Lula deve anunciar verba para Cuba, Haiti e El Salvador
LEONÊNCIO NOSSA
Agencia Estado, 19.02.2010
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai anunciar na próxima semana uma série de investimentos em Cuba, Haiti e El Salvador. Na visita que fará a Cuba, na quarta-feira, Lula deve anunciar o repasse de cerca de US$ 300 milhões para a modernização do Porto de Mariel, em Havana. Na ocasião, terá um encontro com o "amigo" Fidel Castro, segundo o porta-voz da presidência, Marcelo Baumbach.
"Será uma visita de conclusão de um ciclo. O encontro com o comandante Fidel é um encontro de um amigo que visita outro amigo para discutir assuntos da atualidade internacional", afirmou Baumbach. Segundo ele, ao longo dos dois mandatos, Lula repassou cerca de US$ 1 bilhão a Cuba, para modernização do porto, compra de alimentos, construção de rodovias e produção agrícola. A previsão é que até 2012 os investimentos do Brasil na ilha caribenha cheguem a US$ 1,2 bi.
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Como a competência constitucional para aprovar operações financeiras cabe ao Senado, imagina-se que os senhores senadores examinem esses empréstimos com cuidado, para ver como o Brasil compromete recursos públicos -- todos eles do Tesouro, diga-se de passagem -- com países que, imagina-se, pagarão seus débitos para com o Brasil, sem os calotes que tivemos do passado (no caso de Cuba, desde sempre).
Paulo Roberto de Almeida (20.02.2010)
No Haiti, onde estará na quinta-feira, Lula também anunciará a liberação de recursos, mas o valor ainda não foi definido. Na viagem, o presidente vai sobrevoar a capital Porto Príncipe, que foi devastada por um terremoto de 7,0 graus na escala Richter no dia 12 de janeiro. Ele fará também uma visita às tropas brasileiras e a um hospital da Força Aérea Brasileira (FAB).
Já em El Salvador, onde estará no dia seguinte, Lula anunciará um crédito de US$ 300 milhões para a renovação da frota de ônibus no país. Mas as viagens do presidente, neste último ano de mandato, não param por aí. Já no dia 1º de março, ele embarcará para Montevidéu, para a posse do presidente do Uruguai, José Mujica.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sábado, 20 de fevereiro de 2010
1692) Sherlock Holmes back to work: the case of missing posts
Dois leitores deste blog, escreveram-me para relatar o curioso desaparecimento de algumas centenas de posts deste meu blog.
Escreveu o primeiro:
"...notei que suas postagens estavam em 13xx e quando fui acessar o blog novamente elas estavam já na casa dos 16xx. Depois da postagem 1361) Um Fórum Pela Liberdade de Expressão, vem a postagem 1662) A Arrogancia dos Engenheiros...
Se não houve um simples erro de digitação, onde estão as 300 postagens que faltam???
Obrigado pelo bog."
E um segundo leitor:
"...o que o sr. fez com as postagens situadas entre os números 1361 e 1662? Espero que não seja algo relacionado à numerologia..."
Intrigado, fui verificar, e constatei que eles continuavam lá onde sempre estiveram, na ordem sequencial obrigatória dos números e datas, como transcrevo mais abaixo.
O mais curioso, entretanto, é que os números referidos não correspondem aos temas efetivos de cada um deles.
Assim, o suposto (detesto esse conceito de suposto, usado em conexão com bandidos comprovados, que se beneficiam de precauções jornalísticas) post
1361) Um Fórum Pela Liberdade de Expressão
corresponde, na verdade, a este aqui:
1361) Falacias Academicas 12: o mito da exploracao...
e o post
1662) A Arrogancia dos Engenheiros...
coincide com este aqui, em meu registro:
1661) Relacoes Brasil-EUA: melhorando cada vez mais...
Eu sei que tenho vários posts, especializados (resenhas de livros, textos diversos, temas político-eleitorais, etc), mas nenhum deles chegou ainda perto desses números altos, 1361 a 1661, registro que faço para bem distinguir os materiais aqui depositados, independentemente do software Blogspot já identificar cada um com sua data de postagem, e de colocá-los exatamente na sequencia cronologica correta (que não pode ser alterada a posteriori, a menos de eliminação completa). Ou seja, impossível de praticar aqui o que muitos bandidos políticos fazem: construir recibos a posteriori, para justificar dinheiro sujo supostamente de campanhas eleitorais ou desviado para o bolso dos próprios, como acaba de fazer um governador debiloide (mas isso deve ser prática comum nesses meios promíscuos).
Para tranqulizar meus eventuais leitores, desejosos de conhecer todo o besteirol (algumas coisas uteis também) acumulado entre setembro de 2009 e janeiro deste ano, período supostamente (lá vem o conceito outra vez) compreendido no caso dos posts misteriosamente subtraídos à curiosidade desses atentos leitores, permito-me transcrever aqui apenas o índice dessa série, que deve continuar disponível onde sempre esteve.
Se continuar desaparecido, vou ter de visitar Baker Street e demandar os serviços do mais famoso investigador de crimes até hoje inventado pela imaginação humana, neste caso de um espírita, Arthur Conan Doyle (de quem recomendo, aliás, os romances históricos).
OK, fique, aqui e agora, com a lista dos Missing posts: from 1361 to 1662
2010:
• ▼ Janeiro (182)
o 1664) Depois das reticências, as entrelinhas, e as...
o 1663) Books, books, books...
o 1662) Reticencias, entrelinhas, exclamacoes, ponto...
o 1661) Relacoes Brasil-EUA: melhorando cada vez mai...
o 1660) Homenagem a Lincoln Gordon, Embaixador ameri...
o 1659) Mini-tratado das reticencias
o 1658) A arte da escrita (bem, nem tanto...)
o 1657) O Itamaraty e o decreto do governo Lula sobr...
o 1656) Brasil: a caminho da ditadura? (2)
o 1655) Rodada Doha: suficiente para combater a cris...
o 1654) Brasil: a caminho da ditadura? (1)
o 1653) Integrations en Amerique du Sud - Sorbonne
o 1652) Brasil Já Vai À Guerra - Juca Chaves
o 1651) Ainda os caças da FAB: quadratura do circulo...
o 1650) O seu, o meu, o nosso dinheiro, para industr...
o 1649) Sobre decisoes politicas e ferramentas opera...
o 1648) Juíza de Santa Rita (PB) diz que juiz é um s...
o 1647) Balanco da decada e previsoes imprevidentes
o 1646) Fórum Social Mundial: antecipando as conclus...
o 1645) Meu balanço da década que passou...
o 1644) Um balanço otimista dos ultimos dez anos.......
o 1643) Política externa brasileira: uma matéria a f...
o 1642) O Azerbaijão, a terra do fogo (azer)
o 1641) Politica Externa: desacordos Brasil-EUA
o 1640) Quando os grandes economistas erram feio...
o 1639) Countercyclical Policy Measures in Brazil
o 1638) Brasil vai ao espaço? Talvez, em todo caso, ...
o 1637) Economic Freedom of the World 2009, Cato Rep...
o 1636) Nova declaração de princípios, ao início de ...
2009:
o
• ▼ 2009 (648)
o ▼ Dezembro (80)
• 1635) “Todo ano ele faz tudo sempre igual…”
• 1634) Dolar: rumores sobre a sua morte e desaparec...
• 1633) Cenarios para o Brasil nas proximas decadas
• 1632) Mercosul e Brasil: acordos comerciais em sep...
• 1631) Politica externa brasileira: editorial do jo...
• 1630) BNDES: desembolsos superam 137 bilhoes em 20...
• 1629) Livro Relacoes Brasil-Europa 2010-2020
• 1628) Retrospectiva 2009 - Brasil e mundo
• 1627) Brasil é grande, diz ministro da Defesa...
• 1626) Estado forte, mas ausente, onde deveria esta...
• 1625) Jornalismo brasileiro: caminhando rapidament...
• 1624) Estado brasileiro: uma trajetoria insustenta...
• 1623) Bahia de Sao Salvador de Todos os Santos: um...
• 1622) Bolsas de Acao Afirmativa: um dialogo import...
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• 1620) EUA: sua forca está na imigracao (e na liber...
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• 1615) EUA - como criar uma nova bolha imobiliária....
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• 1598) Politica Externa brasileira: as consequencia...
• 1597) Os dez livros liberais mais importantes da d...
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• 1593) Preparando o balanco de final de ano (mas es...
• 1592) Morte do embaixador Lincoln Gordon
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• 1589) Doze bilhoes de dolares para Chavez "investi...
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• 1361) Falacias Academicas 12: o mito da exploracao...
Bem, se depois disso os posts continuarem desaparecidos (dá até vontade de revisitar alguns, pelo apetitoso do título e a promessa de algumas boas gargalhadas, pelo ridículo efetivo), vou ter de tomar novas providências...
