Em entrevista ao ‘Estado’, candidato derrotado por 1% na eleição presidencial de 2013 pede ação mais articulada de antichavistas
Ao fim da longa conversa, o entrevistado se detém para esclarecer: "Não ganhei, mas não tenho nenhuma dúvida de que vencemos a eleição de 2013". Na realidade, o principal líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, exigiu a recontagem dos votos, que não lhe foi concedida, e tentou impugnar o resultado que deu a vitória a Nicolás Maduro por uma margem estreita - pouco mais de 1%. Agora, ele está preocupado com coisas mais urgentes: a repressão, a criminalização dos protestos e a necessidade de as manifestações de descontentamento terem como base exigências mais concretas e realistas e não a frágil expectativa de um "fora, Maduro". A seguir, a íntegra da entrevista concedida ao Estado.
Como o senhor acha que deveria ser o protesto contra Nicolás Maduro?
Há milhares de razões para protestar na Venezuela. Milhares. O país vive um caos econômico e social, com crise nos hospitais, na educação, nos contratos coletivos de trabalho que não foram assinados. Crise nas empresas básicas, na indústria petrolífera, nos serviços públicos. E isto além dos grandes temas como a escassez, a falta de segurança, a inflação e as violações da Constituição. Não por nada, no ano passado houve quase 5 mil protestos no país. Protestos vinculados à vida diária do venezuelano. Entretanto, sinto que os protestos devem ser articulados, organizados e orientados para uma finalidade.
Por exemplo, no início, houve uma divergência em relação ao que alguns chamaram "La Salida" (A Saída). A saída de onde? Se quisermos conectar com a maioria deste país, isto não pode ficar por aí. Por que é preciso descolar de Maduro?
Porque Maduro está destruindo os empregos, porque Maduro desvalorizou a moeda, porque hoje temos menos recursos do que antes, porque há mais falta de segurança. Há inúmeras razões. Se quisermos encher os protestos de conteúdo ou tornar este conteúdo o protagonista, o protesto será muito mais eficaz e poderá somar. Um protesto contra a escassez é muito mais eficaz do que um protesto que pede simplesmente a mudança de governo. O protesto contra a escassez pode somar o chavista e o não chavista. E este une mesmo, este permite que você se encontre com quem pensa de maneira diferente. É ali que tem de estar o centro, nosso programa.
Depois de mais de um mês de manifestações, pacíficas e outras nem tanto, foi possível conseguir algo positivo? O que se perdeu?
Mortos, feridos, presos, torturados, violações de direitos humanos... muito foi perdido. Mas não podemos culpar os que protestam, porque há razões válidas para protestar. Os que querem uma mudança no país jamais poderão renunciar ao direito de protestar. Precisamos reivindicar, orientar o protesto pacífico. É preciso evitar a todo custo a violência. O governo quer demonizar o protesto, criminalizá-lo, mostrá-lo como violento para com isto esconder os grandes problemas que justamente deram origem aos protestos. Isto está claro. Um balanço negativo? Não é possível dizer ainda ... há um saldo de mortos, de feridos, há uma crise profunda no país.
María Corina Machado reivindica como conquistas importantes destes protestos o fato de terem "desmascarado" o regime de Maduro como violador dos direitos humanos, de ter estimulado as pessoas a tirar a rua do governo, e de ter feito renascer a esperança de uma mudança demonstrando que a oposição ainda não estava resignada e vencida. O sr. não percebe nada que possa ser reivindicado como conquista?
Respeito as posições das outras pessoas, embora não as compartilhe. Acredito que neste momento ver como saldo positivo o fato de ter tirado a máscara do governo e mostrá-lo como violador de direitos humanos, não tem muito sentido. Em que isto se materializa? Não conquistamos a solidariedade dos governos da América Latina. Em que ponto isto gera "a saída"? Acredito que alguns companheiros se equivocaram em suas colocações. A unidade não pode ser uma camisa de força, nem todos precisam pensar da mesma maneira e é positivo debater, contestar opiniões publicamente. Mas é preciso ter muito cuidado porque há companheiros que falam apenas a um setor do país.
