Provavelmente sim, hélas!
Vejam a crônica bem-humorada, mas nem por isso menos verdadeiro, de meu colega acadêmico de Santa Catarina sobre os ares do nosso tempo, um Zeitgeist elementar, quando não vulgar...
CAMPUS AVANÇADO DA IDEOLOGIA
por Orlando Tambosi
O Brasil virou mesmo um país de mentes pasteurizadas pela ideologia. Cinco anos de governo lulo-petista bastaram para que tudo fosse virado pelo avesso. Se você defende as liberdades e a democracia, é tachado de "direitista" ou "conservador" (quando as defendia durante a ditadura, era considerado de "esquerda"). Se você defende a ciência, é logo carimbado de "positivista", membro dessa tribo antiquada que acredita na existência de fatos objetivos e, ainda mais absurdo, que tais fatos sejam acessíveis e explicáveis por teorias independentes dos observadores. E se leva a lógica a sério, então, você é um "reacionário" consumado, vítima do raciocínio "burguês".
Isto não acontece no bar da esquina, claro, mas dentro das universidades, particularmente nas ciências humanas/sociais. Seus alunos já vêm ideologicamente embalados do segundo grau, mas ao invés de desenvolverem um pensamento crítico e racionalista, recebem nos campi nova tintura ideológica. Ali, professor "legal" é aquele que reforça as convicções do alunado, não aquele que o incomoda com reflexão. E há muitos mestres, nesse teatrinho, que jamais contrariam aquilo que a platéia espera.
Onde impera o relativismo, tanto no campo cognitivo quanto na esfera dos valores, o mundo passa a ser aquilo que a hermenêutica pós-moderna diz que é. A grama das praças, por exemplo, pode ser vermelha, dependendo apenas do ponto de vista do sujeito. As palavras já não se referem à realidade, mas são a própria realidade - e nada existe fora da linguagem!
Se há dissenso em relação à racionalidade e às ciências, há consenso em torno de algumas pautas, a começar pelo ecologismo, que é quase uma nova religião. Não ouse duvidar que o maldito "ser humano" seja o único responsável pelo "Aquecimento Global", esta entidade com que os novos apocalípticos ameaçam o planeta. Não ouse contestar que a "globalização" seja uma invenção do imperialismo para dominar e a "periferia". E nem ouse negar que "outro mundo é possível", bem além da "lógica capitalista" e das "leis do mercado". Sobretudo, veja no Estado dirigente e regulador o justiceiro das classes populares, o remédio eficaz para todos os males do "neoliberalismo". Defenda sempre mais Estado, nunca menos.
Por fim, considere calunioso aquilo que o escritor Mário Vargas Llosa, obviamente um liberal, definiu como "idiotice latino-americana". Essa idiotice "postiça, deliberada e de livre-escolha", diz ele, "é adotada conscientemente por preguiça intelectual, apatia ética e oportunismo civil. É ideológica e política, mas acima de tudo frívola, pois revela uma abdicação da faculdade de pensar por conta própria, de cotejar as palavras com os fatos que pretendem descrever, de questionar a retórica que faz as vezes de pensamento. Ela é a beatice da moda reinante, o deixar-se levar sempre pela corrente, a religião do estereótipo e do lugar-comum."
http://otambosi.blogspot.com
Publicado em 27/06/2007
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quinta-feira, 28 de junho de 2007
segunda-feira, 25 de junho de 2007
749) De embustes e trapaças...
Não haveria mal, com certeza. Caso algumas mentiras fossem contadas, caso algumas moedas fossem escamoteadas e depois aparecessem magicamente, que mal poderia haver? Todo mundo gosta de embustes e embusteiros. É por isso que camponeses quase famintos abrem mão de seus suados salários quando saltimbancos e ciganos chegam às suas aldeias. Todo mundo gosta de ser enganado, mas apenas quando consentem com o embuste.