Paulo Roberto de Almeida
Escreveu o primeiro:
"...notei que suas postagens estavam em 13xx e quando fui acessar o blog novamente elas estavam já na casa dos 16xx. Depois da postagem 1361) Um Fórum Pela Liberdade de Expressão, vem a postagem 1662) A Arrogancia dos Engenheiros...
Se não houve um simples erro de digitação, onde estão as 300 postagens que faltam???
Obrigado pelo bog."
E um segundo leitor:
"...o que o sr. fez com as postagens situadas entre os números 1361 e 1662? Espero que não seja algo relacionado à numerologia..."
Intrigado, fui verificar, e constatei que eles continuavam lá onde sempre estiveram, na ordem sequencial obrigatória dos números e datas, como transcrevo mais abaixo.
O mais curioso, entretanto, é que os números referidos não correspondem aos temas efetivos de cada um deles.
Assim, o suposto (detesto esse conceito de suposto, usado em conexão com bandidos comprovados, que se beneficiam de precauções jornalísticas) post
1361) Um Fórum Pela Liberdade de Expressão
corresponde, na verdade, a este aqui:
1361) Falacias Academicas 12: o mito da exploracao...
e o post
1662) A Arrogancia dos Engenheiros...
coincide com este aqui, em meu registro:
1661) Relacoes Brasil-EUA: melhorando cada vez mais...
Eu sei que tenho vários posts, especializados (resenhas de livros, textos diversos, temas político-eleitorais, etc), mas nenhum deles chegou ainda perto desses números altos, 1361 a 1661, registro que faço para bem distinguir os materiais aqui depositados, independentemente do software Blogspot já identificar cada um com sua data de postagem, e de colocá-los exatamente na sequencia cronologica correta (que não pode ser alterada a posteriori, a menos de eliminação completa). Ou seja, impossível de praticar aqui o que muitos bandidos políticos fazem: construir recibos a posteriori, para justificar dinheiro sujo supostamente de campanhas eleitorais ou desviado para o bolso dos próprios, como acaba de fazer um governador debiloide (mas isso deve ser prática comum nesses meios promíscuos).
Para tranqulizar meus eventuais leitores, desejosos de conhecer todo o besteirol (algumas coisas uteis também) acumulado entre setembro de 2009 e janeiro deste ano, período supostamente (lá vem o conceito outra vez) compreendido no caso dos posts misteriosamente subtraídos à curiosidade desses atentos leitores, permito-me transcrever aqui apenas o índice dessa série, que deve continuar disponível onde sempre esteve.
Se continuar desaparecido, vou ter de visitar Baker Street e demandar os serviços do mais famoso investigador de crimes até hoje inventado pela imaginação humana, neste caso de um espírita, Arthur Conan Doyle (de quem recomendo, aliás, os romances históricos).
OK, fique, aqui e agora, com a lista dos Missing posts: from 1361 to 1662
2010:
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o 1662) Reticencias, entrelinhas, exclamacoes, ponto...
o 1661) Relacoes Brasil-EUA: melhorando cada vez mai...
o 1660) Homenagem a Lincoln Gordon, Embaixador ameri...
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o 1646) Fórum Social Mundial: antecipando as conclus...
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o 1644) Um balanço otimista dos ultimos dez anos.......
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o 1637) Economic Freedom of the World 2009, Cato Rep...
o 1636) Nova declaração de princípios, ao início de ...
2009:
o
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• 1628) Retrospectiva 2009 - Brasil e mundo
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Bem, se depois disso os posts continuarem desaparecidos (dá até vontade de revisitar alguns, pelo apetitoso do título e a promessa de algumas boas gargalhadas, pelo ridículo efetivo), vou ter de tomar novas providências...
Paulo Roberto de Almeida
1691) Tocqueville de volta a atualidade...
Sobre Tocqueville, e antes de transcrever o artigo abaixo, permito-me remeter a este artigo meu, recentemente publicado, embora tenha sido escrito em meados de 2009:
“De la Démocratie au Brésil: Tocqueville de novo em missão”
Espaço Acadêmico (ano 9, n. 103, dezembro 2009, p. 130-138; ISSN: 1519-6186)
link: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/8822/4947
Tocqueville em tempos de populismo
Ricardo Vélez Rodríguez
O Estado de S.Paulo, Sábado, 20 de Fevereiro de 2010
A Editora Martins Fontes publicou, no final do ano passado, O Antigo Regime e a Revolução (tradução de Rosemary C. Abílio, São Paulo: Martins Fontes, 2009, 286 páginas), de Alexis de Tocqueville (1805-1859), livro que viu a luz, pela primeira vez, em 1856. Precedentemente, com a publicação de A Democracia na América, em 1835, Tocqueville havia logrado notável sucesso na recuperação do ideal democrático. A democracia fora associada à anarquia (e à correlata instabilidade política) instaurada pela Revolução Francesa. O livro viera comprovar que esta não se vinculava à instauração do governo representativo, mas às elucubrações de Jean-Jacques Rousseau, num modelo conhecido como democratismo. Essa distinção ficaria muito nítida depois da Revolução de 1848, na França, na medida em que já se dispunha de termo de comparação. A Revolução de 1830 introduzira, em caráter pioneiro no país, instituições liberais. Entre outras coisas, o confronto iria evidenciar que o democratismo continuava atuante, preservada a sua capacidade demolidora.
Tocqueville parte do registro de que, em 1789, os franceses se propuseram a cortar em dois o seu destino. Imaginavam poder separar por um abismo o que haviam sido até então do que queriam ser dali em diante. Pessoalmente, acreditava que haviam tido menos sucesso do que imaginavam. A fim de testar essa hipótese, era mister "interrogar em seu túmulo uma França que não existe mais" e tentar reconstituir, com base na documentação preservada, os traços essenciais do Antigo Regime. Descreve as dificuldades encontradas nessa investigação e resume os principais resultados. "O que é válido dizer", escreve, "é que destruiu inteiramente ou está destruindo (pois perdura) tudo o que, na antiga sociedade, decorria das instituições aristocráticas e feudais, tudo o que de algum modo se ligava a elas, tudo o que trazia delas, em qualquer grau que fosse, a menor marca. Conservou do antigo mundo apenas o que fora alheio a essas instituições ou podia existir sem elas. (...) A Revolução (...) pegou o mundo de surpresa, é bem verdade, e, entretanto era apenas o complemento do mais longo trabalho, o encerramento súbito e violento de uma obra na qual dez gerações de homens haviam trabalhado. Se não tivesse acontecido, o velho edifício social não teria deixado de cair em todo lugar, aqui mais cedo, ali mais tarde; apenas teria continuado a cair parte por parte em vez de desmoronar de uma só vez. A Revolução concluiu bruscamente, por um impulso convulsivo e doloroso, sem transição, sem precaução, sem complacência, o que teria se encerrado pouco a pouco, por si mesmo ao longo do tempo. Essa foi a sua obra" (ed. cit., páginas 24-25).
Basicamente, O Antigo Regime e a Revolução viria comprovar que o centralismo cartorial constituiu traço marcante da política no século 18 e nas décadas que se seguiram à Revolução Francesa. Ao contrário do que se alardeava, a Revolução não se fizera para debilitar o poder político. O registro da tradição acha-se expresso com as seguintes palavras: "Um estrangeiro, a quem fossem entregues hoje todas as correspondências confidenciais, que enchem os arquivos do Ministério do Interior e das administrações departamentais, logo ficaria sabendo mais sobre nós do que nós mesmos. Como se verá ao ler este livro, no século XVIII, a administração pública já era muito centralizada, muito poderosa, prodigiosamente ativa. Estava incessantemente auxiliando, impedindo, permitindo. Tinha muito a prometer, muito a dar. Já influía de mil maneiras, não apenas na condução geral dos assuntos públicos, mas também na sorte das famílias e na vida privada de cada homem. Ademais, era sem publicidade, o que os levava a não terem receio de expor a seus olhos até as fraquezas mais secretas" (ed. cit.; Prefácio, página XLIII).
Tocqueville chamava a atenção para o efeito político que esse centralismo causava na sociedade francesa: o despotismo. O centralismo tirava da sociedade a sua iniciativa e a transformava em eterno menor de idade perante o Estado todo-poderoso. O grande mal causado à França pelo centralismo era antigo. A substituição paulatina do velho direito consuetudinário germânico pelo direito romano situava-se nas origens de todos os males, e era como que a fonte jurídica legitimadora do processo centralizador, que se alastrou depois por todos os aspectos da vida social. O despotismo é, na sua essência, centralizador. Atrelada assim à diretriz norteadora do Estado moderno (substituir a descentralização feudal pelo centralismo monárquico), graças à influência dos "philosophes", Rousseau à frente, a Revolução Francesa abriu uma senda distanciada do que efetivamente de novo trouxera a Revolução Gloriosa inglesa: o governo representativo, que, progressivamente, iria incorporar o ideal democrático. Na preservação deste, no continente, seria igualmente decisiva a contribuição de Alexis de Tocqueville.