A convocatória de "La Salida" foi um erro?
Não é que tenha sido um erro, mas é preciso falar a verdade às pessoas. É preciso contar a história completa. Você diz às pessoas que a saída é pedir a renúncia de Maduro, mas aonde leva isto? A um processo eleitoral, certo? Então a saída está vinculada a um tema eleitoral. E se não estiver, o que significará então? Um golpe de Estado? Não concordo com um golpe de Estado nem pretendo instigar nem promover uma saída deste tipo. A saída, se for constitucional, sempre levará a um processo eleitoral. Há milhares de razões para pedir a renúncia de Maduro e qualquer venezuelano pode pedi-la, mas é preciso explicar às pessoas o que significa a renúncia de Nicolás Maduro. A que levará? A uma eleição. Em que condições se dá uma eleição? Com que poder a oposição conta para esta eleição? Ela estão vendendo algo, propondo algo e não está dizendo às pessoas como será ao fim do filme.
Se "La Salida" não tivesse surgido, o que estaria acontecendo?
Teríamos protestos do mesmo jeito, porque eles aconteceram no ano passado. Mas se quisermos dar-lhe um conteúdo político, deveremos começar articulando primeiramente este protesto do ano passado, ao qual não demos a devida consideração, porque é aí que se faz política, aí que se faz o trabalho, não na mídia, mas no bairro, suando, sujando os sapatos.
Onde o governo de Maduro se equivocou e onde acertou na gestão desta crise?
Não acertou em nada. Maduro não tem nada de positivo para mostrar. Na gestão da crise, ele voltou ao manual que já conhecemos para nos distrair, distrair a opinião pública internacional, inclusive ao custo das violações dos direitos humanos.
Os protestos violentos fizeram um favor ao governo?
O governo alimenta esta violência. Não tenho nenhuma dúvida de que o governo tem infiltrados em Altamira e em outros lugares. Nenhuma dúvida. Vi vídeos realizados por gente nossa, que mostram a chegada de caminhões em determinados lugares, pessoas armando uma barricada e depois indo embora.
Se é assim, então administraram bem a crise em seu favor...
Não diria que a tenham gerido bem porque no fim isto não resolve a crise econômica. Eu creio que eles utilizaram toda esta conjuntura para ganhar tempo. Você não resolve a crise assim, o que você está fazendo é marcando passo. Se fizermos as coisas direito, não será uma vitória do governo. Não tem por que ser assim.
Como o Sr. está colocando a questão, os protestos de rua realizados pela oposição talvez não estejam bem orientados, mas, quem se encarregou de dar-lhes uma direção? Os partidos políticos, os estudantes? Qu em deve fazer este trabalho?
Todos os setores. Todos podemos nos juntar. Eu reivindico o protesto pacífico. É preciso apoiá-lo, é preciso promovê-lo. Numa comunidade que é deixada dois dias sem luz, como acreditar que as pessoas não sairão para protestar? Não podemos permitir que o governo criminalize os protestos e muito menos um governo como este, que não dá respostas a nada, e o que pretende, pela repressão e pela censura, é tapar a crise em lugar de resolvê-la. Para encaminhar e orientar os protestos todos os setores podem se juntar. Por isso falei das 5 mil manifestações do ano passado. Os partidos políticos têm de articulá-los. O movimento estudantil tem de articular no plano nacional as razões que tem para estar na rua, que não são apenas as violações dos direitos humanos nem os processos movidos contra seus companheiros. O governo gostaria que o debate se restringisse a isso mesmo. Mas os estudantes também sofrem com a escassez, a falta de segurança. Tudo começou com uma tentativa de estupro de uma estudante em Táchira, dentro da universidade. Todos os setores precisam unir-se no objetivo comum de conseguir que os problemas tenham uma solução.
Neste momento quem está fazendo este trabalho?