“Das Verdadeiras e Reveladoras Memórias de Alonzo Alferonda”, personagem secundário do romance histórico ambientado na Amsterdã de meados do século XVII, O Mercador de Café (The Coffee Trader; tradução de Alexandre Raposo; Rio de Janeiro: Record, 2004, 384 p.; transcrito da página 371), de David Liss, romancista americano (www.davidliss.com).
Na continuidade da leitura desse romance, e mais próximo do final, deparei com a passagem acima transcrita da obra de David Liss, e achei-a perfeitamente apropriada ao momento que vivemos hoje no Brasil, ou talvez em outras épocas também. Eu sempre achei inacreditável como tantas pessoas aceitam ser enganadas, por discursos mentirosos que soam manifestamente falsos e demagógicos, e acho que sempre atribui esse tipo de comportamento à ignorância dos incautos e despreparados. Talvez não seja exatamente assim, como diz o agiota Alferonda.
É certo que a população humilde, aquela que sempre dá os seus votos para os mesmos embusteiros de sempre, consente em ser enganada, pois espera ser retribuída de alguma forma, antes ou depois das eleições, com alguma compensação material, uma promessa de emprego, uma ajuda financeira, qualquer coisa, sim, como diria a canção do poeta. Considerando a miséria material na qual vivem boa parte dos eleitores, pode ser um comportamente racional essa busca de uma satisfação imediata mesmo na perspectiva altamente enganadora de uma promessa vã, de um aceno com algum benefício futuro, coisas, enfim que eles sabem objetivamente que não serão cumpridas, ou pelo menos não em sua inteireza. Trata-se de um jogo, no qual os eleitores pobres adivinham e sabem que aquele político demagogo e falastrão os está enganando de verdade, mas, ainda assim, eles fingem que acreditam nele, temporariamente, caso a promessa se materialize de alguma forma, ou pelo menos parte dela: um asfalto aqui, um posto de saúde acolá, guarda na esquina para afastar os verdadeiros ladrões – talvez não tão perniciosos quanto os que assaltam apenas armados de canetas e armações clandestinas –, enfim, uma ajudazinha temporária para tornar a vida normal um pouco menos miserável do que ela já, normalmente. Afinal de contas, só existe o período eleitoral para acomodar esse tipo de barganha, quando a população humilde tem algo precioso para o demagogo contumaz, o seu voto absolutamente necessário.
Tudo isso é compreensível e esperado e não deveria nos chocar o mais da conta. Mas, o que dizer de senhores senadores, pessoas de posses, algumas cultivadas – outras nem tanto –, indivíduos calejados ao longo de uma vida inteira de espertezas políticas, muitos ex-governadores e prefeitos, ou até presidentes, o que dizer desses ilustres senhores – algumas senhoras também – que gostam de ser enganados, pedem para ser enganados, consentem voluntariamente em deixar-se seduzir pela mais hedionda mentira, pela mais aberta desfaçatez, pela falcatrua tão evidente que até um garoto de colégio saberia que não pode haver essa coisa de “boi voador”.
Pois é, no lugar de camponeses famintos que se divertem com ciganos e magicos de feira barata, temos membros da elite política do país que não apenas consentem mas são coniventes com a fraude, o embuste, a mentira e a hipocrisia. Eles são coniventes com o crime, para sermos mais exatos, pois é disso que estamos falando. Quanto um membro da honorável sociedade vê a fortuna do seu ilustre colega multiplicar-se de forma inacreditável, como se o dinheiro brotasse em árvores, ele apenas fica admirado da esperteza do colega, e trata de descobrir uma maneira de também enriquecer assim tão rapidamente.
Como pergunta Alferonda: que mal pode haver em algumas moedas mudarem de mão, aparecerem magicamente? Que coisa tão horrível pode haver em se buscar a recompensa por tão nobres e necessários serviços prestados à nação, aos mais humildes em primeiro lugar, que não protestam de modo apropriado frente ao embuste que eles sabem existir em suas ações? Por que tanta reação dos moralistas, quando o que se faz é aquilo que sempre se fez, ainda que de maneira mais discreta em outros tempos?
