Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
domingo, 2 de fevereiro de 2014
Reflexão sobre a felicidade a partir de coisas simples... - Paulo Roberto de Almeida
Então e agora: atualidade de um visionário do século XVIII, o Abade Raynal e o Brasil - Paulo Roberto de Almeida
Para libertar a nação dos bárbaros - Paulo Roberto de Almeida
O mito da dependencia externa e outras bobagens companheiras... - Paulo Roberto de Almeida
Nunca ouvi, ou li, besteira maior em termos de comércio internacional, mas isso fundamentou ainda outras besteiras maiores, como uma tal "substituição de importações" em favor de países menores do que nós, mais pobres, coitados, de quem deveríamos importar mais, mesmo se a custos maiores.
Sim, essa foi a segunda maior besteira que já ouvi em matéria de "teoria" do comércio internacional: em função de uma tal "diplomacia da generosidade" -- não sei se existe nos anais da diplomacia mundial, mas é mais uma de nossas geniais contribuições ao engrandecimento moral da humanidade, uma das jabuticabas que infelizmente nos tornam ridículos aos olhos do mundo, alimentadas pelos companheiros -- o Brasil deveria importar mais dos vizinhos, mesmo se tivesse de pagar mais caro por isso.
Ou seja, o guia genial dos povos recomendava aos empresários que importassem produtos de menor qualidade e a preços mais caros, apenas para se encaixar na sua "diplomacia da generosidade". Não sei se algum empresário maluco fez essa bobagem, provavelmente não, pois eles prezam mais os seus lucros (como deve ser), do que recomendações alopradas como essas. Mas o governo fez, e continua fazendo, esse tipo de coisa: não é por nada que estamos construindo um belo porto numa ditadura caribenha, que aliás nunca será pago (e posso apostar isso).
Enfim, nesses tempos malucos eu escrevi um pequeno trabalho sobre a tal de "dependência", que acabou passando despercebido, pois nunca foi publicado em qualquer veículos, mas apenas divulgado neste blog.
Como ando revisando minhas listas de trabalhos, creio que este (de 2007, e apenas postado em 2010) merece repostagem.
Sinal de que as bobagens continuam se acumulando e não são corrigidas com a experiência do tempo passado. Enfim, o que é que vocês querem? Os companheiros não estudam, assim que não podem aprender nada de novo.
Aqui vai, sem mexer em nada...
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 2/02/2014
Existe oposicao ao partido totalitario no poder? Aparentemente NAO! -Percival Puggina
A PERGUNTA CERTA |
Percival Puggina |
É tamanho o descrédito dos partidos políticos que eles desistiram de proclamar suas virtudes. Ao contrário, dedicam-se a demonstrar que os outros chafurdam em ainda maiores vícios. Nesse contexto, nesse indiscutível contexto, fica imensamente favorecida a vida de quem está no poder. Ali, as facilidades voam em jatinhos militares devidamente decorados para os prazeres da vida civil. Ali, roda a ciranda em torno do Erário, que abre portas na hora certa para alegria dos folgazões. Ali há dinheiro, empregos, poder, honrarias, favores. E tudo isso, no tempo devido, vira mercadoria ou moeda eleitoral. "E a oposição?", indagará o leitor atento à relevância política deste ano de 2014. Ora, a oposição é aquele pequeno reduto onde só ficam os que não se deixaram seduzir pelo que de mais atraente existe nas tentações do poder. No Brasil destes anos constrangedores, só é oposição quem faz muita questão de sê-lo. O poder tem do bom e do melhor para todos os seus. A oposição é trincheira de poucos e mal apetrechados combatentes. Quem acompanha a política nacional com interesse cívico sabe, também, que o PT muito pouco pode apresentar como resultado positivo de suas três administrações que não provenha de políticas que antes condenou e, posteriormente, adotou. Mas, convenhamos: isso não serve para estabelecer diferenças. Bem ao contrário. A estratégia oposicionista precisa ser outra. Para vencer o desequilíbrio estabelecido entre as forças do governo e as da oposição é preciso identificar e apontar ao juízo soberano dos eleitores certos abismos que as separam. A contribuição que trago nestas linhas é uma lista de pautas, de condutas e de políticas pelas quais esse rio de águas turvas chamado Partido dos Trabalhadores ganha corpo com seus afluentes pela margem esquerda e pela margem direita. Elas me levam ao que chamo de a pergunta certa: qual o partido brasileiro que se identifica com as seguintes políticas, condutas e pautas? Marco regulatório da imprensa; marco civil da internet; PLC 122 (da "homofobia") e seus disparates; imposição do "politicamente correto" e da novilíngua; confabulações do Foro de São Paulo; apoio e refúgio a terroristas (Cesar Battisti é apenas um dos casos); captura e devolução a Fidel dos boxeadores cubanos; apoio aos governos comunistas de Cuba, Venezuela e Bolívia; incondicional afeição a qualquer patife adversário do Ocidente; homenagens e nomes de ruas para líderes comunistas; memorial para Luiz Carlos Prestes; apoio explícito a companheiros condenados pela justiça por graves crimes; verdadeira fobia por presídios e órgãos de segurança, resultando em gravíssima instabilidade social; absoluta e incondicional dedicação aos direitos humanos dos bandidos; empenho em inibir a ação armada das instituições policiais; dedicação à causa do desarmamento dos cidadãos; recusa à redução da maioridade penal; criação do MST e apoio às suas truculentas invasões de propriedades rurais; apoio a invasões no meio urbano e a políticas que restringem o direito de propriedade; cobertura às estripulias imobiliárias dos quilombolas; avanços do Código Florestal contra o direito de propriedade; expansão das reservas indígenas sobre áreas de lavoura; mudança, para pior, do Estatuto do Índio; supressão de símbolos religiosos em locais públicos; lei da palmada; apoio à legalização do aborto; políticas de gênero; kit gay nas escolas; apoio à parada gay, à marcha das vadias e à marcha pela maconha; leis de cotas raciais; uso de livros didáticos para doutrinação ideológica; fim da lei de anistia e manipulação da História; aparelhamento da administração pública e dos órgãos de Estado pelos partidos do governo; e mais recentemente, defesa dos rolezinhos e suas perturbações em locais de comércio. Examine bem a lista acima e depois me diga se não é urgente espantar, pela força do voto, esse mau agouro político que lança sortilégios sobre nossa sociedade e sobre a democracia brasileira. _____________ * Percival Puggina (69) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, membro do grupo Pensar+. |
Embrapa: uma empresa de sucesso, mas ainda contaminada pela ideologia companheira
Quis o destino -- e nossa trajetória política e tecnológica -- que ela surgisse durante o governo militar, mais exatamente em 1971. Ela se fez, como ocorreu com a "substituição de importações" na pós-graduação de maneira geral, com base na formação de quadros, ou seja, de capital humano, no exterior e no desenvolvimento de tecnologia própria, adaptada ao Brasil.