Acredito que esteja sendo feito, mas não se percebe. Os estudantes já têm suas assembleias nacionais e estão discutindo a possibilidade de se reunirem com o governo para apresentar suas reivindicações. Seus apelos não obtiveram nenhuma resposta. Os partidos estão nesta mesma situação. Algo está sendo feito, mas é possível que não se perceba. Há pessoas que acreditam que um eventual debate com o governo equivalerá a desmobilizar a rua. Não é bem assim. Quem disse que assistir a um diálogo significa que você deixe de protestar?
A origem disto está numa reivindicação concreta por segurança. Mas dentro do movimento estudantil isto já gerou também a ideia de "Fora Maduro". E isto coloca um jogo fechado: Maduro não precisa ir a parte alguma somente porque os estudantes pedem que ele faça isto. Neste momento ainda há espaço para o diálogo, para a negociação muito clara ou a perspectiva será continuar com os protestos até que aconteça "algo" que não se sabe o que será?
Nunca estarei a favor de contar com o incerto: "Veremos se algum dia acontece alguma coisa". O protesto deve continuar na medida em que existam problemas que não são resolvidos, e não haja nenhum sinal de que serão resolvidos. A razão dos protestos não pode ser desvirtuada; nem se pode criminalizar o fato de que há estudantes que protestam contra as violações dos direitos humanos, torturas ou casos como o de uma estudante detida que foi obrigada a comer excrementos no estado de Bolívar. Como não reagir frente a algo tão ilegal e criminoso como isto? O projeto do movimento estudantil, me refiro à maioria, nunca foi derrubar o governo. Tampouco está restrito à possibilidade de que para poder falar com o governo, Maduro precisa renunciar. Não é este o projeto dos líderes estudantis com os quais conversei.
Este mesmo slogan "Fora Maduro" não convoca as massas populares nem os chavistas convictos, mas insatisfeitos com o governo. O que é preciso fazer para que estas pessoas adiram à expressão pública de descontentamento?
O bairro tem outra dinâmica. Se a maioria dos venezuelanos está insatisfeita, quer dizer que os habitantes dos bairros também estão insatisfeitos. Mas eles têm outro mecanismo para expressar isto, porque estão condicionados pela coerção do governo e por seus grupos armados. Nós convocamos um protesto contra a escassez, o protesto das panelas vazias. O esforço feito pelo governo para evitar que esta mobilização chegasse ao Ministério da Alimentação foi um sinal claro e contundente de que este é o tipo de protesto que eles não querem porque sabem que as pessoas dos setores populares acabarão aderindo . E aderem porque elas vivem, sofrem e se identificam com a causa da convocatória. Os trabalhadores da saúde encontraram nas manifestações a mesma resposta do governo: o terror de que os médicos se mobilizassem até a vice-presidência. Se cada setor afetado convocar as pessoas baseando-se em seus problemas, acredito que muita gente dos setores populares acabará aderindo.
Este agora é um protesto das massas ou da elite?
É injusto ver as coisas assim. Não podemos dizer que a classe média é uma elite, nem que está contente com o país da maneira que está, ou que é privilegiada. Aqui todos se sentem maltratados, acabados. Há um setor do país que não sofre e ali os chamados "privilegiados", que não padecem com nenhuma escassez e se aproveitam das circunstâncias, mas vivem em outra Venezuela. Jamais poderíamos dizer que este é um assunto das elites. Na minha opinião o protesto tem que ser dos insatisfeitos, dos que vivem este mal-estar social, ou seja, a maioria do país.
Qual é o cenário possível para os próximos meses?
Se o governo não mudar de atitude e manter-se numa posição arrogante e intransigente, estão presentes as condições para uma explosão social. Podemos dizer que este país mudou desde 1989 (anos dos eventos conhecidos como Caracazo), mas as condições começam a se tornar muito similares àquelas. O governo tem oculto um aumento da gasolina, há também a questão cambial com o Sicad II e começaremos a ver o aumento do dólar para importações e o seu impacto sobre a inflação. Temos também uma situação de carestia. O anúncio de um cupom de racionamento é o mais claro sinal de que o problema da escassez não é de conjuntura como se afirma. É mais uma mentira. Quando você anuncia um cupom de racionamento - embora dê outro nome - no final está reconhecendo que a escassez de produtos é um problema quase permanente na economia nacional.