Também acho que não há nada de surpreendente nisso tudo. Mas, não sei por que não consigo evitar a manifestação de um sentimento que estranhamente me acompanha desde uns tempos para cá:
Asco...
Paulo Roberto de Almeida
(www.pralmeida.org; pralmeida@mac.com)
Brasília, 1760: 125 junho 2007, 2 p.
“Das Verdadeiras e Reveladoras Memórias de Alonzo Alferonda”, personagem secundário do romance histórico ambientado na Amsterdã de meados do século XVII, O Mercador de Café (The Coffee Trader; tradução de Alexandre Raposo; Rio de Janeiro: Record, 2004, 384 p.; transcrito da página 371), de David Liss, romancista americano (www.davidliss.com).
Na continuidade da leitura desse romance, e mais próximo do final, deparei com a passagem acima transcrita da obra de David Liss, e achei-a perfeitamente apropriada ao momento que vivemos hoje no Brasil, ou talvez em outras épocas também. Eu sempre achei inacreditável como tantas pessoas aceitam ser enganadas, por discursos mentirosos que soam manifestamente falsos e demagógicos, e acho que sempre atribui esse tipo de comportamento à ignorância dos incautos e despreparados. Talvez não seja exatamente assim, como diz o agiota Alferonda.
É certo que a população humilde, aquela que sempre dá os seus votos para os mesmos embusteiros de sempre, consente em ser enganada, pois espera ser retribuída de alguma forma, antes ou depois das eleições, com alguma compensação material, uma promessa de emprego, uma ajuda financeira, qualquer coisa, sim, como diria a canção do poeta. Considerando a miséria material na qual vivem boa parte dos eleitores, pode ser um comportamente racional essa busca de uma satisfação imediata mesmo na perspectiva altamente enganadora de uma promessa vã, de um aceno com algum benefício futuro, coisas, enfim que eles sabem objetivamente que não serão cumpridas, ou pelo menos não em sua inteireza. Trata-se de um jogo, no qual os eleitores pobres adivinham e sabem que aquele político demagogo e falastrão os está enganando de verdade, mas, ainda assim, eles fingem que acreditam nele, temporariamente, caso a promessa se materialize de alguma forma, ou pelo menos parte dela: um asfalto aqui, um posto de saúde acolá, guarda na esquina para afastar os verdadeiros ladrões – talvez não tão perniciosos quanto os que assaltam apenas armados de canetas e armações clandestinas –, enfim, uma ajudazinha temporária para tornar a vida normal um pouco menos miserável do que ela já, normalmente. Afinal de contas, só existe o período eleitoral para acomodar esse tipo de barganha, quando a população humilde tem algo precioso para o demagogo contumaz, o seu voto absolutamente necessário.
Tudo isso é compreensível e esperado e não deveria nos chocar o mais da conta. Mas, o que dizer de senhores senadores, pessoas de posses, algumas cultivadas – outras nem tanto –, indivíduos calejados ao longo de uma vida inteira de espertezas políticas, muitos ex-governadores e prefeitos, ou até presidentes, o que dizer desses ilustres senhores – algumas senhoras também – que gostam de ser enganados, pedem para ser enganados, consentem voluntariamente em deixar-se seduzir pela mais hedionda mentira, pela mais aberta desfaçatez, pela falcatrua tão evidente que até um garoto de colégio saberia que não pode haver essa coisa de “boi voador”.
Pois é, no lugar de camponeses famintos que se divertem com ciganos e magicos de feira barata, temos membros da elite política do país que não apenas consentem mas são coniventes com a fraude, o embuste, a mentira e a hipocrisia. Eles são coniventes com o crime, para sermos mais exatos, pois é disso que estamos falando. Quanto um membro da honorável sociedade vê a fortuna do seu ilustre colega multiplicar-se de forma inacreditável, como se o dinheiro brotasse em árvores, ele apenas fica admirado da esperteza do colega, e trata de descobrir uma maneira de também enriquecer assim tão rapidamente.
