Qual não foi minha supresa, logo em seguida, ao constatar que o interlocutor apagou todos os seus rastros, suas pegadas, suas frases mal concebidas e mal dirigidas.
Parece que eu fiquei falando comigo mesmo...
Além de me lembrar das famosas fotos com personagens apagados da era Stalin, lembrei-me de um poema famoso, que devo ter lido aos 12 ou 13 anos e do qual nunca me esqueci, pelo menos as quatro estrofes iniciais.
Pois bem, hoje resolvi buscar novamente esse poema, de um poeta quinhentista português, e para isso me dirigi ao Sapo.pt, o buscador lusitano, que para isso foi impecável.
Aqui vai, portanto, o poema inteiro, do qual só me lembrava da parte inicial.
Paulo Roberto de Almeida
http://www.citador.pt/poemas/comigo-me-desavim-sa-de-miranda
Comigo me DesavimComigo me desavim,
Sou posto em todo perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.
Com dor da gente fugia,
Antes que esta assi crecesse:
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse. Que meo espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho inimigo de mim?
Sá de Miranda, in 'Antologia Poética'Tema(s): Auto-conhecimento Ler outros poemas de Sá de Miranda
Sá de MirandaPortugal
[Wikipedia]28 Ago 1481 // 15 Mar 1558Poeta
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