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domingo, 19 de fevereiro de 2012

O Mein Kampf de Adolf Chavez: quase chegando na noite dos cristais...

Não se imaginava que chegássemos a tais extremos de oratória antisemita desde que Hitler prometeu -- imediatamente depois que conquistou o poder -- "colocar os judeus no seu lugar": ele passou quase imediatamente à ação pela perseguição, antes de se inclinar pela exterminação pura e simples.
Chávez, provavelmente, gostaria de exterminar seu oponente político. Não duvido que o tente...
Acompanhemos...
Paulo Roberto de Almeida 


Do blog de Marcos Guterman, no Estadão

Um artigo publicado no site da Rádio Nacional da Venezuela, abrigado no portal do governo venezuelano, diz que Henrique Capriles, o candidato que o presidente Hugo Chávez enfrentará na eleição de outubro, é representante da “burguesia sionista”.
Como o artigo saiu sob os auspícios do “Ministério do Poder Popular para a Comunicação e a Informação”, que é o nome chavista para o Ministério das Comunicações, é lícito supor que tem o aval do governo.
O artigo diz que Capriles, embora seja católico praticante, é de família judia, “ligada à oligarquia empresarial do país”. Depois de reiterar as supostas ligações do candidato com a TFP e a Opus Dei, o autor do texto elabora, enfim, sua ideia central – já que o texto é intitulado “O inimigo é o sionismo”. Ele diz que o sionismo usa o discurso religioso e nacionalista para esconder “seu caráter colonialista e suas pretensões políticas de superioridade racial e profundamente hegemônicas”. Afirma que é uma “ideologia do terror, dos sentimentos mais putrefatos que representam a humanidade”, movida por “ímpeto supostamente patriota baseado na ganância” e que segue a lógica de que “todo nacionalismo sem pátria é, por necessidade, uma empresa de conquista”.
Depois de dizer que os “sionistas” assassinaram “milhões” de palestinos e “construíram um campo de concentração em pleno século 21”, isto é, Gaza, o autor do texto põe a cereja no bolo: “O sionismo é o dono da maioria das instituições financeiras do planeta, controla quase 80% da economia mundial e da indústria de comunicações em quase sua totalidade, além de manter posições dentro do Departamento de Estado estadunidense e das potências europeias”.
Raras vezes se vê hoje em dia – salvo no mundo árabe, onde isso é comum – um texto publicado com tantos clichês antissemitas juntos em tão poucas linhas. Lá estão a “ganância”, o judeu “sem pátria”, o “putrefato”, o “controlador da mídia e dos bancos”, o “assassino” dos pobres palestinos. Coisas assim eram mais comuns na Alemanha dos anos 30.
Nesta quinta-feira, Chávez adicionou ainda mais elegância ao debate, ao igualar o “sionista” Capriles a um porco, sabendo obviamente o que isso significa no imaginário antissemita – como fizeram Lutero e os nazistas e como fazem até hoje os supremacistas raciais americanos e os fundamentalistas islâmicos.
“Você tem rabo de porco, orelhas de porco, grunhe como porco, você é um porco medíocre, é um porco, não se disfarce”, disse Chávez sobre seu oponente. “O senhor que vá governar o território de Tarzan e da macaca Chita, porque aqui não.”

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