Como pergunta Alferonda: que mal pode haver em algumas moedas mudarem de mão, aparecerem magicamente? Que coisa tão horrível pode haver em se buscar a recompensa por tão nobres e necessários serviços prestados à nação, aos mais humildes em primeiro lugar, que não protestam de modo apropriado frente ao embuste que eles sabem existir em suas ações? Por que tanta reação dos moralistas, quando o que se faz é aquilo que sempre se fez, ainda que de maneira mais discreta em outros tempos?
Também acho que não há nada de surpreendente nisso tudo. Mas, não sei por que não consigo evitar a manifestação de um sentimento que estranhamente me acompanha desde uns tempos para cá:
Asco...
Paulo Roberto de Almeida
(www.pralmeida.org; pralmeida@mac.com)
Brasília, 1760: 125 junho 2007, 2 p.
748) Diplomaticas: um novo grupo de noticias e discussao
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domingo, 24 de junho de 2007
747) Mais um pouco de "cancioneiro" português: Sergio Godinho
Os Conquistadores
Sérgio Godinho
Lá vais tu, caravela, lá vais
e a mão que ainda me acena do cais
dará a esta outra mão a coragem
de em frente, em frente seguir viagem,
Será que existe mesmo o Levante?
Haverá quem um dia nos cante?
ando às ordens do nosso infante,
e cá vou fazendo os possíveis
Ó ei, deita a mão a este remo
além, são só paragens do demo
quem sabe, é só um abismo suspenso
só vendo, mas o nevoeiro é denso
Será que existe mesmo o Levante?
Haverá quem um dia nos cante?
ando às ordens do nosso infante
e cá vou fazendo os possíveis
Mas parai, trago notícias horríveis
parai com tudo,
já avisto os nossos conquistadores
Vêm num bote de madeira talhado em caravela
com um soldado de madeira a fingir de sentinela
com uma espada de madeira proferindo sentenças
enterrada que ela foi no coração doutras crenças
enterrada que ela foi, sua sombra era uma cruz
exigindo aos que morriam que gritassem: Jesus!
com um caixilho de madeira imortalizando o saque
colorindo na vitória as armas brancas do ataque
até que povos massacrados foram dizendo: Basta
até que a mesa do Comércio ainda posta e já gasta
acabou como jangada para evacuar fugitivos
da fogueira incendiada pelos outrora cativos
e debandou à nossa costa a transbordar de remorsos
mas a rejeitar a culpa e ainda a pedir reforços.
Sérgio Godinho é uma espécie de Chico Buarque de Portugal. Eu prefiro o Sérgio ao Chico no quesito "casamento entre literatura e história". É claro que o Chico também é muito bom nisto mas creio que o Sérgio o supere... talvez a diferença esteja no tipo de público a que cada um se dirige. Eu diria que os portugueses (as portuguesas são insuperáveis!) cultos são muito mais cultos do que os brasileiros cultos... e certamente são também mais arrogantes e pedantes. Mas basta a gente encarar que eles ficam mansinhos de gaiola...
(Comentário de Maria do Espirito Santo Gontijo, BH-MG)
Sérgio Godinho
Lá vais tu, caravela, lá vais
e a mão que ainda me acena do cais
dará a esta outra mão a coragem
de em frente, em frente seguir viagem,
Será que existe mesmo o Levante?
Haverá quem um dia nos cante?
ando às ordens do nosso infante,
e cá vou fazendo os possíveis
Ó ei, deita a mão a este remo
além, são só paragens do demo
quem sabe, é só um abismo suspenso
só vendo, mas o nevoeiro é denso
Será que existe mesmo o Levante?