O processo revolucionário fez ruir um governo e um reino, mas sobre essas cinzas ergueu um Estado muito mais poderoso que o anterior. Algo semelhante ao que ocorre, atualmente, com os movimentos populistas latino-americanos, que alegam estar libertando os seus povos do neoliberalismo, dando ensejo a propostas cada vez mais estatizantes, fenômeno do qual não escapa o Brasil, levando em consideração os últimos pronunciamentos do presidente Lula e da sua candidata à sucessão, Dilma Rousseff, que apregoam claramente a volta do antigo estatismo como solução mágica para todos os nossos problemas.
Ricardo Vélez Rodríguez é coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
“De la Démocratie au Brésil: Tocqueville de novo em missão”
Espaço Acadêmico (ano 9, n. 103, dezembro 2009, p. 130-138; ISSN: 1519-6186)
link: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/8822/4947
Tocqueville em tempos de populismo
Ricardo Vélez Rodríguez
O Estado de S.Paulo, Sábado, 20 de Fevereiro de 2010
A Editora Martins Fontes publicou, no final do ano passado, O Antigo Regime e a Revolução (tradução de Rosemary C. Abílio, São Paulo: Martins Fontes, 2009, 286 páginas), de Alexis de Tocqueville (1805-1859), livro que viu a luz, pela primeira vez, em 1856. Precedentemente, com a publicação de A Democracia na América, em 1835, Tocqueville havia logrado notável sucesso na recuperação do ideal democrático. A democracia fora associada à anarquia (e à correlata instabilidade política) instaurada pela Revolução Francesa. O livro viera comprovar que esta não se vinculava à instauração do governo representativo, mas às elucubrações de Jean-Jacques Rousseau, num modelo conhecido como democratismo. Essa distinção ficaria muito nítida depois da Revolução de 1848, na França, na medida em que já se dispunha de termo de comparação. A Revolução de 1830 introduzira, em caráter pioneiro no país, instituições liberais. Entre outras coisas, o confronto iria evidenciar que o democratismo continuava atuante, preservada a sua capacidade demolidora.
Tocqueville parte do registro de que, em 1789, os franceses se propuseram a cortar em dois o seu destino. Imaginavam poder separar por um abismo o que haviam sido até então do que queriam ser dali em diante. Pessoalmente, acreditava que haviam tido menos sucesso do que imaginavam. A fim de testar essa hipótese, era mister "interrogar em seu túmulo uma França que não existe mais" e tentar reconstituir, com base na documentação preservada, os traços essenciais do Antigo Regime. Descreve as dificuldades encontradas nessa investigação e resume os principais resultados. "O que é válido dizer", escreve, "é que destruiu inteiramente ou está destruindo (pois perdura) tudo o que, na antiga sociedade, decorria das instituições aristocráticas e feudais, tudo o que de algum modo se ligava a elas, tudo o que trazia delas, em qualquer grau que fosse, a menor marca. Conservou do antigo mundo apenas o que fora alheio a essas instituições ou podia existir sem elas. (...) A Revolução (...) pegou o mundo de surpresa, é bem verdade, e, entretanto era apenas o complemento do mais longo trabalho, o encerramento súbito e violento de uma obra na qual dez gerações de homens haviam trabalhado. Se não tivesse acontecido, o velho edifício social não teria deixado de cair em todo lugar, aqui mais cedo, ali mais tarde; apenas teria continuado a cair parte por parte em vez de desmoronar de uma só vez. A Revolução concluiu bruscamente, por um impulso convulsivo e doloroso, sem transição, sem precaução, sem complacência, o que teria se encerrado pouco a pouco, por si mesmo ao longo do tempo. Essa foi a sua obra" (ed. cit., páginas 24-25).
Basicamente, O Antigo Regime e a Revolução viria comprovar que o centralismo cartorial constituiu traço marcante da política no século 18 e nas décadas que se seguiram à Revolução Francesa. Ao contrário do que se alardeava, a Revolução não se fizera para debilitar o poder político. O registro da tradição acha-se expresso com as seguintes palavras: "Um estrangeiro, a quem fossem entregues hoje todas as correspondências confidenciais, que enchem os arquivos do Ministério do Interior e das administrações departamentais, logo ficaria sabendo mais sobre nós do que nós mesmos. Como se verá ao ler este livro, no século XVIII, a administração pública já era muito centralizada, muito poderosa, prodigiosamente ativa. Estava incessantemente auxiliando, impedindo, permitindo. Tinha muito a prometer, muito a dar. Já influía de mil maneiras, não apenas na condução geral dos assuntos públicos, mas também na sorte das famílias e na vida privada de cada homem. Ademais, era sem publicidade, o que os levava a não terem receio de expor a seus olhos até as fraquezas mais secretas" (ed. cit.; Prefácio, página XLIII).
Tocqueville chamava a atenção para o efeito político que esse centralismo causava na sociedade francesa: o despotismo. O centralismo tirava da sociedade a sua iniciativa e a transformava em eterno menor de idade perante o Estado todo-poderoso. O grande mal causado à França pelo centralismo era antigo. A substituição paulatina do velho direito consuetudinário germânico pelo direito romano situava-se nas origens de todos os males, e era como que a fonte jurídica legitimadora do processo centralizador, que se alastrou depois por todos os aspectos da vida social. O despotismo é, na sua essência, centralizador. Atrelada assim à diretriz norteadora do Estado moderno (substituir a descentralização feudal pelo centralismo monárquico), graças à influência dos "philosophes", Rousseau à frente, a Revolução Francesa abriu uma senda distanciada do que efetivamente de novo trouxera a Revolução Gloriosa inglesa: o governo representativo, que, progressivamente, iria incorporar o ideal democrático. Na preservação deste, no continente, seria igualmente decisiva a contribuição de Alexis de Tocqueville.
O processo revolucionário fez ruir um governo e um reino, mas sobre essas cinzas ergueu um Estado muito mais poderoso que o anterior. Algo semelhante ao que ocorre, atualmente, com os movimentos populistas latino-americanos, que alegam estar libertando os seus povos do neoliberalismo, dando ensejo a propostas cada vez mais estatizantes, fenômeno do qual não escapa o Brasil, levando em consideração os últimos pronunciamentos do presidente Lula e da sua candidata à sucessão, Dilma Rousseff, que apregoam claramente a volta do antigo estatismo como solução mágica para todos os nossos problemas.
Ricardo Vélez Rodríguez é coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
1690) Diploma de jornalista e reserva de mercado: mais uma razão para ser contra...
Sempre fui contra, absolutamente.
A matéria abaixo apenas confirma a inutilidade dos cursos...
51% das escolas de jornalismo reprovadas
Quem foi que errou?
Alberto Dines
Observatório da Imprensa, 19.02.2010
O assunto foi manchete da Folha de S.Paulo, chamada destacada no Jornal do Brasil, O Globo e pequena no Estado de S.Paulo. Não é para menos: 23% dos cursos superiores de engenharia elétrica, mecânica, economia e jornalismo avaliados pelo Ministério da Educação não oferecem condições adequadas de ensino.
O mais grave da notícia – pelo menos no tocante a quantidades – só foi destacado por O Globo: o pior desempenho foi dos cursos de jornalismo, que tiveram um índice de reprovação de 51% !
O não dito é ainda mais preocupante: a imprensa foi a última a saber. Surpreendida, como sempre, incapaz de prevenir e antecipar. Jamais investigou aquilo que lhe diz respeito. Deu as costas tanto ao seu interesse como ao interesse público.
Essa é a grande verdade: as empresas jornalísticas não estão minimamente interessadas em acompanhar a produção da matéria-prima essencial para alimentar a sua qualificação: recursos humanos. Fazem aqueles cursinhos de treinamento para badalar os resultados, aproveitam os mais expeditos, cumprem a lei do diploma e o resto que se dane.
Combinação de descaso com inapetência, ambos alimentados pelo interesse pecuniário: fiscalizar as escolas de jornalismo significa antes de tudo denunciar o descalabro do ensino superior privado, hoje um dos grandes anunciantes da mídia diária. Dois dos maiores jornais brasileiros (Folha e Globo) ostentam entre os seus colaboradores regulares o lobista-mor do ensino superior privado, Arnaldo Niskier. E isto não acontece por acaso ou em função do talento do escriba: é acerto mesmo – toma lá, dá cá.
A divulgação desses dramáticos resultados confirma o que este Observador vem dizendo aqui, desde 1997:
* O ensino do jornalismo precisa ser reexaminado. Professor de disciplinas técnicas deve ser jornalista, com militância profissional reconhecida e comprovada (além dos demais atributos acadêmicos).
* Uma escola de jornalismo deve coexistir com um projeto jornalístico regular e permanente. Não se ensina medicina sem um hospital, clínica ou ambulatório.
