Pois é isso que parece a governança atual no Brasil, algo que nos faz tremer, ao pensar que todo o aparato do Estado, nos seus mais altos escalões, está entregue ao mais tosco prebendalismo de botequim, a decisões tomadas de afogadilho em reuniões partidárias mais parecidas com conclaves de sociedades caracterizadas pela omertà, traçadas no conluio de partidários de causas obscuras, abandonados os antigos ideais e concentrados unicamente na retenção dos despojos da máquina pública, como se esta fosse um cadáver a ser devidamente esquartejado por hienas sedentas de poder e de dinheiro (uma coisa vai com a outra, bien sûr).
Uau! Estou romântico, moi aussi, pelo menos no estilo, pois o espírito é o pior possível, ao ler matérias como essa do editorial do Estadão desta terça-feira 7 de Fevereiro de 2012.
Como é possível que a governança no Brasil tenha descido tão baixo?
Como é possível que o Estado esteja dominado por seres amorais, dedicados única e exclusivamente a extrair benefícios pessoais e partidários de cargos que eles não hesitam em converter em fontes de rendosas transações ilegais?
Como é possível termos chegado a esse Estado de liquefação de valores -- e de princípios legais -- que nos aproximam de um Estado mafioso?
Como é possível suportar, TODOS OS DIAS, uma denúncia de um "malfeito" -- como pudicamente alguém já se referiu a atos de verdadeira ladroagem -- sem que se faça correção radical de todas essas malversações com o dinheiro público (o nosso dinheiro, vale lembrar) e sem que os bandidos sejam punidos?
Pois eu pergunto: de todos os personagens que foram denunciados PELA IMPRENSA, não pelos órgãos de controle, de corregedoria e de investigação do governo, QUANTOS foram processados? Quantos alimentam sequer o temor de ser um dia incomodados e cobrados pelo que desviaram, subtrairam, roubaram direta ou indiretamente dos cofres públicos?
Até quando os brasileiros vão aceitar passivamente pertencer a uma República Mafiosa?
Paulo Roberto de Almeida
Addendum:
Parece que ter sido prisioneiro político é prova de competência administrativa: não se pede mais CV, e sim ficha policial? Isso basta para assegurar que o trabalho seja bem feito? PRA
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Pró-reitora de extensão da Universidade Federal de São Paulo, Eleonora Menicucci vai substituir Iriny Lopes no cargo. Ela foi presa política junto com a presidenta na década de 70 Leia mais
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2 comentários:
Masoquista é quem se deleita com o próprio sofrimento. Tal conceito, diante de nossa frágil democracia, revela-se um perfeito ingrediente a colorir as relações sociais e políticas.
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Pois, de um lado temos aqueles cuja atitude a cada dia que passa se mostra autêntica tirania contra a multidão de apáticos viventes. São atos cruéis de total desconsideração ao bom senso. São as artimanhas arquitetadas com o único fim de abocanhar o patrimônio público. Dia após dia, surgem novas modalidades de burlar as regras e locupletar-se... não falta criatividade tampouco colaboradores se o objetivo é meter a mão! E dessa forma, tais sádicos se realizam em suas ambições pessoais de consumo, de status, de alegria, de poder, de enfim levar uma tranqüila vida dos sonhos.
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Na outra ponta uma multidão de contribuintes, em todos os sentidos, completa essa injusta relação. São os milhões de iludidos, milhões que acreditam em valores éticos e nas leis estabelecidas, milhões que diariamente só conseguem vislumbrar a simples sobrevivência e que diante desse desafio, anestesiados pelo esforço desprendido, creem que a realidade é isso e nada pode ser diferente. Típico de quem aprendeu a gostar do sofrimento e com isso ignoram os benefícios de uma existência digna, dentro dos mínimos padrões de decência e qualidade. E assim transformam-se em simples massa a sustentar a oligarquia dos eleitos.
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Acreditar que avançaremos é nossa cota de esperança... no entanto, lutar, buscar, tentar, fazer e principalmente assumir a responsabilidade pelo bem comum é dever de todos, caso contrário a multidão não passará de simples masoquistas a serviço da outra parte...
Gilrikardo / Joinville
Ontem no programa "Mundo por Brasileiros" na band, que trata sobre a vida de brasileiros no exterior, ouvi uma frase muito forte de um rapaz que vive em Barcelona, foi a seguinte: "Aqui voce vale o que e', nao o que tem, como no Brasil." Tal declaracao explica algumas coias a respeito da sociedade brasileira.
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