Haverá quem um dia nos cante?
ando às ordens do nosso infante
e cá vou fazendo os possíveis
Mas parai, trago notícias horríveis
parai com tudo,
já avisto os nossos conquistadores
Vêm num bote de madeira talhado em caravela
com um soldado de madeira a fingir de sentinela
com uma espada de madeira proferindo sentenças
enterrada que ela foi no coração doutras crenças
enterrada que ela foi, sua sombra era uma cruz
exigindo aos que morriam que gritassem: Jesus!
com um caixilho de madeira imortalizando o saque
colorindo na vitória as armas brancas do ataque
até que povos massacrados foram dizendo: Basta
até que a mesa do Comércio ainda posta e já gasta
acabou como jangada para evacuar fugitivos
da fogueira incendiada pelos outrora cativos
e debandou à nossa costa a transbordar de remorsos
mas a rejeitar a culpa e ainda a pedir reforços.
Sérgio Godinho é uma espécie de Chico Buarque de Portugal. Eu prefiro o Sérgio ao Chico no quesito "casamento entre literatura e história". É claro que o Chico também é muito bom nisto mas creio que o Sérgio o supere... talvez a diferença esteja no tipo de público a que cada um se dirige. Eu diria que os portugueses (as portuguesas são insuperáveis!) cultos são muito mais cultos do que os brasileiros cultos... e certamente são também mais arrogantes e pedantes. Mas basta a gente encarar que eles ficam mansinhos de gaiola...
(Comentário de Maria do Espirito Santo Gontijo, BH-MG)
746) Pausa para a cultura: uma bela poesia...
Na verdade uma composição, que eu diria histórico-literária.
Vejam vocês mesmos:
Os Demónios de Alcácer-Quibir
Sérgio Godinho
O D. Sebastião foi para Alcácer Quibir
de lança na mão, a investir, a investir,
com o cavalo atulhado de livros de história
e guitarras de fado para cantar vitória.
O D. Sebastião já tinha hipotecado
toda a nação por dez reis de mel coado
para comprar soldados, lanças, armaduras,
para comprar o V das vitórias futuras.
O D. Sebastião era um belo pedante
foi mandar vir para uma terra distante
pôs-se a discursar: isto aqui é só meu
vamos lá trabalhar que quem manda sou eu.
Mas o mouro é que conhecia o deserto
de trás para diante e de longe e de perto
o mouro é que sabia que o deserto queima e abrasa
o mouro é que jogava em casa.
E o D. Sebastião levou tantas na pinha
que ao voltar cá encontrou a vizinha
espanhola sentada na cama, deitada no trono
e o país mudado de dono.
E o D. Sebastião acabou na moirama
um bebé chorão sem regaço nem mama
a beber, a contar tim por tim tim
a explicar, a morrer, sim, mas devagar
E apanhou tal dose do tal nevoeiro
que a tuberculose o mandou para o galheiro
fez-se um funeral com princesas e reis
e etcetera e tal, Viva Portugal.
Vejam vocês mesmos:
Os Demónios de Alcácer-Quibir
Sérgio Godinho
O D. Sebastião foi para Alcácer Quibir
de lança na mão, a investir, a investir,
com o cavalo atulhado de livros de história
e guitarras de fado para cantar vitória.
O D. Sebastião já tinha hipotecado
toda a nação por dez reis de mel coado
para comprar soldados, lanças, armaduras,
para comprar o V das vitórias futuras.
O D. Sebastião era um belo pedante
foi mandar vir para uma terra distante
pôs-se a discursar: isto aqui é só meu
vamos lá trabalhar que quem manda sou eu.
Mas o mouro é que conhecia o deserto
de trás para diante e de longe e de perto
o mouro é que sabia que o deserto queima e abrasa
o mouro é que jogava em casa.
E o D. Sebastião levou tantas na pinha
que ao voltar cá encontrou a vizinha
espanhola sentada na cama, deitada no trono
e o país mudado de dono.
