se os tremores são perigosos para você e para mim, então a resposta é sim, eles são extremamente perigosos para nós. Na verdade, num dos livros que escrevi, chamei-os de “inferno na terra”. É um período no qual quase tudo é relativamente imprevisível a curto prazo – e as pessoas não podem conviver com o imprevisível a curto prazo. Podemos nos ajustar ao imprevisível no longo prazo, mas não com a incerteza sobre o que vai acontecer no dia seguinte ou no ano seguinte. Você não sabe o que fazer, e é basicamente o que estamos vendo no mundo da economia hoje. É uma paralisia, pois ninguém está investindo, já que ninguém sabe se daqui a um ano ou dois vai ter esse dinheiro de volta. Quem não tem certeza de que em três anos vai receber seu dinheiro, não investe – mas não investir torna a situação ainda pior. As pessoas não sentem que têm muitas opções, e estão certas, as opções são escassas.
– Então, estamos nesse processo de abalos, e não existem prós ou contras, não temos opção, a não ser estar nesse processo. Você vê uma saída?
– Sim! O que acontece numa bifurcação é que, em algum momento, pendemos para um dos lados, e voltamos a uma situação relativamente estável. Quando a crise acabar, estaremos em um novo sistema, que não sabemos qual será. É uma situação muito otimista no sentido de que, na situação em que nos encontramos, o que eu e você fizermos realmente importa. Isso não acontece quando vivemos num sistema que funciona perfeitamente bem. Nesse caso, investimos uma quantidade imensa de energia e, no fim, tudo volta a ser o que era antes. Um pequeno exemplo. Estamos na Rússia. Aqui aconteceu uma coisa chamada Revolução Russa, em 1917. Foi um enorme esforço social, um número incrível de pessoas colocou muita energia nisso. Fizeram coisas incríveis, mas no final, onde está a Rússia, em relação ao lugar que ocupava em 1917? Em muitos aspectos, está de volta ao mesmo lugar, ou mudou muito pouco. A mesma coisa poderia ser dita sobre a Revolução Francesa.
– O que isso diz sobre a importância das escolhas pessoais?
– A situação muda quando você está em uma crise estrutural. Se, normalmente, muito esforço se traduz em pouca mudança, nessas situações raras um pequeno esforço traz um conjunto enorme de mudanças – porque o sistema, agora, está muito instável e volátil. Qualquer esforço leva a uma ou outra direção. Às vezes, digo que essa é a “historização” da velha distinção filosófica entre determinismo e livre-arbítrio. Quando o sistema está relativamente estável, é relativamente determinista, com pouco espaço para o livre-arbítrio. Mas, quando está instável, passando por uma crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante. As ações de cada um realmente importam, de uma maneira que não se viu nos últimos 500 anos. Esse é meu argumento básico.
– Você sempre apontou Karl Marx como uma de suas maiores influências. Você acredita que ele ainda seja tão relevante no século XXI?
– Bem, Karl Marx foi um grande pensador no século XIX. Ele teve todas as virtudes, com suas ideias e percepções, e todas as limitações, por ser um homem do século XIX. Uma de suas grandes limitações é que ele era um economista clássico demais, e era determinista demais. Ele viu que os sistemas tinham um fim, mas achou que esse fim se dava como resultado de um processo de revolução. Eu estou sugerindo que o fim é reflexo de contradições internas. Todos somos prisioneiros de nosso tempo, disso não há dúvidas. Marx foi um prisioneiro do fato de ter sido um pensador do século XIX; eu sou prisioneiro do fato de ser um pensador do século XX.
– Do século 21, agora…
– É, mas eu nasci em 1930, eu vivi 70 anos no século XX, eu sinto que sou um produto do século XX. Isso provavelmente se revela como limitação no meu próprio pensamento.
– Quanto – e de que maneiras – esses dois séculos se diferem? Eles são realmente tão diferentes?
– Eu acredito que sim. Acredito que o ponto de virada deu-se por volta de 1970. Primeiro, pela revolução mundial de 1968, que não foi um evento sem importância. Na verdade, eu o considero o evento mais significantes do século XX. Mais importante que a Revolução Russa e mais importante que os Estados Unidos terem se tornado o poder hegemônico, em 1945. Porque 1968 quebrou a ilusão liberal que governava o sistema mundial e anunciou a bifurcação que viria. Vivemos, desde então, na esteira de 1968, em todo o mundo.
– Você disse que vivemos a retomada de 68 desde que a revolução aconteceu. As pessoas às vezes dizem que o mundo ficou mais valente nas últimas duas décadas. O mundo ficou mais violento?
– Eu acho que as pessoas sentem um desconforto, embora ele talvez não corresponda à realidade. Não há dúvidas de que as pessoas estavam relativamente tranquilas quanto à violência em 1950 ou 1960. Hoje, elas têm medo e, em muitos sentidos, têm o direito de sentir medo.
– Você acredita que, com todo o progresso tecnológico, e com o fato de gostarmos de pensar que somos mais civilizados, não haverá mais guerras? O que isso diz sobre a natureza humana?
– Significa que as pessoas estão prontas para serem violentas em muitas circunstâncias. Somos mais civilizados? Eu não sei. Esse é um conceito dúbio, primeiro porque o civilizado causa mais problemas que o não civilizado; os civilizados tentam destruir os bárbaros, não são os bárbaros que tentam destruir os civilizados. Os civilizados definem os bárbaros: os outros são bárbaros; nós, os civilizados.
– É isso que vemos hoje? O Ocidente tentando ensinar os bárbaros de todo o mundo?
– É o que vemos há 500 anos.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Profeta do (muito) longo prazo (espertinho)...