* A pós-graduação em jornalismo é uma necessidade. É preciso separá-la definitivamente da pós em comunicação. A base é comum mas são matérias distintas, assim como farmacologia e medicina. O orientador de monografias ou teses sobre jornalismo deve ser um professor com experiência comprovada em redações para impedir que os trabalhos de pós-graduação em jornalismo continuem a conter as asneiras que serão reforçadas em trabalhos posteriores.
* O provão veio para ficar. Se algumas definições precisam ser reexaminadas, que sejam reexaminadas. Se alguns critérios precisam ser revistos, que sejam revistos. Mas o processo regulador e fiscalizador como um todo não pode ser revertido. Ser contra o provão hoje é o mesmo do que proclamar-se contra a reforma do Judiciário [veja rubrica Diretório Acadêmico, nesta edição].
A matéria abaixo apenas confirma a inutilidade dos cursos...
51% das escolas de jornalismo reprovadas
Quem foi que errou?
Alberto Dines
Observatório da Imprensa, 19.02.2010
O assunto foi manchete da Folha de S.Paulo, chamada destacada no Jornal do Brasil, O Globo e pequena no Estado de S.Paulo. Não é para menos: 23% dos cursos superiores de engenharia elétrica, mecânica, economia e jornalismo avaliados pelo Ministério da Educação não oferecem condições adequadas de ensino.
O mais grave da notícia – pelo menos no tocante a quantidades – só foi destacado por O Globo: o pior desempenho foi dos cursos de jornalismo, que tiveram um índice de reprovação de 51% !
O não dito é ainda mais preocupante: a imprensa foi a última a saber. Surpreendida, como sempre, incapaz de prevenir e antecipar. Jamais investigou aquilo que lhe diz respeito. Deu as costas tanto ao seu interesse como ao interesse público.
Essa é a grande verdade: as empresas jornalísticas não estão minimamente interessadas em acompanhar a produção da matéria-prima essencial para alimentar a sua qualificação: recursos humanos. Fazem aqueles cursinhos de treinamento para badalar os resultados, aproveitam os mais expeditos, cumprem a lei do diploma e o resto que se dane.
Combinação de descaso com inapetência, ambos alimentados pelo interesse pecuniário: fiscalizar as escolas de jornalismo significa antes de tudo denunciar o descalabro do ensino superior privado, hoje um dos grandes anunciantes da mídia diária. Dois dos maiores jornais brasileiros (Folha e Globo) ostentam entre os seus colaboradores regulares o lobista-mor do ensino superior privado, Arnaldo Niskier. E isto não acontece por acaso ou em função do talento do escriba: é acerto mesmo – toma lá, dá cá.
A divulgação desses dramáticos resultados confirma o que este Observador vem dizendo aqui, desde 1997:
* O ensino do jornalismo precisa ser reexaminado. Professor de disciplinas técnicas deve ser jornalista, com militância profissional reconhecida e comprovada (além dos demais atributos acadêmicos).
* Uma escola de jornalismo deve coexistir com um projeto jornalístico regular e permanente. Não se ensina medicina sem um hospital, clínica ou ambulatório.
* A pós-graduação em jornalismo é uma necessidade. É preciso separá-la definitivamente da pós em comunicação. A base é comum mas são matérias distintas, assim como farmacologia e medicina. O orientador de monografias ou teses sobre jornalismo deve ser um professor com experiência comprovada em redações para impedir que os trabalhos de pós-graduação em jornalismo continuem a conter as asneiras que serão reforçadas em trabalhos posteriores.
* O provão veio para ficar. Se algumas definições precisam ser reexaminadas, que sejam reexaminadas. Se alguns critérios precisam ser revistos, que sejam revistos. Mas o processo regulador e fiscalizador como um todo não pode ser revertido. Ser contra o provão hoje é o mesmo do que proclamar-se contra a reforma do Judiciário [veja rubrica Diretório Acadêmico, nesta edição].
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
1689) De volta a questao dos diplomas
O assunto ja foi tratado em meu post 1676 (ver mais abaixo), mas com base nesta nota do Observatório da Imprensa...
Prezado(a) leitor(a), estas são os destaques da Marcha do Tempo na edição desta semana do OI:
RESULTADOS DO PROVÃO 1
51% das escolas de jornalismo reprovadas
Alberto Dines
Publicado em 20/2/2000
...retomei a discussão que mantenho com um colega sociólogo -- bem, não sei se tenho o direito de me classificar assim, pois afinal de contas nunca pretendi obter o reconhecimento legal de meu diploma de "doutor em ciências sociais", pois não dou muita importância a diplomas, ou a títulos, nem me esforço para enquadrar-me em uma determinada categoria profissional -- a propósito da famosa lei de reserva de mercado no setor de comunicações a favor dos jornalistas formados em escolas de comunicações e detentores de diplomas reconhecidos e registrados no Ministério do Trabalho, como "jornalistas" e únicos passíveis de serem contratados por empresas do setor.
Acabo de escrever o que segue:
Por que voce insiste em que jornalista precisa ter diploma? Diploma de incompetencia?
Por que voce nao dá aos donos de empresas de comunicação a liberdade de contratar quem eles desejam, de qualquer area.
Por que apenas os incompetentes das escolas de jornalismo tem de ser contratados?
Por que nao estender a incompetencia a todos os demais cursos?
Peneirando sempre se pode encontrar alguem melhor...
Isso é logico, é matematico: ampliando-se o recrutamento, voce escolhe melhor
O Itamaraty faz isso: apesar de lidarmos basicamente com direito, economia, linguas, podemos aceitar veterinarios, arquitetos, medicos, engenheiros. Estamos melhor servidos assim.
Alias, como eu lhe disse, eu nao exigiria nenhum tipo de diploma para ser diplomata, nem mesmo o de alfabetizado.
Ser diplomata não é uma questao de diploma, e sim de preparação e vocação...
Fico por aqui, no momento...
Paulo Roberto de Almeida (19.02.2010)
Prezado(a) leitor(a), estas são os destaques da Marcha do Tempo na edição desta semana do OI:
RESULTADOS DO PROVÃO 1
51% das escolas de jornalismo reprovadas
Alberto Dines
Publicado em 20/2/2000
...retomei a discussão que mantenho com um colega sociólogo -- bem, não sei se tenho o direito de me classificar assim, pois afinal de contas nunca pretendi obter o reconhecimento legal de meu diploma de "doutor em ciências sociais", pois não dou muita importância a diplomas, ou a títulos, nem me esforço para enquadrar-me em uma determinada categoria profissional -- a propósito da famosa lei de reserva de mercado no setor de comunicações a favor dos jornalistas formados em escolas de comunicações e detentores de diplomas reconhecidos e registrados no Ministério do Trabalho, como "jornalistas" e únicos passíveis de serem contratados por empresas do setor.
Acabo de escrever o que segue:
Por que voce insiste em que jornalista precisa ter diploma? Diploma de incompetencia?
Por que voce nao dá aos donos de empresas de comunicação a liberdade de contratar quem eles desejam, de qualquer area.
Por que apenas os incompetentes das escolas de jornalismo tem de ser contratados?
Por que nao estender a incompetencia a todos os demais cursos?
Peneirando sempre se pode encontrar alguem melhor...
Isso é logico, é matematico: ampliando-se o recrutamento, voce escolhe melhor
O Itamaraty faz isso: apesar de lidarmos basicamente com direito, economia, linguas, podemos aceitar veterinarios, arquitetos, medicos, engenheiros. Estamos melhor servidos assim.
Alias, como eu lhe disse, eu nao exigiria nenhum tipo de diploma para ser diplomata, nem mesmo o de alfabetizado.
Ser diplomata não é uma questao de diploma, e sim de preparação e vocação...
Fico por aqui, no momento...
Paulo Roberto de Almeida (19.02.2010)
1688) Ideologia importada: afro-descendentes...
Fora da lei
DEMÉTRIO MAGNOLI
O ESTADO DE SÃO PAULO - 18/02/10
A Constituição diz que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza", mas a Universidade de Brasília (UnB) distingue os candidatos inscritos em seus vestibulares em função de um critério racial. A Constituição determina que o "acesso aos níveis mais elevados do ensino" se dará "segundo a capacidade de cada um", mas a UnB reserva um quinto de suas vagas a "negros". Na UnB, uma comissão constituída por docentes racialistas e lideranças do "movimento negro" prega rótulos raciais aos candidatos, cassando-lhes o direito de autodeclaração de cor/raça. A Constituição assegura que "ninguém será privado de direitos" por motivo de "convicção filosófica ou política", mas o tribunal racial da UnB promove "entrevistas identitárias" para investigar as opiniões dos candidatos sobre negritude e movimento negro. Por iniciativa do senador Demóstenes Torres, o DEM ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com ação de inconstitucionalidade contra o vestibular racializado da UnB.
