Depois do Rio de Janeiro e de São Paulo, Brasília receberá a exposição “Palavras Sem Fronteiras – mídias convergentes”, baseada em obra do Embaixador Sergio Corrêa da Costa.
Em 13 de março, às 19h, o Chanceler Aloysio Nunes Ferreira irá inaugurar no Palácio do Itamaraty a exposição multimídia “Palavras sem Fronteiras – mídias convergentes”, baseada em obra do Embaixador Sergio Corrêa da Costa. Antes de Brasília, a exposição foi realizada na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro (em 2007), e no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo (2009).
Com o apoio da Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), em parceria com o Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), a exposição ficará aberta de segunda a sexta-feira, das 9hàs 19h, e nos sábados e domingos, das 9h às 17h, no período de 14 de março a 13 de abril de 2017. A entrada é franca. Sua inauguração coincidirá com a abertura da Semana da Francofonia - acontecimento anual, sempre no mês de março, em que são celebrados a língua francesa, diferentes formas de manifestações culturais nela veiculadas, a diversidade de culturas e o plurilinguismo.
Em tal contexto, a FUNAG e o IPRI promoverão em Brasília, juntamente com a UNESCO e a Embaixada da França, duas mesas redondas, voltadas, sobretudo, para o público jovem, nas quais serão debatidos temas como a evolução da linguagem, no mundo digital, e a influência da linguagem digital nas mídias e no jornalismo.
Nesse par de mesas redondas, também será apresentada ao público de Brasília a obra do Embaixador Sergio Corrêa da Costa que inspirou a exposição. O livro contém um índice com três mil palavras e expressões, 16 mil exemplos do seu emprego, recolhidos durante 24 meses e em 15 países, de oito línguas, que refletem 46 idiomas. Trata-se de um verdadeiro vocabulário universal, que amplia continuamente e aproxima as culturas, memórias, tradições e valores.
A montagem da exposição no Palácio do Itamaraty busca integrar a proposta de uma mostra inovadora, em sua origem, com a concepção arquitetônica do palácio, de forma a compatibilizar expografia, conteúdos e tecnologias por meio de intervenções pontuais. Na área da exposição, será instalado um espaço midiático com equipamentos especiais para consulta por deficientes visuais e acesso interativo aos conteúdos, adaptados pela Fundação Dorina Nowill, especializada nessa modalidade de atendimento especial.
A primeira montagem da exposição, com recursos tecnológicos de última geração, foi realizada em 2007 no Rio de Janeiro, na biblioteca Rodolfo Garcia, da Academia Brasileira de Letras, umas das mais modernas e bem equipadas do País, alcançando expressivo de público. Dois anos depois, a mostra foi remontada no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Lá, foi projetada em telas de plasma, a migração de diferentes palavras e suas trajetórias por diversos idiomas. Além da projeção da Mostra de Videoarte, com criações exclusivas de artistas contemporâneos que se vem notabilizando nessa modalidade de expressão.
O livro
Com prefácio de Maurice Druon, secretário perpétuo da Academia Francesa e ex-ministro da Cultura da França, o livro foi originalmente publicado na França sob o título Mots sans frontières. Recebeu, em 1999, o Grande Prêmio da Fundação Príncipe Louis de Polignac, do Principado de Mônaco. Um ano depois da premiação, a obra foi editada no Brasil pela editora Record.
Em 2005, Sérgio Corrêa da Costa foi agraciado com o Prêmio Richelieu-Senghor, distinção só concedida às personalidades que hajam prestado uma contribuição excepcional à Francofonia e à irradiação do idioma francês.
O projeto futuro é produzir cerca de mil cópias em DvD, contendo as projeções sincronizadas das palavras, os vídeos realizados para o projeto, as videoartes dos artistas convidados e informações sobre a vida e obra do escritor para distribuição gratuita em escolas, universidades, bibliotecas, centros de pesquisas e documentação. Além de representações diplomáticas no Brasil e no exterior.
O embaixador sem fronteiras
Diplomata, advogado e historiador, Sergio Corrêa da Costa nasceu no Rio de Janeiro em 19 de fevereiro de 1919 e faleceu, na mesma cidade, em 29 de setembro de 2005. Teve longa carreira a serviço do país. Com apenas 20 anos, recebeu sua primeira missão permanente no exterior, como Segundo Secretário na Embaixada em Buenos Aires. Em 1962, foi comissionado embaixador no Canadá, sendo depois promovido a Ministro de Primeira Classe.
No biênio 1967-1968, foi o Secretário-Geral do Itamaraty e exerceu inúmeras vezes, interinamente, o cargo de Ministro de Estado das Relações Exteriores. Ao deixar a Secretaria-Geral, foi removido para a Embaixada de Londres, onde serviu até 1975, quando foi designado Representante Permanente do Brasil junto às Nações Unidas em Nova Iorque. Em 1983, foi nomeado Embaixador nos Estados Unidos. Em agosto daquele mesmo ano, foi eleito para a cadeira de número sete da Academia Brasileira de Letras (ABL), que tem por patrono Castro Alves. Aposentou-se como diplomata em 1986, passando a residir em Paris.
Durante os anos em que viveu na França, trabalhou como advogado internacional e atuou ainda como árbitro, em litígios submetidos à apreciação da Câmara de Comércio Internacional. Foi igualmente o representante da Academia Brasileira de Letras junto à Academia Francesa, a instituição que serviu de modelo para a fundação da ABL em 1897.
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