Este profeta não quer que lhe cobrem a predição em vida. Espertinho? Não, apenas enganador...
Mas fica registrado aqui, para que a cobrança se faça um dia (atenção quem  retomar este blog e o prolongar até o final do século: o registro está feito; cobrem, mesmo post-mortem).
A outra "constatação" que ele fez, a da disfuncionalidade absoluta do sistema tributário brasileiro, não é preciso ser nenhum gênio ou profeta para fazer. Quero ver propor saída do inferno:

Dólar deixará de ser moeda de troca, prevê Fernando Pimentel
Agência Estado, 3/10/2011

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse na última sexta-feira que o dólar deixará de ser a moeda padrão de troca internacional, mas esse processo será lento. "Não vamos terminar o século com o dólar sendo moeda padrão de troca internacional", afirmou. "Falo no final do século porque tenho mais chance de a minha bola de cristal não errar", brincou.

Para Pimentel, esta não é uma questão trivial porque todas as reservas do mundo estão lastreadas principalmente em dólar. "Mas acho que isso vai mudar porque ninguém pode ter reservas em uma moeda cujo emissor a usa para fazer ajustes internos", disse, acrescentando que a China deverá ser um dos primeiros países a buscar uma mudança na composição de ativos de suas reservas.

Segundo o ministro, outra mudança em curso na economia internacional é a dos principais mercados mundiais. De acordo com ele, o dinamismo agora está no hemisfério sul e isso é um padrão que veio para ficar. "Por enquanto, é um movimento geoeconômico, mas logo passará a ser geopolítico, com os países do G-8 e do G-20 perdendo importância", argumentou. "Fica claro que está surgindo novo modelo de competitividade", avaliou.

Na avaliação de Pimentel, já se começa a desenhar um modelo em que surgirá um novo país líder na economia mundial. "E o Brasil se encaixa nas características de um país líder", afirmou. "Tem um território amplo, um contingente populacional agregado ao mercado de trabalho e ao consumo, tem investimentos em capacidade tecnológica - até 2014 o governo vai conceder 200 mil bolsas de estudo nessa área - e é uma democracia em que as instituições funcionam perfeitamente."

Ainda na sexta-feira passada, Pimentel reconheceu que o sistema tributário brasileiro é "absolutamente disfuncional". "Todo mundo sabe disso, não é tão difícil fazer esse diagnóstico", disse, ao participar do 3º Exame Fórum, com o tema "A Construção de um Brasil Competitivo", na capital paulista.

De acordo com o ministro, a questão é que, durante muito tempo, o sistema tributário vem garantindo o aumento de receita do governo federal e dos estados. "Ele foi construído, aos poucos, com funcionalidades setoriais e bate recordes de arrecadação todo mês", afirmou, ao citar como exemplo a incidência de ICMS sobre a energia elétrica, com alíquota de 25%. "Não pensem que a nossa energia elétrica é cara por uma perversidade embutida. É porque os Estados se financiam cobrando ICMS", afirmou.

Pimentel defendeu que havia uma funcionalidade setorial no sistema tributário brasileiro que, hoje, não existe mais. "Agora ficou um monstro disfuncional", admitiu. O ministro disse, porém, que nem sempre as tentativas do governo de fazer mudanças no sistema são bem-sucedidas e fáceis de conduzir.