O referendo revogatório é uma carta que pode ser usada no futuro?
Neste momento não estamos propondo uma resposta para a crise política. O que podemos dizer é que, se defendemos a Constituição, não há como a resposta à crise não ser um processo eleitoral. Não podemos perder isto de vista porque, de outro modo, é um golpe de Estado.
Alguns setores da oposição sugerem que a Venezuela está numa ditadura e esta concepção determina um tipo de luta. O senhor acredita que Nicolás Maduro é um ditador?
Este é um governo autoritário. Há um autoritarismo muito corrupto. É um modelo que restringe as liberdades. Tem elementos do "castrocomunismo", mas também pratica ações claramente fascistas. Isto é uma deformação de algo.
Como realizar um debate com representantes de um governo como esse?
Exatamente, é preciso haver um debate. E com base nesse debate veremos se existe possibilidade ou não de um diálogo que produza resultados. Eu debato até com o diabo. Jamais terei medo de um debate, não deve haver medo porque este é o contexto para defender tudo isto que estou lhe dizendo. No confronto de ideias, no debate, conseguimos muitas coisas.
Mas este é um governo que aceita o debate?
Creio de Nicolás tem medo do debate. Ele treme quando alguém lhe diz 'vamos debater'. Treme. Ele não deseja o debate, mas está comprometido porque, se você propõe o diálogo e diz 'venham' e estamos lhe dizendo 'vamos, mas vamos ao debate', que desculpa vai dar? Então ele está comprometido. Daí os insultos, por isso a linguagem é cada mais suja, mais de cloaca. Em todas as suas últimas aparições em cadeia ele tem me insultado. Ele quer que eu diga que não irei ao debate. Mas não. Vamos. E o mesmo que for dito na minha cara, direi as coisas na sua cara também.
Como avalia seu próprio papel nestes dias de protesto? Acha que agiu corretamente, fez alguma autocrítica?
Faço autocríticas permanentemente. Uma delas é a minha falta de discurso para a classe média. Não enviei uma mensagem para ela sobre como canalizar sua frustração e seu descontentamento. Creio também que numa conjuntura como esta não devo sair em busca de protagonismo. Mas estou realizando meu trabalho onde sinto que é preciso fazer: nos setores populares, no bairro. É ai que venho articulando, organizando. O protagonismo é das pessoas na rua. E isto está certo, é bom. O que fazemos é oferecer uma orientação: proteste contra a escassez, proteste contra a insegurança, seja criativo no protesto. É bom que as pessoas sintam que sua responsabilidade não é apenas votar.
O "momento cidadão" acabará debilitando as organizações políticas e lideranças como a sua?
Você não pode acabar com os partidos políticos. Se deseja que sejam diferentes entre num partido, colabore para sua transformação em seu interior. Não existe democracia sem partidos. É muito fácil destruir, criticas. É muito fácil: você vota um dia no ano e além disso precisamos implorar para que vote, implorar para que você defenda seu voto. No meu caso, que sejam feitas todas as críticas, todas as acusações, isto faz parte do meu trabalho; mas acho que devemos fazer uma profunda reflexão como sociedade: que fazemos todos os dias pelo nosso país, o quanto queremos a Venezuela. É preciso entender o país que temos e a composição social deste país. Minha referência de cidade não é Miami, respeito muito os venezuelanos que lá estão e fui falar com eles. Há pessoas que lá estão exiladas e enfrentam dificuldades e merecem todo o nosso respeito. Mas às vezes é muito antipático que outros, que vivem comodamente, venham nos dizer o que temos de fazer aqui. Ou levantar de manhã para ver o que lhe diz um trapaceiro que chamam de "profeta". Você acha que vou depender do que esse trapaceiro diz sobre como conduzir a liderança deste país? Não.