A Fundação Ford é a principal exportadora das políticas de preferências raciais inventadas nos EUA a partir do governo de Richard Nixon. Há uma década ela financia simpósios jurídicos no Brasil destinados a ensinar a juízes como contornar o princípio constitucional da igualdade entre os cidadãos. O argumento formulado pela Fundação Ford baseia-se no justo paradigma de tratar desigualmente os desiguais - o mesmo que sustenta a tributação progressiva e a exigência de rampas para deficientes físicos em edifícios de uso público. Sobre tal paradigma se equilibra o raciocínio de que a desigualdade média de renda entre "brancos", de um lado, e "pretos" e "pardos", de outro, deve ser remediada por políticas raciais de discriminação reversa.
O sofisma precisa ser desmascarado em dois planos. No plano das políticas sociais, tratar desigualmente os desiguais significa expandir as vagas nas universidades públicas e investir na qualidade do sistema público de ensino. Nas palavras de Wellington Dias, o governador petista do Piauí que, corajosamente, desafia um dogma de seu partido: "Criar cotas para negros, índios, alunos do ensino público esconde o lado grave do problema. Isso mostra a incapacidade do poder público. Sou contra isso. É preciso melhorar o sistema e qualificar os professores."
No plano do Direito, o sofisma converte indivíduos singulares em representantes de "raças", ensinando a milhões de jovens a terrível lição de que seus direitos constitucionais estão subordinados a uma cláusula racial. O vestibular da UnB é capaz de negar uma vaga a um concorrente de baixa renda que obteve notas altas, mas foi rotulado como "branco", para transferi-la a um candidato de alta renda com notas inferiores, mas rotulado como "negro". A justificativa implícita inscreve-se na fantasia do pensamento racial: o candidato de alta renda da cor certa "simboliza" a "raça" de baixa renda e seus imaginários ancestrais escravos. O sofisma não resiste a um exame lógico, mas persiste pela adesão política de uma corrente significativa de juristas ao pensamento racial.
A política, no baixo sentido da palavra, contamina a apreciação da ação de inconstitucionalidade que tramita na Corte constitucional. O relator Ricardo Lewandowski, um juiz que enxerga as audiências públicas como meios para mostrar que o tribunal toma decisões "em contato com o povo", tem curiosos critérios de seleção do "povo". No caso da audiência sobre o vestibular da UnB, ele decidiu ignorar a regra elementar da isonomia, convocando 28 depoentes favoráveis às cotas raciais e apenas 12 contrários. O "povo" do relator, ao menos quando se trata da introdução da raça na lei, é constituído essencialmente por representantes do Executivo e das incontáveis ONGs que figuram como sublegendas brasileiras da Fundação Ford.
O princípio da impessoalidade na administração pública, consagrado na Constituição, serve tanto para coibir o patrimonialismo tradicional quanto para conter a tentação contemporânea de subordinar os interesses gerais difusos aos interesses ideológicos organizados. Edson Santos, chefe da mal batizada Secretaria da Igualdade Racial, não reconhece a vigência dessa parte do texto constitucional. Um ofício assinado por ele cumpre o papel de panfleto de convocação de funcionários governamentais e ONGs para "mobilizarem caravanas com destino a Brasília" a fim de pressionar o STF nos dias da audiência pública. Edson Santos monta o circo por fora, enquanto Lewandowski ergue as lonas por dentro.
Em 2 de fevereiro, dia exato em que Edson Santos divulgou o panfleto oficial, as centrais sindicais - cujo financiamento decorre de um ato governamental - firmaram uma carta conjunta de apoio ao vestibular racial da UnB. O "movimentismo" é fenômeno típico do estágio embrionário dos totalitarismos. Nesse estágio, o Estado despe-se de sua natureza pública e adquire as feições de um ente de coordenação de "movimentos sociais" que já não passam de tentáculos do governo. O ministro-militante, que faz o Estado patrocinar uma manifestação "popular" de sítio à Corte constitucional, seria alvo óbvio de processos de responsabilidade se o Ministério Público e a maioria parlamentar não estivessem envenenados pela concepção da sociedade brasileira como uma coleção de "movimentos sociais" e ONGs.
No ofício ilegal, Edson Santos assevera que o hipotético acatamento da ação de inconstitucionalidade "abrirá as portas para paralisar todas as políticas de ação afirmativa, inclusive aquelas que beneficiam as mulheres, estudantes, trabalhadores, os índios, deficientes físicos e mentais, as comunidades tradicionais, etc." A ação em curso incide exclusivamente sobre as políticas de preferências raciais, cujo pressuposto é a rotulação estatal dos cidadãos segundo o critério abominável da raça. Mas o que seria do "movimentismo" sem o clássico expediente da mentira oficial?
DEMÉTRIO MAGNOLI
O ESTADO DE SÃO PAULO - 18/02/10
A Constituição diz que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza", mas a Universidade de Brasília (UnB) distingue os candidatos inscritos em seus vestibulares em função de um critério racial. A Constituição determina que o "acesso aos níveis mais elevados do ensino" se dará "segundo a capacidade de cada um", mas a UnB reserva um quinto de suas vagas a "negros". Na UnB, uma comissão constituída por docentes racialistas e lideranças do "movimento negro" prega rótulos raciais aos candidatos, cassando-lhes o direito de autodeclaração de cor/raça. A Constituição assegura que "ninguém será privado de direitos" por motivo de "convicção filosófica ou política", mas o tribunal racial da UnB promove "entrevistas identitárias" para investigar as opiniões dos candidatos sobre negritude e movimento negro. Por iniciativa do senador Demóstenes Torres, o DEM ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com ação de inconstitucionalidade contra o vestibular racializado da UnB.
A Fundação Ford é a principal exportadora das políticas de preferências raciais inventadas nos EUA a partir do governo de Richard Nixon. Há uma década ela financia simpósios jurídicos no Brasil destinados a ensinar a juízes como contornar o princípio constitucional da igualdade entre os cidadãos. O argumento formulado pela Fundação Ford baseia-se no justo paradigma de tratar desigualmente os desiguais - o mesmo que sustenta a tributação progressiva e a exigência de rampas para deficientes físicos em edifícios de uso público. Sobre tal paradigma se equilibra o raciocínio de que a desigualdade média de renda entre "brancos", de um lado, e "pretos" e "pardos", de outro, deve ser remediada por políticas raciais de discriminação reversa.
O sofisma precisa ser desmascarado em dois planos. No plano das políticas sociais, tratar desigualmente os desiguais significa expandir as vagas nas universidades públicas e investir na qualidade do sistema público de ensino. Nas palavras de Wellington Dias, o governador petista do Piauí que, corajosamente, desafia um dogma de seu partido: "Criar cotas para negros, índios, alunos do ensino público esconde o lado grave do problema. Isso mostra a incapacidade do poder público. Sou contra isso. É preciso melhorar o sistema e qualificar os professores."
No plano do Direito, o sofisma converte indivíduos singulares em representantes de "raças", ensinando a milhões de jovens a terrível lição de que seus direitos constitucionais estão subordinados a uma cláusula racial. O vestibular da UnB é capaz de negar uma vaga a um concorrente de baixa renda que obteve notas altas, mas foi rotulado como "branco", para transferi-la a um candidato de alta renda com notas inferiores, mas rotulado como "negro". A justificativa implícita inscreve-se na fantasia do pensamento racial: o candidato de alta renda da cor certa "simboliza" a "raça" de baixa renda e seus imaginários ancestrais escravos. O sofisma não resiste a um exame lógico, mas persiste pela adesão política de uma corrente significativa de juristas ao pensamento racial.
A política, no baixo sentido da palavra, contamina a apreciação da ação de inconstitucionalidade que tramita na Corte constitucional. O relator Ricardo Lewandowski, um juiz que enxerga as audiências públicas como meios para mostrar que o tribunal toma decisões "em contato com o povo", tem curiosos critérios de seleção do "povo". No caso da audiência sobre o vestibular da UnB, ele decidiu ignorar a regra elementar da isonomia, convocando 28 depoentes favoráveis às cotas raciais e apenas 12 contrários. O "povo" do relator, ao menos quando se trata da introdução da raça na lei, é constituído essencialmente por representantes do Executivo e das incontáveis ONGs que figuram como sublegendas brasileiras da Fundação Ford.
O princípio da impessoalidade na administração pública, consagrado na Constituição, serve tanto para coibir o patrimonialismo tradicional quanto para conter a tentação contemporânea de subordinar os interesses gerais difusos aos interesses ideológicos organizados. Edson Santos, chefe da mal batizada Secretaria da Igualdade Racial, não reconhece a vigência dessa parte do texto constitucional. Um ofício assinado por ele cumpre o papel de panfleto de convocação de funcionários governamentais e ONGs para "mobilizarem caravanas com destino a Brasília" a fim de pressionar o STF nos dias da audiência pública. Edson Santos monta o circo por fora, enquanto Lewandowski ergue as lonas por dentro.