Trata-se do maior sucesso técnico em matéria de agricultura tropical do mundo, e sua experiência pode ser estendida a todas as demais regiões com biótipos relativamente semelhantes aos do Brasil, e mesmo diferentes, pois o essencial está na P&D adaptada ao ambiente geográfico, ecológico.
Com os companheiros no poder, quiseram transformar a Embrapa em auxiliar da pequena agricultura camponesa, o que é uma estupidez monumental, pois agricultura responde a condições técnicas e a dados de mercado, independente de quem está atrás da máquina ou da propriedade. Agricultura de sucesso é aquela que produz ao menor custo com o maior volume possível, ponto.
O mercado se encarrega do resto, e guia, justamente, os passos dos técnicos que precisam responder aos incentivos e estímulos de mercado para orientar a agricultura.
Tentar transformar a Embrapa em instrumento de justiça social, de redistribuição de renda é criminoso, pois ela foi feita para resolver problemas técnicos, não sociais, que devem ser resolvidos na esfera das políticas públicos, ao maior nível de eficiência possível.
Essa coisa da "diplomacia Sul-Sul" é uma estupidez em si, para si, e para o Brasil, pois é ideologia misturada ao interesse nacional.
A Embrapa deve colaborar com outros países da mesma faixa de latitude pois é nisso que residem suas vantagens comparativas, não porque se pretenda fazer política da agricultura, ou de uma instituição como ela. Ela deve disseminar sua tecnologia pois é do interesse da humanidade, não do governo companheiro. Ela deve ajudar na produtividade agrícola de outros povos pois é nisso que reside sua vocação, sem qualquer exploração política ou ideológica, ou restrição de natureza partidária.
Enfim, uma Embrapa liberta das loucuras companheiras seria uma Embrapa melhor, e mais eficiente.
Paulo Roberto de Almeida
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sábado, 1 de fevereiro de 2014
Carreira Diplomatica: uma postagem de sucesso, com 160 comentários; UAU!
Isso a propósito de mais uma consulta que me chegou hoje numa das postagens possivelmente de maior "sucesso" deste blog, esta aqui:
quinta-feira, 21 de maio de 2009
- See more at: http://diplomatizzando.blogspot.com/2009/05/1112-carreira-diplomatica-respondendo.html#sthash.oAJZ82Ls.dpufhttp://diplomatizzando.blogspot.com/2009/05/1112-carreira-diplomatica-respondendo.html
Fui tentar responder, e tive de deslizar o marcador da direita durante vários minutos para chegar ao final, até descobrir que o post recebeu 160 comentários (um pouco menos da metade, os meus, em resposta às perguntas curiosas, bizarras, repetidas, impertinentes, inteligentes, engraçadas, apoiadoras, simplesmente ingênuas, dos muitos comentaristas que se apresentaram).
Bem, quem tiver paciência e curiosidade pode descer até o final.
Sempre se pode aprender alguma coisa com as experiências dos outros, mesmo as minhas, não exatamente típicas ou exemplares...
Gostaria apenas de relembrar aos curiosos que eu NÃO me dedico a cursos preparatórios, não tenho a pretensão de deter alguma competência nessa área, e que poucos dos meus livros são voltados para isso, pois estão concentrados numa discussão de questões relevantes da política internacional, das relações econômicas internacionais em especial, e um pouco à política externa do Brasil. Simplesmente não pretendo refletir a política externa oficial, sequer a oficiosa, como existe de vez em quando...
Mas, eles podem servir para uma discussão (inteligente, suponho) de todas essas questões.
Meu site tem uma seção de dicas (não atualizadas) sobre a carreira diplomático e o concurso do Itamaraty, mas confesso que não sou a melhor fonte de informação nesse terreno.
Este meu blog é apenas um divertimento pessoal, com motivação para o registro de informações e análises, nada mais do que isso...
Em todo caso, boa sorte nos estudos, a todos.
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 2 de Fevereiro de 2014.