E o D. Sebastião acabou na moirama
um bebé chorão sem regaço nem mama
a beber, a contar tim por tim tim
a explicar, a morrer, sim, mas devagar
E apanhou tal dose do tal nevoeiro
que a tuberculose o mandou para o galheiro
fez-se um funeral com princesas e reis
e etcetera e tal, Viva Portugal.
quarta-feira, 20 de junho de 2007
745) Imigração japonesa ao Brasil: preparando o centenário
Sítio eletrônico do centenário da imigração japonesa
Entrou em funcionamento no dia 14 de junho corrente o sítio eletrônico da Comissão Nacional Organizadora das Comemorações do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, cujo endereço é "http://www.japaocentenario.mre.gov.br".
O sítio eletrônico permitirá acompanhar mais diretamente as atividades da Comissão Nacional, particularmente no que se refere aos sete Grupos de Trabalho encarregados da elaboração da programação das comemorações de centenário da imigração nipônica, em 2008.
O sítio apresenta também documentos oficiais de referência, bem como textos e imagens sobre a presença japonesa no Brasil e a presença brasileira no Japão.
Entrou em funcionamento no dia 14 de junho corrente o sítio eletrônico da Comissão Nacional Organizadora das Comemorações do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, cujo endereço é "http://www.japaocentenario.mre.gov.br".
O sítio eletrônico permitirá acompanhar mais diretamente as atividades da Comissão Nacional, particularmente no que se refere aos sete Grupos de Trabalho encarregados da elaboração da programação das comemorações de centenário da imigração nipônica, em 2008.
O sítio apresenta também documentos oficiais de referência, bem como textos e imagens sobre a presença japonesa no Brasil e a presença brasileira no Japão.
744) Um balanço do meu site: www.pralmeida.org
Acessei hoje, o que quase nunca faço, as estatísticas do meu site, junto ao provedor de espaço. Minha intenção não era exatamente coletar estatísticas de visitas, tanto porque, com os atuais instrumentos de busca automática, isto pode ser tremendamente enganoso.
O que eu gostaria de saber, na verdade, era uma lista sintética dos temas mais buscados, o que significa a demanda real e potencial dos estudantes, pesquisadores, simples curiosos, navegadores em geral, enfim...
E o que resultou dessa constatação?
Abaixo uma lista dos temas mais solicitados, isto é, as palavras-chave buscadas por visitantes no meu site (seguidas dos meus comentários entre parênteses):
1) resenhas de livros (Uau!: acho que preciso incrementar essa seção, o que é um bom sinal, suponho, de interesse livresco dos meus visitantes)
2) vantagens da globalização (todo mundo preocupado com esse bicho da globalização, mas de certa forma é gratificante saber que não buscam as desvantagens, ou será que eu sou otimista?)
3) processo decisório (não me lembro de jamais ter produzido algum trabalho específico sobre processo decisório na diplomacia, mas suponho que as pessoas busquem e alguns dos meus textos devem conter referências ao conceito)
4) Mercosul e Alca (de forma não surpreendente, os dois temas candentes das relações regionais do Brasil, ainda que a Alca ande pairando como um zumbi pelos continentes)
5) Globalização (asi no más, e suponho que a curiosidade seja imensa e a busca inesgotável)
6) Bretton Woods (vou rever meus trabalhos e colocar minha foto em Bretton Woods, um lugar aprazível do New Hampshire, montanhas belíssimas, mas o hotel está um pouco decadente, e talvez possa servir de cenário para filmes de terror, ou então para convenções de corretores de imóveis)
7) Vantagens e desvantagens da globalização (voilà, estava faltando alguém falar em desvantagens, o que não surpreende...)
8) Brasil e o Mercosul (feijão com arroz; pode ser incrementado)
9) Tipos de globalização (bem, tem de tudo: ao molho pardo, com catchup, à la jardinière, com calabresa e al pesto; eu prefiro pura, com um vinho italiano...)
10) Brasil no Mercosul (já escrevi muito sobre isto; será que ainda tem público?)
11) Internacionalista (jovens angustiados à procura de um emprego...)
12) Neoliberal (demorou para chegar; parece que, depois de tanta gritaria nos anos noventa, o pessoal cansou um pouco; mas deve ter sempre aquele bando de antiglobalizadores que vive acusando os outros de neoliberais; vou fazer mais algumas provocações...)
