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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Eça de Queiroz: artigos diplomáticos de mais de um século atrás - Marcelo Dantas (FSP)

Livro de ensaios diplomáticos revela a rara lucidez de Eça de Queiroz

'Ecos do Mundo' reúne artigos da carreira internacional do autor de 'A Cidade e as Serras'


https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2019/12/livro-de-ensaios-diplomaticos-revela-a-rara-lucidez-de-eca-de-queiroz.shtml?

Marcelo O. Dantas
[RESUMO] Novo volume reúne artigos da carreira diplomática de Eça de Queiroz, revelando um ensaísmo de rara lucidez quanto às convulsões mundiais nas últimas décadas do século 19.
Os homens e mulheres letrados de nosso país, cansados de tanto sofrer por serem gauches na vida, sentem-se há tempos espremidos entre o pneumotórax e o tango argentino. O quadro terminal com que se depara essa espécie ameaçada é realmente desalentador. Bastam cinco minutos de consulta a um punhado de contas oficiais no Twitter para constatar o iminente desaparecimento de toda forma de vida inteligente no Brasil.
Mas eis que enfim nossa brava gente ilustrada tem um motivo para celebrar: o lançamento do livro “Ecos do Mundo” (ed. Carambaia), volume que reúne 39 artigos dedicados a temas internacionais, escritos nas três últimas décadas do século 19 pelo insuperável Eça de Queiroz.
eça
Caricatura do escritor português Eça de Queiroz - Reprodução
Muitas gerações de brasileiros aprenderam a saborear o gênio fulgurante, a prosa inventiva e a fina ironia do Eça romancista, autor de alguns dos maiores clássicos da literatura em língua portuguesa, a exemplo de “O Primo Basílio”, “A Cidade e as Serras”, “A Ilustre Casa de Ramires” e “Os Maias”. 
Poucos, no entanto, foram os que tiveram a oportunidade de conhecer o Eça globalizado, ensaísta de rara lucidez na análise das transformações por que passava o mundo durante o conturbado período que o historiador Eric Hobsbawm mais tarde chamaria de a era dos impérios.
Em 1872, quando contava 26 anos, Eça de Queiroz ingressou na carreira diplomática. De imediato, o promissor homem de letras, egresso das fileiras de Coimbra, foi nomeado cônsul de primeira classe e enviado para representação portuguesa em Havana. Nos anos seguintes, tendo-se distanciado do meio literário português, Eça amadureceu com elegância, tornando-se verdadeiramente um intelectual cosmopolita. 
Visitou diversos países, conheceu de perto a ebulição econômica dos Estados Unidos e teve a oportunidade de viver por prolongados períodos nas duas principais potências imperiais europeias: Inglaterra e França.
A partir desses postos privilegiados de observação, enquanto carimbava passaportes, escrevia relatórios alentados e concebia seus inesquecíveis contos e romances, Eça encontrou tempo livre para atuar como correspondente no estrangeiro das publicações Revista de Portugal, Gazeta de Notícias, Actualidade e Revista Moderna. Contemporâneo de figuras como Otto von Bismarck, Jules Ferry, Vittorio Emanuele 2º, conde de Cavour e Alexandre 3º da Rússia, Eça buscou refletir em seus artigos sobre os grandes temas da época, sempre com lucidez e perspicácia.
São invariavelmente textos brilhantes, nos quais a urgência jornalística vem mesclada a uma notável aptidão para a análise das forças históricas em movimento. No ensaio “Lord Beaconsfield”, publicado em 1881, por ocasião da morte de Benjamin Disraeli, o mais poderoso primeiro-ministro da Inglaterra vitoriana, Eça comenta:
“A sua assombrosa popularidade parece-me provir de duas causas: a primeira é a sua ideia (que inspirou toda a sua política) de que a Inglaterra deveria ser a potência dominante do mundo, uma espécie de Império Romano, alargando constantemente as suas colônias, apossando-se dos continentes bárbaros e ‘britanizando’ os continentes bárbaros, reinando em todos os mercados, decidindo com o peso da sua espada a paz ou a guerra do mundo, impondo as suas instituições, a sua língua, as suas maneiras, a sua arte, tendo por sonho um orbe terráqueo que fosse todo ele um Império Britânico, rolando em ritmo através do espaço.”
Ao contrário de tantos outros diplomatas escritores, cujo traço mais acentuado costuma ser a obsessão por suas próprias aventuras no estrangeiro, Queiroz pouco interesse tem em falar de si mesmo. Prefere antes explicar a seus leitores o que se passa no vasto e conturbado mundo de sua época: o intricado xadrez das potências europeias, as mudanças inevitáveis na China e no Japão, as violentas disputas imperiais no continente africano e as desventuras das novas repúblicas americanas.
Um dos melhores momentos do livro é o ensaio “A guerra russo-turca”, no qual discorre sobre o embate com sabor de titanomaquia entre o decadente Império Otomano e a igualmente autocrática Rússia czarista. Ao comentar um insucesso militar russo, o escritor desabafa:
“Num país em que nada depende do mérito, e tudo depende da posição do nascimento, o resultado é este: em lugar de dar o comando a um estratégico, dá-se a um grão-duque idiota, porque é grão-duque. Em lugar de confiar a administração a uma inteligência, confia-se a um príncipe, porque é príncipe. O grão-duque é batido sempre e o príncipe desorganiza tudo. É lógico. [...] O russo é já bastante instruído para saber perfeitamente que vive sob um regime odioso. As conspirações repetidas, que de tempos em tempos vêm abortar nas mãos da polícia, são explosões impacientes e extemporâneas dum forte sentimento, que trabalha surdamente a massa da nação.”