Em 2 de fevereiro, dia exato em que Edson Santos divulgou o panfleto oficial, as centrais sindicais - cujo financiamento decorre de um ato governamental - firmaram uma carta conjunta de apoio ao vestibular racial da UnB. O "movimentismo" é fenômeno típico do estágio embrionário dos totalitarismos. Nesse estágio, o Estado despe-se de sua natureza pública e adquire as feições de um ente de coordenação de "movimentos sociais" que já não passam de tentáculos do governo. O ministro-militante, que faz o Estado patrocinar uma manifestação "popular" de sítio à Corte constitucional, seria alvo óbvio de processos de responsabilidade se o Ministério Público e a maioria parlamentar não estivessem envenenados pela concepção da sociedade brasileira como uma coleção de "movimentos sociais" e ONGs.
No ofício ilegal, Edson Santos assevera que o hipotético acatamento da ação de inconstitucionalidade "abrirá as portas para paralisar todas as políticas de ação afirmativa, inclusive aquelas que beneficiam as mulheres, estudantes, trabalhadores, os índios, deficientes físicos e mentais, as comunidades tradicionais, etc." A ação em curso incide exclusivamente sobre as políticas de preferências raciais, cujo pressuposto é a rotulação estatal dos cidadãos segundo o critério abominável da raça. Mas o que seria do "movimentismo" sem o clássico expediente da mentira oficial?
1687) Ajuda externa nunca desenvolveu ninguem
De boas intenções...
Review Essay
Banned Aid
Why International Assistance Does Not Alleviate Poverty
Jagdish Bhagwati
Foreign Affairs, January/February 2010
JAGDISH BHAGWATI is Senior Fellow in International Economics at the Council on Foreign Relations and University Professor of Economics and Law at Columbia University. He served on the UN secretary-general's Advisory Panel on International Support for the New Partnership for Africa's Development from 2005 to 2006.

Dead Aid: Why Aid Is Not Working and How There Is a Better Way for Africa
By Dambisa Moyo.
Farrar, Straus & Giroux, 2009, 208 pp. $24.00.
If you live in the affluent West, no public policy issue is more likely to produce conflicts in your conscience than foreign aid. The humane impulse, fueled by unceasing televised images of famine and pestilence in the developing world, is to favor giving more aid. But a contrasting narrative has the opposite effect: Emperor Jean-Bédel Bokassa of the Central African Republic used Western aid to buy a gold-plated bed, and Zaire's dictator, Mobutu Sese Seko, spent it on personal jaunts on the Concorde. Such scandals inevitably lead many to conclude that most aid is wasted or, worse still, that it alone is responsible for corruption.
These debates have largely been the province of Western intellectuals and economists, with Africans in the developing world being passive objects in the exercise -- just as the 1980s debate over the United States' Japan fixation, and the consequent Japan bashing, occurred among Americans while the Japanese themselves stood by silently. Yet now the African silence has been broken by Dambisa Moyo, a young Zambian-born economist with impeccable credentials. Educated at Harvard and Oxford and employed by Goldman Sachs and the World Bank, Moyo has written an impassioned attack on aid that has won praise from leaders as diverse as former UN Secretary-General Kofi Annan and Rwandan President Paul Kagame.
Moyo's sense of outrage derives partly from her distress over how rock stars, such as Bono, have dominated the public discussion of aid and development in recent years, to the exclusion of Africans with experience and expertise. "Scarcely does one see Africa's (elected) officials or those African policymakers charged with a country's development portfolio offer an opinion on what should be done," she writes, "or what might actually work to save the continent from its regression. . . . One disastrous consequence of this has been that honest, critical and serious dialogue and debate on the merits and demerits of aid have atrophied." She also distances herself from academic proponents of aid, virtually disowning her former Harvard professor Jeffrey Sachs, whose technocratic advocacy of aid and moralistic denunciations of aid skeptics cut no ice with her. Instead, she dedicates her book to a prominent and prescient early critic of aid, the development economist Peter Bauer.
Moyo's analysis begins with the frustrating fact that in economic terms, Africa has actually regressed, rather than progressed, since shedding colonial rule several decades ago. She notes that the special factors customarily cited to account for this tragic situation -- geography, history, social cleavages, and civil wars -- are not as compelling as they appear. Indeed, there are many places where these constraints have been overcome. Moyo is less convincing, however, when she tries to argue that aid itself has been the crucial factor holding Africa back, and she verges on deliberate provocation when she proposes terminating all aid within five years -- a proposal that is both impractical (given existing long-term commitments) and unhelpful (since an abrupt withdrawal of aid would leave chaos in its wake).
Moyo's indictment of aid, however, is serious business, going beyond Africa to draw on cross-sectional studies and anecdotes from across the globe. Before buying her indictment, however, it is necessary to explore why the hopes of donors have so often been dashed.
THE CHARITY TRAP
Foreign aid rests on two principles: that it should be given as a moral duty and that it should yield beneficial results. Duty can be seen as an obligation independent of its consequences, but in practice, few are likely to continue giving if their charity has little positive effect. Beginning in the years after World War II, those who wanted the rich nations to give development aid to poorer ones had to address the challenges of building domestic support for greater aid flows and ensuring that the aid would be put to good use. But their unceasing efforts to produce higher flows of aid have led aid advocates to propose the use of tactics that have ironically undermined aid's efficacy, virtually guaranteeing the kind of failures that understandably trigger Moyo's outrage.
At the outset, aid was principally driven by a common sense of humanity that cut across national boundaries -- what might be called cosmopolitan altruism. Aid proponents in the 1940s and 1950s, such as Gunnar Myrdal and Paul Rosenstein-Rodan, were liberals who felt that the principle of progressive taxation -- redistribution within nations -- ought to be extended across international borders. This led to proposals such as those to set an aid target of one percent of each donor nation's GNP, playing off the Christian principle of tithing (giving ten percent of one's income to the church) or the Muslim duty of zakat (which mandates donating 2.5 percent of one's earnings to the needy).
How was the one percent figure arrived at? According to Sir Arthur Lewis, the first Nobel laureate in economics for development economics, the British Labour Party leader Hugh Gaitskell had asked him in the early 1950s what figure they should adopt as the United Kingdom's annual aid obligation and Lewis had settled on one percent of GNP as a target because he had a student working on French colonies in Africa, where French expenditures seemed to add up to one percent of GNP. Such a target, of course, implied a proportional, rather than a progressive, obligation, but it had a nice ring to it.
The problem was that the one percent target remained aspirational rather than practical. Outside of Scandinavia, there was never much popular support for giving away so much money to foreigners, however deserving they might be. So aid proponents started looking for other arguments to bolster their case, and they hit on enlightened self-interest. If one could convince Western legislatures and voters that aid would benefit them as well, the reasoning went, the purse strings might be loosened.
In 1956, Rosenstein-Rodan told me that then Senator John F. Kennedy, who bought into the altruism argument, had told him that there was no way it could fly in the U.S. Congress. A case stressing national interest and the containment of communism was needed. And so the argument was invented that unless the United States gave aid, the Soviet Union would provide it and, as a result, the Third World might tilt toward Moscow. In fact, the Soviets had already funded the construction of Egypt's Aswan Dam, a project the United States had turned down. The only catch was that if the Cold War became Washington's rationale for giving aid, it was inevitable that much of it would end up in the hands of unsavory regimes that pledged to be anticommunist -- regimes with a taste for gold-plated beds, Concordes, fat Swiss bank accounts, and torture. By linking aid payments to the Cold War, proponents of aid shot themselves in the foot. More aid was given, but it rarely reached the people it was intended to help.
FROM ALTRUISM TO SELF-INTEREST
When the Cold War began to lose its salience, the search began for other arguments to support aid. The World Bank appointed two successive blue-ribbon panels to deliberate on ways of expanding aid flows, the Pearson Commission, in 1968, and the Brandt Commission, in 1977. The group led by former West German Chancellor Willy Brandt, although emphasizing that there was a moral duty to give, fell back nonetheless on an enlightened self-interest argument based on a Keynesian assertion that made no sense at all: that raising global demand for goods and services through aid to the poor countries would reduce unemployment in the rich countries -- an argument seemingly oblivious to the fact that spending that money in the rich countries would reduce unemployment even more.
Other feeble arguments related to immigration. It was assumed that if aid were given wisely and used effectively, it would reduce illegal immigration by decreasing the wage differentials between the sending and the receiving countries. But the primary constraint on illegal immigration today is the inability of many aspiring immigrants to pay the smugglers who shepherd them across the border. If those seeking to reach El Norte or Europe earned higher salaries, they would have an easier time paying "coyotes," and more of them would attempt illegal entry.