13) Paulo Roberto Almeida (Mamma mia!: eu fui cair logo no número treze).
Quanto aos meus textos mais requisitados, aqui vai uma lista sintética:
1) /04Temas/11academia/06textosdiversos/04moedasbrasil/04MoedasBrasileiras (trata-se de uma assemblagem de materiais sobre os padrões monetários brasileiros que eu fiz com base em materiais do Banco Central e do Banco do Brasil; pensei que com a estabilidade do real, ninguém mais iria querer saber das nossas antigas moedas, desde o mil-réis e os muitos substitutos...)
2) 05DocsPRA/1205GlobalizDesenv.pdf (trata-se de um trabalho antigo, que foi incorporado ao livro editado por Monica Cherem e Roberto Di Sena Jr., Comércio Internacional e Desenvolvimento: uma perspectiva brasileira; ver no site)
3) /05DocsPRA/798MSulAlca.html (trabalho antigo, mas aparentemente muito requisitado; vou revisar para ver o que mudou, mas aparentemente tudo mudou, por não termos mais Alca, o que não lá uma grande perda...)
4)08Resenhas/resenhas.html (minha lista de resenhas, que deve estar desatualizada, e numa apresentação horrorosa, mas prometo melhorar nas férias)
5) 04Temas/11academia/05materiais/apostilaeconomiabasica.doc (aqui já são aluninhos querendo aprender um pouco de economia, mas o pior é que a apostila não é minha e não posso garantir fiabilidade)
6) /08Resenhas/01listageralresenhas.html (outra vez resenhas, o que me estimula a retrabalhar o quanto antes essas listas)
7) /04Temas/07Amazonia/01AmazCHoje.html (eterna fonte de paranóia, a famosa "internacionalização da Amazônia; neste caso, porém, trata-se de um dossiê que eu preparei com base em materiais da revista Ciência Hoje, da SBPC).
8) /05DocsPRA/1682VerdadeInconvTabs.pdf (um trabalho no qual eu tento demonstrar que o Brasil é um país totalmente preparado para NÃO crescer, na medida em que um Estado extrator e perdulário opera um enxugamento brutal de toda a poupança nacional para seus gastos próprios, diminuindo assim as possibilidades de investimento e, portanto, de crescimento e de criação de empregos, renda e riqueza; acho que continuaremos numa trajetória de crescimento pífio, até que os brasileiros se convençam que eles precisam aplicar uma dieta rigorosa a esse ogro famélico que se chama Estado).
Acho que é isso. Não tenho mais estatísticas ou informações a oferecer, mas o painel de controle de meu servidor apresenta dezenas de estatísticas, sobre tudo o que é possível imaginar: quantos visitantes únicos, quantas visitas, quantos cliques, qual o sistema operacional do computador, de qual país, etc. etc. etc...
O que eu gostaria de saber, na verdade, era uma lista sintética dos temas mais buscados, o que significa a demanda real e potencial dos estudantes, pesquisadores, simples curiosos, navegadores em geral, enfim...
E o que resultou dessa constatação?
Abaixo uma lista dos temas mais solicitados, isto é, as palavras-chave buscadas por visitantes no meu site (seguidas dos meus comentários entre parênteses):
1) resenhas de livros (Uau!: acho que preciso incrementar essa seção, o que é um bom sinal, suponho, de interesse livresco dos meus visitantes)
2) vantagens da globalização (todo mundo preocupado com esse bicho da globalização, mas de certa forma é gratificante saber que não buscam as desvantagens, ou será que eu sou otimista?)