O grande mérito da edição agora lançada pela Carambaia é reunir, em um único volume, com excelente texto introdutório, oportunas notas explicativas e criteriosa separação temática, os melhores artigos de Eça sobre a cena internacional nas últimas décadas do século 19.
Mais do que um valioso registro histórico, encontramos um espírito iluminista em sua mais perfeita tradução: um observador de mente arguta e cultura enciclopédica, postado na encruzilhada dos tempos. Tendo deixado para trás o entusiasmo jacobino da juventude, processa tanto o realismo quanto os sentimentos utópicos de sua época com invejável sensatez. 
No ensaio “Positivismo e idealismo”, publicado em 1893, delicia o leitor com seus comentários divertidos sobre os ânimos apaixonados dos estudantes de Paris, para em seguida concluir, com ponderação e equilíbrio:
“Nunca mais ninguém, é certo, tendo fixo sobre si o olho rutilante e irônico da ciência, ousará acreditar que das feridas que o cilício abria sobre o corpo de São Francisco de Assis brotavam rosas de divina fragrância. Mas também nunca mais ninguém, com medo da ciência e das repreensões da fisiologia, duvidará em ir respirar, pela imaginação, e se for possível colher, as rosas brotadas do sangue do santo incomparável. E isso é para nós, fazedores de prosa ou de verso, um positivo lucro e um grande alívio.”
Os comentários impressionam pela atualidade e persistência de alguns temas. No contundente “Os anarquistas”, escrito em 1894, ele condena tanto a violência fanática dos grupos radicais quanto a dura repressão levada adiante pelos governos europeus, que acabava por transformar revolucionários em mártires.
Embora muito tenha a ensinar, o autor evita as tentações da bola de cristal. Nas raras vezes em que se aventura nesse campo, os resultados são pouco satisfatórios. Em “A revolução do Brasil”, por exemplo, Eça analisa com maestria, em dezembro de 1889, o somatório de fatores que levou à queda do Império brasileiro. Seu palpite fatalista sobre a eventual desagregação do país com o advento da República apenas mostra, no entanto, que é mais fácil entender o passado do que prever o futuro.
Após ressaltar as fortes disparidades regionais e sociais existentes no Brasil, Eça comete o equívoco de projetar sobre a jovem República a fragmentação ocorrida na América espanhola. Seu erro estava em ignorar a possibilidade de que outras forças políticas, nem sempre democráticas ou pacíficas, pudessem vir a desempenhar as funções de centralização administrativa e coesão social até então ligadas à figura do imperador.
Apesar desses eventuais tropeços, sua perspicácia, ligada a um profundo sentido de justiça, o tornam por vezes genuinamente profético, como em “A perseguição dos judeus”, publicado 53 anos antes da chegada dos nazistas ao poder:
“Que em 1880, na sábia e tolerante Alemanha, depois de Hegel, de Kant e de Schopenhauer, com os professores Strauss e Hartmann vivos e trabalhando, se recomece uma campanha contra o judeu, o matador de Jesus, como se o imperador Maximiliano estivesse ainda, do seu acampamento de Pádua, decretando a destruição da lei rabínica, e ainda pregasse em Colônia o furioso Grão-de-Pimenta, geral dos dominicanos, é fato para ficar de boca aberta todo um longo dia de verão. Porque enfim, sob formas civilizadas e constitucionais [...] é realmente a uma perseguição de judeus que vamos assistir, das boas, das antigas, das manuelinas, quando se deitavam à mesma fogueira os livros do rabino e o próprio rabino, exterminando assim, economicamente, com o mesmo feixe de lenha, a doutrina e o doutor.”
Temos em “Ecos do Mundo” uma estupenda coleção de artigos, densos e bem escritos, cujas qualidades podem apenas ser resumidas no espaço de uma resenha. A conhecida ironia do autor reluz com intensidade no delicioso “Aos estudantes do Brasil”, em que faz pilhéria da vaidade mitômana da atriz Sarah Bernhardt. Já no ensaio “A propósito do Termidor” filosofa com maturidade sobre a passagem do tempo e a inevitável institucionalização de todo processo revolucionário:
“A revolução é como um violento corcel, que uma classe cavalga para se pôr em marcha, galopar espaços, saltar trincheiras, chegar depressa à posição que apetece —mas logo que chega e penetra, e se instala, tem de fazer como fazem todos os viajantes, que é recolher o corcel à cavalariça, única parte da habitação, de resto, onde ele poderá ficar sem desconforto e perigo de coice para os novos donos.”
Finda a leitura de “Ecos do Mundo”, poderá talvez o leitor concluir que pouco mudou desde a era dos impérios. O expansionismo russo ainda assusta a Europa ocidental. O Oriente Médio segue em permanente convulsão. As potências imperiais continuam a imperar. E marotas ideias sobre a internacionalização das florestas brasileiras novamente circulam por jornais europeus. Resta ao leitor sensato rezar aos céus para que não tenhamos diante de nós um novo século 20.
“Mundo, mundo, vasto mundo”, cantava Drummond, que trazia outro universo dentro de si. Com Eça é diferente: ele devora o vasto mundo e, prontamente, o traduz para cada um de nós. 