Lewis, who was a member of the Pearson Commission, therefore despaired of both the altruistic and the enlightened self-interest arguments. I recall him remarking in 1970, half in jest, that development economists should simply hand over the job of raising aid flows to Madison Avenue. Little did he know that this is exactly what would happen 20 years later with the advent of the "Make Poverty History" campaign, supported by Live Aid concerts and the sort of celebrity overkill that many Africans despise. Of course, this has meant the revival of the altruism argument. Aid targets have therefore returned to the forefront of the debate, even though they are rarely met: in 2008, there was a shortfall of $35 billion per year on aid pledged by the G-8 countries at the Gleneagles summit in 2005, and the shortfall for aid to Africa was $20 billion.
One of the chief reasons for the gap is not just miserliness but a lack of conviction that aid does much good. Aid proponents today try to overcome this doubt by linking aid-flow obligations to worldwide targets for the provision of primary education and health care and other laudable objectives enshrined in the 2000 UN Millennium Development Goals (which are uncannily reminiscent of the Brandt Commission's proposals). But the question Moyo and other thoughtful critics properly insist on raising is whether aid is an appropriate policy instrument for achieving these targets.
And so one returns to the old question of what Rosenstein-Rodan termed "absorptive capacity": How much aid can be absorbed by potential aid recipients and transformed into useful programs? Arguments that aid can and should be used to promote development seem reasonable but have run into problems -- not just because corrupt dictators divert aid for nefarious or selfish purposes but because even in reasonably democratic countries, the provision of aid creates perverse incentives and unintended consequences.
The disconnect between what development economists thought foreign assistance would achieve and what it has actually done is best illustrated by a close look at the earliest model used to formulate development plans and estimate aid requirements. The model was associated with two world-class economists, Roy Harrod of Oxford and Evsey Domar of MIT. In essence, the Harrod-Domar model used two parameters to define development: growth rates were considered a function of how much a country saved and invested (the savings rate) and how much it got out of the investment (the capital-output ratio). Aid proponents would thus set a target growth rate (say, five percent per annum), assume a capital-output ratio (say, 3:1), and derive the "required" savings rate (in this case, 15 percent of GNP). If the country's domestic savings rates fell below this level, they reasoned, the unmet portion could and should be financed from abroad.
Economists also assumed that aid recipients would use fiscal policy to steadily increase their own domestic savings rates over time, thus eliminating the need for aid entirely in the long run. With such matching efforts by the recipients to raise domestic savings, so the logic went, aid would promote growth and self-reliance.
The problem with this approach, widely used throughout the 1970s, was that although aid was predicated on increased domestic savings, in practice it led to reduced domestic savings. Many aid recipients were smart enough to realize that once wealthy nations had made a commitment to support them, shortfalls in their domestic efforts would be compensated by increased, not diminished, aid flows. Besides, as Moyo notes, the World Bank -- which provided much of the multilateral aid flows -- faced a moral hazard: unlike the International Monetary Fund, which lends on a temporary basis and has a "good year" when it lends nothing, the World Bank was then judged by how much money it disbursed, not by how well that money was spent -- and the recipients knew this.
PAVED WITH GOOD INTENTIONS
Similar problems involving the mismatch between intentions and realities are present in today's battles over aid. Now, as before, the real question is not who favors helping the poor or spurring development -- since despite the slurs of aid proponents, all serious parties to the debate share these goals -- but rather how this can be done.
Many activists today think that development economists in the past neglected poverty in their quest for growth. But what they miss is that the latter was seen as the most effective weapon against the former. Poverty rates in the developing countries did indeed rise during the postwar decades, but this was because growth was sporadic and uncommon. And that was because the policy framework developing countries embraced was excessively dirigiste, with knee-jerk government intervention across the economy and fears of excessive openness to trade and foreign direct investment. After countries such as China and India changed course and adopted liberal (or, if you prefer, "neoliberal") reforms in the last decades of the century, their growth rates soared and half a billion people managed to move above the poverty line -- without question, the greatest and quickest progress in fighting poverty in history.
Neither China nor India, Moyo points out, owed their progress to aid inflows at all. True, India had used aid well, but for decades its growth was inhibited by bad policies, and it was only when aid had become negligible and its economic policies improved in the early 1990s that its economy boomed. The same goes for China.
If history is any guide, therefore, the chief weapon in the "war on poverty" should be not aid but liberal policy reforms. Aid may assist poor nations if it is effectively tied to the adoption of sound development policies and carefully channeled to countries that are prepared to use it properly (as President George W. Bush's Millennium Challenge program recently sought to do). Political reform is important, too, as has been recognized by the enlightened African leaders who have put their energies into the New Partnership for Africa's Development (NEPAD), which aims to check the continent's worst political abuses.
But unfortunately, despite all these good intentions, if the conditions for aid's proper use do not prevail, that aid is more likely to harm than help the world's poorest nations. This has been true in the past, it is true now, and it will continue to be true in the future -- especially if some activists get their wishes and major new flows of aid reach the developing world simply because it makes Western donors feel good.
Moyo is right to raise her voice, and she should be heard if African nations and other poor countries are to move in the right direction. In part, that depends on whether the international development agenda is set by Hollywood actresses and globetrotting troubadours or by policymakers and academics with half a century of hard-earned experience and scholarship. In the end, however, it will be the citizens and policymakers of the developing world who will seize the reins and make the choices that shape their destiny and, hopefully, soon achieve the development progress that so many have sought for so long.
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Published on Foreign Affairs
Review Essay
Banned Aid
Why International Assistance Does Not Alleviate Poverty
Jagdish Bhagwati
Foreign Affairs, January/February 2010
JAGDISH BHAGWATI is Senior Fellow in International Economics at the Council on Foreign Relations and University Professor of Economics and Law at Columbia University. He served on the UN secretary-general's Advisory Panel on International Support for the New Partnership for Africa's Development from 2005 to 2006.

Dead Aid: Why Aid Is Not Working and How There Is a Better Way for Africa
By Dambisa Moyo.
Farrar, Straus & Giroux, 2009, 208 pp. $24.00.
If you live in the affluent West, no public policy issue is more likely to produce conflicts in your conscience than foreign aid. The humane impulse, fueled by unceasing televised images of famine and pestilence in the developing world, is to favor giving more aid. But a contrasting narrative has the opposite effect: Emperor Jean-Bédel Bokassa of the Central African Republic used Western aid to buy a gold-plated bed, and Zaire's dictator, Mobutu Sese Seko, spent it on personal jaunts on the Concorde. Such scandals inevitably lead many to conclude that most aid is wasted or, worse still, that it alone is responsible for corruption.
These debates have largely been the province of Western intellectuals and economists, with Africans in the developing world being passive objects in the exercise -- just as the 1980s debate over the United States' Japan fixation, and the consequent Japan bashing, occurred among Americans while the Japanese themselves stood by silently. Yet now the African silence has been broken by Dambisa Moyo, a young Zambian-born economist with impeccable credentials. Educated at Harvard and Oxford and employed by Goldman Sachs and the World Bank, Moyo has written an impassioned attack on aid that has won praise from leaders as diverse as former UN Secretary-General Kofi Annan and Rwandan President Paul Kagame.
Moyo's sense of outrage derives partly from her distress over how rock stars, such as Bono, have dominated the public discussion of aid and development in recent years, to the exclusion of Africans with experience and expertise. "Scarcely does one see Africa's (elected) officials or those African policymakers charged with a country's development portfolio offer an opinion on what should be done," she writes, "or what might actually work to save the continent from its regression. . . . One disastrous consequence of this has been that honest, critical and serious dialogue and debate on the merits and demerits of aid have atrophied." She also distances herself from academic proponents of aid, virtually disowning her former Harvard professor Jeffrey Sachs, whose technocratic advocacy of aid and moralistic denunciations of aid skeptics cut no ice with her. Instead, she dedicates her book to a prominent and prescient early critic of aid, the development economist Peter Bauer.
Moyo's analysis begins with the frustrating fact that in economic terms, Africa has actually regressed, rather than progressed, since shedding colonial rule several decades ago. She notes that the special factors customarily cited to account for this tragic situation -- geography, history, social cleavages, and civil wars -- are not as compelling as they appear. Indeed, there are many places where these constraints have been overcome. Moyo is less convincing, however, when she tries to argue that aid itself has been the crucial factor holding Africa back, and she verges on deliberate provocation when she proposes terminating all aid within five years -- a proposal that is both impractical (given existing long-term commitments) and unhelpful (since an abrupt withdrawal of aid would leave chaos in its wake).
Moyo's indictment of aid, however, is serious business, going beyond Africa to draw on cross-sectional studies and anecdotes from across the globe. Before buying her indictment, however, it is necessary to explore why the hopes of donors have so often been dashed.
THE CHARITY TRAP
Foreign aid rests on two principles: that it should be given as a moral duty and that it should yield beneficial results. Duty can be seen as an obligation independent of its consequences, but in practice, few are likely to continue giving if their charity has little positive effect. Beginning in the years after World War II, those who wanted the rich nations to give development aid to poorer ones had to address the challenges of building domestic support for greater aid flows and ensuring that the aid would be put to good use. But their unceasing efforts to produce higher flows of aid have led aid advocates to propose the use of tactics that have ironically undermined aid's efficacy, virtually guaranteeing the kind of failures that understandably trigger Moyo's outrage.