3) processo decisório (não me lembro de jamais ter produzido algum trabalho específico sobre processo decisório na diplomacia, mas suponho que as pessoas busquem e alguns dos meus textos devem conter referências ao conceito)
4) Mercosul e Alca (de forma não surpreendente, os dois temas candentes das relações regionais do Brasil, ainda que a Alca ande pairando como um zumbi pelos continentes)
5) Globalização (asi no más, e suponho que a curiosidade seja imensa e a busca inesgotável)
6) Bretton Woods (vou rever meus trabalhos e colocar minha foto em Bretton Woods, um lugar aprazível do New Hampshire, montanhas belíssimas, mas o hotel está um pouco decadente, e talvez possa servir de cenário para filmes de terror, ou então para convenções de corretores de imóveis)
7) Vantagens e desvantagens da globalização (voilà, estava faltando alguém falar em desvantagens, o que não surpreende...)
8) Brasil e o Mercosul (feijão com arroz; pode ser incrementado)
9) Tipos de globalização (bem, tem de tudo: ao molho pardo, com catchup, à la jardinière, com calabresa e al pesto; eu prefiro pura, com um vinho italiano...)
10) Brasil no Mercosul (já escrevi muito sobre isto; será que ainda tem público?)
11) Internacionalista (jovens angustiados à procura de um emprego...)
12) Neoliberal (demorou para chegar; parece que, depois de tanta gritaria nos anos noventa, o pessoal cansou um pouco; mas deve ter sempre aquele bando de antiglobalizadores que vive acusando os outros de neoliberais; vou fazer mais algumas provocações...)
13) Paulo Roberto Almeida (Mamma mia!: eu fui cair logo no número treze).
Quanto aos meus textos mais requisitados, aqui vai uma lista sintética:
1) /04Temas/11academia/06textosdiversos/04moedasbrasil/04MoedasBrasileiras (trata-se de uma assemblagem de materiais sobre os padrões monetários brasileiros que eu fiz com base em materiais do Banco Central e do Banco do Brasil; pensei que com a estabilidade do real, ninguém mais iria querer saber das nossas antigas moedas, desde o mil-réis e os muitos substitutos...)
2) 05DocsPRA/1205GlobalizDesenv.pdf (trata-se de um trabalho antigo, que foi incorporado ao livro editado por Monica Cherem e Roberto Di Sena Jr., Comércio Internacional e Desenvolvimento: uma perspectiva brasileira; ver no site)
3) /05DocsPRA/798MSulAlca.html (trabalho antigo, mas aparentemente muito requisitado; vou revisar para ver o que mudou, mas aparentemente tudo mudou, por não termos mais Alca, o que não lá uma grande perda...)
4)08Resenhas/resenhas.html (minha lista de resenhas, que deve estar desatualizada, e numa apresentação horrorosa, mas prometo melhorar nas férias)
5) 04Temas/11academia/05materiais/apostilaeconomiabasica.doc (aqui já são aluninhos querendo aprender um pouco de economia, mas o pior é que a apostila não é minha e não posso garantir fiabilidade)
6) /08Resenhas/01listageralresenhas.html (outra vez resenhas, o que me estimula a retrabalhar o quanto antes essas listas)
7) /04Temas/07Amazonia/01AmazCHoje.html (eterna fonte de paranóia, a famosa "internacionalização da Amazônia; neste caso, porém, trata-se de um dossiê que eu preparei com base em materiais da revista Ciência Hoje, da SBPC).
8) /05DocsPRA/1682VerdadeInconvTabs.pdf (um trabalho no qual eu tento demonstrar que o Brasil é um país totalmente preparado para NÃO crescer, na medida em que um Estado extrator e perdulário opera um enxugamento brutal de toda a poupança nacional para seus gastos próprios, diminuindo assim as possibilidades de investimento e, portanto, de crescimento e de criação de empregos, renda e riqueza; acho que continuaremos numa trajetória de crescimento pífio, até que os brasileiros se convençam que eles precisam aplicar uma dieta rigorosa a esse ogro famélico que se chama Estado).
Acho que é isso. Não tenho mais estatísticas ou informações a oferecer, mas o painel de controle de meu servidor apresenta dezenas de estatísticas, sobre tudo o que é possível imaginar: quantos visitantes únicos, quantas visitas, quantos cliques, qual o sistema operacional do computador, de qual país, etc. etc. etc...
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