Marcelo O. Dantas, diplomata e escritor, é autor de “Podecrer!” (Novo Século, 2007).

Rubens Barbosa: a França dividida (OESP, 14/01/2020)

FRANÇA DIVIDIDA 
                                     
Rubens Barbosa
O Estado de S. Paulo, 14/01/2020
                                  
De passagem por Paris, procurei entender a controvérsia em curso hoje na França sobre a reforma da previdência social. O pais está dividido entre a pressão de parte da sociedade para preservar regimes especiais de aposentadorias e a necessidade de se ajustar a um mundo em rápida transformação.
A eleição presidencial de 2017 trouxe uma forte renovação na vida política da França. A vitória do presidente Macron contra o establishment e contra os extremos de direita e da esquerda, deu-lhe um mandato para reformar o pais. Criou-se uma grande expectativa pelo anúncio de reformas muito semelhantes à da atual agenda brasileira: reforma das relações trabalhistas, previdência social, redução de privilégios corporativos, tributária, educação, redução do gasto público e mudanças na economia para melhorar a competitividade dos produtos franceses. Depois de dois nos e meio de governo, não houve muitos avanços: os impostos não foram reduzidos, nem o desemprego (8,5%), o déficit comercial é crescente e poucas reformas foram efetuadas (35 horas de trabalho semanal continuam). A crise política e social vivida pelo governo Macron tem como substrato uma rápida deterioração da dívida pública que, em setembro, alcançou seu recorde histórico de 100,2% do PIB, sem perspectiva de redução do gasto.
                 As medidas iniciais geraram forte reação e manifestações dos coletes amarelos. A resposta do governo foi a organização de “grandes debates” para abordar todas as reivindicações populares e as reformas propostas. O resultado dos encontros mostrou algumas áreas de consenso nacional, como a urgência de providencias relacionadas com a mudança do clima e a redução dos impostos, a melhoria dos serviços públicos e a desburocratização com a redução do papel do Estado. No fim de janeiro, Macron apresentará o conteúdo do que chama de “pacto produtivo”. Nele estarão mencionados, entre outros, dispositivos fiscais a favor de investimentos no que denominou de transição ecológica da economia, que incluirá pedido para que a UE adote um mecanismo de taxação para evitar a importação de produtos com forte teor de carbono e um programa de investimento voltado para o futuro da indústria 4.0. São esperadas também a redução do imposto de renda, medidas na saúde e educação e maior autonomia para governantes eleitos regionalmente.
A apresentação da reforma da previdência gerou o maior movimento grevista depois da guerra. O pais está paralisado a 40 dias e viu ressurgir o poder dos sindicatos, abalado pela ação espontânea dos coletes amarelos, movimento social mais sério e complexo desde as manifestações estudantis de maio de 1968.
O sistema previdenciário francês mantém muitos privilégios e vantagens,  obtidos durante os chamados gloriosos trinta anos, que começaram logo depois da guerra e se estenderam durante os anos mais positivos da globalização de 1989 a 2008. Nesses momentos, reforma significava progresso, avanços sociais para melhorar a vida das pessoas: proteção contra as incertezas, maiores salários, melhor aposentadoria, redução da duração do trabalho. Hoje, transformação ou reforma, na visão da oposição a Macron, significa sacrifício e recuo social, isto é, salários reduzidos, mercado de trabalho liberalizado, ortodoxia financeira, orçamentos apertados, aposentadorias retardadas.
A proposta de Macron previa mudanças significativas, em especial, o aumento da idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 a partir de 2027, a fusão em um só dos 42 fundos de pensão, administrados independentemente e o fim dos regimes especiais (ferroviários, militares, policiais, bailarinos da Opera de Paris, por exemplo, se aposentam com menos de 60 anos e maiores pensões). Propõe também um regime de pontuação pelo qual quanto mais tempo um trabalhador ficar no mercado, mais pontos ele acumula e maior será sua pensão. Hoje, 18% da força de trabalho se aposenta pelos regimes especiais com pensões maiores do que a média. 
            Depois de 18 meses de governo, Macron parece isolado e com crescente dificuldades políticas. O Primeiro Ministro, Edouard Philippe continua a negociação com os sindicatos para poder avançar a reforma da previdência. No fim de semana, para tentar desbloquear as negociações, o governo cedeu e ofereceu retirar provisoriamente a proposta da idade mínima de 64 anos (dependendo de acordo com os sindicatos sobre o equilíbrio e o financiamento das aposentadorias). Com isso, é difícil que a reforma consiga reduzir o custo crescente previdenciário (14% do PIB). Essa significativa concessão aos sindicatos contraria o pronunciamento presidencial de fim de ano, no qual Macron reafirmou que não recuaria no tocante ao fim dos regimes especiais, mas admitiu que o caráter universal da reforma não significa uniformidade (concessões foram feitas aos militares, policiais e bombeiros, entre outros). A versão final da reforma será submetida à votação da Assembleia Nacional em fevereiro.
               O resultado da queda de braço com os sindicatos determinará o futuro do governo Macron e se a França pode ser reformada e modernizada. Tudo indica que, prevalecendo a força dos sindicatos, a reforma saia bastante diminuída. Macron se enfraquecerá e o centro, representado pelo Movimento criado pelo presidente francês, tenderá a desaparecer, a exemplo do que aconteceu no Reino Unido.
A crise interna francesa vai debilitar as ações externas do presidente francês. Defensor do fortalecimento da soberania da Europa, Macron vê a unidade europeia diminuir com a saída do Reino Unido da UE, com a emergência de movimentos nacionalistas e populistas de direita em muitos países europeus e com a saída de cena de Angela Merkel, sua principal parceira. Nesse quadro, com a Europa fragilizada, “a beira do precipício”, em um mundo hostil, entre os EUA e a China, é difícil Macron realizar sua ambição de liderar a EU, como ficou claro agora na crise EUA-Irã.