At the outset, aid was principally driven by a common sense of humanity that cut across national boundaries -- what might be called cosmopolitan altruism. Aid proponents in the 1940s and 1950s, such as Gunnar Myrdal and Paul Rosenstein-Rodan, were liberals who felt that the principle of progressive taxation -- redistribution within nations -- ought to be extended across international borders. This led to proposals such as those to set an aid target of one percent of each donor nation's GNP, playing off the Christian principle of tithing (giving ten percent of one's income to the church) or the Muslim duty of zakat (which mandates donating 2.5 percent of one's earnings to the needy).
How was the one percent figure arrived at? According to Sir Arthur Lewis, the first Nobel laureate in economics for development economics, the British Labour Party leader Hugh Gaitskell had asked him in the early 1950s what figure they should adopt as the United Kingdom's annual aid obligation and Lewis had settled on one percent of GNP as a target because he had a student working on French colonies in Africa, where French expenditures seemed to add up to one percent of GNP. Such a target, of course, implied a proportional, rather than a progressive, obligation, but it had a nice ring to it.
The problem was that the one percent target remained aspirational rather than practical. Outside of Scandinavia, there was never much popular support for giving away so much money to foreigners, however deserving they might be. So aid proponents started looking for other arguments to bolster their case, and they hit on enlightened self-interest. If one could convince Western legislatures and voters that aid would benefit them as well, the reasoning went, the purse strings might be loosened.
In 1956, Rosenstein-Rodan told me that then Senator John F. Kennedy, who bought into the altruism argument, had told him that there was no way it could fly in the U.S. Congress. A case stressing national interest and the containment of communism was needed. And so the argument was invented that unless the United States gave aid, the Soviet Union would provide it and, as a result, the Third World might tilt toward Moscow. In fact, the Soviets had already funded the construction of Egypt's Aswan Dam, a project the United States had turned down. The only catch was that if the Cold War became Washington's rationale for giving aid, it was inevitable that much of it would end up in the hands of unsavory regimes that pledged to be anticommunist -- regimes with a taste for gold-plated beds, Concordes, fat Swiss bank accounts, and torture. By linking aid payments to the Cold War, proponents of aid shot themselves in the foot. More aid was given, but it rarely reached the people it was intended to help.
FROM ALTRUISM TO SELF-INTEREST
When the Cold War began to lose its salience, the search began for other arguments to support aid. The World Bank appointed two successive blue-ribbon panels to deliberate on ways of expanding aid flows, the Pearson Commission, in 1968, and the Brandt Commission, in 1977. The group led by former West German Chancellor Willy Brandt, although emphasizing that there was a moral duty to give, fell back nonetheless on an enlightened self-interest argument based on a Keynesian assertion that made no sense at all: that raising global demand for goods and services through aid to the poor countries would reduce unemployment in the rich countries -- an argument seemingly oblivious to the fact that spending that money in the rich countries would reduce unemployment even more.
Other feeble arguments related to immigration. It was assumed that if aid were given wisely and used effectively, it would reduce illegal immigration by decreasing the wage differentials between the sending and the receiving countries. But the primary constraint on illegal immigration today is the inability of many aspiring immigrants to pay the smugglers who shepherd them across the border. If those seeking to reach El Norte or Europe earned higher salaries, they would have an easier time paying "coyotes," and more of them would attempt illegal entry.
Lewis, who was a member of the Pearson Commission, therefore despaired of both the altruistic and the enlightened self-interest arguments. I recall him remarking in 1970, half in jest, that development economists should simply hand over the job of raising aid flows to Madison Avenue. Little did he know that this is exactly what would happen 20 years later with the advent of the "Make Poverty History" campaign, supported by Live Aid concerts and the sort of celebrity overkill that many Africans despise. Of course, this has meant the revival of the altruism argument. Aid targets have therefore returned to the forefront of the debate, even though they are rarely met: in 2008, there was a shortfall of $35 billion per year on aid pledged by the G-8 countries at the Gleneagles summit in 2005, and the shortfall for aid to Africa was $20 billion.
One of the chief reasons for the gap is not just miserliness but a lack of conviction that aid does much good. Aid proponents today try to overcome this doubt by linking aid-flow obligations to worldwide targets for the provision of primary education and health care and other laudable objectives enshrined in the 2000 UN Millennium Development Goals (which are uncannily reminiscent of the Brandt Commission's proposals). But the question Moyo and other thoughtful critics properly insist on raising is whether aid is an appropriate policy instrument for achieving these targets.
And so one returns to the old question of what Rosenstein-Rodan termed "absorptive capacity": How much aid can be absorbed by potential aid recipients and transformed into useful programs? Arguments that aid can and should be used to promote development seem reasonable but have run into problems -- not just because corrupt dictators divert aid for nefarious or selfish purposes but because even in reasonably democratic countries, the provision of aid creates perverse incentives and unintended consequences.
The disconnect between what development economists thought foreign assistance would achieve and what it has actually done is best illustrated by a close look at the earliest model used to formulate development plans and estimate aid requirements. The model was associated with two world-class economists, Roy Harrod of Oxford and Evsey Domar of MIT. In essence, the Harrod-Domar model used two parameters to define development: growth rates were considered a function of how much a country saved and invested (the savings rate) and how much it got out of the investment (the capital-output ratio). Aid proponents would thus set a target growth rate (say, five percent per annum), assume a capital-output ratio (say, 3:1), and derive the "required" savings rate (in this case, 15 percent of GNP). If the country's domestic savings rates fell below this level, they reasoned, the unmet portion could and should be financed from abroad.
Economists also assumed that aid recipients would use fiscal policy to steadily increase their own domestic savings rates over time, thus eliminating the need for aid entirely in the long run. With such matching efforts by the recipients to raise domestic savings, so the logic went, aid would promote growth and self-reliance.
The problem with this approach, widely used throughout the 1970s, was that although aid was predicated on increased domestic savings, in practice it led to reduced domestic savings. Many aid recipients were smart enough to realize that once wealthy nations had made a commitment to support them, shortfalls in their domestic efforts would be compensated by increased, not diminished, aid flows. Besides, as Moyo notes, the World Bank -- which provided much of the multilateral aid flows -- faced a moral hazard: unlike the International Monetary Fund, which lends on a temporary basis and has a "good year" when it lends nothing, the World Bank was then judged by how much money it disbursed, not by how well that money was spent -- and the recipients knew this.
PAVED WITH GOOD INTENTIONS
Similar problems involving the mismatch between intentions and realities are present in today's battles over aid. Now, as before, the real question is not who favors helping the poor or spurring development -- since despite the slurs of aid proponents, all serious parties to the debate share these goals -- but rather how this can be done.
Many activists today think that development economists in the past neglected poverty in their quest for growth. But what they miss is that the latter was seen as the most effective weapon against the former. Poverty rates in the developing countries did indeed rise during the postwar decades, but this was because growth was sporadic and uncommon. And that was because the policy framework developing countries embraced was excessively dirigiste, with knee-jerk government intervention across the economy and fears of excessive openness to trade and foreign direct investment. After countries such as China and India changed course and adopted liberal (or, if you prefer, "neoliberal") reforms in the last decades of the century, their growth rates soared and half a billion people managed to move above the poverty line -- without question, the greatest and quickest progress in fighting poverty in history.
Neither China nor India, Moyo points out, owed their progress to aid inflows at all. True, India had used aid well, but for decades its growth was inhibited by bad policies, and it was only when aid had become negligible and its economic policies improved in the early 1990s that its economy boomed. The same goes for China.
If history is any guide, therefore, the chief weapon in the "war on poverty" should be not aid but liberal policy reforms. Aid may assist poor nations if it is effectively tied to the adoption of sound development policies and carefully channeled to countries that are prepared to use it properly (as President George W. Bush's Millennium Challenge program recently sought to do). Political reform is important, too, as has been recognized by the enlightened African leaders who have put their energies into the New Partnership for Africa's Development (NEPAD), which aims to check the continent's worst political abuses.
But unfortunately, despite all these good intentions, if the conditions for aid's proper use do not prevail, that aid is more likely to harm than help the world's poorest nations. This has been true in the past, it is true now, and it will continue to be true in the future -- especially if some activists get their wishes and major new flows of aid reach the developing world simply because it makes Western donors feel good.
Moyo is right to raise her voice, and she should be heard if African nations and other poor countries are to move in the right direction. In part, that depends on whether the international development agenda is set by Hollywood actresses and globetrotting troubadours or by policymakers and academics with half a century of hard-earned experience and scholarship. In the end, however, it will be the citizens and policymakers of the developing world who will seize the reins and make the choices that shape their destiny and, hopefully, soon achieve the development progress that so many have sought for so long.
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