É revelador de uma carência o fato de que, aparentemente, há muita gente atenta ao que diz esse senhor Reinaldo dos Santos...
Não sei quantas pessoas o seguem. Creio que tem muito a ver com o Twitter. O barulho que provocam é grande, mas é maior do que a quantidade de pessoas na realidade. Provocam muito barulho e pretendem nos arrastar. Este servidor e aqueles que o possam representar não nos deixaremos levar pelos extremos, nem de um lado nem do outro. As críticas, são todas bem-vindas. Faz parte da democracia. Mas você não deve sentir-se agredido quando lhe dão uma resposta. Se vejo que a sua reclamação tem por base o que foi afirmado por um trapaceiro como este, digo que esse senhor não conhece os bairros venezuelanos, nem os povoados deste país, tampouco a nossa idiossincrasia. O barulho é grande, mas não posso deixar-me levar por isso.
Depois de ter denunciado a fraude e o oportunismo nas últimas eleições presidenciais, como recuperar a confiança no sistema eleitoral? Como conseguir que as pessoas voltem a confiar?
É preciso mudar o poder eleitoral. Este deve ser também um motivo de luta. O desastre deste poder eleitoral, que não mudou ainda, nos obriga à organização, a um esforço, em todo o país. Por isso eu lhe digo que não se trata apenas de votar. A luta é completamente desigual. Não peça algo que não irão lhe dar, lute para consegui-lo. E se não o conseguir busque os mecanismos para defender esse voto pelo qual está se expressando. É preciso entender que a luta é de todos.
Chegado o momento, no futuro, o senhor voltará a se apresentar como candidato à presidência?
Não penso nisto agora. Não faz parte da minha agenda, nem em pensamento. Digo-lhe uma coisa com toda sinceridade: fiquei surpreso com a morte de Chávez. Pensava que, como afirmava o governo, Chávez havia se recuperado. E assumi a candidatura como uma responsabilidade moral para com as pessoas que me apoiavam. E aí está o resultado. Já lhe disse antes: estou disposto a arriscar minha vida, não estou disposto a arriscar a vida de outros, não vou lhe pedir que arrisque a sua vida nem a dos seus filhos. E não cobramos isso. Mas o que quero dizer é que não estou trabalhando para isso. Não é o que me tira o sono. Sou um apaixonado por este país e o que desejo é que ele mude.
A sociedade venezuelana está à beira de uma nova onda da mesma atitude antipolítica que permitiu a Chávez agarrar-se ao poder?
Sim, está. E isto é terrível. Chávez chegou ao poder quando decidiu fazer política, fundou sua organização e começou a fazer política com a proposta de uma Constituinte. Quando a oposição se decidiu por um movimento antipolítico, com paralisações, abstenção, rejeição, ela entrou no seu pior momento. Mais tarde ela compreendeu que era preciso fazer política e foi o que começamos a fazer, começamos a semear aqui e aí está a colheita. Conseguimos, frente a esta estrutura, este oportunismo, ganhar um processo eleitoral um mês após a morte do presidente Chávez; não foi um golpe de sorte, foi produto de um trabalho. Esta é a forma de construir uma maioria que permita pôr fim a este modelo autocrático e este autoritarismo e provocar uma mudança no país que perdure. É preciso trabalhar para construir uma maioria. É preciso alimentá-la, interpretá-la, falar com ela. E é aí que está o meu erro no tocante à classe média. De repente entendi que há uma classe média descontente e vota para a oposição e que é preciso apenas pedir a ela que saia para votar. Mas não, essas pessoas precisam de algo mais. Reconheço. É culpa minha porque esperavam uma mensagem da minha parte, alguma ação.
O senhor continua acreditando que "o tempo de Deus é perfeito"? O que significa esta frase para o senhor?
Acreditarei nisto até o dia da minha morte. Significa que Deus sabe porque as coisas acontecem e sabe o que faz. Mas também não sou daqueles que deixa as coisas nas mãos de Deus sem fazer nada. Pratico o princípio do ajuda-te que te ajudarei.