Rubens Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE)

Economic and Business History Society Conference - Atlanta, May

45th Annual EBHS Conference
Atlanta, Georgia
May 28-30, 2020


The 45th Economic and Business History Society (EBHS) Annual Conference will be held in Atlanta, Georgia at the Sheraton Atlanta Downtown. Our general theme is Economic and Business History at the Crossroads. Here we would encourage reflections on ‘crossroads’, as sign of cultural and commercial interchange, geographic meeting places, exchanges and entrepots, and temporal and historical moments of divergence and contingency. However, individual proposals for presentations on any aspect of economic, business, or financial history are welcome, as are proposals for whole panels. We also encourage submissions from graduate students and non-academic affiliates.

Atlanta is in many ways the capital city of the southern United States. It has a long history as a crossroads, either for railroads, highways, or airways–as well as being of critical importance in the Civil Rights Movement. The city boasts some of most iconic Civil Rights Era landmarks and museums, as well as being home to a number of major American corporations. Optional tours will be available at both the Civil Rights Museum, and the World of Coca-Cola. Atlanta also features a variety of sports, music, and restaurants that will interest conference participants. Our keynote address will by made by Professor Anne McCants who is the MacVicar Faculty Fellow and Professor of History at MIT.

Atlanta is well known for its wonderful music scene, collegiate and professional sports, and amazing food. The Conference will be headquartered at the Sheraton Atlanta, located in downtown Atlanta, close to the Peachtree Center and easily accessed by car or via MARTA mass transit system. The Hartfield-Jackson Atlanta international airport¬ is one of the busiest and best connected in the world, offering ease of access from all over the world.

Proposals should include an abstract of no more than 500 words and contact details. The deadline for submission of proposals is January 15, 2020. The Program Chair will send a notification of acceptance of abstracts by February 1, 2020. Online registration will be available soon after at www.ebhsoc.org. Proposals may be submitted through the EBHS website or by email to the program chair and/or the President.

If you have further questions about the meeting or organization please contact Program Chair Craig McMahon (craig.mcmahon@villanova.edu) or EBHS 2020 President Simon Mollan (simon.mollan@york.ac.uk).

We look forward to welcoming you to Atlanta!

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